2006-08-14
Da Madeira a Lisboa (1)
Mas o problema surgiu, numa época, em que o ambiente não era muito propício a discussões, sobretudo num país onde a tradição de debate político simplesmente não existia.
Tive oportunidade então (1974/75) de ter vivido um pouco por dentro esta problemática, com alguma responsabilidade institucional até e senti quão dificil era colocar a questão para cima, ou seja, no Terreiro do Paço.
Pensando bem, talvez seja mesmo este o "tipo de processo de decisão política" que nos caracteriza como País. E então não terá sido só a Madeira e os Açores que não foram alvo de reflexão e debate. Um muito reduzido número de pessoas, a "elite do poder", atenção não é no poder, vinco, é do poder - decide sem debate.
É uma falsa ideia esta. Se, pelo menos, os partidos funcionassem e decidissem eles verdadeiramente, teríamos uma democracia muito rica. Mas a realidade é outra. Temos uma democracia muito frágil em termos de participação consciente. Dirão alguns. A nossa jovem democracia ... tem falhas. E onde estão as medidas e a vontade política de a aprofundar?. Onde está a vontade de criar as condições de participação?. Temos sim uma democracia formal, jurídica, apenas...e pouco mais.
Este debate não se fez e, dessa falha de organização política do país, há sequelas muito profundas. Ainda se está a tempo de melhorar: porque não aproveitar a oportunidade da nova Lei das Finanças regionais para um debate, aliás como é sugerido num comentário do post abaixo: " De retorno à capital". A resposta é: à "elite do poder" não interessa.
E só para acabar este post: este processo consumou-se por acção das "elites do poder".
Realizável? Utopia?
O AJJ aproveita a ignorância das pessoas cá e lá, com habilidade e, manobra os políticos quase sempre obtendo o que quer.Até mais quando os governos são PS. Gerir um espaço territorial só na base das receitas é fácil. Não ter o onus dos custos, ou seja, não assumir o GR a responsabilidade de ter que decretar impostos que sobrecarreguem a população e ainda poder alegar que os impostos na região são mais baixos é só crédito. Ora, a farsa é grande.O governo do País (José Sócrates) quer pôr algumas normas "ao dinheiro fácil", mas tem de explicar para cá e para lá as razões sob pena de gerar mais dessintonização entre cá e lá. Ana Esteves
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