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2006-08-24

 

Da Madeira a Lisboa (3)

Alberto João Jardim (AJJ) merece que se lhe chame tudo: palhaço, malcriado, impostor, prepotente, ditador, ..., tudo consoante a criatividade de cada um. Para este sentimento de repulsa em cada um de nós, ele muito trabalhou de forma consciente e programada.

AJJ procurou palco e conseguiu-o. Uma grande conquista sua e uma grande arma que soube bem usar junto da população madeirense. Um dia AJJ disse, há uns bons anos e esta passagem encontra-se escrita num livro sobre conversas com 20 personalidades deste país (não me lembro o autor), que fazia tudo para que dele falassem (bem ou mal, não interessava). Assim seria ouvido, não era esquecido e podia pressionar e ameaçar concluo eu.

E ganhou. Ainda hoje AJJ não se mexe sem que a comunicação social corra atrás, à espera de qual o disparate que vai sair para ter notícia. Veja-se a TV, vejam-se os jornais regionais e nacionais e o homem lá está em palco.

Este "folclore montado", com alguma ciência, projectou-o muito na Madeira e por cá até há quem aprecie, com algum incómodo talvez, o seu "poder, dito, reivindicativo".

Uma questão central esteve presente em tudo isto: a indefinição ou, se quisermos, a má definição das relações entre a Madeira e o Poder Central, que é muito mais vasta que as finanças, apesar de se perceber o problema nevrálgico vai dar aos dinheiros, porque como diz o ditado "quem não tem dinheiro não tem vícios". E há tantos vícios criados.!!

Não discuto em abstracto o montante das transferências. Discuto-as num contexto de regras e princípios. A lei das finanças regionais tardou; só apareceu com Guterres e Sousa Franco constituindo um marco muito positivo a sua simples existência (boa ou mal formatada).

Era um começo de um conjunto de regras disciplinadoras para as relações, neste domínio, entre Madeira, Açores e Poder Central. Um conjunto de regras e princípios e, em simultâneo, um instrumento para os governos próprios das duas regiões: passavam a saber com que dinheiros contar.

Em meu entender, a lei das finanças regionais foi mal preparada, ou talvez, numa outra óptica mais pela positiva deveria ter sido continuado o seu aprofundamento e, desde logo, com estudos que levassem a um levantamento exaustivo das transferências directas e indirectas que se processam entre o Continente e as regiões, pois acredito na base de alguma informação que ninguém conhece, ao certo, o montante global que será umas quantas vezes superior ao que é transferido via Lei das Finanças Regionais.

A base sã de transparência e para assumpção de quem é responsável pelo quê, entre poder central e regional, seria uma das razões para que a população da Madeira não atribua a AJJ funções do poder central como, por exemplo, o caso das reformas.


Comments:
Nunca é tarde para perceber. Sempre tive a dúvida de que Madeira e Açores são uns grandes chupistas das massas nacionais. Com essa de não discutir em abstacto, não estás a fugir ao debate sobre os fundamentos do montante de transferências e da sua aplicação?
Ana Esteves
 
Excelente a questão posta pela Ana Esteves. E já agora, João Abel,como explicas as benesses várias vezes oferendadas pelos Ministros socialistas (magnânimos, como Pina Moura, por exemplo, perdoando a dívida na saúde de 12 milhões de contos, hoje 60 milhões de euros)?. É medo? É jogo político de bloco central?
 
Excelentes os dois comentários, apesar das subtis provocaçõezinhas/desafios.
Em primeiro lugar e respondendo telegraficamente à Ana Esteves, não estou a fugir a um debate o mais profundo possível sobre este assunto em termos dos fundamentos que deveriam sustentar a Lei das Finanças Regionais. Muita pouca gente tem opinião pública sobre isso. Conheço apenas artigos com alguma profundidade de Silva Lopes e Miguel Beleza.
Sobre o comentário do anónimo e "as benesses oferendadas pelos ministros socialistas" apenas direi que o leque das prebendas deve ser alargado. Muitos Ministros das Finanças foram magnânimos, desde o perdão de grande parte da dívida a quando da 1ª lei e que rondaram umas boas centenas de milhões de contos.
Agora o que esteve sujacente: tudo.
Jogo de bloco central, reduzir as turbuL~encias, má consciência, etc. tudo, menos regras e princípios.
 
Começas de forma triste o post e lá acabas como gente séria... Analizas e tentas levantar uma ou outra questão pertinente...
Mas é claro que tropeças na casca da banana que andaste a comer e isso é de tolinho... Acabas por ser obrigado a entender que não tens assim tanto para atirar ao homem... De uma forma ou de outra, com maior ou menor arrogância e ofendendo mais ou menos pessoas ele consegue o que muitos falham...
 
Os Açores não podemos considerar como chupistas, porque além de serem território português, são nove ilhas. Já a Madeira, com apenas 2 ilhotas (uma delas só tem gente no Verão), podemos considerar como a grande chupista europeia. Sim, EUROPEIA! Não é só subsídios a nível nacional, da Europa é que mamam à força toda...
se quiserem, podem visitar o www.madeira-ignorancesucks.blog.vu
já ficam com uma certa ideia. E sou madeirense, sei do que escrevo.
Marcelo
 
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