2005-05-31
A Europa abalada
Desde Jacques Delors não há um presidente da Comissão Europeia, digno desse nome. E de cinzentões, sem ideias e sem dinamismo, os europeus cansaram-se.
E neste contexto, o "Estado Social", uma das conquistas dos europeus mais sentidas e arreigadas, um bem a que todo o europeu, independentemente da sua tendência político partidária, se agarra, está sistemáticamente a ser bombardeada contra a apatia dos políticos quando não com a sua colaboração.
E como escrevia Le Monde foi abalada porque é preciso "restituir confiança às classes médias que têm a impressão de perder terreno".
Daí que, apesar de concordar que é fundamental um debate sobre a Europa que nunca se realizou em Portugal e, mesmo na Europa, talvez o mais profundo tenha sido este último em França o resultado foi o de um terramoto, exactamente porque os franceses se sentiam marginalizados do processo Europa porque nunca lhes foi dada a oportunidade de uma larga participação livre na sua construção.
Tendencialmente estou com Jorge Miranda, pelo adiamento do referendo, não adiando contudo o debate da Europa. Para votar é preciso ter ideias sobre a Europa que se quer. E se ainda hoje como refere Pedro Correia, Jornalista do DN em artigo intitulado "ainda não li o tratado", em 30 deputados interrogados sobre se conheciam o tratado, 29 ainda não o tinham lido, é mesmo preciso um grande debate. Certamente são estes senhores que nos vão elucidar sobre o que não sabem/não leram mas já têm opinião formada.
Como tive oportunidade de explicar aqui várias vezes tanto o campo do SIM como o do NÃO tinham argumentos válidos.
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