2011-03-30
A Crise política (2)
1. Quando os dois partidos da extrema esquerda se associaram aos dois da direita para derrubar o Governo chumbando o PEC-IV sabiam muito bem ao que iam. Mas a ambição do poder cantou mais forte. Ambas as alas do parlamento nutrem a gloriosa esperança de que os eleitores os elevem à governação. Estou absolutamente certo de que o PCP e o BE não foram deitar abaixo um governo que consideravam mau para o trocar por um que sabem ser pior. Estou absolutamente certo de que o PCP e o BE isoladamente ou em coligação nutrem legítima e fundamentada esperança de obterem maioria nas próximas eleições e formar Governo.
2. Já o PSD de Pedro Passos Coelho, se pusermos de lado os interesses do país, como é compreensível e até natural e ainda tendo em conta os recados de Cavaco Silva com aquele discurso de grande nobreza no dia em que ganhou as eleições e o outro, de notável estadista, como PR de todos os portugueses e não apenas dos da direita, já PPC - dizia eu - se pusermos de lado os interesses do país, fez o que tinha a fazer, aproveitar o momento, jogar tudo por tudo para subir a escadaria de S. Bento.
Pode-se acusar o homem de inexperiência e coisas assim por ter ido a correr a Bruxelas explicar aos da sua família política, à Senhora Merkel, ao Senhor Sarcozi e ao Senhor Durão Barroso que as desculpas que deu no parlamento para votar contra o PEC - "que castigava as famílias, etc" - era só a fingir porque defacto votou contra porque queria mais e não menos sacrifícios. E atenção! disse isto em Inglês o que, goste-se ou não, foi muito bem pensado. Pode-se acusá-lo mas que podia ele fazer? Estava-se-lhe a esgotar o tempo para se manter na liderança do partido e portanto era agora ou nunca. Ainda por cima com o semáforo de Belém a piscar a piscar verde... O país, o país... ora o país, e os outros? Não fazem o mesmo? Que se amanhem.
Etiquetas: BE, Encontro PCP-PS, PEC - IV, Pedro Passos Coelho