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2006-09-13

 

Política (3)



Onde puseste o Bloco Central?


Regozijo-me com o regresso de férias (demasiado longas mas, sem dúvida, merecidas) do João Tunes, prezado amigo e blogo-companheiro do vizinho Água-Lisa (6).

Brinda-nos ele, no seu regresso às blogosféricas lides, com algumas referências [ler aqui] às posições expressas no nosso anterior post Política (1). Diz ele que, em boa parte, está de acordo, não divisando, porém, o fundamento da minha crítica ao défice democrático implicado no pacto PSD/PS, tutelado pelo PR.

Devo, em primeiro lugar, homenagear a primazia de Lester Burnham, meu blogo-companheiro do PUXAPALAVRA, que tratou o assunto anteriormente num excelente post que intitulou “Ser firme não implica ser arrogante”. Aí, apesar de não se debruçar especificamente sobre a bondade do pacto, toca na atitude matricial que tem gerado, imperceptivelmente, a concepção bipartidária do sistema político.

Direi, pois, que, tal como em relação à nomeação de Freitas do Amaral, que referi no post Política (2), a legalidade e a legitimidade democráticas não se dão as mãos neste caso.

Excluir as restantes forças políticas do Arco Parlamentar, significa apenas que as suas melhores propostas, ainda que parciais, e os seus contributos qualificados, ainda que individualmente considerados, são desperdiçados, para favorecer um entendimento “ao centro” cuja componente democrática se debilita, não por não ser constitucionalmente comportável, mas por evitar a complexidade que implicaria ter em atenção, por pouco que fosse, os pontos de vista esboçados fora do Bloco Central.

A esse respeito, sublinhei até, algumas expressões do pensamento crítico que circula dentro do PS e que ficaram, pelas mesmas razões, curto-circuitadas.

Parece-me uma questão relativamente simples, de mais ou menos democracia, sendo que, no caso vertente, ficámos com mais pactopatia e com menos democracia.



Comments:
Caro Manuel Correia,

Dizes tu:
“Excluir as restantes forças políticas do Arco Parlamentar, significa apenas que as suas melhores propostas, ainda que parciais, e os seus contributos qualificados, ainda que individualmente considerados, são desperdiçados, para favorecer um entendimento “ao centro” cuja componente democrática se debilita, não por não ser constitucionalmente comportável, mas por evitar a complexidade que implicaria ter em atenção, por pouco que fosse, os pontos de vista esboçados fora do Bloco Central.”

Diz o “Avante!” no seu último Editorial:
“O mais relevante da política de direita foi o acordo, amparado e benzido por Belém, entre os dois partidos que se têm revezado no poder e que, como numa corrida de estafetas, passam o testemunho um ao outro para aprofundar os males do País. PS no Governo e PSD na «oposição», à revelia de todos, acordaram um pacto de regime, que serve desta feita para formatar a Justiça e conformá-la aos moldes de dominação de classe.”

Como é? Exclusão ou auto-exclusão?

Abraço.

João Tunes
 
_____________________________

João Tunes,

pelo rumo das tuas reflexões até poderíamos ser levados a supor que o Pacto da Justiça (logo veremos se há outros...) é mais motivado pela "auto-exclusão" do PCP (mailos BE, CDS e sectores do próprio PS) do que pelas afinidades "centristas" com o PSD.
Eu, é claro, inclino-me mais para a segunda hipótese.
Muita areia...
 
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