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2011-02-02

 

Cairo : Praça Tahrir, 4ª feira, 2 de Fevereiro

Mubarak, converteu-se ontem à democracia e num discurso aos egípcios disse que ficava até ao fim do mandato, Setembro de 2011, para preparar as eleições (em que já está treinado) e a transição de forma pacífica (meios pacíficos é com ele). Enfim, fazia o favor de não se recandidatar após estes 30 anos de sacrifíco pelo povo. O discurso foi recebido na Praça de Tahrir com gritos de "rua já".
Para mostrar o apoio de que goza, Mubarak enviou algumas centenas ou milhares de apoiantes seus (polícias à civil foram reconhecidos entre eles se é que não eram só polícias) com paus, facas e outras armas brancas atacar os manifestantes que se mantinham na Praça da Libertação. Há mais de 500 feridos. O Exército não impediu a sua entrada numa posição de comprometedora "neutralidade". Elementos da oposição, como El Baradei, pediram ao Exército para impedir estes ataques.
Um porta-voz dos manifestantes dizia, na praça, ainda antes da grande manifestação de ontem, que Mubarak iria ainda aplicar o plano D. O plano A foi a repressão a tiro, o plano B foi o corte das emissões de TV da Al-Jazira, da internet e dos telemóveis, o que provocou o caos nos bancos, no aeroportos e outros serviços. O plano C tinha seido enviar os polícias à civil disfarsados de bandidos assaltar supermercados, habitações criando o caos e o terror e que o plano D, que já ocorria, seria impedir os abastecimentos alimentares e outros, com a paragem dos caminhos de ferro e transportes de passageiros e mercadorias que ontem se verificou para dificultar o acesso ao Cairo e a Alexandria, em particular. Afinal ainda havia um palno E. O do ataque aos manifestantes da praça Tahrir. Terá, seguramente, planos para outras letras lá mais para o fim do alfabeto... árabe. Aguardemos os acontecimentos, a vitória da democarcia e dos interesses da população, excluida aquela parte, sustentáculo e usufrutuária da tirania.
Não sei se já repararam que alguns dos nossos comentaristas de serviço tratam a revolta que abala o mundo árabe, sempre ou predominantemente, em função de "equilíbrios geoestratégicos", "o nosso petróleo" (que logo por azar é deles) em função dos interesses Ocidentais, como se não houvesse pessoas naqueles países. Como se as suas vidas, os seus interesses e a sua liberdade não entrasse na contabilidade dos direitos humanos universais.
Al-Jazira

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Comments:
Caro Raimundo,
Fiz link... e agradeço :)
Um abraço.
 
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