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2013-02-28

 

EStratégia pos troika deste governo

Tendo sido questionado pelo diário económico se o governo Passos Coelho/Vítor Gaspar/Paulo Portas não deveria ter já uma plano pós troika, eis a minha opinião publicada hoje no DE

Pós Tróika.

Situação actual - A economia portuguesa está num atoleiro perigoso com sérios riscos de afundamento.

Este Governo, apesar de insistir que o comportamento evolutivo dos indicadores económicos está em linha com os objectivos fixados, veio reconhecer, implicitamente, nestes últimos dias, que a realidade é bem outra.
A recessão para Portugal em 2013 vai duplicar anunciou Vítor Gaspar. A taxa de desemprego de 16,5%, prevista para Dezembro, em Fevereiro já atingiu 16,9%. A execução orçamental do mês de Janeiro foi um desastre. As exportações não se consolidam. A procura interna cada vez se afunda mais. Não há investimento, nem privado nem público. O financiamento às PME continua inacessível. As falências contrastam com a não existência de medidas de reestruturação e inovação do tecido empresarial. Enfim, a emigração está a roubar-nos mão de obra habilitada Neste contexto, a pergunta só pode ser: para onde caminha a economia do país?

Perspectivas - Fui questionado se o governo não devia ter já um plano pós ‘troika'. Atenção, este Governo tem uma estratégia assente em dois pressupostos: o empobrecimento do País, o que está a fazer, varrendo os estratos da classe média de menos recursos para situações angustiantes e de pobreza e, a redução do Estado ao mínimo, com os cortes na saúde, educação e segurança social na tentativa de revigorar o grande capital.
Esta a estratégia a consolidar pós ‘troika' por este Governo, caso não seja destituído. Com esta estratégia a economia do País não produzirá suficiente riqueza e emprego, não pagará a dívida nem reduzirá as fortes desigualdades sociais.
O País, apesar da racionalidade na despesa e da estratégia de mudança de padrão de desenvolvimento de que precisa, jamais gerará capacidade de pagar a dívida. Aliás, o dinheiro dos contribuintes não é para custear as partes ilegítimas da dívida. Exemplo, a dívida privada tornada pública no caso BPN. A dívida deve ser auditada e as partes ilegítimas anuladas. Quando muito repercuti-las nos causadores. Há ainda que renegociar prazos e taxas de juro com os credores.
João Abel de Freitas, Economista




2013-02-26

 

O que diz Passos Coelho


Deve ser para "convencer" a tróika que também não pode ir contra o que prescreveu, austeridade e mais austeridade, apesar dos resultados desastrosos que a receita prescrita está a dar e que o governo se baixa para cumprir.
.
Mas o primeiro ministro disse hoje, ouvi, que a despesa pública está a ser reduzida de forma sustentada.

É preciso traduzir isto por miúdos. 
Como a despesa pública tem sido reduzida sobretudo na base de cortes nas pensões/reformas e salários, e se isto significa redução de forma sustentada, a sua tradução em bom português significa, adeus salários cortados, adeus pensões cortadas. É para sempre. Só mesmo uma revolta para correr com esta gente e repor a legalidade.

Não acredito no Constitucional ou então só funcionará para o ano de 2014 e depois para 2015, o que quer dizer sem efeitos práticos para a população como foi no ano transacto.... São todos da mesma cepa.

2013-02-18

 

Á espera de um novo Papa... e os jogos esperados

Passando como recebi.

A história secreta da renúncia de Bento XVI
Mais do que querelas teológicas, são o dinheiro e as contas sujas do banco do Vaticano os elementos que parecem compor a trama da inédita renúncia do papa. Um ninho de corvos , articuladores de complôs reacionários e ladrões sedentos de poder, imunes e capazes de tudo para defender sua facção. A hierarquia católica deixou uma imagem terrível de seu processo de decomposição moral. O artigo é de Eduardo Febbro, direto de Paris.
Eduardo Febbro
Paris - Os especialistas em assuntos do Vaticano afirmam que o Papa Bento XVI decidiu renunciar em março passado, depois de regressar de sua viagem ao México e a Cuba.
Naquele momento, o papa, que encarna o que o diretor da École Pratique des Hautes Études de Paris (Sorbonne), Philippe Portier, chama “uma continuidade pesada” de seu predecessor, João Paulo II, descobriu em um informe elaborado por um grupo de cardeais os abismos nada espirituais nos quais a igreja havia caído: corrupção, finanças obscuras, guerras fratricidas pelo poder, roubo massivo de documentos secretos, luta entre facções, lavagem de dinheiro.
O Vaticano era um ninho de hienas enlouquecidas, um pugilato sem limites nem moral alguma onde a cúria faminta de poder fomentava delações, traições, artimanhas e operações de inteligência para manter suas prerrogativas e privilégios a frente das instituições religiosas. 
Muito longe do céu e muito perto dos pecados terrestres, sob o mandato de Bento XVI o Vaticano foi um dos Estados mais obscuros do planeta. Joseph Ratzinger teve o mérito de expor o imenso buraco negro dos padres pedófilos, mas não o de modernizar a igreja ou as práticas vaticanas.
Bento XVI foi, como assinala Philippe Portier, um continuador da obra de João Paulo II: “desde 1981 seguiu o reino de seu predecessor acompanhando vários textos importantes que redigiu: a condenação das teologias da libertação dos anos 1984-1986; o Evangelium vitae de 1995 a propósito da doutrina da igreja sobre os temas da vida; o Splendor veritas, um texto fundamental redigido a quatro mãos com Wojtyla”. Esses dois textos citados pelo especialista francês são um compêndio prático da visão reacionária da igreja sobre as questões políticas, sociais e científicas do mundo moderno. 
O Monsenhor Georg Gänsweins, fiel secretário pessoal do papa desde 2003, tem em sua página web um lema muito paradoxal: junto ao escudo de um dragão que simboliza a lealdade o lema diz “dar testemunho da verdade”. Mas a verdade, no Vaticano, não é uma moeda corrente.
Depois do escândalo provocado pelo vazamento da correspondência secreta do papa e das obscuras finanças do Vaticano, a cúria romana agiu como faria qualquer Estado. Buscou mudar sua imagem com métodos modernos. Para isso contratou o jornalista estadunidense Greg Burke, membro da Opus Dei e ex-integrante da agência Reuters, da revista Time e da cadeia Fox. Burke tinha por missão melhorar a deteriorada imagem da igreja. “Minha ideia é trazer luz”, disse Burke ao assumir o posto. Muito tarde. Não há nada de claro na cúpula da igreja católica. 
A divulgação dos documentos secretos do Vaticano orquestrada pelo mordomo do papa, Paolo Gabriele, e muitas outras mãos invisíveis, foi uma operação sabiamente montada cujos detalhes seguem sendo misteriosos: operação contra o poderoso secretário de Estado, Tarcisio Bertone, conspiração para empurrar Bento XVI à renúncia e colocar em seu lugar um italiano na tentativa de frear a luta interna em curso e a avalanche de segredos, os vatileaks fizeram afundar a tarefa de limpeza confiada a Greg Burke. Um inferno de paredes pintadas com anjos não é fácil de redesenhar. 
Bento XVI acabou enrolado pelas contradições que ele mesmo suscitou. Estas são tais que, uma vez tornada pública sua renúncia, os tradicionalistas da Fraternidade de São Pio X, fundada pelo Monsenhor Lefebvre, saudaram a figura do Papa.
Não é para menos: uma das primeiras missões que Ratzinger empreendeu consistiu em suprimir as sanções canônicas adotadas contra os partidários fascistóides e ultrarreacionários do Mosenhor Levebvre e, por conseguinte, legitimar no seio da igreja essa corrente retrógada que, de Pinochet a Videla, apoiou quase todas as ditaduras de ultradireita do mundo.

Bento XVI não foi o sumo pontífice da luz que seus retratistas se empenham em pintar, mas sim o contrário. Philippe Portier assinala a respeito que o papa “se deixou engolir pela opacidade que se instalou sob seu reinado”. E a primeira delas não é doutrinária, mas sim financeira.
O Vaticano é um tenebroso gestor de dinheiro e muitas das querelas que surgiram no último ano têm a ver com as finanças, as contas maquiadas e o dinheiro dissimulado. Esta é a herança financeira deixada por João Paulo II, que, para muitos especialistas, explica a crise atual. 
Em setembro de 2009, Ratzinger nomeou o banqueiro Ettore Gotti Tedeschi para o posto de presidente do Instituto para as Obras de Religião (IOR), o banco do Vaticano. Próximo à Opus Deis, representante do Banco Santander na Itália desde 1992, Gotti Tedeschi participou da preparação da encíclica social e econômica Caritas in veritate, publicada pelo papa Bento XVI em julho passado. A encíclica exige mais justiça social e propõe regras mais transparentes para o sistema financeiro mundial. Tedeschi teve como objetivo ordenar as turvas águas das finanças do Vaticano.
As contas da Santa Sé são um labirinto de corrupção e lavagem de dinheiro cujas origens mais conhecidas remontam ao final dos anos 80, quando a justiça italiana emitiu uma ordem de prisão contra o arcebispo norteamericano Paul Marcinkus, o chamado “banqueiro de Deus”, presidente do IOR e máximo responsável pelos investimentos do Vaticano na época. 
João Paulo II usou o argumento da soberania territorial do Vaticano para evitar a prisão e salvá-lo da cadeia. Não é de se estranhar, pois devia muito a ele. Nos anos 70, Marcinkus havia passado dinheiro “não contabilizado” do IOR para as contas do sindicato polonês Solidariedade, algo que Karol Wojtyla não esqueceu jamais.
Marcinkus terminou seus dias jogando golfe em Phoenix, em meio a um gigantesco buraco negro de perdas e investimentos mafiosos, além de vários cadáveres.
No dia 18 de junho de 1982 apareceu um cadáver enforcado na ponte de Blackfriars, em Londres. O corpo era de Roberto Calvi, presidente do Banco Ambrosiano. Seu aparente suicídio expôs uma imensa trama de corrupção que incluía, além do Banco Ambrosiano, a loja maçônica Propaganda 2 (mais conhecida como P-2), dirigida por Licio Gelli e o próprio IOR de Marcinkus. 
Ettore Gotti Tedeschi recebeu uma missão quase impossível e só permaneceu três anos a frente do IOR. Ele foi demitido de forma fulminante em 2012 por supostas “irregularidades” em sua gestão.
Tedeschi saiu do banco poucas horas depois da detenção do mordomo do Papa, justamente no momento em que o Vaticano estava sendo investigado por suposta violação das normas contra a lavagem de dinheiro.
Na verdade, a expulsão de Tedeschi constitui outro episódio da guerra entre facções no Vaticano. Quando assumiu seu posto, Tedeschi começou a elaborar um informe secreto onde registrou o que foi descobrindo: contas secretas onde se escondia dinheiro sujo de “políticos, intermediários, construtores e altos funcionários do Estado”. Até Matteo Messina Dernaro, o novo chefe da Cosa Nostra, tinha seu dinheiro depositado no IOR por meio de laranjas. 
Aí começou o infortúnio de Tedeschi. Quem conhece bem o Vaticano diz que o banqueiro amigo do papa foi vítima de um complô armado por conselheiros do banco com o respaldo do secretário de Estado, Monsenhor Bertone, um inimigo pessoal de Tedeschi e responsável pela comissão de cardeais que fiscaliza o funcionamento do banco. Sua destituição veio acompanhada pela difusão de um “documento” que o vinculava ao vazamento de documentos roubados do papa.

Mais do que querelas teológicas, são o dinheiro e as contas sujas do banco do Vaticano os elementos que parecem compor a trama da inédita renúncia do papa. Um ninho de corvos pedófilos, articuladores de complôs reacionários e ladrões sedentos de poder, imunes e capazes de tudo para defender sua facção.
A hierarquia católica deixou uma imagem terrível de seu processo de decomposição moral. Nada muito diferente do mundo no qual vivemos: corrupção, capitalismo suicida, proteção de privilegiados, circuitos de poder que se autoalimentam, o Vaticano não é mais do que um reflexo pontual e decadente da própria decadência do sistema. 
Tradução: Katarina Peixoto


 

Os fazedores da miséria e empobrecimento

Acabo de ler na imprensa que António José Seguro escreveu ontem "à tróika" a exigir renegociação do memorando.

Não deixo de considerar positivo que o líder do maior partido da oposição tenha tido essa iniciativa e defenda uma renegociação política do memorando, uma renegociação com responsáveis de topo.

Agora não sei as propostas que Seguro, se fosse bem sucedido nesta sua insistência, levaria a essa negociação. 

Tenho a sensação que Seguro não tem uma alternativa. Parece pretender mais tempo para atenuar os cortes e eventualmente uma baixa da taxa de juro. Será? interrogo-me. É pouco, muito pouco.

Ora isto em nada resolve a questão do endividamento do país e pior do não crescimento desde há muitos anos e por consequência do empobrecimento generalizado do país, onde os cortes no rendimento para ficar serão uma realidade futura com a política deste governo ou de políticas próximas mesmo que mais atenuadas em termos de efeitos. 

Sem uma proposta radicalmente diferente não vamos lá, o país com medidas destas, frouxas, não ganha condições para criar riqueza e sem criar riqueza não gera emprego.

Na situação que estamos o país tem mesmo de investir para sair do fosso. Para isso tem de libertar dinheiro para tal, E com os custos da dívida tão elevados não vai longe.

Daí que sem uma renegociação da dívida não haja saída. E há partes da dívida que não devem ser assacadas ao contribuinte. Há que haver uma monitorização das causas da dívida, distinguindo a legítima da ilegítima e esta deve ter um tratamento diferente. É uma condição base, não suficiente para "refundar" a economia nacional. Os actuais elevados custos da dívida são um factor de grande constrangimento ao investimento.



2013-02-13

 

Lei das finanças regionais em discussão hoje na AR

Este artigo escrito há 11 anos continua actual nos seus fundamentos.

João Abel de Freitas: As Finanças das Regiões Autónomas - uma questão polémica - Opinião - Jornal de Negócios

A discussão assenta numa tamanha desconfiança de lado a lado. A população não está informada sobre o que se passa e assim toma partido consoante "lhe assopram os ouvidos".


A autonomia regional não se sabe o que é e, por conseguinte, a lei das finanças regionais ainda menos.

Para quando um debate sério e a sério deste tema, ou será que nunca acontecerá? Será que há agentes políticos e económicos interessados nesta situação de penumbra?

2013-02-09

 

Portugueses são metade da população de uma ilha paradisíaca

Clique para ler artigo do JN curiosidades sobre emigração de portugueses.
http://www.jn.pt/125Anos/default.aspx?Distrito=Braga&Concelho=Braga&Option=Interior&content_id=3044006

2013-02-03

 

Vale a pena ler estas conclusões sobre a Reforma do Estado

Não direi um guia, mas quase, para pensar-se na reforma do Estado.

O que o jornalista Nicolau Santos aqui escreveu dá-nos uma visão de como deve ser conduzido o debate sobre uma questão tão estruturante. É preciso muita prudência, muito conhecimento da matéria, para fazer aderir os vários estratos da sociedade ligados a esta reforma, desfazer os múltiplos equívocos que existem e depois construir os alicerces desse novo Estado. Trata-se de um processo contínuo e com vários testes pelo caminho da sua construção.
 

Grande polémica

ANALISTAS E POLÍTICOS MUITO MAUZINHOS...
...Com o novo secretário de estado de Empreendedorismo e da Inovação, Franquelim ALves. Não tem perfil?

Então o que é que este senhor fez e aprendeu enquanto administrador do BPN com Oliveira Costa? 
Fez um treino, aí ao nível de mestrado em inovação e um empreendedorismo. Até o CDS, parte integrante do Governo, diz, segundo li no DN de hoje, artigo de Artur Cassiano: "Como é que uma figura que esteve no centro do processo BPN, um caso de polícia, a grande polémica do regime que explica em muito o estado a que este país chegou, que subtraiu dinheiro a depositantes e acionistas, seja escolhido para integrar o elenco deste governo, numa altura em que os portugueses estão a pagar, com enormes sacrifícios, esse buraco de cinco mil milhões?". Direi uma escola esta passagem pelo BPN com offshores à mistura e prática de encobrimento da realidade ao Banco de Portugal. Isto é só inovação e empreendedorismo.  
Já Jerónimo de Sousa veio dizer a este propósito que "para o governo, o crime compensa" e se compensa eis a prova e João Semedo também há dias disse uma frase que bem se aplica: a melhor forma de roubar um banco é ser seu administrador. Seguro um bocadinho mais contemporizador também se pronunciou no sentido de que Passos Coelho tem uma explicação a dar ao país sobre este caso.
 
Diria que é uma nomeação perfeita porque vai reforçar uma equipa governamental e, atenção o CDS não pode por-se de fora, cujo objectivo principal tem sido a subtracção de dinheiro aos bolsos dos portugueses e não a recuperação económica do país.
 (publicado também no Face)

2013-02-01

 

Alternativas de política económica

European Progressive Economists Network
Réseau européen d’économistes progressistes
Florence 10+10, 9 novembre 2012
 
Communiqué de presse
A l’appel des réseaux Euromemorandum, des Economistes atterrés (France), de Sbilanciamoci ! (Italie) et de Another road for Europe, un réseau européen d’économistes progressistes a été constitué lors du Forum « Florence 10+10 ». Cette initiative réunit aussi plusieurs réseaux d’économistes tels qu’Econosphères (Belgique), Econonuestra (Espagne), The Transnational Institute, Critical Political Economy Network, Transform !

Le «Réseau européen d’économistes progressistes » a publié le document que vous trouverez ci-dessous, sur les politiques économiques alternatives pour l’Europe, et participera aux initiatives et évènements qui succéderont à cette rencontre.
 
Pour plus d’information en français : atterres@gmail.com, econospheres@gmail.com
 
Un appel commun pour une autre politique économique en Europe Le « Réseau européen d’économistes progressistes» rassemble divers groupes d’économistes, de chercheurs, d’instituts et d’organisations issues de la société civile, qui ont une vision critique des politiques économiques et sociales qui ont conduit l’Europe à la crise actuelle. Ils veulent promouvoir un large débat européen sur des politiques alternatives basées sur les six points suivants.
1. Les politiques d’austérité doivent être inversées et les conditions drastiques imposées aux pays recevant des fonds d’urgence européens doivent être radicalement révisées, en commençant par la Grèce. Les contraintes dangereuses contenues dans le Traité budgétaire (TSCG) doivent être supprimées, afin que les pays membres puissent conserver la maîtrise de leurs dépenses publiques et sociales, et gérer leurs politiques salariales. De son côté, l’Union européenne doit assumer un rôle plus actif de stimulation de la demande, de promotion du plein emploi et d’engagement dans une nouvelle direction, celle du progrès durable et équitable. Les politiques européennes devraient réduire les déséquilibres des comptes publics en obligeant les Etats membres dégageant des surplus à s’ajuster également.

2. Les politiques européennes doivent impulser une redistribution des revenus qui réduise les inégalités, et s’orienter vers une harmonisation fiscale, mettant fin à la concurrence fiscale par un transfert du poids de la fiscalité du travail vers celle des profits et de la richesse. Les politiques européennes doivent défendre et développer les services publics et la protection sociale. Le droit du travail et la négociation collective doivent être défendus ; les droits des travailleurs sont un élément fondamental des droits démocratiques en Europe.

3. Pour résoudre la crise financière, marquée par l’interaction entre la crise bancaire et celle de la dette publique, la Banque centrale européenne doit jouer le rôle de prêteur en dernier ressort sur les dettes publiques. Le problème des dettes publiques doit être résolu par une action commune sous la responsabilité globale des pays de la zone euro, les dettes publiques doivent être soumises à l’évaluation d’audits publics.

4. Une réduction radicale de la taille du secteur financier est nécessaire, via la taxation des transactions financières, l’élimination de la spéculation financière et le contrôle des mouvements de capitaux. Le système financier doit être socialement contrôlé ; il doit être transformé afin de
promouvoir des emplois et des investissements productifs socialement utiles et écologiquement
soutenables.

5. Une transition écologique complète permettrait à l’Europe de sortir de la crise. L’Europe doit réduire son empreinte écologique et sa consommation d’énergie et de ressources naturelles. Ses politiques doivent mettre en valeur de nouveaux modes de production et de consommation. Un vaste programme d’investissement favorisant la soutenabilité économique peut fournir des emplois de qualité, en développant les compétences dans de nouveaux domaines innovants et les possibilités d’action au niveau local, en particulier en ce qui concerne les biens publics.

6. La démocratie doit être renforcée à tous les niveaux en Europe. L’Union européenne doit être réformée et la concentration des pouvoirs entre les mains de quelques Etats et institutions sans justification démocratique, en cours depuis le début de la crise, doit être inversée. L’objectif est d’aboutir à une plus grande participation des citoyens, un renforcement du rôle du Parlement européen, et à un contrôle démocratique bien plus réel sur les décisions importantes.

Face au risque d’effondrement, les politiques européennes doivent prendre une autre direction. Une alliance entre la société civile, les organisations syndicales, les mouvements sociaux et les forces politiques progressistes est nécessaire pour sortir l’Europe de la crise engendrée par le néolibéralisme et la finance. Le « Réseau européen d’économistes progressistes» se donne comme objectif de contribuer à ce changement.

Para mais informação navegue em www.euromemo.eu

 

Fernanda Câncio no DN: "Do Rato e dos homens"

"Não fossem os portugueses ainda com emprego ficar mesmerizados com os recibos do ordenado de janeiro, o PS encenou, esta terça-feira, um grandioso espetáculo no Rato. Coisa shakespeariana: um rei fraco rodeado de lugares-tenentes aos gritos de deslealdade e conspiração ante o anúncio de uma pretensão ao trono, uma reunião à porta fechada e um final em que o monarca, depois de chamar e deixar chamar tudo a quem possa pô-lo em causa, abraça o concorrente que não chega a sê-lo e assume o compromisso de com ele trabalhar em prol da união do reino.
 ....
"Quanto a este, alcaide valoroso e respeitado, com legítimas aspirações ao trono, renunciou a bater-se por ele quando ficou livre. Desde a coroação, porém, não perde uma ocasião de demonstrar o seu desagrado e até desprezo pelo ora rei. Era, pois, previsível que aglutinasse a esperança dos que consideram estar o reino mal dirigido e veem nele a esperança da vitória contra o inimigo e a salvação do povo. Como explicar, pois, que na famosa noite, quando todos esperavam que se perfilasse como candidato ao trono - o que só pode decorrer do facto de o ter confirmado aos próximos - se tenha ficado?
...
"Seja qual for a resposta certa (senão todas), sabemos, como sabem os protagonistas, isto: que na noite de terça algo se partiu no PS, e não há pantomina de união que o disfarce. O trono pode ter sido segurado, mas o reino está longe de seguro."
O texto completo de FC no DN aqui  ou no IN EXTENSO aqui  .    

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