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2011-04-16

 

A União Europeia contra o FMI

- O FMI quer impor juros altos a Portugal no empréstimo (politicamente correcto é dizer "ajuda") cujas condições ainda estão em estudo.
A UE protesta. Num braço de ferro com os "homens sem rosto" do FMI. E protesta com veêmencia.
- Ainda bem. Para alguma coisa havia de servir haver uma União e pertencermos a ela. E que exige a nossa União Europeia?
- Bem... exige juros mais altos!
- Mas...?
- É o estado da União a que chegámos.
___________


Acrescento, noutro registo:

Assim parece-me inevitável o reescalonamento da dívida.

O FMI defende que, no empréstimo que para a semana se vai negociar com Portugal, os juros sejam a 3,5%, a UE quer impôr  "juros punitivos" de 5,5%. O FMI defende que o empréstimo seja feito para um prazo maior para não obrigar a uma grave recessão, a uma rutura social e a uma eventual incapacidade de Portugal poder pagar a dívida por não conseguir, nestas condições, pôr a economia a crescer o suficiente. Por outro lado a Srª Merkel e outros Governos de direita, dependentes de eleitorado de direita e extrema direita, e dependentes dos interesses dos bancos alemães (e também espanhóis) que têm muito dinheiro emprestado a Portugal, querem não apenas as taxas de juro "punitivas" mas um prazo recorde (3 anos) para pôr as contas em ordem, haja mortos ou feridos.
A posição mais preocupada e sobretudo mais realista do FMI, em contraste com a posição "punitiva" da UE/Angela Merkel e Cia poderá ter alguma coisa a ver com o facto de à frente do FMI estar Strauss-Khan, um membro do PS francês e os decisores do Euro e da UE estar dominada pela direita?

A Grécia conseguiu negociar agora a baixa da sua taxa de juro de 5,5% para 4,5% e conseguira um prazo de 7 anos. Só uma posição negocial exigente e firme de Portugal, apesar dos poucos meios para tanto, nos poderão dar algum alívio. Mas com estas condições de juro e prazo vamos ter seguramente de vir a reescalonar  a dívida, como aliás já aqui ,em Janeiro, opinei. Para isso era indispensável uma aliança concertada pelo menos com a Grécia e a Irlanda se entretanto a Espanha não se afundar também. 

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Comments:
Regresso ao Odisseus depois de um tempo de pausa por motivos de saúde da minha filha.

Entretanto, muitas águas passaram sob as pontes. Portugal entrou num período crítico. Mais do que nunca se tornou urgente refletir no país que queremos e no que devemos fazer para termos o país que queremos.

Penso que o dia de hoje foi um dia importante para o futuro de Portugal. Hoje, no jornal PÚBLICO, foi publicado um manifesto assinado por homens livres e honestos, entre os quais os meus amigos VASCO LOURENÇO e RUI NAMORADO.

ESPERO QUE NÃO FIQUEM POR AQUI.

Já tenho repetido no Odisseus que Portugal é um país esquizofrénico, em que há um eleitorado que vota no PC, no BE e no PS por serem o mal menor. É urgente que aqueles que defendem a JUSTIÇA como algo de essencial para que o nosso país deixe de ser uma terra sem direitos para tantos, saibam e tenham a coragem de pensar, mas também de agir. É necessário que aqueles que estão em espaços nos quais já não acreditam tenham a coragem de deixar esses espaços e construir algo em que acreditam.
 
Caro Raimundo,
Faço link...
Grata e amiga,
Ana Paula Fitas
 
Henrique Dória. Obrigado pelo comentário. Não comprei o Público e só hoje, domingo, agora mesmo, encontrei o texto do manifesto na blogosfera (Entre as Brumas da Memória) mas ainda não li. Está disponível, aliás, para recolha de assinaturas.
O panorama político está muito desanimador. E o pior é que vamos, os do costume, pagar muito caro tudo isto. Não temos no imediato remédio possível mas podemos desde já fazer o que estiver ao nosso alcance para mudar a realidade. A prazo.
Ana Paula Fitas, obrigado pela atenção. Pelo link e o estímulo.
 
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