2005-12-04
As perpectivas financeiras da UE para 2007-2013
Ainda há pouco, lia um título no DN de hoje atribuído a Durão Barroso sobre Blair, "Barroso pede mais liderança a Blair", que, no mínimo, é pouco diplomático.
Tony Blair vem desde há muito a bater-se por outros princípios orientadores do ORçamento comunitário, um orçamento mais virado para acções ligadas à competitividade e ao emprego. De algum modo, bate-se por uma perspectiva com mais pontos de contactos com a cimeira de Lisboa que todos "elogiam" e depois....todos torpedeiam.
A defesa de uma estratégia de uma Europa com mais dinâmica económica e social e até mais solidária não se preconiza com a intransigência pela não mudança da política agrícola que, de comum pouco tem, pois apenas beneficia os grandes agricultores europeus e vai contra o interesse dos países menos desenvolvidos.
A PAC é um absurdo, especialmente, pq favorece os grandes contra os pequenos, mas tem a grande vantagem de manter a produção agrícola europeia, que seria incapaz de concorrer com os custos laborais e sociais do 3º Mundo. Devia ser reformada e reduzida, mas nunca suprimida, porque isso só serviria aos interesses das grandes multinacionais do sector como a Monsanto que se mascaram atrás da defesa dos interesses de países como a Indía e o Brasil...
A situação mudou é verdade e o Reino Unido é hoje um dos países mais ricos. Talvez lhe assista alguma razão neste braço de ferro, pois tornou-se mais rico com o tipo de orientação que, de algum modo, defende para o conjunto dos países da UE. Mas, além disso, parece mostrar alguma disponibilidade para reduzir o cheque face a alguma cedência da França, antes apoiada pela Alemanha. Agora não é líquido o que fará a nova Chanceler.E pode dar-se o caso que a França passe a estar mais isolada. Não esquecer que os nórdicos se inclinam para o lado inglês, com os mesmos argumentos, embora com políticas sociais diferentes.
Independentemente de tudo isto e se olharmos para a estratégia europeia "teórica" de um desnvolvimento como o definido pela Estratégia de Lisboa, a PAC é sem dúvida um empecilho para a sua implementação. Países como Portugal também pouco ganham com a PAC.
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