2006-03-15
A mexer com a saúde...
Que está a mexer com tudo quanto respeita à saúde parece não haver dúvidas... E já "comprou" e bem umas tantas guerras. Quem não se lembra da da associação das farmácias ?!
Correia de Campos é um dos vários ministros muito determinado deste governo e sabe aonde quer chegar.
O que existe é insustentável: gastos incontroláveis que não aproveitam a ninguém (em alguns casos, a uns quantos) e péssima prestação de muitos dos serviços de saúde.
E vão fechar porquê?
- O seu funcionamento não garante condições de segurança por motivos vários - falta de pessoal clínico e equipamento, etc.
- Por razões de eficiência - o número de partos inferior a 1500 anos (limiar da OMS) não justifica a sua existência.
Estes fechos não são aplaudidos pelos autarcas respectivos. Não o podiam ser. Mas o interesse do país e da segurança está acima até porque desse fecho não resulta qualquer problema para os utentes porque existem alternativas e de melhores condições.
A sociedade portuguesa com esta dinâmica fica já a aguardar por novas "mexidas" na sáude, desde que guiadas por melhor prestação de saúde e redução de gastos.
Porque se cala e fecha, corporativamente, a Ordem dos Médicos?
Porque é que em Espanha os abusos são menores, porque não consentidos, inclusive pelos médicos ?
Em Espanha, os médicos não têm as vinhetas à mão de semear, têm um cartão que tem que ser validado em equipamento próprio e não passam receitas pr’o cão, pr’ó gato e pr’ó que for preciso. Em Espanha, não há taxas moderadoras e os reformados não pagam medicamentos!
Aqui os médicos dizem à boca pequena que ao Domingo há mais gente nas urgências para pedir "o papel" para faltar à segunda-feira. A Ordem só sabe falar alto para defender os seus interesses e o direito dos seus membros à objecção de consciência perante o aborto?
E pensar que muitas urgências se devem ao "papel" (fantástico o sketch do Ricardo Araújo Pereira) !
Exemplo de situação: Uma criança está na creche/infantário. Surge uma pontinha de febre e logo telefonam à mãe ou pai, clamando para irem buscar a criança e que não pode ali voltar sem declaração médica.
Aqui começa a saga para conseguir uma consulta de urgência/receita/"papel" para a falta ao trabalho de um dos progenitores, "papel" para dai a X dias a criança poder voltar à creche/infantário.
Resumo da urgência: PAPEL.
Pergunto:
1- O Plano Tecnológico não tem aqui uma palavra a dizer para não virmos a perder até os actuais indigentes cuidados primários ? (sou utente do centro de saúde (sofrimento) da Buraca. Embora resida em Alfragide, onde não há centro de saúde.
2-. Se NÃO PUDESSE haver tanto incumprimento, não seria possível haver menor carga tributária (IVA, IRS) ?
2- "Isto", esta mensagem, não devia passar, mais claramente, para a opinião pública ?
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