2006-08-18
A guerra das "boas acções" (2)
Israel, quando abandonou o Líbano, após a invasão anterior (1983-2000), não forneceu ao Governo libanês o mapa das minas anti-pessoal que deixou no terreno, disseminadas, em larga escala. Ainda recentemente, instado a pôr fim a esse martírio estúpido que vai matando e estropiando quotidianamente, o governo Israelita recusou-se a fornecer a informação que possibilitaria a desminagem. O DN de hoje -- honra lhe seja -- dedica algum espaço à problemática das minas com que os militares israelitas armadilharam o futuro dos libaneses. Li a notícia na edição em papel, mas não consegui encontrar o link na edição on-line.
Não há muito, Pedro Ferreira, em comentário a outro poste acerca da situação no Médio Oriente, sublinhava a questão das minas como uma das mais chocantes e menos comentadas nos media (aqui).
Israel não deve correr o risco de, a prazo, ter contra ele, além da rua árabe, as outras ruas do mundo.
Nesta matéria, estou com os judeus que reconhecem que, até aqui, Israel não foi capaz de falar (dialogar, negociar) senão consigo próprio. Concordo com o que Daniel Bem Simon escreveu -- “Talking only to ourselves” -- no Haaretz de ontem:
“For six years now Israeli politics has been at a standstill. Ever since prime minister Ehud Barak shoved Palestinian Authority chairman Yasser Arafat into the lodge at Camp David in July 2000, there has been no serious contact between an Israeli leader and an Arab leader with whom we are in conflict. The result is dreadful. Israel has slammed doors on its neighbors and has made up its mind to set arrangements on its own, in dialogue with itself, while ignoring its neighbors as though it were a lone juniper tree in the desert. It is possible that for this insult, we are now paying the price.”
Para agravar a situação, ao contrário do que correntemente dizemos por aqui, as acções, -- as boas e as más -- não ficam com quem as pratica. Os generais israelitas vendem-nas (ver anterior post) enquanto elas ainda valem alguma coisa…
Para agravar a situação, ao contrário do que correntemente dizemos por aqui, as acções, -- as boas e as más -- não ficam com quem as pratica. Os generais israelitas vendem-nas (ver anterior post) enquanto elas ainda valem alguma coisa…