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2006-07-13

 

A terceira lição



Altos & Baixos



Julgo que entendo bem a boa vontade que anima o post Duas Lições, do Raimundo Narciso. O Governo, depois de mostrar o jogo e a agenda, onde avultam as medidas gravosas para a maioria dos trabalhadores por conta de outrem, dá um ar da sua graça, pondo em causa «privilégios» dos que «ganham muito».

Há nessa moralização, pelo menos, duas notas dissonantes.
A primeira tem a ver com o quadro das prioridades; a segunda, com a eficácia, a aplicação, a data e fase da carreira em que ganham efeito as «correcções».
Se tivesse começado por aí, vá lá. A coisa ainda se poderia perceber. Mas o Governo de Sócrates, em matéria de enfrentamento dos interesses, tem feito tudo ao contrário. Ao atirar-se «agora» ao insustentável regime de pensões do BP e «outros corpos especiais» -- infelizmente, não pode, para já, ir a todos nem se sabe tampouco qual a extensão do «castigo», -- a coisa aparece como um expediente compensatório.

Por isso, às “Duas Lições” enunciadas pelo Raimundo Narciso, há que acrescentar uma terceira. O Governo do Partido Socialista age com mais tacto, vagar e contemplação quando se trata de tocar nas prebendas dos mais abastados. No resto, é o que se tem visto.

Portanto, a «terceira lição», deveria parafrasear o provérbio: «Ninguém se ria com o mal do vizinho, que o seu pode vir a caminho».

Comments:
Bem observado. Esta 3ª lição tem um toque brechtiano, muito a propósito, em diversos sentidos. Acho que Pinto de Sousa deveria ter a coragem de propor uma só pensão de reforma considerando as diferentes carreiras contributivas. Porém, não é de esperar que tenha coragem ou vontade de "enfrentar" esses interesses.
Vai lá, vai!...

Carlos Soutelo
 
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