2014-06-03
António Costa ou António José Seguro?
Há, desde o dia 25 de Maio, um facto novo e incontornável, à
maior e estrondosa derrota da coligação neoliberal no poder, o maior partido da
oposição, o PS, que em circunstâncias idênticas no passado, conseguiu uma grande
vitória, teve agora uma "vitória de Pirro".
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Portanto o óbvio é os militantes do PS, porque só eles têm esse
poder, serem chamados de imediato, mas de imediato! a decidir se querem
continuar com o atual líder que teve um “enorme vitória” mas de
"Pirro" ou se preferem outro líder que lhes pareça dar mais garantias
de vitória e de vitória para outra política, pressupõe-se.
As hostes governamentais estão assustadas com a eventual
troca de líder no PS. A gentinha do pior governo que Portugal já teve, no atual
regime democrático, prefere Seguro a Costa. Não porque simpatize mais com este dirigente
do PS do que com aquele mas porque, tal como o simples eleitor, crê que com
António José Seguro há uma oportunidade de voltarem a ganhar as eleições
legislativas. Com a ajuda de uma boa tática
eleitoral, demagogia em doses cavalares, mil promessas e a distribuição de
algumas aparas do bolo que governam em nome dos mercados e da troica, talvez...
Nos corredores do poder, os seus homens estudam respostas à
eventual e “muito inconveniente” mudança de líder do PS. Por exemplo, cenários
à Marcelo Rebelo de Sousa. Eleições antecipadas já, o mais depressa possível,
apanhando o PS em contramão.
Seria, no entanto, necessário um véu para tal golpe de mestre.
Por que não uma dramatização levada ao rubro em torno das decisões do Tribunal
Constitucional? Nisso contam com o apoio do mercenário que têm na Comissão
Europeia, contarão com o locatário de Belém e contam com toda a tralha da UE que
se posterga perante a constituição alemã como perante o boi Ápis mas que tem a
lata de considerar oficialmente a Constituição de Portugal algo desprezível e que só atrapalha.
Fulanizar o caso da liderança do PS é iludir o problema. Entregar
isto à disputa entre os amigos de Seguro e os amigos de Costa seria um
desastre anunciado. Os portugueses sabem
que a possível alternativa ao desgoverno do país pelos Passos/Portas tem de contar com o
PS e não querem saber dos interesses pessoais deste ou daquele seu líder por
mais compreensíveis e estimáveis que sejam no plano pessoal. Exigem do maior partido da oposição uma política
alternativa e a escolha de um líder ganhador.
Para lá da
"tragédia" pessoal de um corte brusco de expectativas está o futuro
de milhões de portugueses. A política é isto. O que está em causa é o futuro dos Portugueses.
Por isso me parece que ou o PS faz um congresso extraordinário já, onde se fale
de política, para uma escolha rápida de políticas alternativas e de líder que
as garanta ou terá um dramático divórcio do país.
Argumentarão
alguns: mas António Costa garantirá
melhor que António José Seguro o êxito, isto é uma vitória do PS para a banda
dos 40%, nas legislativas? Que garantia há? Não há nenhuma garantia. Na política
não há certezas sobre o futuro. Mas as eleições para o PE ofereceram uma
informação incontornável. A uma derrota estrondosa, como nunca se vira, desta coligação Passos/Portas, correspondeu, com António José Seguro há
três anos à frente do PS, uma… uma vitória-derrota. Pode-se tentar "tapar o Sol com a peneira" mas... les faits sont têtus (os factos são teimosos) como dizem os franceses.
Comments:
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Mal estaríamos os portugueses se dependessemos desta dança de figurinhas opereta. Nesta "análise" nem sombra de classes trabalhadoras... Felizmente a esta politiquinha de sombras ao fundo da caverna de compadrios e arranjinhos terá o seu fim com a verdadeira POLITICA. Essa em que o Povo é o protagonista e esta corja do arco governativo faminta de tachos cairá pela borda fora
Meu caro. Seguro argumenta que António Costa teve várias hipóteses de ser líder e não as aproveitou.E esse argumento colhe em algumas áreas. Não será que se esquece que há um outro argumento. António Costa deu-lhe a aportunidade para Seguro sustentar esse cargo, mas revelou-se incapaz por ele prórpio e pela equipa que escolheu.
Mas a mim, substituir apenas caras não me basta. Como cidadão, embora a minha simpatia vá mais para António Costa não chega E a minha simpatia vai no sentido de achar Costa muito mais capaz. E as diferenças? Tem de se chegar á frente e começar a enunciá-las. Soluções para a dívida. Tratado orçamental. Não precisa de muitas.
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Mas a mim, substituir apenas caras não me basta. Como cidadão, embora a minha simpatia vá mais para António Costa não chega E a minha simpatia vai no sentido de achar Costa muito mais capaz. E as diferenças? Tem de se chegar á frente e começar a enunciá-las. Soluções para a dívida. Tratado orçamental. Não precisa de muitas.
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