.comment-link {margin-left:.6em;}

2007-07-24

 

Plano tecnológico para as escolas


Assim à primeira vez que se ouve parece uma boa ideia.
Aplaudo a opção política de consumir parte importante dos fundos comunitários num projecto que pode vir a ser estruturante.

Mas como já estou habituado a que a equipa actual do ministério da educação muito prometa resolvi ler e pensar um pouco mais.

A opinião que actualmente tenho é de que algumas medidas são inegavelmente positivas e outras devem ser implementadas com cuidado sob pena de gerar situações de difícil gestão.

  1. Cartão electrónico - Já existe na escola dos meus filhos. Cada menino tem um cartão. Os acessos são controlados com torniquetes onde se passa o cartão. Existe um quiosque para consultas e os pagamentos são por débito ao saldo. Acho um sistema útil e que funciona bem. Aplaudo a generalização. Existem melhorias a introduzir no sistema, nomeadamente : expandir para controlar acessos de professores e funcionários. Possibilidade de carregamento no multibanco (actualmente os meninos têm de o carregar na escola em numerário), ligação a sistema de gestão administrativa e pedagógico (pautas, faltas).
  2. Uma impressora por sala de aula - Quem está numa sala deve ter possibilidade de impressão, mas nem sempre tem lógica existir uma por cada sala de aula. É caro e desnecessário. Existem escolas que têm zonas comuns muito perto de várias salas. É um recurso que deveria ser partilhado.
  3. Um videoprojector por cada sala de aula - É um meio com grandes possibilidades pedagógicas. Se bem que não seja necessário em todas as aulas, o manuseamento destes aparelhos é problemático podendo as lâmpadas danificar-se facilmente com a sua movimentação. Concordo que cada sala deve ter um devidamente colocado no tecto das salas. Terá de se resolver no entanto os problemas de luminosidade de grande parte das salas de aula do parque escolar.
  4. Um computador por cada sala de aula - Um computador é algo que se desactualiza em 2 a 3 anos. Não é sempre necessária a sua utilização em sala. Fica pouco protegido e ocupa espaço numa sala mesmo quando dele não se precisa. Apostaria mais na compra de computadores portáteis e o seu levantamento (pelos professores e alunos) nos centros de recursos da escola (tal como já existe em várias escolas). É mais racional e facilita a gestão do parque.
  5. Portais das escolas - Excelente medida sobre a qual escrevo há longo tempo. O software de infraestrutura deveria ser desde já definido como sendo livre. Deverá ser levada em conta a propriedade intelectual dos materiais nela contidos.
  6. Quadro interactivo - Não conheço nem sei o que em concreto se consegue fazer. Assim de repente parece-me uma boa ferramenta.
  7. Escola simplex - A quantidade de vezes que tem de se preencher papeis com a mesma informação e as deslocações com esperas dos encarregados de educação são actualmente importantes. Um sistema que permita resolver a burocracia a partir de casa aproveitando a informação comum quando a resolver problemas diferentes vai de certeza reduzir algumas das faltas dos encarregados de educação aos seus empregos para tarefas que não o mereciam.
Suspeito que o software a incluir será o windows e o Microsoft Office. Discordo em absoluto porque existem alternativas livres (e gratuitas) de grande qualidade (ex : open office ) e além disso deve fazer parte da cultura informática dos cidadãos perceber que um processador de texto não é algo chamado word ou que um browser para aceder à internet não é sinónimo de "internet explorer". Mas nesta não acredito que hajam quaisquer cedências. São conhecidos os favores deste governo à Microsoft (porque estes investem umas massas em Portugal, muito menos do que Portugal no entanto lhes paga).

Faltou referência a redes sem fios nas escolas. Não faz sentido existir banda larga sem que nas escolas seja possível aceder à internet em qualquer local e por parte de qualquer pessoa da comunidade escolar (professores, alunos e auxiliares).

Não percebi também a organização que (se) será montada para apoiar as escolas na manutenção (correctiva e evolutiva) do enorme parque informático que será criado. Se para a informática a política for a mesma das reparações (em que se repara quando está totalmente estragado) prevejo um enorme despesismo de recursos.

Termino dizendo que não basta gastar os 400 milhões uma vez. Para que daqui a 4 anos não estejamos em presença de um enorme elefante branco desactualizado terão de ser inscritas no orçamento do estado verbas que permitam a sua evolução anual.
Comments:
Antes de gastar dinheiro em comptadores seria bom que tomassem cuidado com os edifícios escolares, assegurando o seu conforto, que dispõem de todas as salas necessárias, etc.

Mais importante do que os computadores, é qie os alunos não passem frio na escola no Inverno, que tenham uma cantina para comer e um ginásio para fazer ginástica, etc.

Só depois de grantir que tudo está bem neste campo, é que deveriam pensar nos computadores.

Luís Lavoura
 
Essa é uma dúvida política de fundo.
Existe mesmo em tudo na vida. Devemos apenas lançarmos-nos em desafios quando todos os outros estão completos ?

Por exemplo: Toda a gente sabe que existem meninos em Portugal que passam fome. Devemos fazer escolas quando este problema ainda não foi resolvido ? ou devemos fazer bibliotecas em Lisboa quando ainda existem barracas ?
 
De acordo com quase tudo, incluindo a reformulação da ideia peregrina de um pc por sala.
Quanto à adopção de software "open source", duvido que o tio Bill não tenho colocado as suas condições.

Quanto ao recrutamento de jovens pagos por agências para a apresentação pública do equipamento nas televisões, achei (como dizer?)decepcionante e de uma encenação escusada. Não seriam os destinatários autênticos suficientemente telegénicos?
 
Esta coisa das escolas sempre me disse muito até pelo meu envolvimento com o movimento associativo enquanto fui estudante e agora como pai.

Constato aliás, com alguma mágoa, que a escola dos meus filhos não é assim tão radicalmente diferente da minha, descontadas as modernices tecnico-informáticas. Suspeito até que tal como em outras questões se fique pela rama em vez de discutir o nabo que é como quem diz apresentar a necessário informatização como um fim em si e não como um meio. Mas isso é uma outra discussão!

De qualquer forma as medidas apresentadas são objectivamente positivas embora carecam de algumas afinadelas. Aqui estou quase 100% de acordo com o Lester.

Duas notas:

1. a tecnologia RFID que parece agora ser moda nos cartoes electrónicos e que levanta questões de privacidade mais preocupantes quando estamos a falar de crianças e adolescentes.

2. A questão do sw proprietário. Suspeito também que tudo isto faça parte da "negociata" com a Microsoft. De facto não faz sentido ensinar Word como sendo O processador de texto ou Excel como sendo A folha de cálculo, quando existem já alternativas perfeitamente equivalentes no mundo open source. Infelizemente essa tem sido a "tradição" no ensino das TIC nas nossas escolas, tradição essa que temo agora venha a enraizar-se ainda mais.
 
Mas que escola esta meu caro!
É pública? Fica no centro ,no litoral ou na nossa muralha,vulgo
arredores ou de um modo mais moderno,Área Metroplitana de Lisboa! Fico satisfeito por si!
Como seria bom que todas as crianças pudessem contar com uma escola assim!
 
É pública, em Lisboa, na freguesia do Lumiar.

Eu só referi que nela existiam os cartões. E isso não é inédito nas escolas públicas Portuguesas. Existem umas dezenas valentes que já usam este sistema.

Espero que agora seja generalizado a todas as escolas públicas.

Quanto ao resto é pior que umas e melhor do que outras. Também faz frio nas salas no inverno e calor no verão. Também tem casas de banho para os alunos com falta de condições.
 
Parabéns ao Lester pelo seu interessante artigo. A medida do Governo nos termos gerais parece-me bastante boa. Estou de acordo com o Lester nas suas prevenções. Na questão da continuidade do programa e sua sustentabilidade na boa aplicação. Nisto, como em quase tudo, as boas medidas se não tiverem gente apta a concretizá-las servem de pouco. Há que responsabilizar o Governo/Administração pela aplicação da boa medida e exigir o controlo periódico dos resultados.Na questão da "open source" é preciso não deixar de insistir até que se adoptem as boas práticas que já existem em vários países da UE.
Agora quanto ao Português: há que cuidar melhor da escrita. Há erros/gralhas ortográficas. Prontuário ortográfico sempre à mão.
Infra-estruturas (leva hífen). Em 5) ...sobre a qual escrevo à (é ) longo tempo:
Fernão Mendes Minto
 
Obrigado pelas dicas quanto à escrita.
Tenho mesmo de melhorar.
Prometo que vou continuar a tentar.
 
Não vi,mas confio na palavra de quem me contou. Numa operação de marqueting, Sócrates foi a uma escola para que se aferisse do modelo a implementar. As crianças ,digamos os jovens aprendizes, quando interrogados pelos sofistas,digo jornalistas,apresentaram como argumento para ali estar,3o euros,e uma chamada para um casting! Confrontado com as respostas e com os sofistas, Sócrates nada disse,retirou-se em debandada, foi reflectir! Suponho que sobre a nova maquillage! E viva o portugalito e a boa vontade de alguns!
 
Não vi,mas confio na palavra de quem me contou. Numa operação de marqueting, Sócrates foi a uma escola para que se aferisse do modelo a implementar. As crianças ,digamos os jovens aprendizes, quando interrogados pelos sofistas,digo jornalistas,apresentaram como argumento para ali estar,3o euros,e uma chamada para um casting! Confrontado com as respostas e com os sofistas, Sócrates nada disse,retirou-se em debandada, foi reflectir! Suponho que sobre a nova maquillage! E viva o portugalito e a boa vontade de alguns!
 
Enviar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?