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2011-04-07

 

20.30 de ontem José Sócrates abre "falência"

José Sócrates anuncia que Portugal decidiu bater à porta da União Europeia, o que para esta situação quer dizer bater na do FMI.

Já hoje os convidados reagiram a dar as "boas vindas" a Portugal.

Mas é sobre o tratamento que nos vai dar o FMI, porque de facto é esta instituição que conta porque manda e não o Fundo Europeu (que Europa é esta, que nem instrumentos tem para se defender!!) que gostaria de registar aqui umas quantas dicas.

Primeira dica. Hoje deve estar muita gente feliz, pois nos últimos dias, só se visualizava pressão por todo o lado e de todas as formas (vide CE) para que Sócrates sucumbisse e chamasse o FMI. Não se precisa de nomear os actores de tal pressão dentro e fora do País. Foram muitos e até a população foi contaminada, numa de Benfica-Porto.

Sócrates não se encontrava preparado para responder de acordo com o que sempre anunciara porque se deixou cercar no campo do adversário, durante a sua governação, com uma receita que era a mesma do adversário. Assim, a resistência tinha um timing até porque os adversários tinham mais e melhores jogadores e melhor estratégia de combate. Só poderia haver resistência com outra receita.

Segunda dica e esta de mais interesse. É bom reflectir sobre as duas vezes que o FMI esteve em Portugal não para comparar com a situação actual que é muito diferente em termos de enquadramento, como abordamos mais à frente, mas por duas conclusões: a grande perda do poder de compra da grande maioria dos portugueses. O aperto do cinto como é mais popular dizer-se foi de facto muito forte. Mas a segunda conclusão e para mim mais decisiva foi a de que em termos de mudança de estrutura económica pouco ou nada trouxe. O País levou uns grandes apertões, mas as deficiências estruturais do modelo de desenvolvimento por cá ficaram e tanto assim é que hoje exige nova entrada do FMI para mais uns apertões desta vez infelizmente até por um prazo mais longo, mas o modelo, esse apenas acredito que vá ser ajustado dento dos mesmo padrões.

A terceira dica é sobre o enquadramento. Nas duas vindas anteriores Portugal tinha o escudo e a grande medida de "competitividade" foi a desvalorização do escudo para facilitar exportações, a redução da despesa sempre na base do corte de salários e outras regalias e houve até a venda de umas quantas toneladas de ouro para redução da dívida.

Hoje as hipóteses de acção são menos. Há o euro e sobre esse o país não manda é moeda única. Há ouro mas nada se diz sobre isso, pelo que serão os rendimentos das pessoas que vão suportar a investida do FMI, ou via salários (Função Pública); pensões e todo o consumidor pelo aumento dos diversos impostos.

De comum, portanto teremos uma forte redução do poder de compra.

Ainda há uma outra grande diferença, o enquadramento internacional da economia portuguesa . O Mundo e sobretudo os países mais evoluídos, com a Europa à frente, está em crise económica.

De tudo isto ressalta que nunca será a receita do FMI que, a prazo, trará melhorias para o desenvolvimento do nossa economia. Mas sobre isto não há debate.

Gasta-se a energia nacional noutras frentes.

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Comments:
A ser assim só nos resta esperar a dimensão do apertar do cinto. Vai ser duro estou de acordo. Mas haveria outras alternativas? O PS não conseguiu e os outros partidos mesmo os de esquerda nada adiantaram.
Em que ficamos?
 
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