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2014-12-27

 

Durão Barroso, Portas e Submarinos em águas de bacalhau

João Semedo no  Público 26/12/2014
(Deputado do BE, membro da Comissão Parlamentar de Inquérito à aquisição dos submarinos e outros equipamentos militares)
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O DCIAP precisou de oito anos para arquivar o processo. Ninguém foi acusado, não se provou o crime de corrupção. A direita suspirou de alívio, transformou o arquivamento na “absolvição” de Paulo Portas que, finalmente, “pode dormir tranquilo”.
Esta “absolvição” de Paulo Portas tem tanto de encenada como de precipitada, como qualquer um percebe se ler o despacho de arquivamento ou se tiver acesso aos documentos recolhidos e às audições realizadas no inquérito parlamentar. É uma “absolvição” construída sobre os silêncios de uns e as mentiras de outros, em alguns casos os mesmos, e que beneficiou do desaparecimento de documentos muito reveladores. Por isso é uma absolvição frágil, muito frágil.
O que diz o despacho?
Que foram detetadas ilegalidades administrativas, que podiam levar à nulidade do contrato. Que foi obscura a adjudicação da operação financeira que pagou os submarinos. Que Paulo Portas excedeu o mandato conferido pelo Conselho de Ministros em 2003 ao celebrar um contrato de compra diferente dos termos estabelecidos na adjudicação. Que Paulo Portas conduziu negociações que decorreram de forma opaca e produziram alterações significativas no equipamento, na fórmula de cálculo do preço e nas contrapartidas. Que foi Paulo Portas a incluir o BES no consórcio que financiou a compra dos submarinos, em detrimento de outros bancos. Que foi Paulo Portas que se envolveu diretamente nas negociações, inclusive com o próprio Ricardo Salgado, para rever em alta o contrato de financiamento: a margem de lucro para os bancos do consórcio aumentou de 0,19 para 0,25%, com obvio prejuízo para as contas públicas. Absolvição?
E, finalmente, que esta documentação desapareceu do Ministério de Paulo Portas, impedindo de se “percepcionar o modo como se desenrolou o processo concursal que culminou com a celebração dos contratos de financiamento”. Desaparecimento que ninguém – governos, MP - achou por bem investigar.
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2013-06-27

 

Barroso visto de Paris

A diatribe do Le Monde contra o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, não terá sido uma arrogância “chauvinista” contra uma figura afinal originária de um pequeno país da união. As acusações do jornal francês , de camaleão, oportunista, terão razão de ser?
Vejamos.
Mário Vieira de Carvalho num artigo no Público de 2013-06-26, trata este assunto de forma assertiva e esclarecedora (Ver link no fim deste post. Não deixe de ler).
Diz MVC, indo lá atrás: Em Outubro de 2005 a Assembleia Geral da UNESCO reunida em Paris aprovou quase por unanimidade - votos contra apenas de Estados Unidos e Israel - a Convenção para a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais…”
 
A UNESCO e a preservação da cultura dos diferentes povos saiu assim vitoriosa contrariando a política de colonização cultural norte-americana prevalecente na Organização Mundial do Comércio que pretendia acabar com toda e qualquer proteção nacional à respetiva cultura, em especial nos audiovisuais.   
"Que a administração W. Bush – diz Mário Vieira de Carvalho no Público – tenha lançado mão de todo o tipo de pressões para evitar tão universal consenso não é motivo de surpresa. Que o povo de Israel se tenha deixado arrastar como aliado único nessa desesperada tentativa também o não é, apesar das perseguições de que foi alvo ao longo da História e que, não raro, ameaçaram de erradicação total a sua cultura.”
Mas que razões “culturais” motivaram e motivam tanto empenho dos EU em derrubar tais defesas das culturas nacionais? Ampliar o negócio milionário das suas multinacionais, particularmente no audiovisual, invadindo a Europa com a subcultura alienante dos empacotados e outras subespécies de igual quilate.

Que tem Barroso, afinal, a ver com tudo isto? É que, há dias, na véspera de negociações entre a UE e os EUA e após longas conversações que levaram os 27 membros da UE a uma plataforma comum que contempla, contra a posição dos EUA, o direito da UE a defender a diversidade das culturas nacionais dos seus povos, o direito de defender “a Alma da Europa”, face à ameaça do “mercado livre” exigida pelos States para facilitar a invasão mercantil não da grande cultura norte-americana mas da “cultura” de pechisbeque, ora - dizia eu - nesse preciso momento, o presidente da Comissão Europeia em vez de defender a posição da organização que devia representar vem acusar a França de política “reacionária” por se ter batido pela conclusão a que a Europa chegara.

Le Monde concluiu que Barroso, próximo do fim de mandato, não teve pejo de trair os interesses da UE, que devia representar, para bajular o governo dos Estados Unidos. Quis Barroso, na opinião do Le Monde, mostrar assim que os EUA, podem contar com ele em troca de um cargo bem pago, NATO ou ONU que ele está pronto a desinteressar-se dos valores ou interesses da Europa ou do seu país. É uma questão de dinheiro. Para Durão, se tal estiver na sua mão - a ”Alma da Europa” ou os bens culturais nacionais são “valores” perfeitamente transacionáveis por dinheiro. São ou deviam ser, meras mercadorias como aliás, ele próprio.

Le Monde atreveu-se a tais juízos em primeiro lugar porque Barroso não é alemão mas seguramente porque está lembrado de que no passado Durão Barroso, quando 1º ministro de Portugal, se postergou perante Washington, na cimeira das Lages, nos Açores, em 2003, quando apoiou incondicionalmente W. Bush, contra o interesse de Portugal e das suas relações com o mundo árabe, na invasão do Iraque e ter dito até, ter “visto” as provas de que o Iraque possuía armas nucleares. Não terá sido tal comportamento alheio às diligências norte-americanas para a sua ascensão a presidente da Comissão Europeia quando fracassou como 1ºM de Portugal.

Le Monde não poupa qualificativos no seu editorial a Durão Barroso “camaleão”, “oportunista”. Afinal o jornal parisiense sabe que Barroso tanto pode ser um exaltado seguidor de Mao Tsé Tung, como quando esteve, ao que constou, no cerco e incêndio da embaixada de Espanha em Lisboa, promovida pelo MRPP, no verão de 1975, como um entusiasta prosélito de W. Bush. 
É a estatura moral "stupid". [Link Artigo de Mário Vieira de Carvalho]

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2012-07-22

 

Fiquei amigo do bispo mas, para meu prejuizo, ele... não sabe

D. Januário Torgal, o capelão-mor das forças armadas é conhecido pela sua frontalidade. Fazendo jus dessa sua virtude há dias, nos media, criticou asperamente o governo pela sua insensibilidade social, por descarregar sobre os mais necessitados os custos da crise e poupar os ricos que dela beneficiaram e beneficiam. Não receou acusar de “altamente corrupto" o governo de Passos Coelho e, sem subterfúgios, colocou-se do lado dos mais fracos.
Os catolicíssimos membros do Governo e seus papagaios de serviço logo se manifestaram escandalizados com o bispo, perderam a compostura, produziram acusações e aleivosias contra o prelado e revelaram assim que a sua igreja é a antiga, a do Cardeal Cerejeira. Passos e Ciª, desnorteados com as vaias que vão colecionando quando visitam o povo, revelaram-se afinal uns assanhados filisteus.
Sou um contumaz incréu, não frequento a igreja e não tenho convivência com bispos. Creio, aliás, que apenas uma vez surgiu a oportunidade de conversar com um bispo e esse foi, não por acaso, D. Januário Torgal. Não por estarmos ambos do lado dos mais fracos, não por ambos estarmos visceralmente contra a corrupção ou contra as prepotências de poderosos. D. Januário Torgal cruzou-se comigo e, dispensando apresentações, convidou-me para um “cafezinho”.

Foi assim: (quer mesmo saber? Então um clique aqui.)

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2011-01-17

 

Merkel manda calar Durão Barroso. Cavaco manda que nos conformemos com os predadores da agiotagem"

Há dias Durão Barroso, disse que “a capacidade de financiamento do Fundo de estabilidade financeira do euro deve ser reforçada e o âmbito das suas atividades alargado.” E que o assunto deveria ser decidido na reunião dos ministros das finanças do eurogrupo que hoje decorre em Bruxelas.


Merkel “irritou-se” e mandou de imediato o seu gabinete rejeitar a proposta.
Da reunião, hoje, em Bruxelas, já chegaram notícias de que, por pressão da Alemanha, a voz do presidente da Comissão Europeia ficou à porta e o assunto não será tratado.

O caminho da resolução da dívida de países, como Portugal, onde ela é muito grande terá de passar pelo crescimento da economia, pelo aumento da produção, pelo aumento das exportações e estas, pelo aumento da produtividade. Além de rigoroso controlo do desperdício público. O aumento da produtividade é um fenómeno lento e o crescimento da economia é dificultado pela diminuição do poder de compra interno. Diminuindo o crescimento da economia diminuem as receitas fiscais e a capacidade de pagar a dívida. Como ajudar a resolver o problema? Podia ser com a diminuição dos juros da dívida. Mas os juros, de acordo com a sacrossanta lei do mercado – lucro máximo e risco mínimo - aumentam precisamente e para valores letais para quem, no momento, menos os pode suportar.

Por isso ou as regras na UE mudam para neutralizar os excessos da rapina dos predadores financeiros, ou Portugal, provavelmente a Espanha, e talvez outros países a seguir e por fim a própria UE terão um destino incerto.

A solução é conhecida, mais coesão política, para maior coesão económica e financeira. Mas então o que impede que se caminha para tais soluções? De uma forma muito esquemática, mas indo ao cerne da questão: para além de algum nacionalismo, no essencial a recusa de maior coesão social. Por quem? Ora por aqueles nossos concidadãos que enriquecem com os juros altos, com a rapina financeira, por aqueles nossos concidadãos que amealham grandes fortunas e usufruem de principescos privilégios, nos negócios e nas grandes empresas que funcionam em rede com a especulação financeira. Como o dinheiro, a riqueza, não nasce do nada, para se poder acumular muito nalguns tem que se diminuir muito nos outros.

Em suma é necessário combater firmemente o capitalismo selvagem em vez de nos conformarmos com ele, como recomenda Cavaco Silva.
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A imagem não condiz? São flores do meu jardim para o post não ficar demasiado lúgubre.

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2010-03-30

 

OS SUBMARINOS DA AD BARROSO-PORTAS


Lisboa, 30 mar (Lusa) - Um cônsul honorário de Portugal terá recebido um suborno de 1,6 milhões de euros da Man Ferrostaal para ajudar a concretizar a compra de dois submarinos pelo Estado português em 2004, avança a edição online da revista Der Spiegel.
O Estado português contratualizou com o consórcio alemão German Submarine Consortium (que integra a Man Ferrostaal) a compra de dois submarinos U-214 em 2004, quando Durão Barroso era primeiro ministro e Paulo Portas ministro da Defesa.
De acordo com a revista alemã, a suspeita de corrupção contra a Ferrostaal, que atualmente é alvo de várias investigações na Alemanha, "é maior do que se pensava", visto que a empresa terá "não apenas pago, ela própria, luvas durante anos, mas também ajudado outras empresas a organizar este tipo de pagamentos".


Fonte: RTP

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