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2008-02-11

 

O Jogo e as regras (5)


O último parágrafo do post de Raimundo Narciso, - Confesso, - contém uma proposta assaz curiosa de tipos de motivação para quem andou, como eu, a dizer cobras e lagartos da falhada governança do ex-Ministro da Saúde, Correia de Campos.
João Tunes, do Água Lisa(6) já chamou a este posicionamento Situacionismo em cul-de-sac, por, alegadamente, não vislumbrar o alcance da lamentação pos factum. A maioria dos apoiantes do Governo entendeu as razões dadas pelo 1º Ministro, pois se um Governo, sustentado pela maioria absoluta dos deputados da Câmara, se decide a uma remodelação, não é, em princípio, por lhe faltar força e condições para, se quisesse teimar em manter Correia de Campos, como mantém tantos outros com taxa de popularidade abaixo da linha de água, segurá-lo.

Dá-nos, Raimundo Narciso, 5 (cinco) possibilidades de nos encaixarmos na sua "grelha de análise":

1) Ex-governantes (queremos "regressar depressa ao Governo");
2) Médicos, enfermeiros, utentes e farmacêuticos (não queremos "perder privilégios (dignidade!)");
3) Velhos, conservadores, reaccionários e birrentos (não estamos "para enfrentar os incómodos da mudança");
4) Tontos, seguidistas, miméticos (vamos "atrás da gritaria");
5) Idealistas, utópicos, poetas irrealistas (queremos "um mundo melhor")

Para todo este rol de motivações, segundo o nosso companheiro de blogue, "o pretexto mais óbvio era o da Saúde". Ou seja, com tantas promessas não cumpridas, tantas expectativas goradas, tantos cortes em tanto lado, esta mole humana de descontentes foi-lhe logo encalhar no Ministro da Saúde. Da estranha convergência, retira Raimundo Narciso uma conclusão lógica: havendo outras áreas da governação igualmente más, a escolha das políticas de Saúde como alvo das contestações só se poderia dever a concertações manipulatórias, intenções inconfessáveis e, pois claro, (era mesmo o que estava cá a faltar), aos inocentes úteis.

Parece esquecer que, em nome da precaução que aconselhava a não dar trunfos ao inimigo, coincidindo nesta ou naquela crítica específica, colaborámos todos (por certo em diferentes medidas) numa disciplinada contenção e numa centralizada espera do momento propício que nunca havia de chegar.

Raimundo Narciso deixa claro o que pensa em matéria de tipologia para a oposição à política do Governo de Sócrates mas oferece-nos uma visão necessariamente incompleta em termos de análise social e política. Não se deixou tentar pelo complemento lógico da sua tipologia. Poderia, se quisesse, dar-nos a outra face da moeda, assinalando os descritores das motivações opostas.

Quais as principais motivações dos apoiantes das políticas de Saúde do Governo? As empresas privadas de prestação de cuidados de Saúde? As seguradoras? A Banca? Talvez.

Que faria Raimundo Narciso para convencer Sócrates de que a melhor solução ainda seria manter o Ministro Correia de Campos em funções?

Resta-nos uma espécide de prémio de consolação: na tipologia motivacional de Raimundo Narciso, "os que querem um mundo melhor" ficaram do nosso lado.

Não poderíamos desejar melhor companhia!

Comments:
Ó amigo (não era assim antigamente)
então dizem bem uns dos outros porque?
é alguma seita ou andam todos de avental.
 
Nos EUA, pela "esperança" e pela "mudança"; em Portugal, por Correia de Campos e seus encerramentos selvagens. São os paladinos esquizofrénicos do "Socialismo de rosto humano", com ou sem avental.
 
Camarada r.proença, Avante camarada avante, assim se vê a força do PC (e faz muito bem manter o anonimato com o r.proença de fingir. Vivó jirónimo)
 
Para o anónimo que responde ao sr. Proença.
Os que agora em todo lado vem perigosos comunistas já cantaram até muito alto o avante camarada, mas agora não se lembram da letra só pensam nas nota$$$$$.
Afinal que democrata é o sr. anónimo que os comunistas levam logo com o rótulo. O sr. anónimo deve ser desta nova classe dos vira casacas mal vestidos e dos audis a4 cinzentos.
O sr anónimo é um TUGA de "esquerda"
 
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