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2006-09-16

 

Política (6)



«Tu aí! Porquê um pacto com Kerenski?»

João Tunes, meu querido amigo e blogo-companheiro, lançou-me um “novo” repto no seu Água-Lisa(6). Sugestivamente, chamou ao seu estimulante postEm busca do Kerenski perdido”, o que, na tunesiana idiossincrasia, tanto pode alvitrar um “em busca do tempo perdido” com proustinianas reverberações, como “em busca do elo perdido”, para recordar o filme de Régis Wargnier, “Man to Man” -- “O elo perdido”, na adaptação portuguesa do título -- que mereceu, pelo menos, um post aqui no PUXAPALAVRA e que João Tunes comentou e desenvolveu no seu Água Lisa de então.

Poderia eu, ainda, especular sobre a figura histórica de Kerenski, mas não acho apropriado, por ter sido Mário Soares quem assegurou publicamente, nos idos de 75, que não seria o lusitano émulo de tal senhor, e também porque não quero cometer a injustiça nem a deselegância de comparar qualquer deles a José Sócrates.

O que me sobra então?

Duas perguntas ingénuas que João Tunes sacou do seu bornal ideológico faiscante e contundente:

- Desde quando o marxismo-leninismo é compatível com negociações e contribuições para pactos celebrados entre partidos burgueses?

- Em que medida a revolução é compatível com as regras e limites da democracia representativa?

À primeira pergunta, respondo: desde sempre.

À segunda, parece-me adequado reconhecer que, se é a medida o que se busca, deve-se entender que é na “medida mais ampla” que se encontra a compatibilidade.

Por fim, atrevo-me a desconfiar do ajustamento das perguntas, tendo em consideração as respostas sérias que já tinha ensaiado nos meus postsPolítica (1)”, "Política (2)" e “Política (3)”.

Será que excluir o PCP do Arco Parlamentar, por via das suas supostas fixações M-L, “revolucionária” e outras, torna o Pacto da Justiça mais democrático?

Ou estaremos a predispor-nos a fazer do PCP o “elo perdido” de um fresco histórico em que os anjos e os demónios seleccionam das suas histórias de família o que mais lhes apraz, tendo deixado, em absoluto, de se reconhecerem como mulheres e homens, cidadãs e cidadãos?

Anoto, para “memória futura”, que aparte o “elo perdido” (PCP), os restantes “pigmeus” (BE e CDS) não mereceram qualquer objecção doutrinária. Ora. q
uando falei do Arco Constitucional, não estava a particularizar. Incluí, até, sectores do próprio PS...

Em todo o caso, bom fim-de-semana e aquele abraço!


Comments:
Todo o poder aos sovietes!

Manuel Correia
 
Sim, o primeiro passo é mesmo o reconhecimento que somos todos "mulheres e homens, cidadãs e cidadãos", com os mesmíssimos direitos e deveres. E que os partidos são representações de partes desses cidadãos. Isto parece incrivelmente básico, mas não é, pois como "salta" diáriamente numa volta pelos blogs, ou pelas páginas dos jornais ou pelos debates as TV's, a uns nunca se dá, no mínimo, o benefício da dúvida.
 
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