2013-01-31
2013-01-30
O PS numa embrulhada, muito favorável ao governo
O Governo de Passos marcou pontos com esta de ir aos "mercados", porque Seguro não soube desmistificar e explicar a situação.
António José Seguro, em vez de explicar em que consistia a operação de ir aos mercados, preferiu falar como alguém ontem dizia, da necessidade de se conhecer o contrato da ANA. É evidente que é importante mas numa situação destas o contrato da ANA é coisa secundária.
Francamente não percebi porque a direcção do PS não explicou. Coloco a mim próprio a questão. Seguro não domina o assunto? Tem maus estrategas? Vamos admitir que não domina. Então com tanta gente que o rodeia com uma horinha de explicações lá chegava. Se tem maus estrategas é mais grave.
Parece-me que tudo se mistura e com Seguro é aquela insegurança total. Onde está a alternativa a este governo?
Aparece António Costa. Mas Costa está muito entalado. Sem dúvida nada comparável a Seguro, sobretudo para fora do PS. Tem experiência, tem mostrado saber jogar. Mas será que ganha as eleições no PS?
Tenho dúvidas. Seguro não tem carisma, mas tem o PS armadilhado em seu favor.
2013-01-28
Este governo ajuda pouco a exportar
Este exemplo é clássico. Fala-se ... fala-se e as coisas mais simples não são resolvidas.
Falar em exportar é simples. É a palavra mais usada pelo ministro da economia e por este governo. Depois na prática é o que se vê.
O governo aponta como meta para as exportações atingir 50% do PIB. É uma meta irrealista. São os empresários que o dizem e quem conhece o mínimo da nossa economia sabe que não o é sem profundas reformas. Uma delas é na área das infraestruturas de apoio á economia, onde os portos têm um papel crucial.
2013-01-27
Uma voz pouco suspeita de ser de esquerda lê com realismo o marketing político
Foguetes antes da festa - Opinião - DN
António José Seguro e o PS deixaram-se envolver nesta armadilha e não souberam explicar ao País o que de facto aconteceu.
Bastava responderem a uma questão muito simples. O que ganha cada cidadão de bom com esta operação?
Param os cortes nos salários e pensões? Não é o caso. O que vem aí, é mais austeridade de 4 mil milhões e, por conseguinte, mais cortes e mais impostos.
“O enorme êxito da ida aos mercados”
“O enorme êxito da ida aos mercados” em 23 de Janeiro é o último episódio da propaganda do
governo para distrair o eleitorado da gravíssima situação a que a sua política conduziu
Portugal.
Que “vitória” foi esta da ida aos mercados? O governo
ajustou com um grupo de banqueiros (Barclays, BES, Deutsche Bank e Morgan Stanley) a
procura de quem lhe emprestasse 2,5 mil milhões de euros por um prazo de 5 anos
e esses banqueiros conseguiram a “proeza” de encontrar quem o emprestasse o que levou Ricardo Salgado,
do BES, a elogiar muitíssimo essa operação em que ele participou e a elogiar
muitíssimo o governo que assim revelou ir pelo caminho certo para os
banqueiros o país.
Vale a pena ir ao detalhe desta “ida aos mercados”. O empréstimo foi conseguido a uma taxa de juro
de 4,891%, muito boa para os "mercados" mas também melhor para Portugal que a 7 de fevereiro de 2011 teve de contrair um empréstimo com
a taxa de juro de 6,4%. Mas aquela continua a ser uma taxa de juro sem
sustentabilidade, isto é, trata-se um empréstimo que como os outros, com esta
taxa, continuamos a não conseguir pagar porque não temos hoje nem a curto
prazo, provavelmente nem na próxima década, a expectativa de crescimento médio da
economia a, digamos 2,5 ou 3% ao ano. Foi
uma grande vitória? Nem grande nem pequena, sem crescimento da economia é a expressão da continuação da trajectória de desgraça a que conduziram os trabalhadores e as classes médias.
Mas, mesmo assim, o governo poderá vangloriar-se, não? Pois não, porque
este “mérito”, apesar de todo insuficiente, deve-se não ao governo mas ao facto de o BCE,
há alguns meses atrás, ter garantido aos mercados a recompra dos títulos das
dívidas soberanas. Por isso a Irlanda também foi agora aos mercados e obteve dinheiro a juro ainda mais baixo que Portugal. Mérito de Passos Coelho? Mérito da Irlanda? Mérito das garantias dadas pelo BCE.
Então como
se explica esta aparente euforia do Governo? Pela ingente necessidade de fazer
esquecer o fracasso da política que tem seguido e que tem tido como resultado:
·
um alarmante aumento do desemprego (passou de 11,1% no
início de 2011 para mais de 16,3 no início de 2013 ),
·
a fome para dezenas de milhar de famílias;
·
a diminuição da assistência à saúde com os cortes de
verbas para o SNS;
·
a diminuição da qualidade do ensino, da investigação e
da ciência com a diminuição do seu orçamento, hipotecando o futuro do país, numa
área onde se tinham conseguido assinaláveis êxitos;
·
do aumento da emigração nomeadamente de licenciados e
quadros técnicos e científicos;
·
o aumento da dívida do Estado que passou de 94,5% do
PIB no primeiro trimestre de 2011 para 120% no fim de 2012;
·
da incapacidade em reduzir e mesmo cumprir a meta do
défice de 4,5% do PIB que acordou com a
tróica para 2012 (garantia dada pelo min Gaspar na AR ainda em 14 de Março de
2012) nem cumprir a nova meta de 5% renegociada se excluirmos as “engenharias” financeira
da venda da ANA como se confirmará em breve.
Mas apesar de tudo isto como se compreendem os elogios da tróica? Estes,
apesar de conjunturais, são explicáveis, pois são elogios a si própria e uma
forma de encobrimento do fracasso que também é dela. No entanto o governo apenas faz o que a União Europeia, a Zona Euro ou mais
precisamente a tróica impõe!
Sem dúvida que o mal não reside apenas no governo português, as
condicionantes externas são muito adversas porque a Europa tem aplicado desde
há uns pares de anos, como bem o caracterizou o Público (o de Espanha), a orientação política do “Tea Party” que a
extrema-direita americana não tem conseguido, apesar de tudo, impor a Obama.
Então não há razão para nalguma medida desculparmos o impreparado Passos
Coelho, o técnico de finanças Gaspar, o
“dr” Relvas, o “ministro” António Borges e o “ministro” Carlos Moedas, que
trazem a experiência do Goldman Sachs? Não, não há razão para lhes perdoarmos. Este
1º M das “jótas”, não é apenas um “aparatchic” que contrariado se vê obrigado a
seguir esta política. Não, ele quer e tem-no afirmado repetidamente, ir para além da “tróica”. Faz o papel do
lacaio que se esforça na lisonja ao seu senhor. Faz o papel do antigo cipaio
colonial que encarregado nas roças, em Angola, de aplicar 50 palmatoadas aos
trabalhadores castigados pedia autorização ao capataz para dar 60.
Temos um 1ºM que envergonha o país. Um senhor que, como candidato a
governante, fazia gala em dizer que queria o FMI em Portugal. Oferecia-se
ao poder financeiro local e ao que impera na Europa para governar, com empenho
e alegremente, sob a sua tutela. Temos um primeiro-ministro que não assume a
defesa dos interesses de Portugal e dos portugueses e antes se assume como
advogado dos credores agiotas.
Tenho para mim que a incultura do1º M, a ignorância do que é
um país e um povo, uma vida partidária formatada pelo carreirismo
aparelhístico, uma “vida empresarial” assente afinal… na mama do Estado… tenho para mim que
esta experiência de vida não está associada a qualquer doutrina ou ideologia.
Está associada apenas aos poderes fácticos e que são os dos banqueiros e
financeiros. É, para usar uma imagem de Freitas do Amaral, o diligente e
aparatoso rapaz que carrega a pasta do chefe, na esperança certamente de que no futuro lhe caiba qualquer coisinha.
2013-01-25
2013-01-23
Dizer que a estrondosa vitória foi devida ao BCE é pior que traição
Os telejornais informaram o país que o Governo e tanto ou
mais que o Governo o Gaspar resgataram os portugueses do estado de desgraça em
que Portugal caíra de há um ano para cá com o êxito da ida aos mercados. O
Passos foi aos mercados pedir emprestado uns milhares de milhões a médio prazo
e não só encontrou quem lhe emprestasse dinheiro como lho emprestaram a um juro
muito mais baixo do que há um ano. Apesar de o juro ser 4 vezes maior que o que
a Alemanha paga foi um estrondoso êxito e comprova a enorme sagesse do nosso Gaspar. É certo que o
Governo não conseguiu tudo. Nem legitimamente se lhe poderia exigir tudo. É
certo que falhou no défice para 2011 e também logo por azar para 2012. A
dívida, para desfeitear o Governo e por artes maléficas da oposição (figas e recusas
em colaborar) também aumentou. O PIB … bem o PIB também diminuiu mas nem tudo diminuiu,
por exemplo a recessão aumentou. É claro que o desemprego aumentou mas não se
pode ter tudo, né?! Apesar destes contratempos o Governo entra em 2013 com esta
vitória estrondosa de ter conseguido ir aos mercados. O seu trabalho e o do
Gaspar, foi tão bom que até a coisa se repercutiu na Grécia e na Irlanda e até
na Espanha e em outros países europeus que à custa do bom exemplo do governo
português também conseguiram ir aos mercados como nós com um juro melhor. Foi o
exemplo de “bom aluno”, a experiência adquirida nos bancos pelo Dr. Gaspar, pelo
Dr. Moedas e o Dr. Borges no Goldman Sachs, e o facto de o governo ter mostrado,
com atos, à troica que não só faria tudo o que os credores lhe mandassem fazer
como faria mais do que lhe pedissem que ele não está para outra coisa.
Mas lá está!... a oposição não gostou deste êxito enorme do
Governo e pôs-se para aí a dizer que a confiança dos mercados não é em nós nem
na nossa economia mas apenas porque o BCE disse há uns tempos atrás que podiam
emprestar dinheiro aos países em dificuldades porque ele, ele BCE, garantiria
em última instância o pagamento aos credores.
Digam lá se não é mesmo uma ignomínia, diria mesmo uma
traição esta atitude de os opositores da Situação desvalorizarem o trabalho árduo
e inteligente do governo Português, aliás com o apoio do Presidente da
República ainda que um pouco envergonhado.
2013-01-21
Vale a pena clicar
2013-01-17
Mas qual fuga ao fisco? Gente maldosa...
O destaque de 1ª página do Jornal "I" foi para um Sr que na declaração do IRS de 2011 se esqueceu de incluir 8 milhões e meio de euros.
Diz o "I" que na declaração inicial do IRS o tal Sr. declarou como ordenado e outros rendimentos, dele e da esposa, cerca de 1,1 milhões e assim pagou de imposto 183 mil euros.
Foi o que declarou em Maio de 2012, como toda a gente. Mas depois devido a mexericos e bisbilhotices de jornalistas e de polícias atrás daqueles negócios em averiguação no processo Monte Branco o Sr. cismou ( como diria o José Luís Peixoto. No Alentejo, de onde ele é natural, usa-se muito o "cismar", explicou ele na TV) e pareceu-lhe prudente retificar a declaração e juntou mais 25 mil euros da sua Senhora e 655 mil seus. Mas... mas, lá mais para a frente (isto é o que diz o "I" e já sabemos como os jornalistas são maldosos) em 30 de Agosto cismou melhor e fez uma segunda retificação: afinal tinha-se esquecido de incluir o que tinha ganho nuns negócios com Angola, que, com riquezas imensas nas mãos de poucos é, para os negócios, um paraíso. Assim adicionou mais 8,5 milhões de euros de proveitos. Mas, já em Dezembro, pouco antes de ser chamado à polícia, ao DCIAP, a memória que tantas vezes nos trai, refrescou-se-lhe e o Sr. foi diligente e respeitador da lei retificar uma vez mais a sua declaração de IRS e declarou qualquer coisinha mais que correspondeu segundo o maldoso "I" a um acréscimo de IRS de 1,3 milhões. Fiz as contas e isso quererá dizer que ainda se tinha esquecido de quase uns 4 milhões. Tudo somado e sempre de acordo com o "I" que o Sr., através dos seus serviços, já chamou de mentiroso, tudo somado ganhou em 2011 à volta de 14 milhões.
Mas que senhor será este? Segundo um livrito que saiu há tempos e revela quem são Os Donos de Portugal este Sr., assim tão escrupuloso, é entre os ditos donos o dono principal, o simpático banqueiro, do BES, o Sr. Ricardo Salgado.
É aquele Sr que fez um comunicado para a imprensa a dizer que ia ao DCIAP, como testemunha, de livre vontade. Não se pusessem para aí a pensar que fora a polícia que cheirou a esturro e o convocou. Nada disso, foi ele, ele mesmo, de sua livre vontade. Realmente não estava a ver a polícia levar o principal dono do país (segundo aquele estudo radical e mal intencionado que está no livro citado) o Sr Ricardo, algemado, arrastado à força pelas pedras da calçada.
Depois de ter lido isto que
está aqui no "I" e
também aqui, fiquei mais conformado com os sacrifícios que o Governo impõe ao país, mais recetivo à tragédia do empobrecimento da maioria dos portugueses. É que afinal o dinheiro não desapareceu, o dinheiro está aí e em boas mãos, nos bolsos de gente ilustre, de pessoas de respeito e educadas que até dá gosto, de que nos devemos orgulhar. E que paga os seus impostos.
________________
Para casos destes, de fuga aos impostos da ordem dos milhões os nossos governantes fizeram legislação que evita prisão e multas e aborrecimentos a pessoas que merecem respeito. Quem for apanhado pelo fisco, se pagar "de livre vontade" fica perdoado e paga até só uma taxazinha pequenina, quase simbólica como prémio da sua boa vontade. Deus é grande.
2013-01-16
Leviandade fiscal
Em Outubro de 2001, a Comissão Europeia, face à disparidade de taxas
equivalentes ao IRC português (10% na Irlanda, 40,2% na Bélgica e Itália) teve a
veleidade de produzir uma comunicação “Para um mercado interno sem entraves
fiscais”.
Esta tomada de posição parecia indicar que a Europa caminharia para a
harmonização fiscal. E o que aconteceu? Os Estados continuam a fixar as taxas
nacionais dentro de certas normas.
Estas notas vêm a propósito da taxa de 10% de IRC avançada pelo ministro da
economia Santos Pereira, como ferramenta de atracção de novos investimentos em
Portugal. A ideia do ministro, embora tosca, não é de deitar fora. O País
precisa, na realidade, de investimento na área dos bens transaccionáveis.
Para além da dificuldade em convencer a União Europeia de que a taxa de 10%
não distorce a concorrência empresarial, pergunto-me: seria aceitável que certas
empresas ou indústrias como o calçado, a cerâmica ou certos segmentos do têxtil
que venceram a crise, através de reorganizações técnicas inovadoras, gestão e
marketing adequados, novos produtos, utilização de novas matérias-primas,
algumas de sua concepção, com as taxas de IRC actuais, fossem agora colocadas
numa situação de desfavor fiscal?
Santos Pereira, no trabalho de casa, não pensou no conjunto. A decisão de
investir em Portugal resulta de uma conjugação de factores. A taxa de IRC tem o
seu peso, mas não só. O grau de transparência do Estado e a rapidez da justiça
associada à simplicidade das normas comerciais aplicáveis, a estabilidade das
normas jurídicas e a certeza na aplicação do direito constituem o núcleo de
factores mais determinante. Significativa importância têm ainda os chamados
custos quantitativos de contexto o preço da energia, água, os custos e
facilidades de financiamento, o custo de licenças ou taxas várias, etc que os
governos esquecem ou fingem esquecer, deixando que se criem situações que vão em
sentido contrário à atracção do Investimento.
É este pacote articulado que falta servir aos novos investidores e alargá-los
a quem já demonstrou competência.
João Abel de Freitas, Economista
2013-01-15
Europa afunda-se
Crise:
Sem uma frente comum contra o desemprego
Um centro de emprego no bairro de Kreuzberg, em Berlim, em abril de 2012.
AFP
Os últimos números são implacáveis: o desemprego atinge
números recorde na zona euro, com 11,8% da população ativa sem emprego.
Mas até agora, os países europeus continuam incapazes de harmonizar as
suas políticas sociais para tentarem sair da crise.
Quatro anos depois do início da crise, a Europa continua a
confrontar-se com um mercado de trabalho deprimido. Ainda faltam 2,7
milhões de empregos na zona euro para que se voltem a alcançar os níveis
de 2008 e 2,8 milhões a nível da União Europeia. No conjunto da União, o
número de desempregados aumentou em oito milhões em quatro anos e a
taxa de desemprego passou de 7,1% para 11,8%.
Nem todos os países foram atingidos da mesma maneira. A queda do
emprego foi vertiginosa nos países fortemente afetados pela crise
financeira e presos num endividamento público excessivo: desde 2008, a
Irlanda e a Espanha perderam um posto de trabalho em cada seis, a Grécia
perdeu um em cada sete e Portugal um em dez. Fora da zona euro, os
países bálticos e a Bulgária também pagaram um pesado tributo. Em
contrapartida, a Polónia, a Bélgica, a Alemanha, a Áustria e a Suécia
saíram-se bem melhor e ultrapassaram um pouco os níveis de 2008. Entre
estes dois grupos, a França está ligeiramente abaixo do nível que tinha
antes da crise, segundo os dados do Eurostat.
Como explicar tais divergências? É a política de emprego praticada
que faz a diferença e não apenas a intensidade da recessão de 2009.
Longe de harmonizar as suas respostas face à crise, os Estados europeus,
de facto, escolheram estratégias diferentes. Com mais ou menos sucesso.
Variável de ajustamento
Em alguns países, o ajustamento do emprego ao choque de atividade foi
total. Perante a diminuição das encomendas, as empresas cortaram
rapidamente o número de funcionários para preservarem as suas margens.
Foi o que aconteceu no Reino Unido, onde o mercado de trabalho é muito
flexível. Em Espanha e na Dinamarca, o emprego caiu mais do que as
encomendas às empresas, o que se traduziu em importantes ganhos de
produtividade e num grande aumento do desemprego. São sobretudo os
trabalhadores temporários (com contratos a prazo) que servem de variável
de ajustamento: os seus contratos não são renovados. Por isso, os
países que flexibilizaram mais o mercado de trabalho viram as suas taxas
de desemprego subir mais rapidamente.
Nos outros países, pelo contrário, o ajustamento no emprego foi
apenas parcial. Perante a diminuição da procura, as empresas preferiram
diminuir o número de horas de trabalho ou a remuneração dos seus
funcionários, em vez de os despedirem. Esta estratégia foi sobretudo
utilizada na Alemanha, na Bélgica e em Itália, graças a um recurso
intensivo ao desemprego parcial. Foi também este o caso, numa escala
menor, em França. Perante uma diminuição de atividade, os esforços são,
assim, partilhados entre todos os funcionários de uma mesma empresa, em
vez de serem essencialmente suportados por aqueles que são despedidos.
Também foram postos em prática outros tipos de políticas. Na Áustria,
por exemplo, optou-se por subsidiar até ao início de 2011 os postos de
trabalho pouco ou nada qualificados. De facto, são geralmente os
trabalhadores com fracas qualificações os primeiros a serem
sacrificados. A Hungria, a Eslováquia, o Reino Unido, a Finlândia, a
Suécia, a França e a Espanha também apoiaram a procura de trabalho, para
incentivar a contratação de jovens, seniores e trabalhadores pouco
qualificados, mas de modo mais tímido e com resultados mitigados.
Quebra-cabeças à escala europeia
Pelo contrário, o recurso aos empregos subsidiados, financiados em
grande parte com dinheiros públicos, tem sido limitado. Na União
Europeia, o número destes postos de trabalho diminuiu 15% entre 2007 e
2009. Finalmente, a formação profissional foi o instrumento mais
largamente utilizado. Mas, para além deste relativo consenso em torno da
formação, a crise não serviu como uma ocasião para criar políticas
sociais na Europa. Alguns Estados continuam adeptos do laisser-faire
[deixa andar], enquanto outros são muito interventivos. Em 2010, as
despesas com políticas de emprego variaram entre 0,7% do produto interno
bruto (PIB) no Reino Unido, a 3,9% em Espanha, passando por 2,3% na
Alemanha, 2,,5% em França, 3,4% na Dinamarca e ainda 3,8% na Bélgica.
Num tal contexto, a ideia defendida pela França e estudada pela
Comissão de instituir um sistema de seguro de desemprego à escala
europeia é um quebra-cabeças. Porque em matéria de subsídio de
desemprego, o panorama também é uma cacofonia. As regras são diferentes
de país para país e os sistemas mais ou menos generosos.
Mesmo que um regime europeu de seguro de desemprego não substituísse
os sistemas nacionais, mas funcionasse sobretudo como uma prestação base
complementada depois por cada um dos países, a harmonização necessária
no plano da cobertura e condições de acesso seria muito difícil. Para
mais, confrontados com grandes limitações orçamentais, recentemente, a
maior parte dos Estados reformou os seus sistemas de subsídio de
desemprego num sentido pouco vantajoso para os desempregados.
Um caminho menos social
Assim, em 2010, a Dinamarca diminuiu a duração do subsídio de
desemprego de quatro para três anos. A França fez o mesmo em 2002,
reduzindo a duração desse subsídio de três para dois anos. Em Espanha,
houve uma redução de 10% do valor do subsídio a partir do sétimo mês. Em
Portugal, diminuiu o valor máximo do subsídio, o montante é agora
degressivo e a própria duração do subsídio também foi encurtada. Só a
Bélgica, em contracorrente, aumentou o montante da prestação e facilitou
o acesso dos jovens ao subsídio de desemprego.
Os países europeus estão a dirigir-se para um caminho menos social.
No entanto, os sistemas de subsídio de desemprego têm um interesse
económico e não apenas social. Sem esse amortecedor, a crise teria feito
muito mais estragos. Mesmo a OCDE acabou por o reconhecer. Desfazer
essa rede de segurança enquanto a Europa ainda não saiu das dificuldades
é correr o risco de nos afundarmos ainda mais no marasmo económico.
Traduzido por Maria João Vieira
fonte:Presseurop
O que penso sobre a Zona Franca Franca da Madeira
Este texto escrito há mais de um ano (2011) continua a ser a minha posição de fundo sobre como utilizar o instrumento Zona Franca para sustentar o desenvolvimento sócio económico da Madeira.
Durante a sua vigência tem sido criada competência internacional que urge colocar ao serviço do desenvolvimento da Madeira.
Para isso é preciso reorientar os objectivos da Zona Franca, a que se opõem de forma determinante os actuais concessionários.da SDM.
A zona franca da Madeira e o FMI
Em 2000 o FMI, na sua lista de paraísos fiscais, incluía a Madeira como tal.
Não sei se o FMI ainda mantém esta classificação ou não hoje.
Não consegui encontrar a fundamentação para tal mas deduzo que são as mesmas que sustentam outros paraísos fiscais europeus como Andorra, Mónaco, Suíça, Luxemburgo, ou em outros continentes as Bahamas, Panamá, etc.
A Zona Franca da Madeira não tem sido bem sucedida desde há uns anos a esta parte. E queixa-se de que o governo central não lhe tem dado grande apoio na sua defesa junto da União Europeia. Mas pergunta-se? Para além desta carga negativa de paraíso fiscal, estando concessionada a uma empresa maioritariamente privada, o grupo Pestana, enquanto em Canárias por exemplo a zona franca é de capitais públicos, reunirá condições para beneficiar desse empenho?
Estou à vontade pois a minha visão de zona franca não é a que existe actualmente independente da natureza do capital societário que a explora
2013-01-11
Um pouco de mansinho... Passos/Portas estão a levar-nos à certa
Ontem vi a Quadratura do Circulo. Gostei de Pacheco Pereira e de António Costa. Estavam muito bem preparados, tinham estudado o relatório do FMI e descreveram, cada um a seu modo, as implicações da sua aplicação ao país. Lobo Xavier é um caso à parte. Apesar de habilidoso cada vez consegue disfarçar menos por onde torce e aonde pretende chegar. É o papel dele.
António Costa e Pacheco Pereira também sabemos onde correm, mas há algo de fundo que os separa de Lobo Xavier, nomeadamente Pacheco Pereira que se situa em áreas políticas próximas de Lobo Xavier. É no campo dos princípios. Há duas ou três "traves" de cariz social/cidadania que Pacheco tem bem arreigadas e por conseguinte olha e analisa o relatório por um padrão completamente diferente de Lobo Xavier que tentou a dada altura defender que o relatório era de cariz técnico. Pacheco Pereira e António Costa desmantelaram esse argumento demonstrando que essa leitura não tinha cabimento, porque o FMI produziu um documento essencialmente ideológico. Na realidade trata-se de um relatório que tem subjacente a defesa da construção de um Estado Mínimo, ou seja, o Estado Social mesmo em situação muito aquém do que existe na Europa é para desmantelar em Portugal. Lobo Xavier muito contrafeito, sem argumento para contrapor tentou insinuar que não queria acreditar que o governo não tivesse outros relatórios mais genéricos de enquadramento para a reforma do Estado. Habilidades!!
Mas depois de muita discussão, a conclusão (Pacheco/Costa) é a de que o relatório com a chancela do FMI é do governo. Houve até quem dissesse que aquele seria o programa que o governo gostaria de ter apresentado quando foi empossado, mas não soube ou não teve coragem.
E o mais grave é que nem hoje tem. Refugia-se nas costas do FMI para ir atirando alguma lama a ver se pega. O objectivo é mesmo esse. Ver se algumas medidas pegam.
Etiquetas: Falta de coragem, FMI, Governo
2013-01-09
O relatório do FMI
O relatório do FMI que deu lugar a uma conferência de imprensa de Carlos Moedas, um homem de peso deste governo e com algumas ligações internacionais (não nos podemos esquecer que esteve no Goldman Sachs), e sobre qual teceu largos elogios, não aparece por acaso mas a pedido do governo e aparece para em grande parte ser implementado.
O Governo pensa que pode impor medidas quando são sugeridas ou "fabricadas" por organismos internacionais.
O governo já disse que o documento é só de apoio. Mota Soares já disse também que há premissas erradas.
Mas não nos deixemos iludir. Este governo sabe o que quer fazer a este país. Quer um Estado mínimo mesmo quando nacionaliza o BANIF. Não é um contrasenso. É que o Estado mínimo é para servir o capital e sobretudo o grande capital. PME e mesmo algumas grandes não interessam a este governo ou outro parecido. Assim se o capital estiver em dificuldade este governo intervém para o fazer sair da situação crítica. É o caso do BANIF.
Este relatório é um atentado ao povo português. Ou nos unimos para por este governo no sítio certo que é apeá-lo ou então estamos a caminhar para esse Estado mínimo que cada vez mais estár ao serviço do grande capital.
2013-01-06
Rafael Correa venceu no Equador uma crise igual à nossa
O
presidente do Equador, Rafael Correa, esteve em Sevilha na universidade Pablo
de Olavide a explicar a crise de Espanha, Portugal e Grécia, sem nunca
mencionar, diplomaticamente o país anfitrião, explicando a crise, por que passou o Equador nos anos 90 e como o seu
país dela saiu e saiu vitorioso, vivendo hoje melhor que nunca. A notícia tem
muito interesse para nós portugueses. Ela está em castelhano, aqui,
no "Público" (espanhol) e cheguei lá porque João Vasconcelos
Costa me informou tê-la (em Português) aqui
no seu Molesquine.
Atenção! Rafael
Correa não é um presidente, um governante, eleito pelo povo mas, como aqui acontece, a governar para os bancos,
para o sistema financeiro internacional, para o FMI, para as
"tróicas", de lá ou de cá. Não, Rafael Correa, como aliás mais alguns
governantes de outros países latino-americanos, trabalha e defende os
interesses do seu povo, do Equador. Parece mentira? Pois parece mas ele existe
e como ele mais alguns presidentes da América Latina.
2013-01-03
2013-01-02
O Fantasma de Belém
Não gosto de desrespeitar ninguém. E não é por falta de respeito. É mesmo porque associo a personagem de Cavaco Silva em Belém a um fantasma, que circula, aparece, desaparece e para nada serve.
Ontem para ser um fantasma perfeito, só faltou vir falar ao país enrolado num manto branco, Os miúdos associam o pai natal ao vermelho e os fantasmas a branco. Foi isso que faltou.
Cavaco Silva falou, falou, disse umas quantas coisas de que já tinha falado.
Em termos práticos, operacionais como se diz, nada de novo nem de resultados.
Para o governo sim foi um branqueamento, pois veio dizer-nos que não há outro caminho, que temos de pagar o que "se deve" e que há que evitar o caminho recessivo.
Não disse foi como, seguindo as políticas de austeridade deste governo, e não renegociando melhores condições da dívida como se pode evitar o aprofundamento da recessão e o avanço para a perda de poder de compra dos portugueses.
Isso não se viu, nem ouviu.
Mas será que é mesmo maldoso qualquer português desejar que os juros baixem e que o governo tem de actuar nesse sentido? Que o plano de resgate tem o dedo de Cavaco Silva que pressionou nesse sentido?
Que uma grande parte da dívida se transforme em dívida perpétua a juros simbólicos?
Isto já aconteceu em muitas partes do Mundo incluido Portugal e Alemanha.
Porque não agora numa situação crítica como a que estamos a viver? Em que cada dia se perde mais poder de compra? Em que as desigualdades se acentuam? Em que aparecem mais ricos por um lado e mais pobres por outro?
Cavaco Silva está a prestar um mau serviço ao País
2013-01-01
a Casa da Música
pEDRO lAINS ENTENDE QUE pORTUGAL E CRÉCIA SÃO A MESMA COISA
Como vai a votação do Orçamento dos EUA no Congresso?