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2005-12-04

 

As perpectivas financeiras da UE para 2007-2013

A comunicação social portuguesa e alguns dirigentes nacionais e europeus, a começar pelo presidente da Comissão Durão Barroso, alinham todos contra Tony Blair nesta matéria.

Ainda há pouco, lia um título no DN de hoje atribuído a Durão Barroso sobre Blair, "Barroso pede mais liderança a Blair", que, no mínimo, é pouco diplomático.

Este jogo de palavras e de actos que pode fazer com que a Cimeira Europeia de 15 e 16 deste mês redunde num fiasco com consequências financeiras calamitosas para os novos países membros e para os da coesão, onde Portugal se integra, derivam de um diferendo que tem por base a política agrícola comum, que consome um pouco mais de 40% do orçamento da UE, sendo os maiores beneficiários, a França, a Holanda e Espanha.

Tony Blair vem desde há muito a bater-se por outros princípios orientadores do ORçamento comunitário, um orçamento mais virado para acções ligadas à competitividade e ao emprego. De algum modo, bate-se por uma perspectiva com mais pontos de contactos com a cimeira de Lisboa que todos "elogiam" e depois....todos torpedeiam.

Não morro de amores pelo Senhor Blair, mas, nesta matéria, estou muito mais próximo dele.

A defesa de uma estratégia de uma Europa com mais dinâmica económica e social e até mais solidária não se preconiza com a intransigência pela não mudança da política agrícola que, de comum pouco tem, pois apenas beneficia os grandes agricultores europeus e vai contra o interesse dos países menos desenvolvidos.


Comments:
Mas Blair tem contra o si o imenso e escandaloso "cheque britânico"... Negociado por Tatcher numa época em que o RU era um país relatativamente pouco desenvolvimento e completamente imoral dado o presente grau de desenvolvimento e prosperidade dos britânicos.

A PAC é um absurdo, especialmente, pq favorece os grandes contra os pequenos, mas tem a grande vantagem de manter a produção agrícola europeia, que seria incapaz de concorrer com os custos laborais e sociais do 3º Mundo. Devia ser reformada e reduzida, mas nunca suprimida, porque isso só serviria aos interesses das grandes multinacionais do sector como a Monsanto que se mascaram atrás da defesa dos interesses de países como a Indía e o Brasil...
 
Rui Martins. Não estou de acordo consigo sobre o escandoloso "cheque britânico". Primeiro, em 1984 quando foi negociado o dito cheque, o Reino Unido era o terceiro país mais pobre da Comunidade e o maior contribuinte líquido. Em contrapartida pouco recebia da PAC, como hoje continua. Daí esse "cheque reembolso", calculado na base de 2/3 da contribuição do ano anterioraparece como compensação.

A situação mudou é verdade e o Reino Unido é hoje um dos países mais ricos. Talvez lhe assista alguma razão neste braço de ferro, pois tornou-se mais rico com o tipo de orientação que, de algum modo, defende para o conjunto dos países da UE. Mas, além disso, parece mostrar alguma disponibilidade para reduzir o cheque face a alguma cedência da França, antes apoiada pela Alemanha. Agora não é líquido o que fará a nova Chanceler.E pode dar-se o caso que a França passe a estar mais isolada. Não esquecer que os nórdicos se inclinam para o lado inglês, com os mesmos argumentos, embora com políticas sociais diferentes.

Independentemente de tudo isto e se olharmos para a estratégia europeia "teórica" de um desnvolvimento como o definido pela Estratégia de Lisboa, a PAC é sem dúvida um empecilho para a sua implementação. Países como Portugal também pouco ganham com a PAC.
 
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