2005-03-12
Sócrates "comprou" uma guerra...
E a questão desta guerra é simples: Porque razão neste país (que se chama Portugal, país europeu por decisão própria) um utente de medicamentos banais (como a aspirina, aspergic, etc), que não precisam de receita médica, não dispõe de alternativa? Só lhe restando a farmácia que tem um funcionamento inadequado de atendimento ao público que vem de há longos anos, exactamente porque tem um mercado cativo legalizado e, por isso, "põe e dispõe" como se diz em gíria popular.
Mas calma, esta medida não basta. Este lobby continua a não estar enquadrado numa lógica concorrencial. Contra todas as regras comunitárias, com bem diz Vital Moreira, esta é das poucas actividades em que o acesso só é permitido a quem é farmacêutico. Absurdo dos absurdos.
1) A alusão ao "equilíbrio das finanças públicas" demonstra um profunda ignorância sobre este assunto, na medida em que o preço destes medicamentos, mesmo não requerendo receita médica, é exclusivamente dependente da decisão do Estado, não estando pois sujeitos às leis de mercado.
2) Outra correcção: não há medicamentos banais. Todos são medicamentos, com toxicidade e efeitos adversos associados. O facto de não requerem receita médica apenas nos diz que o sua indicação não depende de um diagnóstico médico; em todo o caso são de indicação exclusivamente farmacêutica e não outra. Lembro a este propósito que os medicamentos que aqui apelidam de "banais" podem, se tomados por doentes asmáticos, precipitar crises graves de asma; outro caso é o famigerado paracetamol e os casos de morte por insuficiência hepática ocorridos em Inglaterra na sequência do seu uso indevido.
3) O alegado funcionamento inadequado a que alude foi avaliado pela população portuguesa em 2002, em 80% dos casos, em Bom ou Muito Bom.
4) A que se refere no "põe e dispõe" das Farmácias, quando toda a actividade Farmacêutica está devidamente regulamentada e apretadamente fiscalizadas pela Ordem e pelo Ministério da Saúde por vida do INFARMED.
5) Um última nota para o Post deixado pelo Sr. Anónimo (cheio de coragem): onde está a agressividade do comunicado da ANF? Terá porventura tido oportunidade de o ler? Aqui deixo a morada para melhor documentação: www.anf.pt
1) A alusão ao "equilíbrio das finanças públicas" demonstra um profunda ignorância sobre este assunto, na medida em que o preço destes medicamentos, mesmo não requerendo receita médica, é exclusivamente dependente da decisão do Estado, não estando pois sujeitos às leis de mercado.
2) Outra correcção: não há medicamentos banais. Todos são medicamentos, com toxicidade e efeitos adversos associados. O facto de não requerem receita médica apenas nos diz que o sua indicação não depende de um diagnóstico médico; em todo o caso são de indicação exclusivamente farmacêutica e não outra. Lembro a este propósito que os medicamentos que aqui apelidam de "banais" podem, se tomados por doentes asmáticos, precipitar crises graves de asma; outro caso é o famigerado paracetamol e os casos de morte por insuficiência hepática ocorridos em Inglaterra na sequência do seu uso indevido.
3) O alegado funcionamento inadequado a que alude foi avaliado pela população portuguesa em 2002, em 80% dos casos, em Bom ou Muito Bom.
4) A que se refere no "põe e dispõe" das Farmácias, quando toda a actividade Farmacêutica está devidamente regulamentada e apretadamente fiscalizadas pela Ordem e pelo Ministério da Saúde por vida do INFARMED.
5) Um última nota para o Post deixado pelo Sr. Anónimo (cheio de coragem): onde está a agressividade do comunicado da ANF? Terá porventura tido oportunidade de o ler? Aqui deixo a morada para melhor documentação: www.anf.pt
1) A alusão ao "equilíbrio das finanças públicas" demonstra um profunda ignorância sobre este assunto, na medida em que o preço destes medicamentos, mesmo não requerendo receita médica, é exclusivamente dependente da decisão do Estado, não estando pois sujeitos às leis de mercado.
2) Outra correcção: não há medicamentos banais. Todos são medicamentos, com toxicidade e efeitos adversos associados. O facto de não requerem receita médica apenas nos diz que o sua indicação não depende de um diagnóstico médico; em todo o caso são de indicação exclusivamente farmacêutica e não outra. Lembro a este propósito que os medicamentos que aqui apelidam de "banais" podem, se tomados por doentes asmáticos, precipitar crises graves de asma; outro caso é o famigerado paracetamol e os casos de morte por insuficiência hepática ocorridos em Inglaterra na sequência do seu uso indevido.
3) O alegado funcionamento inadequado a que alude foi avaliado pela população portuguesa em 2002, em 80% dos casos, em Bom ou Muito Bom.
4) A que se refere no "põe e dispõe" das Farmácias, quando toda a actividade Farmacêutica está devidamente regulamentada e apretadamente fiscalizadas pela Ordem e pelo Ministério da Saúde por vida do INFARMED.
5) Um última nota para o Post deixado pelo Sr. Anónimo (cheio de coragem): onde está a agressividade do comunicado da ANF? Terá porventura tido oportunidade de o ler? Aqui deixo a morada para melhor documentação: www.anf.pt
O que era necessário é que se acabasse com o actual regime de licenciamento de farmácias e se abrisse o mercado a todos os licenciados em FArmácia.
Não passa de mais um exemplo de que este governo pretende dar o simbólico à esquerda e o substantivo e essencial aos grandes grupos económicos.
jmpv
Falemos pois,a sério.
O que de facto preocupa é que isto acabe mesmo num conflito com a ANF sem que se explorem as vantagens que poderia ter.
De facto, esta medida pode ter reflexos na criação de alguns milhares de postos de trabalho desde que se consiga evitar, com legislação adequada, que esses produtos sejam colocados nas prateleiras dos supermercados.
Esta é que é, para mim, a grande questão!!!
Mais emprego?! Os Farmacêuticos não têm falta de trabalho e não faz parte dos objectivos profissionais da classe a inclusão de hipermercados no CV!
1. Paracetamol
> Acetaminophen hepatotoxicity: An update.
> Acetaminophen intoxication during treatment: what you don't know can hurt you.
> Acetaminophen toxicity.
2. Aspirina
> Challenges in managing NSAID-associated gastrointestinal tract injury.
> Digestive and hemorrhage complications of low-dose aspirin
> Risk factors for gastrointestinal bleeding associated with low-dose aspirin
3. Vitaminas
> Hepatotoxicity of alcohol-induced polar retinol metabolites involves apoptosis via loss of mitochondrial membrane potential
> Vitamin B6 (Pyridoxine)--excessive dosage in food supplements and OTC medications
> Hypercalcemia caused by iatrogenic hypervitaminosis A
> Vitamin D and colon carcinogenesis
Em caso de dúvida ou persistência dos sintomas, já sabe: consulte sempre o seu médico ou farmacêutico. Ou então, quem sabe um dia, a menina de patins.
Junto a si, pela sua saúde!
Relativamente à ignorância contra a qual me insurgi, devo deixar uma nota explicativa. O problema não se coloca na ignorância per se, pois ela é uma condição incontestável da natureza humana e, mais que tudo, o motor da evolução da própria causa humana. O problema está na assunção de posições fundadas nessa ignorância. Quer um conselho: procure falar apenas daquilo que sabe, pois assim não cairá nunca no ridículo do erro grosseiro. Tomo este conselho para mim próprio em todas as circunstâncias da vida.
Referindo-me ao pertenso desapoio manifestado nos jornais de hoje, quero assegurar-lhe que esse é mais um motivo que me sossega. Porque as maiorias nunca moveram moinhos. Estaremos cá todos para rir. Rir é o melhor remédio – e esse não se venderá nunca em grandes superfícies.
Um última nota sobre a ignorâcia: eu não critico a opinião contrária - essa é sempre de relevar se fundada. Eu critico objectivamente a falta de argumentação e o falacioso raciocínio assente em meras impressões pessoais e não em conhecimento concreto das matérias. Mas isso é uma questão de própria política pessoal - apenas me refiro aos assuntos que domino, reconhecendo com toda a humildade as limitações que se me impõe noutros domínios. Que fossemos todos assim, não acha?
Eu explico então como o Estado gasta dinheiro em medicamentos:
Chama-se comparticipação. Obviamente, não é referente a medicamentos como a Aspirina, o Cêgripe ou mesmo o Bissolvon. O estado "paga" uma parte dos chamados medicamentos COMPARTICIPADOS. Assim, a implementação dos genéricos e a consequente comparticipação com base em preços de referência, foi uma medida que permitiu, realmente, uma poupança ao Estado.
E quando escrevo "paga" (entre aspas) não é inocentemente que o faço. Seria curioso ver cada cidadão aguardar em sua casa pacientemente pela comparticipação por parte do estado dos medicamento que consome. Caso as pessoas não saibam, é a "terrível" Associação Nacional das Farmácias (ANF) que adianta esse dinheiro às farmácias suas associadas e fica a aguardar "pacientemente" pelo reembolso, em vez de cada um de nós arcar com o prejuízo sozinho de uma comparticipação tardia!
<< Home