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2006-04-22

 

A situação no sector " Actividade de Segurança"

Acabo de ler no Expressoemprego de hoje, que o Estado é o responsável por cerca de 40% da facturação gerada na actividade de Segurança, pelos serviços que contrata a este tipo de empresas.

Sendo assim e este dado tem origem na respectiva associação do sector, estamos perante um cliente importantíssimo.

Mas o Estado como Estado tem o dever de regular o sector.

E as críticas em relação ao Estado regulador abundam e são, a serem verdadeiras, um bom indicador de como "a economia" não funciona ou funciona mal e com distorções gravosas.

Que tipo de críticas abundam?

A primeira e principal é a concorrência desleal, traduzida em:

O Estado é acusado de, nos concursos que faz, não ter em conta a situação das empresas concorrentes sobre os aspectos antes referidos e de o critério de escolha ser o preço. Ora as empresas que nada cumprem fazem "dumping".

Defende a associação que o funcionamento do sector é, neste contexto, um caos e que se está a perder uma oportunidade de criar no espaço de um ano 5000 novos postos de trabalho.

Segundo a associação, há cerca de 3 meses foi feita a denúncia junto do ministro Vieiraa da Silva que tem vindo a demonstrar "uma maior predisposição para actuar nesta área".


Comments:
e agora que se fala de entregar a seguranças privados tarefas de vigilância nas prisões (espero que não!) seria importante regulamentar e vigiar mais esse sector.

todos sabemos dos horários que se praticam, e da fuga sistemática ao fisco.

como sempre, temos Leis, mas não temos sistemas que as apliquem.
 
o estado demite-se de proporcionar segurança e entrega-a a empresas privadas.....
e quem é que está à frente dessas empresas, em termos de posse e de direcção???? investiguem e ficarão surpreendidos.....

antes do florescimento das "polícias municipais" -de duvidosa legalidade- houve autarcas que entregaram as funções de polícia a empresas de segurança privada, num claro atropelo à lei...
qualquer dia vamos ter esses "seguranças" a circular com armas de fogo na via pública....
 
Penso que os dois comentários se situam em tons diferentes. Como em tudo deveria haver uma delimitação política clara (de quem está no poder)do campo do exercício da actividade económica. Esta ausência de princípios e regras faz com que nos debates se baralhem "as bases" e sem benefícios para a discussão.

Vamos admitir que na segurança há um espaço para a actividade privada, incluindo a prestação de serviço ás entidades públicas.

Admitida este princípio que é o meu, há que regular essa actividade e não pode ser o Estado por um lado a ditar normas e ser o primeiro a, na prática, ir contra elas. Num sector de actividade em que o Estado compra serviços no valor de 40% da facturação do sector, o não cumprimento é muito grave, distorce as leis da concorrência que o Estado deveria aplicar com todos os efeitos negativos nas empresas que cumprem.

Outra questão sem dúvida de fundo e de forma de equacionar é o do âmbito. E aqui há muita matéria a debater. também podemos entrar nessa.
 
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