Voroufakis entrevistado. O homem, o político, a Grécia
JANICE TURNER, ENTREVISTA VAROUFAKIS para “The Times Magazine”/ The Interview People Varoufalis O expresso reprodu-la em 2015-06-17 [aqui] e para que continue online coloquei-a no Puxapalavra in Extenso
A entrevista visa dar a conhecer o homem, o político e a política do governo grego do Siryza. Devido à extensão não está aqui totalmente reproduzida.
Grande
entrevista: as confissões, motivações e explicações de Varoufakis
_____________
....
Dois dias depois de nos encontrarmos, a Grécia devia fazer o seu
primeiro pagamento de junho ao Fundo Monetário Internacional (FMI), no valor de
310 milhões de euros, iniciando uma série de reembolsos que totalizarão 13 mil
milhões de euros até ao fim do mês. A Grécia já andou à cata de trocos no forro
do sofá da nação. Hospitais, universidades e autarquias locais entregaram as
suas reservas ao Governo; o Estado protela os pagamentos aos fornecedores, para
ter dinheiro vivo. Depois de cinco anos de austeridade, a economia grega
encolheu 25% e mantém-se em recessão; um quarto da população (e 60% dos jovens)
está no desemprego.
Do que a Grécia precisa, do que espera neste carrossel
pede-a-Pedro-para-pagar-a-Paulo da finança mundial, é de mais um empréstimo, de
7,2 mil milhões de euros, de resgate da chamada “troika” de instituições
financeiras: FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia. Mas o dinheiro
está a ser retido até a Grécia concordar em cumprir as exigências da troika:
mais privatizações, mais cortes nas pensões e mais mudanças nas leis laborais
que facilitem os despedimentos. Por outras palavras, mais austeridade,
precisamente o que o Governo radical do Syriza foi mandatado para combater após
a sua retumbante vitória eleitoral.
.....
Conversa abertamente, interrompendo-se de dez em dez minutos para
atender o telefone. A última chamada – “Olá, Larry!” – para falar com Larry
Summers, o professor de Harvard e secretário do Tesouro de Clinton, é feita na
casa de banho privada. Varoufakis, 54 anos, não parece esmagado por ter às
costas o destino da nação. ...
... Vai escrever um livro? “Claro que vou!
Ha, ha!”
Varoufakis descreveu-se a si mesmo como um “economista acidental”
e diz agora que é um “político relutante”
E ele é, claro, o menos enfadado dos políticos. Quando lhe
pergunto se, enquanto jovem assistente na Universidade de Essex – onde a
sua máxima “Subvertam o paradigma dominante” foi estampada em t-shirts pelos
estudantes – poderia imaginar-se ministro das Finanças, Varoufakis ri-se.
“Nem há um ano poderia imaginar!” Na verdade, estava a trabalhar no Texas
quando o Syriza o pôs nas listas. Não era membro do partido e continua a não o
ser, ainda que nas eleições de janeiro tenha recolhido a maior votação de todos
os candidatos apoiados pelo Syriza.
Varoufakis, apesar dos muitos livros que escreveu, descreveu-se a
si mesmo como um “economista acidental” e diz agora que é um “político
relutante”. ... “Da
mesma forma, acredito em políticos relutantes. Uma pessoa que se entusiasme com
o poder político devia ser impedida de o ter.”
Na primeira reunião do Governo do Syriza, conta, o novo
primeiro-ministro disse: “Rapazes, lembrem-se: não queremos saber dos nossos
gabinetes”. Varoufakis olha à sua volta, com as suas pinturas modernas, as
plantas yucca, as estantes de livros de economia e uma ausência total de
objetos pessoais, e depois ergue os braços do sofá magenta. “Não estou ligado a
este gabinete, a este sofá. Quero dizer, se ficar sem eles amanhã, estou-me nas
tintas. Isso, acho, é fundamental. Se começamos a sentir que perdemos a nossa
posição ministerial – as sondagens estão a resvalar, meu deus, o Wall Street
Journal não está a dizer grande coisa sobre mim, se calhar estou de saída –, se
começamos a ralar-nos com isso, então muito depressa perdemos a força.”
...
Varoufakis está refrescantemente livre do estilo treinado para os
media de fugir às questões. Abre um livro de candura e eloquência. Quando lhe
digo que ainda não aprendeu as maneiras dos políticos, diz com dramatismo:
“Quando as aprender, demito-me. Por outras palavras, quando começar a mentir e
a não chamar espada a uma espada, deixei de ser útil. Não acho que o mundo, e a
Grécia de certeza, precise de mais um político que distorça a realidade. Eu não
falei de mais, só falei verdade”.
Na sua eleição, causou furor ao declarar “sou o ministro das
Finanças de um Estado na bancarrota”. Mas isto, afirma, é um simples facto. A
Grécia não sofre de falta de liquidez - é insolvente. E não há empréstimo que a
cure. “É como um amigo seu que não pode pagar a hipoteca da casa obtendo um
novo cartão de crédito e dizendo que o problema está resolvido.”
Diz que recebe ameaças de morte desde a crise de 2010, quando se
manifestou exaltado contra os resgates, contra os cleptocratas que esgotaram os
fundos e contra a injustiça que é o grego comum sofrer pelo desgoverno dos
banqueiros.
O que é preciso, reclama Varoufakis, não é só investimento na
Grécia, mas generosidade de espírito. Fala do famoso “discurso da esperança”
feito pelo secretário de Estado norte-americano James Byrnes à Alemanha em
1946, como prelúdio do Plano Marshall. Foi a declaração da América de que
desejava a paz com o seu inimigo derrotado; de que a Alemanha tinha o direito
de voltar a ser próspera à custa de trabalho esforçado. O discurso de esperança
da Grécia, declara, deve ser feito por Angela Merkel.
Quando negoceia, mantém presente vários gregos que lhe
exemplificam os males do país: pensa num casal de empresários que conheceu e
que tenta erguer das cinzas uma start-up arrasada pelo sistema fiscal; lembra-se
de um homem de quarenta e muitos anos que veio servir de tradutor quando
Varoufakis deu uma entrevista a um jornal espanhol - antigo professor de
línguas com família, vive agora na rua. “Disse-me: 'apoio-o, mas não pode fazer
nada por mim. Estou feito. Acabado. Faça qualquer coisa é pelos que estão à
beira do precipício e ainda não caíram'.”
Depois, numa noite em que foi beber um copo com a mulher, a
artista Danae Stratou, ao bairro rico de Kolonaki, em Atenas, viu “uma idosa
muito bonita, dos seus oitenta, muito limpa e bem arranjada, sentada num banco
de jardim”. Veio a saber que era uma burguesa que vivia num dos apartamentos da
zona e que se tinha tornado numa sem-abrigo. “Passa ali a noite e quem a
conhece toma conta dela.”
E depois há os seus antigos alunos da Universidade de Atenas.
Antes da crise, faziam fila à porta do seu gabinete para pedir recomendações
para os mestrados. Depois de 2010 pediam-lhe referências para irem trabalhar
para o estrangeiro. Ele próprio se juntou à fuga de cérebros, em 2012, saindo
para os Estados Unidos desencantado com o desfazer do seu departamento e com o
corte no salário, que significava que não podia apoiar a filha, Xenia, que
desde 2005 vive com a sua ex-mulher, a académica Margarite Poulos, em Sydney.
Embora seja um político recente, Varoufakis foi criado num
ambiente muito politizado. O seu pai, Giorgos, que subiu a pulso até se tornar
presidente da maior siderurgia grega, lutou do lado dos comunistas na guerra
civil; a sua mãe, bioquímica, era militante feminista. O pai foi preso uns
tempos pela junta militar que deteve o poder na Grécia no final dos anos 60,
princípio da década de 70 do século passado; o tio esteve preso vários anos.
“Lembro-me de a porta ser arrombada ao pontapé pela polícia secreta”, recorda
Varoufakis. À noite, a família juntava-se em segredo a ouvir a BBC, cuja
emissão estava proibida.
Saiu para estudar em Inglaterra com 17 anos - ficando por lá até
aos 27 - e foi-lhe difícil transmitir aos amigos britânicos o horror de viver
em ditadura.
....
Deve conhecer a visão popular no norte da Europa de que, por muito
lamentável que seja a provação do povo grego, a sua miséria é autoinfligida. A
evasão fiscal na Grécia é endémica, a política suja, a idade de reforma baixa,
o sector público hiperdimensionado — e isto endurece os corações. “São grandes
mentiras baseadas numa miríade de pequenas verdades”, diz Varoufakis. “A
imunidade fiscal para os poderosos, a corrupção, uma oligarquia que gere tudo
mal… Sim, montes de coisas mal feitas. Isso é assim desde 1827, quando o Estado
grego moderno foi criado.” Mas, argumenta, o Estado grego vive dentro das suas
possibilidades no que toca a salários e pensões - só está paralisado pelas
dívidas. E os atuais problemas da Grécia vêm da própria entrada do país na Zona
Euro: “A crise que tivemos nos últimos sete anos não teria simplesmente
existido. Em 2008, teríamos tido uma pequena correção, mais ou menos como a
Bulgária. E nos últimos três ou quatro anos temos crescido muito rapidamente.”
....
Os ricos não vão fugir? “É deixá-los ir”, diz Varoufakis com um gesto
vago. “Eles já foram, de qualquer forma - o seu dinheiro está em Londres ou nas
Ilhas Caimão. Por isso, acho que nos desenvencilhamos sem eles. O que
precisamos de fazer é travar este regime que perpetua e reproduz as coisas más.”
“Destruição. Completa destruição”. (...) “Não sobraria nada;
voltava tudo à Idade da Pedra. Por isso não estou preparado para realizar essa
experiência de nos libertarmos do euro. Acho que temos de consertar o euro”,
refere Varoufakis
Mas e quanto àqueles que dizem que a Grécia
mascarou as dívidas para atingir os critérios de entrada no euro? “Acredita
mesmo que os europeus são tão facilmente enganados?”, exclama. “Que lhes
mentimos e nos safámos? Dizer que os governos gregos da época conseguiram
mentir para entrar é simplesmente desonesto.” “Claro” que a Grécia “não
devia ter entrado no euro”, mas uma vez que a sua situação é integralmente
causada por essa entrada, cabe à Europa resolver a crise resultante.
Não sente, após meses de negociações, que a Alemanha e a Grécia
são simplesmente irreconciliáveis? “Sou um otimista”, diz. O que mais o
desapontou nas conversações, depois de anos de universidade, é a falta de rigor
e superficialidade dos debates. Dez minutos para cada, “burocratas não eleitos
falam na perspetiva das suas instituições e depois passamos horas a discutir o
comunicado final”.
Wolfgang Schäuble tem sido o mais firme opositor da Grécia,
insistindo em medidas de austeridade, mas Varoufakis diz que o prefere a outros
negociadores com duas faces. “Gosto das nossas reuniões, porque ele também
chama espada a uma espada. Por isso, quando falamos, é tudo muito civilizado,
cheio de respeito mútuo – discordamos, mas sei que posso acreditar no que ele
me diz.”
No turbilhão de especulações sobre as intenções do Syriza, há uma
teoria de que Varoufakis, que escreveu livros sobre a teoria dos jogos, está
secretamente a trabalhar num plano B - a saída da Grécia do euro. Mas ele
rejeita isto com veemência: “Não tenho mandato para empobrecer mais um milhão
ou dois de gregos, para fazer uma experiência social, pôr quatro milhões de
pessoas a viver abaixo da linha de pobreza, só para ver em quanto tempo
recuperamos mais tarde”.
...
O Syriza estabeleceu muitas “linhas vermelhas” nas
negociações. Mas quais são as suas próprias? “Eu só não quero dar muita
importância ao facto de ser político e ainda menos de ser ministro. Não vou
negociar a minha integridade para manter este cargo.” Demitir-se-ia,
declara, se não fosse capaz de libertar a Grécia do seu eterno ciclo
empréstimo-pagamento-austeridade.
Mas avisa com ar soturno: se a Grécia for à bancarrota e deixar o
euro, se o país mergulhar no passado, o governo do Syriza não será substituído
pelos velhos partidos centristas que falharam, mas pela Aurora Dourada, o
partido neonazi grego. “Este é um país que lutou com unhas e dentes contra os
nazis. Os três países europeus que tiveram uma maior percentagem de baixas no
combate aos nazis foram a Rússia, a Jugoslávia e a Grécia. Um movimento nazi
indígena na Grécia é uma afronta à nossa História.” Mas a combinação da implosão
económica e da humilhação nacional – “como vocês, europeus, dizem, os
gregos são um caso perdido de aldrabões do fisco e preguiçosos, não é?” –
pode levá-la ao poder.
E para onde iria Varoufakis? “De volta para a universidade”, diz,
encolhendo os ombros. Sente falta de ter tempo para ler e de correr na rua sem
ser detido por cidadãos que querem contar-lhe as suas histórias pessoais.
(Diz-me que está morto por ir ao ginásio: “Limpa-me a cabeça como mais nada”)
Com a sua bela Danae, ainda come em esplanadas de Atenas sem seguranças, mesmo
depois do incidente de abril em que foi cercado e ameaçado por anarquistas.
Embora nos dias que correm tenha muito pouco tempo para gozar o seu pequeno
barco e outros prazeres da vida. Depois de uma sessão fotográfica para a “Paris
Match” de que hoje se arrepende, foi criticado por ousar comer peixe no
seu terraço durante a crise. “Não sou católico - não acredito no purgatório e
na autoflagelação. As pessoas dizem-me, 'Foste apanhado a beber vinho'. E daí?”
Entretanto, o telefone toca. Em Bruxelas e Berlim e Washington,
banqueiros e burocratas dão voltas à cabeça para saberem como lidar com este
político relutante que continua a subverter o paradigma dominante, porque ele e
o seu país sentem que têm tudo a perder.
Etiquetas: Grécia, Siryza, Vorufakis
A Troica quer exercer o "direito de pernada" sobre a Grécia para derrubar o Siryza
Para que os servos não esquecessem que quem mandava neles era
o Senhor feudal, o fidalgo exercia entre outros actos de
poder o "direito de pernada". Isto é, tinha o direito a ser
ele a "desvirginar" na noite de núpcias a serva que habitasse os
seus domínios. A humilhação do noivo e da noiva traduzir-se-ia de forma
simbólica com o Senhor a passar a perna, num gesto largo, sobre
a cama dos noivos. É, pelo menos, o que reza a lenda.
Ora o que se passa na Grécia é parecido, a Troica quer ter o direito de
pernada sobre a Grécia e o governo grego não aceita o papel da serva humilhada.
O governo Português que se ofereceu para a pernada com prostituto prazer
não aceita que o governo grego não seja humilhado como ele próprio foi e
como Junker reconheceu ao considerar que “era perfeitamente compreensível” a recusa do governo grego em ser
desautorizado na sua terra por uns funcionários de segunda categoria, a Troica, isto é,
"em ser humilhado, como aconteceu com Portugal".
O Siryza não aceita que seja o povo grego que já está
de rastos a pagar de novo a parte maior do "castigo". Tanto
mais quanto o remédio só agravou a doença, na Grécia como em Portugal.
O Governo de Tsipras não quer castigar mais os que mais sofreram com a política de
austeridade dos governos anteriores, da direita ou do PASOK que, como em geral
os partidos socialistas europeus, converteu-se, desde Tony Blair, ao
neoliberalismo.
A Troica quer não apenas o dinheiro mas também ser ela, que não
foi eleita, a decidir como e a que classes sociais, na Grécia, o vai
cobrar. E quer fazer recair sobre os mais desfavorecidos o grosso da factura a
pagar. Não será por malvadez mas porque descredibilizaria o Siryza que
gostaria de ver desaparecer da cena política grega, porque não ofende os
oligarcas gregos nem os seus apaniguados dos partidos que se prestaram a
aceitar o "direito de pernada" da Troica, porque se
"está nas tintas" para com a justiça social, para com o sofrimento
dos gregos mais causticados com a austeridade.
Entre outras medidas, pressionado e fazendo concessões, o governo
grego propôs, à União Europeia, isto é, a Merkel, e ao FMI e ao BCE - a
Troica - entre outras, as medidas seguintes que permitam o pagamento da dívida:
- uma taxa de 12% nos lucros das empresas acima de 500 mil
euros.
- Aumento da taxa de IRC de 26% para 29% que afetará cerca de 15 mil
empresas com lucros de 100 mil euros e deverá render 410 milhões de euros
em 2016.
- Sobretaxa no IRS, para rendimentos anuais, em euros, superiores a
12 mil - 0,7% ; 20 mil - 1,4% ; 30
mil - 2 % ; 50 mil - 4 % ; 100 mil - 6 %
- Redução da despesa com defesa.
- Aumento do imposto especial sobre produtos de luxo, como iates privados,
de 10% para 13%.
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A Grécia na Europa (Clique aumentará)
Há mais que uma Grécia.
Uma Grécia
O ex-min. da
Defesa da Grécia, Akis Tsochatzpoulos, comprou em 2000, 4 submarinos à Alemanha
por 2,85 mil milhões de euros. A Justiça
alemã descobriu ter havido corrupção (62 milhões em luvas). Os corruptores
alemães foram julgados, condenados e presos. E havendo corruptores há corrompidos
(não é como em Portugal, "nós não somos a Grécia!") e assim ao ex-min da Defesa grego, o corrompido, sucedeu o mesmo. Aconteceu na
Grécia dos governos corruptos, dos governos que privilegiavam o lucro do grande
capital financeiro, e para quem o estado social… ora o Estado Social… em
primeiro lugar estão os mercados e os grandes negócios depois se sobejar alguma
coisa, pois com certeza, o Estado Social.
Outra Grécia:
Em 2001 um
grupo de organizações, movimentos e pequemos partidos deu origem a um partido um
pouco maior que concorreu às eleições e foi tendo estes resultados:
Parlamento
|
Votos
|
%
|
Assentos
|
2004
|
241
539
|
3.3
|
6
em 300
|
2007
|
361
211
|
5.0
|
14
em 300
|
2009
|
315
627
|
4.6
|
13
em 300
|
2012 - Maio
|
1
061 265
|
16.8
|
52
em 300
|
2012 - Junho
|
1
655 022
|
26.9
|
71
em 300
|
2015
|
2
246 064
|
36.3
|
149
em 300
|
Dá pelo nome de Siryza e tem no seu programa entre outros objectivos:
«1. Realizar una auditoría sobre la deuda pública. Renegociar su devolución y suspender los pagos hasta que se haya recuperado la economía y vuelva el crecimiento y el empleo.
2. Exigir a la UE un cambio en el papel del BCE para que financie directamente a los Estados y a los programas de inversión pública.
3. Subir el impuesto de la renta [IRS] al 75% para todos los ingresos por encima del medio millón de euros anuales. [acima dos 42.000/mês aproximadamente]
4. Cambiar la ley electoral para que la representación parlamentaria sea verdadeiramente roporcional.
5. Subir el impuesto de sociedades para las grandes empresas al menos hasta la media europea.
6. Adoptar un impuesto a las transacciones financieras y también un impuesto especial para los productos de lujo.
7. Prohibir los derivados financieros especulativos, como los swaps y los CDS.
8. Abolir los privilegios fiscales de los que disfruta la iglesia y los armadores de barcos.
9. Combatir el secreto bancario y la evasión de capitales al extranjero.
10. Rebajar drásticamente el gasto militar.
11. Subir el salario mínimo hasta su nivel previo a las recortes (751 euros brutos mensuales).
12. Utilizar los edificios del Gobierno, la banca y la iglesia para alojar a las personas sin hogar.
13. Poner en marcha comedores en los colegios públicos para ofrecer desayuno y almuerzo gratuito a los niños.
14. Ofrecer sanidad pública gratuita para las personas desempleadas, sin hogar o sin ingresos suficientes.
15. Ayudas de hasta el 30% de sus ingresos para las familias que no pueden afrontar sus hipotecas.
16. Subir las prestaciones de desempleo para los parados. Aumentar la protección social para las familias monoparentales, los ancianos, los discapacitados y los hogares sin ingresos.
17. Rebajas fiscales para los productos de primera necesidad.
18. Nacionalización de los bancos.
19. Nacionalizar las antiguas empresas públicas de sectores estratégicos para el crecimiento del país (ferrocarriles, aeropuertos, correos, agua…).
20. Apostar por las energías renovables y por la protección del medio ambiente.
21. Igualdad salarial para hombres y mujeres.
22. Limitar el encadenamiento de contratos temporales y apostar por los contratos indefinidos.
23. Ampliar la protección laboral y salarial de los trabajadores a tiempo parcial.
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O governo alemão que atualmente tutela a UE é amigo da 1ª Grécia, acima identificada e com ela não só fez excelentes negócios chorudos como fechou os olhos a todo o tipo de falsificações que permitiram a entrada da Grécia no Euro. A 1ª Grécia era por sua vez muito amiga da Alemanha e dos seus bancos que lhe ofereciam todo o dinheiro que quisesse para pagarem juros incomportáveia para o povo grego mas muito apreciados pelos bancos alemães e outros, incluindo portugueses.
CONCLUSÃO:
quando falamos da Grécia, convém saber de que Grécia estamos a falar, se da
Grécia dos oligarcas donos dos bancos e dos grandes consórcios
ou da
Grécia dos trabalhadores e das classes médias.
A UE, o BCE, o FMI fazem tudo o que podem e podem muito para vergar o governo grego, para obrigar o Siryza a deixar de cumprir as suas promessas eleitorais e obrigar as classes menos favorecidas da Grécia a pagar os desmandos dos anteriores governos gregos amigos da Troica, cortes nos salários, nas pensões e tudo o que temos visto por cá. E depois a UE, o BCE e o FMI mandam os seus papagaios da comunicação social apregoar: vejam o Siryza! Vejam o governo grego!! Promete e não cumpre! Populistas e Corruptos. Corruptos como nós!
John Locke (1632 - 1704) grande filósofo inglês é o primeiro ideólogo do liberalismo. Representante da burguesia em ascensão ele é um grande ideólogo da liberdade individual e da propriedade privada contra o poder discricionário e abusivo do rei e da nobreza, contra o absolutismo.
Com Locke nasce a primeira teorização do liberalismo económico, do indivíduo contra o Estado.
Mark Blyth na sua obra
"AUSTERIDADE a História de uma Ideia Perigosa" (Quetzal 2013) diz que Locke foi o pai teórico da AUSTERIDADE, e que esta se ergue de tempos a tempos, ao longo da história do capitalismo. A AUSTERIDADE que assola a Europa do Euro e é seguida com entusiasmo e volúpia acrítica pelos
regentes da Troica em Portugal, Passos/Portas/Cavaco.
Outros grandes figuras da Filosofia ou da Economia se lhe seguiram com novas "nuances" adequadas às circunstâncias, como o escocês
David Hume (1711-1776) ou o grande e também escocês
Adam Smith (1723-1790) .
Vem daqui a quadratura do circo da doutrina liberal ( no sentido económico) acerca do
ESTADO: 1) NÃO SE PODE VIVER COM ELE, 2) NÃO SE PODE VIVER SEM ELE, 3) NÃO QUEREMOS PAGÁ-LO.
Remetendo-nos à época deste grandes pensadores e interpretando os interesses dos capitalistas NÃO SE PODE VIVER COM ELE porque cobra-nos impostos , NÃO SE PODE VIVER SEM ELE porque é necessário manter a ordem e para defender o direito sagrado à "nossa" propriedade. NÃO QUEREMOS PAGÁ-LO percebe-se.
Nos tempos da UE e do EURO a tradução é:
NÃO SE PODE VIVER COM ELE (quando é controlado por gente má como a do Syriza) e deve em qualquer circunstância ser reduzido ao mínimo, privatizando-se tudo o que dê lucro (mesmo que a privatização seja uma nacionalização chinesa como no caso da EDP),
NÃO SE PODE VIVER SEM ELE porque é preciso manter parlamentos e governos que façam as leis que convêm ao capital financeiro e tenham fortes polícias para manter o respeitinho da "populaça" incluindo aqui as classes médias.
NÃO QUEREMOS PAGÁ-LO: Cortem nas pensões, cortem do serviço nacional de saúde, cortem na Educação, rebentem com a segurança social, em geral.
Não estou contra Locke, Hume ou Smith. eles lutavam contra o poder despótico e senhorial dos reis e dos nobres e interpretavam as forças progressistas em ascensão. Estou é contra os actuais paladinos da AUSTERIDADE posta ao serviço da nova nobreza do dinheiro mas que mesmo com esse propósito é ao que parece e os EUA tendem a comprová-lo é uma orientação pouco inteligente e de curto alcance.
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Israel atacou a Faixa de Gaza em 2014. Foi resposta a três rockets atirados para Israel por jihadistas palestinianos a partir da Faixa de Gaza. É certo que, por mero acaso, os mísseis não mataram ninguém. Mas havia que dar a devida resposta, pois não. Bombardeamentos com aviação, "rockets", artilharia contra a cidade de Gaza e outras cidades. Mais de 2000 mortos, mais de 7000 feridos. População civil. Mas que interessa!? Diria o Hitler. São Judeus não são gente. São palestinianos não são gente.
Judeu errante durante dois milénios voltou a ter casa. Só que a casa que era deles há 2 mil anos e das outras tribos que por lá ficaram estava ocupada há 2 mil anos pelos que lá viviam quando criaram o Estado de Israel. E estes têm tanta culpa do que lá se passou há 2 mil anos como nós temos do que fizeram ou não fizeram há milénio e meio aqui, nesta infeliz parte da Ibéria, os Alamanos, os Vândalos, os Visigodos que por aqui andaram.
Acomodassem os judeus na sua antiga terra mas sem expulsarem dela perto de um milhão de residentes. Milhão que hoje anda pelos 3 milhões que sobrevivem em Gaza e bairros de lata pelos países muçulmanos vizinhos e que muito naturalmente dão origem a jihadistas em luta pela terra de onde foram expulsos. Expulsos como expulsos foram há milénio e meio as tribos judaicas estabelecidas ali, depois da sua fuga do Egipto.
Esta criatura da imagem de cima até parece uma menina como as nossas e procura a boneca que talvez ainda esteja viva, nos escombros da sua casa. Mas não, não é uma menina, como as nossas ou como as meninas judias, porque é filha de palestinianos e vive ou sobrevive em Gaza.
Porque aquela menina não é gente, esta outra menina, já uma senhora de 39 anos, de seu nome Ayelet Shaked , defende a morte indiscriminada, em Gaza, não apenas dos jihadistas mas "também a morte das suas mães" [Courrier Internacional de Junho de 2015]. Tanta beleza desperdiçada em tão degenerada criatura. Mas não seria caso para maior escândalo, havendo como há tanta gentinha assim, não fora esta senhora ser a actual ministra da Justiça de Israel e públicos aqueles dislates por si sentenciados. Ela defende, promove Israel, não como um Estado democrático mas como um Estado racista, confessional, um Estado judaico. O governo de Israel, presidido por Benjamin Netanyahu chefe do partido conservador Likud, é constituído por vários partidos do mais reacionário que os Judeus têm, um dos quais o desta senhora.
Etiquetas: Ayelet Shaked, Israel, Jihadistas, palestinianos