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2011-08-26

 

Agora os ricos portugueses vão pagar a dívida à Tróika?

Deixa-me rir... deixa-me rir!!!

Mas o Presidente Cavaco não se ri. "Acredita" mesmo, ou sendo politicamente correcto, "tem porta aberta em Belém" para "o imposto" sobre os ricos.

Esta moda que começou nos EUA, atravessou o Atlântico e aterrou na Alemanha, Espanha e França, tem porta aberta em Belém. Até o António José Seguro já anda a estudar a situação, nem percebi se para rico se o imposto.

Não pensem que estou contra o imposto sobre os ricos. Mas quase de certeza estarei contra o que vai ser, se o for, estabelecido. Se for na base do IRS não vale a pena. Os ricos quase não pagam IRS.

Sejamos claros. Se o Sr . Américo Amorim ( a pessoa tida como mais rica no País) paga pouco mais do que eu de IRS, paga muito menos que um Herman ou que um MRS, meus caros amigos, não podemos chamar a isto um imposto sobre os ricos, estimado e pago na base do IRS. .

Um imposto sobre as fortunas com conta, peso e medida de acordo. Outra forma não passa de demagogia e propaganda.

Mas segundo li Cavaco Silva não quer esta via. Se até Medina Carreira discorda do Presidente é de se interrogar para onde caminhamos.

Deixem-se de fantochadas. Se o imposto é mesmo para ser a sério. Avancemos. Se é uma esmolinha, dispenso.

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2009-03-12

 

A "depressão" de Medina Carreira


Nos anos 80, mal Sarsfield Cabral aparecia no écran da televisão, leia-se RTP, já a minha mãe dizia em voz alta para toda a família:
" Lá vão os preços aumentar outra vez...".

Esta analogia entre Sarsfield Cabral e a inflação ficou-me na memória.
Isto vem a propósito de uma outra história bem mais recente.

Andei uns dias fora da ilha mas logo que aterrei e me estendi no sofá com o telecomando na mão, fazendo zapping à crise, assustei-me. Não há nada a fazer por este Portugal. Ninguém presta. Nada do que se faz tem um pingo de mérito.
Comecei a ficar angustiada. A depressão do professor Medina Carreira, ex-Ministro das Finanças, com currículo na área das finanças públicas, fiscalidade e direito societário, estava a contagiar-me.

Mário Crespo bem tentava um sinal de esperança, qualquer coisa que valesse a pena, que justificasse viver neste país...mas não. Nada. Não sei como é que o Professor Medina Carreira aguenta. Admiro-o.
Mas por muito que puxe pelo Teco e o Neco - dois neurónios formatados para estas discussões - não consigo lembrar-me do que fez Medina Carreira enquanto ministro das finanças. Peço desculpa pela ignorância mas.....(grande pausa) será que foi no tempo em que a minha mãe dizia "lá vão os preços subir outra vez?".
Não sei. Nem quero saber.

Mas dormi muito mal nessa noite. Tive pesadelos com os olhos cerrados do Professor. Com a folha A4 de dados estatísticos a vermelho que arrastam a nossa economia para parâmetros de 1900, tempo reais, vésperas da I República.
Cada vez mais agoniada vi a história repetir-se. O fim dos partidos, a ordem estabelecida por um iluminado a suspender a democracia para meter as contas na ordem... A minha cabeça começou a andar à roda da nora. Burra. E sempre que voltava à direita e à esquerda só via Medina Carreira.

Foi assim que entrei num filme de terror. E os olhos do professor quase cerrados, lábios finos e vincados, presságio de desgraça colectiva, gritava-me no sonho "suas bestas", "corruptos", "este país acabou", "o mundo acabou", "não há solução para nada". Vi-me esfarrapada no juízo final com medo de dizer que era portuguesa. Mesmo assim, aflita, ainda tive tempo de fazer uma última pergunta antes do adeus.

"Será que o Professor poderia explicar como é que as grandes fortunas fogem ao fisco? Não é que eu seja dessa estirpe mas tenho uma curiosidade mórbida de mulher. Que conselho me daria se eu fosse muito, muito, rica?», questionei.

É neste preciso momento que deixo de ouvir a voz do professor. Uma nuvem pairou sobre a sua cabeça, crescendo e envolvendo-o num manto celestial.
Só que nos sonhos tudo é possível. De repente, saltei de um espaço para outro. Era actriz no filme "Um dia de cada vez" de Mike Leign.
Vi-me na pele de Poppy, a professora primária de espírito livre, divertida e anárquica, concentrada e responsável, com sentido de humor. Mas logo acordei desesperada quando, tal como a protagonista, inicio as aulas de condução.
Não é que o professor Medina Carreira era o mal disposto do meu instrutor?
Que pena na Madeira não haver aulas de flamenco.

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