2006-08-24
Da Madeira a Lisboa (3)
AJJ procurou palco e conseguiu-o. Uma grande conquista sua e uma grande arma que soube bem usar junto da população madeirense. Um dia AJJ disse, há uns bons anos e esta passagem encontra-se escrita num livro sobre conversas com 20 personalidades deste país (não me lembro o autor), que fazia tudo para que dele falassem (bem ou mal, não interessava). Assim seria ouvido, não era esquecido e podia pressionar e ameaçar concluo eu.
Este "folclore montado", com alguma ciência, projectou-o muito na Madeira e por cá até há quem aprecie, com algum incómodo talvez, o seu "poder, dito, reivindicativo".
Não discuto em abstracto o montante das transferências. Discuto-as num contexto de regras e princípios. A lei das finanças regionais tardou; só apareceu com Guterres e Sousa Franco constituindo um marco muito positivo a sua simples existência (boa ou mal formatada).
Em meu entender, a lei das finanças regionais foi mal preparada, ou talvez, numa outra óptica mais pela positiva deveria ter sido continuado o seu aprofundamento e, desde logo, com estudos que levassem a um levantamento exaustivo das transferências directas e indirectas que se processam entre o Continente e as regiões, pois acredito na base de alguma informação que ninguém conhece, ao certo, o montante global que será umas quantas vezes superior ao que é transferido via Lei das Finanças Regionais.
A base sã de transparência e para assumpção de quem é responsável pelo quê, entre poder central e regional, seria uma das razões para que a população da Madeira não atribua a AJJ funções do poder central como, por exemplo, o caso das reformas.
Ana Esteves
Em primeiro lugar e respondendo telegraficamente à Ana Esteves, não estou a fugir a um debate o mais profundo possível sobre este assunto em termos dos fundamentos que deveriam sustentar a Lei das Finanças Regionais. Muita pouca gente tem opinião pública sobre isso. Conheço apenas artigos com alguma profundidade de Silva Lopes e Miguel Beleza.
Sobre o comentário do anónimo e "as benesses oferendadas pelos ministros socialistas" apenas direi que o leque das prebendas deve ser alargado. Muitos Ministros das Finanças foram magnânimos, desde o perdão de grande parte da dívida a quando da 1ª lei e que rondaram umas boas centenas de milhões de contos.
Agora o que esteve sujacente: tudo.
Jogo de bloco central, reduzir as turbuL~encias, má consciência, etc. tudo, menos regras e princípios.
Mas é claro que tropeças na casca da banana que andaste a comer e isso é de tolinho... Acabas por ser obrigado a entender que não tens assim tanto para atirar ao homem... De uma forma ou de outra, com maior ou menor arrogância e ofendendo mais ou menos pessoas ele consegue o que muitos falham...
se quiserem, podem visitar o www.madeira-ignorancesucks.blog.vu
já ficam com uma certa ideia. E sou madeirense, sei do que escrevo.
Marcelo
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