2014-11-12
Legionella e Passos Coelho. Lemos e não acreditamos!
Um estudo publicado no início de 2013 pelo
Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) alertava para a
necessidade de se reforçar a “vigilância de determinados edifícios ou locais
considerados de maior risco” para o desenvolvimento da legionella.
Entre as amostras referentes a torres de refrigeração que o INSA recolheu entre
2010 e 2012 quase 15% deram resultado positivo quanto à presença desta perigosa
bactéria.
Lemos e não acreditamos!!
Esta situação pouco tranquilizadora
acontecia apesar de legislação que tornava obrigatória as auditorias à
qualidade do ar interior estabelecida em 2006 (Olá!! Sócrates ???) e que o atual
Governo, supostamente ao serviço de Portugal mas efetivamente postergado
perante os mercados, revogou no fim de 2013.
Lemos e não acreditamos!!!
"Questionado sobre a alteração
legislativa que acabou com as auditorias obrigatórias à qualidade do ar
interior, o primeiro-ministro afirmou nesta
terça-feira, no Porto, que a alteração visou
justamente reforçar a capacidade de inspecção e prevenção destes casos” - Ouviu
bem? - o suposto 1º M "afirmou que a alteração visou justamente reforçar a
capacidade de inspecção e prevenção destes casos e
rejeitou que o surto tenha ocorrido por “negligência do Estado”.
Lemos e não acreditamos!!!!
Dando o benefício da dúvida de que o ex-administrador
da Tecnoforma que alçaram a 1ºM não está, nesta dramática situação, "a
gozar com o pagode" e que não se encontra em estado de insanidade mental,
forçoso é concluir que se encontra afinal, com gosto e convicção, a levar à
risca no Governo o que os próceres do neoliberalismo extremado ou seja os "mercados"
lhe recomendam: menos Estado, menos Estado. Neste caso concreto as
empresas industriais que é suposto não terem por objetivo criar as melhores
condições ambientais aos seus trabalhadores e à população vizinha mas
aprimorarem-se nos lucros, libertas de legislação que as obrigava a auditorias
e inspeções ambientais pouparam nas despesas e revelaram com tanta legionella
no que pode dar menos e menos Estado.
Menos Estado estaria bem se fosse diminuição
de desperdício na administração pública, eliminação de serviços sobrepostos,
melhor organização dos serviços, limpeza da legislação que oferece campo
à corrupção legal a favor das grandes empresas, bancos, amigos e afilhados de
governantes.
Mas, menos Estado, na boca de
quem atualmente nos governa, de S. Bento a Belém, quer dizer MENOS
ESTADO SOCIAL. Menos dinheiro para os serviços
sociais, para as reformas e subsídio de desemprego, menos dinheiro para as
pequenas e médias empresas, menos dinheiro para o serviço de saúde, para o
apoio aos mais desprotegidos, menos dinheiro para a Educação, para a Ciência e
a Investigação. Menos Estado para este Governo quer dizer um quadro
institucional que favoreça a transferência de riqueza do trabalho para o capital,
que favoreça a transferência de riqueza dos trabalhadores e classes médias para
uma minoria restritíssima de multimilionários como mostra o "Relatório de Ultra Riqueza no Mundo, 2013" do UBS, que revela
que em Portugal, em 2012, um ano de grande empobrecimento da população não só
cresceu o número de multimilionários, como aumentou o valor global das suas
fortunas, de 90 para 100 mil milhões de dólares (mais 11,1%).
Lemos e acreditamos!!!! Acreditamos que é possível isto ser dito quando quem diz se chama Passos
Coelho ou Paulo Portas ou Cavaco Silva.
Etiquetas: Legionella, mercados, neoliberalismo, Passos Coelho