2015-07-13
TENHO UMA FORTE SUSPEITA
TENHO UMA FORTE SUSPEITA.
A suspeita de que vai passar a haver, histórica e politicamente duas Uniões
Europeias. A UE ANTES e a UE DEPOIS do governo do Syriza. E se assim for não
deixará de ser paradigmático que o sujeito da mudança seja a GRÉCIA com tudo o
que tem de simbólico para a história da Europa e a história da democracia.
O
governo grego lutou denodadamente pelos interesses do seu povo (não estou a
falar dos Onassis e outros oligarcas gregos) e por estranho que a alguns
pareça, pelos interesses da Europa dos Cidadãos, aquela Europa que nunca chegou
a existir mas que este governo da Grécia, com a sua denodada luta, revelou como
uma Europa pronta, a cada momento, a ser uma Europa CONTRA os cidadãos, se isso
puser em causa os interesses do capital financeiro ou contrariar a renovada e
agoirenta vertigem imperial da Alemanha.
Perante
a NOVA ORDEM europeia em construção, sob a liderança de Schauble/Merkel,
ergueu-se patrioticamente um governo de esquerda que, naturalmente aos olhos
neoliberais parece uma assombração esquerdista. Perante grandes dificuldades negociais o Governo grego consultou o povo o que enraiveceu, em particular, governos como
o português por tal revelar o seu comportamento de alegre capataz da Berlim e
dos mercados em geral.
O Governo grego negociou, fez cedências, foi vergado quase até ao chão. Para mim não foi completa surpresa, em 26 de Junho, no Facebook, disse que
"a relação de forças [entre a UE e a Grécia] é a que a imagem mostra. De modo que, apesar do receio de indigestão, o mais provável é o cinzento engolir o verde.”
O Governo grego negociou, fez cedências, foi vergado quase até ao chão. Para mim não foi completa surpresa, em 26 de Junho, no Facebook, disse que
"a relação de forças [entre a UE e a Grécia] é a que a imagem mostra. De modo que, apesar do receio de indigestão, o mais provável é o cinzento engolir o verde.”
A Grécia e o Syriza tiveram o grande mérito de expor às escâncaras o crescente
deslizar antidemocrático das Instituições da UE e a paulatina tutela
germânica. E o acordo que a Grécia acabou por aceitar (não conheço ainda
com rigor todo o seu conteúdo) só foi possível porque, contra a arrogância
alemã, de duvidosa estratégia e duvidoso futuro, se levantou o habitualmente
agachado François Hollande, à custa de telefonemas de Washington, a falar de geoestratégia, a lembrar que
os EUA e a NATO têm uma base militar na Grécia e a humilhação da
Grécia pode, ao contrário do "humilhado" Portugal, ter consequências
desagradáveis com uma eventual aproximação à Rússia e, sabe-se lá, se à China
também.
Etiquetas: Grécia, Passos Coelho., Syrisa, Tsipras, UE, União Europeia
2015-07-12
Peixe grande de Berlim quer comer peixe pequeno da Acrópole
A grande novidade do momento sobre a Grécia não é a recusa, dos ministros das Finanças do Eurogrupo às ordens de Schauble, como Maria Luís, em querer colaborar com o governo da Grécia para resolver a grave crise deste país e do Euro. A grande novidade não é a cimeira dos países do Euro com a Alemanha acolitada pelos caniches do costume querer esganar o governo rebelde e patriótico do Syriza.
Não, a grande novidade é a assombração, qual nuvem, que paira sobre o Parténon, A figura era de homem mas, qual Zeus, disse virado para Berlim:
Não, a grande novidade é a assombração, qual nuvem, que paira sobre o Parténon, A figura era de homem mas, qual Zeus, disse virado para Berlim:
“PEIXES, a primeira coisa que me desedifica de vós é
que vos comeis uns aos outros. Não só vos comeis uns aos outros senão que os
grandes comem os pequenos. Se fora pelo contrário, era menos mal. Se os
pequenos comeram os grandes, bastara um grande para muitos pequenos; mas como
os grandes comem os pequenos, não bastam cem pequenos, nem mil, para um só
grande."
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Nota: a imagem é o Cartoon de Michael Koutouris (grego) que acaba de ser distinguido no World Press Cartoon, em Cascais.
2015-07-10
"Grécia: Merkel derrotada > Passos Coelho enganado..."
O
abaixo escrito é da autoria do economista Luís Salgado de Matos, e trouxe-o
(sem permissão!) do seu blog O Economista Português (link)
no
qual ele se apresenta como
Um Economista Pouco Conhecido
Luís Salgado de Matos, o autor do blog, é hoje menos conhecido pela sua vertente económica e mais pelo lado politólogo – tem estudado o Estado, as Forças Armadas e a Igreja e publicou em 2011 o livro A Separação do Estado e da Igreja, editado pela Dom Quixote, do grupo Leya.
O
leitor se não o conhece, então vá ali, ao seu blog, que não perde o seu
tempo.
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48 horas antes de o Sr. Tsipras escrever o seu plano para Bruxelas, já a imprensa portuguesa sabia que ele continha a derrota moral do ras grego: manchete do Diário de Notícias de anteontem, anunciando que a Grécia «cedeu». Mas afinal quem cedeu foi a Madrinha, a Srª Merkel. Ou de como somos levados à certa pelos nossos mass media. E o DN nem é dos piores.
Quando o Presidente Barack Hussein Obama lembrou à
engenheira química Angela Merkel
que, no meio da guerra fria com a Rússia, era má ideia entregar a Grécia a
Moscovo, o destino da senhora estava resolvido: passava do Departamento do
Tesouro para o Pentágono. O Fundo Monetário Internacional (FMI) já começara a
tocar-lhe o Kindertoetenlieder, mas ela é dura de ouvido e escapou-lhe
a mensagem da música. Diz-se que o Engº Guterres tinha aprendido a
infalível ciência de governo: seguir as sondagens. Sabe-se que a Srª Merkel
descobriu um sistema ainda mais perfeito, simples e barato: para governar
o mundo basta-lhe ler todos os dias o canto superior direito da primeira página
do Financial Times, que publica o índice da bolsa de valores. Ora a
Grécia é uns 2% do PIB europeu e as bolsas apenas piscaram o olho perante as
maldades que o Sr. Varoufakis ministrou à nova Cariátide (claro que a Srª
Merkel ignora o efeito de uma queda acumulada de 1% num plano de investimento
em bolsa e por isso considera 1% uma ninharia). Coitada. Sic transit
gloria mundi. O Economista Português pede também ao leitor um
pensamento bom em intenção do Sr. Sigmar Gabriel, o socialista alemão que andou
a fazer a publicidade da chancelarina e a dizer umas verdades duras aos
helenos.
A questão grega resolveu-se, como O Economista Português sempre previu,
e perde assim muito do seu interesse pois resume-se agora a saber em
que medida seremos prejudicados face aos gregos: medida grande? medida pequena?
Mas esta questão interessará a alguém em Portugal? Haverá uma oposição
responsável que queira governar e tenha um plano de governo? Haverá uma
opinião pública minimamente informada em matéria económico-financeira?Com
efeito, é certo que a Srª Merkel perdeu e os gregos ganharam. Só os
mais bacocos elementos do batalhão de semicomentaristas oficiosos das
nossas televisões e jornais se deixam enganar pelos eufemismos com que a
propaganda alemã começou ontem a mimosear-nos, para ornamentar a sua derrota:
«aliviar» (uma linda metáfora de casa de banho) a dívida grega e
não reestruturá-la, muito menos perdoá-la. A propaganda dos credores colocou
hoje nos jornais uma fuga do pedido grego que exagera a austeridade e, para
agradar a Berlim, declara que o perdão da dívida será curto, mas sem o
quantificar. Só segunda feira começaremos a medir a exctensão da derrota
alemã. Falando a sério: ainda ontem, no Palais Bourbon, um chefe da
direita francesa pedia a Hollande e a Berlim piedade para Portugal e por
extensão para a Espanha e a Irlanda quando perdoassem a Grécia. Deus o ouça.
O Dr. Passos Coelho acreditou e verbalizou que a
Alemanha não cederia e por isso enfileira entre os derrotados de hoje. Acreditou com a fé cega que põe nos mitos urbanos.
Donde lhe brotava tão comovente fé? Só podia nascer dos lábios flexuosos da
chancelarina os quais lhe tinham dado a saber que não cederia aos gregos, que
nunca por nunca ser lhes cederia. A Srª Merkel disse em segredo ao Dr. Coelho o
que nos disse a todos em público e ele, por beber do fino e o suposto segredo
lhe quadrar ao simplismo mental em matéria económico-financeira,
acreditou. Coelho acreditou acompanhadíssimo:
grandes nomes da estratégia portuguesa, incluindo do PS, outros políticos com
nome na praça asseguraram-nos publicamente que ela não cederia, que os gregos
perderiam, que a política da troika era o 11º mandamento que Ieová dera a
Moisés no deserto para a salvação da classe política portuguesa. Enganaram-se.
Prestaram-se às manobras da nova Cariátide. Fizeram que o nosso país
desempenhsse nesta última farsa da Eurozona o divertido papel do Arlequim da commedia
del arte. Nunca repararam que a Srª Merkel é tão fértil em ultimatos como
é úbere em recuos perante as putativas consequências desses mesmos Diktate?
Nunca viram que ela tem a ameaça fácil e a fuga lépida? Os ludibriados,
a começar pelo Sr. Chefe de Governo, têm um plano B para compensar
Portugal pelos prejuízos do logro em que nos fizeram cair, prejuízos
resultantes de termos abraçado alianças internacionais nocivas aos nossos
interesses de nação devedora? Veremos.
2015-07-04
Pacheco Pereira denuncia o roubo das privatizações de Passos Coelho
"O relatório do Tribunal de Contas sobre a EDP e REN, foi arrasador para o Governo e, consequentemente, quase ignorado na imprensa. Entre outros factos, o relatório refere que "a participação de 21% na EDP vendida por 2,2 mil milhões de euros rendeu ao Estado, em 2012, 144 milhões de euros em dividendos.
Se se tivesse mantido, a longo prazo, mesmo tendo em conta os custos da dívida pública, esta participação tinha um potencial de rendimento, uma "renda perpétua", na ordem dos 3,8 mil milhões de euros. Numa "ótica financeira", com esta venda da EDP, a "perda de valor para o Estado ascendeu a cerca de 1,6 mil milhões de euros"."
Publicado a 02/07/2015Categoria Notícias e política Licença Licença padrão do YouTube
Etiquetas: Pacheco Pereira, Passos Coelho, privatizações, Quadratura do Circo