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2011-01-17

 

Tunes: "A revolução estoirou na internet"

É o título do jornal Público sobre a "revolução" na Tunísia. O Público, jornal de esquerda, o de Espanha, não o de cá. 
João Tunes, via Facebook, levou-me ao Público e este, a Tunes, não ao de cá, o João, mas a Tunes de lá, capital da Tunísia.
Começa assim:
El edificio de la censura que Zin El Abidin Ben Alí había levantado se empezó a agrietar en 1997, cuando unos tunecinos ávidos de quitarse la mordaza accedieron a internet. Poco podía saber el régimen, que se jactaba después de ser el primer país africano y magrebí en haberse conectado a la red, que el día en que el primer ciudadano de su país entró en ella se había plantado la semilla de una herramienta que ha sido clave en la caída del dictador.
Vale a pena accionar o link e ler o resto, até porque o artigo nos leva a Lina Ben Mhenni, uma jovem tunisina de 27 años e ao seu blog A Tunisian Girl, um blog regularmente censurado pelo ditador posto em fuga, "una situación que "acabó hace dos o tres días".
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Coloquei no início do  post a palavra revolução entre aspas, não porque desdenhe do heroico levantamento do povo da Tunísia que, se me é permitido, vivamente daqui saúdo, mas para lembrar (não ao povo da Tunísia que desculpo, desde já, não ler o Puxa Palavra, mas a si, caro leitor, no caso de não saber disto mais do que eu) que para o primeiro e decisivo passo - pôr o ditador em fuga - se transformar numa revolução que instaure um regime democrático é necessário desmantelar o aparelho da repressão do ditador, a polícia política, a censura, neutralizar a base de sustentação económica da ditadura e devolver ao país, ao povo, as riquezas roubadas pela oligarquia despótica. Há, portanto, muito trabalho de casa a fazer (mas na rua, atenção!). Nada de deixar entregue a outros o que só quem deitou abaixo o ditador sabe fazer.

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