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2012-02-28

 

Excelente ferramenta de consulta

http://www.sabercultural.com

Recebi de pessoa amiga. É um mundo de consulta.

2012-02-27

 

A troika e os 40 ladrões


Um livro que recomendo. Fala de Portugal e do buraco da Madeira.

Mas sobretudo procura dar pistas para se conhecerem os interesses que estão por detrás desta crise económica.

E responde a questões muito simples: quem governa o Mundo? Qual o papel dos paraísos fiscais?. Porque se continua a permitir a existência destes territórios sem lei? e muitos outros temas que nos preocupam.

Acrescento ainda uma outra vantagem: não é da autoria de nenhum economista e ainda mais o livro é melhor que o título algo panfletário.

E cito uma frase da contra capa bem ajustada."Depois de ler este livro, a sua visão sobre o mundo e a atual crise económica não voltará a ser a mesma".

O autor Santiago Camacho jornalista e escritor espanhol só pode estar de parabéns.

(Publicado também no Facebook)

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2012-02-25

 

Cavaco Silva: um péssimo "comediante"

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Gosto de excelentes actores no teatro, no cinema e na vida. Dá gosto falar com quem tem graça e sabe agir com sua graça mas com respeito pela pessoa humana.

A minha experiência de vida permite dizer que em todos os políticos há uma grande dose de teatro. E é importante um excelente desempenho desse papel. Cavaco Silva, perdoem-me, nem a quarta classe do meu tempo terá obtido neste papel. Depois de fugir a sete pés dos estudantes com medo de levar, nada provado, com uns ovos, vem agora falar do nível de desemprego, estranhando tão elevadas taxas!
Um economista colocado indevidamente num pedestal dourado nem sonhava com este desemprego! Que mau artista! Fez bem não ter ido à António Arroios pois certamente o actual Presidente a dialogar com os estudantes não passaria de um diálogo de surdos. Ganhou a escola com a não ida de Cavaco.

Publicado no face

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2012-02-24

 

G-20 e os paraísos fiscais

O G-20 começou com muita "força" contra os paraísos fiscais.
Na sua reunião de Abril de 2009, o G-20 declarou "a luta" contra os paraísos fiscais como uma das suas prioridades.
No comunicado final ficou escrito que o combate deveria ser desencadear-se em duas frentes.
  • evitar as fugas das receitas fiscais dos Estados;
    proteger o sistema financeiro dos territórios para minimizar a sua instabilidade
Quase três anos depois desta reunião foram dados alguns passos?
O balanço é muito pobre. Os comportamentos fiscais duvidosos das multinacionais não estão a ser minimamente questionados e o controlo dos paraísos fiscais como elemento de instabilidade financeira foi abandonado. Apenas se apertou um pouco a obrigatoriedade para certos casos dos paraísos fiscais prestarem alguma informação bancária.

No entanto, está provado que os paraísos fiscais alimentam as desigualdades mundiais designadamente ao serviço das multinacionais. Por exemplo segundo um estudo da agência Bloomberg exactamente pelo uso e abuso dos ditos paraísos a Google só paga sobre os seus lucros uma taxa de imposto de 2,4%.
Afinal, quem fez recuar o G-20? Talvez dito de outra forma mais ajustada não terá o G-20 avançado com esta prioridade só para "inglês ver"?

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Como evoluirão os EUA?

Acabo de ler um artigo interessante que de forma livre se poderia intitular : Estará a chegar ao fim o domínio americano do Mundo?
O artigo não vai por aí como nos tempos da guerra fria muito se escrevia.
O artigo constata situações evidentes, os EUA continuam em primeiro lugar em tudo (bom e mau): as melhores universidades, os gigantes da economia digital, apple, google, facebook, etc.etc. Mas e este mas é importante e pode ser determinante, os EUA estão a perder aquela áurea de superpotência e a passar à de grande potência com países como a China, a Rússia, o Brasil, a Índia no seu encalce.
E vendo bem, esta situação começou a mudar com o ataque às torres gémeas em 2001. Sendo primeiro país em tudo, já não tem capacidade financeira para segurar duas guerras em simultâneo como foi o caso do Iraque e do Afeganistão e já praticamente não entrou muito na Líbia.
A potência em emergência que lhe está a dar mais luta, sobretudo no campo económico é a China, que segundo The Economist em 2018 produzirá o valor equivalente de bens e serviços em dólares correntes ao dos EUA. Mas então qual é a diferença face a outras situações em que os EUA deram a volta? Muito simples, a China Brasil, Rússia, etc estão com empresas no terreno a disputar a supremacia das americanas e esta é a realidade nova e o que diferencia a situação actual de todas as passadas em que a luta era mais política e de armas sobretudo entre dois mundos. Agora há mais mundos.



(Publicado também no Face)

2012-02-22

 

A Irlanda e Portugal estão agora na fase do programa em que a Grécia começou a falhar

Esta frase não é minha. É da jornalista Helena Garrido, Directora-adjunta do Jornal de Negócios, no editorial de hoje "o teste à terapia da austeridade".

Fiquei a matutar nesta frase. E de facto faz sentido. Até à data Portugal, ou melhor dito, o governo português produziu uma série de medidas de austeridade com efeitos recessivos e só agora começam a aparecer os resultados. E esses resultados pouco aboanam em favor das medidas tomadas; menores as receitas fiscais (a quebra das receitas segundo os dados públicos rondam os 10%) e a despesa pública apresenta a mesma tendência dos governos anteriores, ou sejam nem sequer estabilizam, o que face aos cortes salariais da função pública, no mínimo, pouco se percebe.

A conclusão é lógica, a terapia da austeridade não nos leva a muito longe. Afunda-nos e mostra que é preciso outro caminho, ou que pelo menos por este não se chega a lado nenhum.



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2012-02-21

 

Se Portugal rejeitar, o investimento será feito noutro lado - Economia - DN

Se Portugal rejeitar, o investimento será feito noutro lado - Economia - DN
 

Andam à pesca do esturjão | DNOTICIAS.PT

Andam à pesca do esturjão DNOTICIAS.PT

2012-02-20

 

Faz hoje dois anos...

A 20 de Fevereiro de 2010 uma grande tragédia assolou a Madeira.

Gerou-se em Portugal inteiro uma grande solidariedade para com a Madeira.

Passado algum tempo, Alberto João Jardim veio estragar tudo isso quando esconde o buraco das contas da Madeira numa altura crucial em que se desenrolavam as negociações com a Tróika. Depois as desculpas ou melhor a justificação do buraco só veio complicar ainda mais a situação.

A verdade é que o Governo de José Sócrates deu um grande apoio à Madeira, através de uma Lei de Meios com verbas tidas por todas as correntes políticas como de um montante ajustado ao que havia para recuperar e melhorar a situação em termos de futuro.

Os conhecedores do problema dizem que a Madeira hoje pelo que ainda não se fez está amis vulnerável do que estava antes da tragédia.

É de perguntar, é de exigir a Alberto João Jardim que informe onde tem aplicado as verbas. Nada se sabe. Até parece que estamos numa sociedade onde tudo corre na clandestinidade.

Todo o português tem o direito de saber onde está o dinheiro a ser aplicado.

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2012-02-17

 

Nós não somos a Grééécia !!!!!!!!!

"Não aceito que o meu país seja criticado pelo Sr. [Wolfgang Schauble]", disse Carolos Papouilas, Presidente da Grécia, durante uma visita que hoje fez ao Ministério da Defesa.
"Quem é o Sr. Schauble para criticar a Grécia? Quem são os holandeses? Quem são os finlandeses?", exclamou o chefe do Estado grego, citado pela AFP, durante o dia de hoje.
Papouilas, que foi um adolescente muito ativo na resistência anti-nazi, é uma figura consensual na Grécia e goza de grande popularidade. No mesmo dia anunciou também que prescindia do seu salário de chefe do Estado, em solidariedade para com o povo grego, a quem estão a ser pedidos grandes sacrifícios. " Link

O Presidente da República da Grécia faz frente à Merkel, critica Schauble?  Prescinde do seu ordenado em solidariedade com o povo grego?
Estou de acordo   NÓS NÂO SOMOS A GRÉCIA !!!!


 

A Quinta do LOUREIRO AMBRÓSIO

Pessoas demasiado sensíveis ou doentes do coração não devem ler este artigo de             Paulo Morais, Professor Universitário in CM 7 de Fevereiro de 2012

·         O sistema de Justiça absolveu Valentim Loureiro no caso da quinta do Ambrósio. Mesmo com provas evidentes, os tribunais não conseguem, mais uma vez, apanhar os poderosos.
Na Câmara de Gondomar, com a participação ou patrocínio de Valentim Loureiro, um terreno agrícola é adquirido por um milhão de euros. A classificação do solo é alterada e em seis dias o terreno é vendido pelos protegidos de Valentim por cerca de quatro milhões. Esta operação de tráfico de terrenos, caucionada pela câmara, gerou uma margem de lucro de 300 por cento.
Mas as vigarices não ficam por aqui. O terreno é adquirido a um preço exorbitante por uma empresa pública, a STCP, cujo presidente de então dependia organicamente de... Valentim Loureiro. Na posse do terreno, a STCP deixou-o ao abandono. Até hoje.
Chegado o caso a tribunal e ao fim de um longo processo com mais de dez anos (!), Valentim é absolvido.
Na leitura da sentença, o juiz veio declarar que a Câmara de Gondomar funciona como uma agência de intermediação imobiliária.
Mas não tira daí qualquer consequência. As razões da absolvição não se percebem. Mas serão uma de três: ou o crime julgado não foi bem identificado ou definido, o que será inadmissível; ou a acusação foi mal conduzida e estamos perante uma enorme incompetência do Ministério Público; ou o julgamento foi condicionado pela política.
Em suma: os amigos de Valentim compraram um terreno que Valentim, na câmara, valorizou; os amigos venderam a uma empresa pública gerida por outros amigos de Valentim e a um preço influenciado por este. Os amigalhaços ficaram milionários. "Foi sorte", diz ele. Sorte deles e azar nosso, dos contribuintes que pagamos esta fraude com o dinheiro dos nossos impostos.
Este caso tornou-se emblemático. Incorpora todos os ingredientes: autarcas, familiares destes, advogados ardilosos, fuga ao Fisco, empresas públicas mal geridas, urbanismo nada sério, tribunais incompetentes.
Perante esta política nauseabunda, Ambrósio, apetecia-me algo. Tomei a liberdade de pensar nisso. Talvez uma revolução.

2012-02-16

 

"Portugal não é a Grécia"

Esta frase é muito pronunciada, penso que algo em desespero, pelos nossos dirigentes políticos máximos.


É uma frase imprópria. Primeiro, pela falta de solidariedade que demonstra. Em vez de se tornarem parceiros e de exigirem da senhora Merkel uma política de defesa e de progresso da União Europeia, apresentam-se como pedintes, separados. Segundo, porque lendo os indicadores, Portugal não fica melhor na fotografia que a Grécia.


Por exemplo, os últimos dados do Eurostat, o gabinete de estastísticas da UE, em termos de evolução do PIB para o quarto trimestre de 2011, a situação portuguesa apresentou-se muito pior que a Grécia. O pior país com uma queda de 1,3%. E emtermos de previsões para 2012, Portugal continua a ser o país de piores perspectivas.


Como se entende então esta postura?


Será que esses dirigentes quererão dizer: trate-nos melhor porque somos mais pacatos?!


Será isso porque em termos de evolução económica não vejo onde está realmente a diferença apregoada.


Não me parece é que seja um bom indicador. Os ditados populares aí estão para dar resposta,

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2012-02-15

 

Mais uma entidade pública a atirar ao lado

Várias entidades públicas decidiram alinhar com o governo na não tolerância de ponto.

A última foi a AR pela voz da sua Presidente.

Certamente mais uma a contribuir para o aumento da despesa pública e para a descida relativa do PIB.

O que vão fazer de tão excitante os senhores deputados no dia de carnaval que não pudessem ficar a trabalhar em casa?

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2012-02-14

 

o sporting contratou um treinador?

A mim parece-me que o sporting para ver se não lhe acontece o mesmo que o Boavista precisava mesmo de um treinador. E não de um boxeur.

Sá Pinto notabilizou-se mais no campo do boxe que no futebol.

Não terá sido assim uma grande aposta se no Sporting ainda é possível grandes apostas.

Se o meu amigo Marques de Freitas alguma vez ler este poste irá pensar que pasei para o campo do inimigo. Respondo com antecipação entendo que me começo a situar no campo do realismo.

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Para onde nos leva Merkel?

Para onde Merkel está a encaminhar a Europa, ou talvez melhor, o euro e a zona euro?

Uma voz abalizada, como a de Soros que pelo menos na campo da especulação muito lucrativa é uma referência, mas não só, mostra-se muito preocupado com as medidas patrocinadas pela senhora Merkel:

Só lhe faltou dizer com todas as letras que a senhora é uma ignorante completa.

Ele não disse. Disse apenas como cafvalheiro educado que a senhora Merkel não retirou nenhuns ensinamentos da grande depressão de 1929, pois está a fazer os mesmos erros de então que só levaram ao agravamento da crise.

E quais são?

As medidas que apostam em cada vez mais austeridade, designadamente através de empréstimos a taxas de juro elevadas, cortes de rendimentos, quando a saída da crise está em medidas que façam as economias dos países começarem a crescer.

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2012-02-10

 

Lusito presta vassalagem aos Teutões

- Senhor Schauble, com o devido respeito, dá-me licença?
- Lá vem você outra vez! O que é quer agora? Cambada de "piegas", pá. Já lhe emprestámos a massa, quer mais?
- Com o devido respeito, Sr. Schauble, esteja descansado, não venho pedir nem mais dinheiro nem prazo maior, “o povo é sereno”, e ” custe o que custar” levá-lo-emos ao "empobrecimento". Obrigá-lo-emos a "sair da zona de conforto" e a "emigrar"…
- Não se esqueça que só aceitamos emigrantes com curso superior…

- … E ainda poderemos cortar o 12º, o 11º e até o 10º mês na função pública.
- Sendo assim, dou um jeito. Mas cuidadinho não se armem em gregos, sempre a protestar e até a falar do que não devem, de dívidas da 2ª Guerra Mundial, que matámos 500 mil gregos e roubámos tudo e outros disparates. Todos sabem que não fui eu, foi o Hitler. Então os gregos que peçam contas ao Hitler.
- Com o devido respeito, Sr Schauble, "nós não somos a Grécia", desculpe se incomodei? Eu e o Pedro...
- O Pedro ?
- O rapaz de Massamá, eu e o Pedro “agradecemos muito”. Posso tratá-lo por Wolfgang?
- Está bem, pronto, vá lá… mas desampare-me a loja!
______________________
Nota: Link para o video da TVI
Lusito. Organização da Mocidade Portuguesa
*Lusitos, dos 7 aos 10 anos; * Infantes, dos 10 aos 14 anos; *Vanguardistas, dos 14 aos 17 anos; * Cadetes, dos 17 aos 25 anos.

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2012-02-08

 

A União Europeia: da solidariedade ao chauvinismo, da paz à guerra.


O Rapto da Europa (Ticiano-1562). Numa das versões: Homero. Ilíada. Zeus disfarsado de touro rapta Europa. Enfim os Gregos, uma chatisse... a Grécia. Pode ser atirada para fora do euro mas será difícil atirá-la para fora dos manuais de história como o berço da civilização europeia,

Na Europa, saída de uma guerra mundial de 50 milhões de mortos, a meta da esquerda era: das nações à União, da guerra à Paz. Agora, com a direita neoliberal a governar a União Europeia, a meta é o saque dos trabalhadores e classes médias por uma minoria opulenta mas o resultado pode ser: da União (que nunca passou de imperfeita e quase limitada aos negócios) para o chauvinismo das nações e… da paz à guerra!

As contradições nacionais mantêm-se fortes na União Europeia. A Europa dos cidadãos não tem passado de uma meta por que a esquerda luta mas, na construção europeia, o que prevaleceu foram os negócios, conduzidos pelo seu principal esteio, o sistema financeiro.

No entanto, a principal contradição na Europa, como aliás alhures, é uma contradição de classe (olá Marx) que, numa análise muito simplificada, coloca frente a frente o campo dos pobres, a crescer com o dos empobrecidos (trabalhadores, classes médias), e o campo dos privilegiados ricos (capital financeiro e não só). Por isso quando, por simplificação, alguns tendem a anatematizar a Alemanha versus a Grécia, Portugal, Espanha, Itália, etc, é necessário não identificar estes dois campos com aqueles da “luta de classes” porque numa análise menos grosseira encontraremos muitos “alemães” em cada um destes países em dificuldades, quase sempre os responsáveis pelo descalabro das dívidas. E encontraremos na Alemanha muitos “gregos”, “irlandeses”, “portugueses”, “espanhóis” ou “italianos”, ou seja, vítimas do sistema, ainda que de momento menos castigadas.

Tal como nos EUA a extrema direita neoliberal cavalgou o Partido Republicano e disputa o voto das suas vítimas ao Partido Democrata, também na Europa a direita conservadora e neoliberal que domina há muito o governo da UE, se aproveita da crise para uma cada vez mais insuportável transferência de riqueza do campo do “trabalho” e das classes médias para o campo do grande capital, constituído por uma minoria cada vez mais restrita e cada vez mais escandalosamente rica.

Não tenhamos ilusões, no limite, a luta, o grande combate, não de agora, nem de aqui, mas muito evidente, hoje em dia, na Europa e nos EUA, pode reduzir-se à distribuição da riqueza. A luta pela posse e a distribuição da riqueza. Distribuindo uma parte (pequena) do saque aos que se prestam a apoiar a plutocracia do dinheiro, confundindo as vítimas do esbulho com equívocos e enganos, mormente os meios de comunicação social, a direita neoliberal está a ganhar a batalha na Europa e em Portugal. Com figuras, quase todas menores, ignaras e desprezíveis, no topo da estrutura política. Mas, o desfecho não está escrito nos astros. Com persistência, esforço e inteligência, o campo, largamente maioritário, dos seus opositores tem hipóteses de, a curto prazo, ganhar esta e outras batalhas. E, mais adiante, de ganhar a guerra. A guerra pelos alimentos, do corpo e do espírito, da equidade, da justiça social, do bem estar.

 

A ordem Teutónica

Em virtude do risco de agravamento da crise que a Grécia, Portugal, Irlanda, Espanha e Itália estão, a deslocação de capitais destes países para outros de menor risco, em especial para a Alemanha, é “colossal” (como diria o funcionário da tróica!)

Em virtude do risco dos empréstimos a estes países ser grande os juros atingem proporções “colossais”. Em contrapartida a banca internacional empresta à Alemanha a juros baixíssimos, a 1% e a menos. Os media informaram recentemente que, pelo menos num empréstimo, de alguns milhares de milhões, os juros foram até, pasme-se… negativos, (-0,04%). Isto é os bancos ofereceram um prémio para emprestar dinheiro à Alemanha. Recompensa pelos juros altos que a política alemã lhes permite extorquir nos "PIGS"?

Notícias recentes revelaram também que naqueles países as taxas de desemprego atingem "níveis históricos". Mas... haja Deus! na Alemanha a taxa de desemprego atinge também níveis históricos é a mais baixa dos últimos 20 anos.

Pode ser que a crise seja trágica para milhões de cidadãos, trabalhadores e classes médias daqueles países, mas tem uma virtude, as coisas estão a correr bem, mesmo muito bem para Alemanha, que não é "preguiçosa". E até as perspectivas da Senhora Merkel vir a ganhar as eleições no próximo ano melhoraram muitíssimo.

Se a situação está assim tão boa para a Alemanha então, vistas as coisas pelos olhos da Ordem Teutónica, o ideal é que ela se mantenha assim o mais tempo possível. Solidariedade europeia? Vá mas é um gaulleiter para a Acrópole! O que é preciso é espremer esses "países mandriões". Mantê-los em fogo lento.

O pior (para os teutões) é se a coisa se torna demasiado insuportável a tantos milhões de pessoas e a casa europeia vá pelos ares. O que, como se sabe, lhes traria prejuizo.

2012-02-05

 

Passos Coelho no seu melhor

"Custe o que custar" disse Passos Coelho sobre o cumprimento do acordo com a Troíka.
Não gostei de tamanha insistência.
Depois de alguma volta à minha cabeça lembrei-me que esta era uma frase dita e repetida por gente célebre normalmente ditadores.
E não é que Passos Coelho limitou-se a repetir uma frase do ditador espanhol, o generalíssimo Franco como ficou conhecido na história quando no princípio da guerra civil de Espanha ainda estava no Norte de África afirmou que a guerra era para levar até ao fim, derrotar os republicanos? E face a uma pergunta incómoda de um jornalista que lhe disse "vai ter que matar metade dos espanhóis" para isso. Franco responde indirectamente, é para levar até ao fim "custe o que custar".
Passos Coelho está nessa, menos para a banca, que já prometeu negociar prazos com a Tróika para o cumprimento de certas cláusulas. "Custe o que custar" sim menos para a banca.

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2012-02-03

 

Vasco Graça Moura e o seu "Estado" ao lado de Belém

Convenci-me que o dr. Vasco da Graça Moura (VGM) tinha sido nomeado para gerir o centro cultural de Belém.

Enganei-me. O seu primeiro acto com impacto público, para além da posse, foi mandar substituir nos computadores da instituição a instalação do novo acordo ortográfico pelo antigo, por é aquele que ele gosta.

Será possível ou melhor admissível quando está em curso o processo da aplicação do novo acordo no país e na base de um negociação mais vasta com os países de expressão portuguesa, que um gestor público numa instituição pública tome esta atitude sem consequências?

Não era expectável, mas foi o que aconteceu.

E pela resposta que o primeiro ministro deu hoje no Parlamento, vai mais uma excepção. Vasco Graça Moura monta o seu "Estado", o da língua pré acordo, na vizinhança do Palácio de Belém.

É de perguntar quem é o "Presidente" da língua?

Se o governo não actua será VGM.

Espero que não se confunda. Não estou a por em causa a competência de VGM, mas um comportamento que merecia só por si a demissão imediata ou então o recuo pleno e a assumpção pública de que o seu acto correspondeu a uma noite mal dormida.

2012-02-02

 

podemos ser críticos em relação às Autonomias?


Não tenho dúvida quanto à ideia de Autonomia em si, nem da sua necessidade no caso dos Açores e Madeira como forma de melhor desenvolver as regiões.

Tenho todas as dúvidas e sempre tive quanto ao modelo que foi seguido, designadamente em termos da solução para o grande problema das acessibilidades e da Lei das Finanças Regionais.

Este artigo aparece em momento crítico para a Madeira. Mas não é a primeira vez, pelo meu lado, que falo desta matéria e sobretudo do não debate sobre o tema das Autonomias.

2012-02-01

 

Um sem abrigo condenado a pagar multa

Um sem abrigo foi condenado a pagar multa de 250€ por furto.

Segundo li esse sem abrigo roubou há dois anos polvo e champô no valor de 25,66€. Foi condenado a pagar quase dez vezes mais do valor do furto.

Para além do ridículo de não se saber por onde pára agora o sem abrigo por definição nem tem que se saber, é sem abrigo, para além do tempo que o processo ocupou a justiça como outros ainda mais ridículos como aquela do furto de feijão no Lidt no valor de 77 cêntimos, acho uma boa linha de justiça futura.

Um exemplo concreto. O grupo BPN deveria pagar cerca de 10 vezes os que os contribuintes tiveram de desembolsar e que tanto veio repercutir-se nas finanças públicas (dívida e défice).
Cerca de 5,4 mil milhões vezes 10 já repararam era bastante mais de metade do financiamento da tróika a Portugal.

Dir-me-ão estás a fazer demagogia. Eu direi estou a fazer um pouco de pedagogia. E digo um pouco porque no fundo desconfio que aquele grupo de malfeitores vai ter a sua vidinha bem passada. tantos anos para um crime tão evidente.

Será que nesta situação tenho de presumir a inocência dos arguidos?

Tenho muita pena mas é superior à minha mente

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Famílias em falência

As insolvências das famílias decretadas pelos tribunais apresentam um ritmo de crescimento elevado.

O máximo histórico até à data de 3.839 famílias falidas ocorreu entre Janeiro e Setembro de 2011 equivalendo a 14 famílias/dia.

Estes números ultrapassam já as falências das empresas (3.264).

As expectativas para o ano de 2012 apresentam-se bem negras atendendo aos cortes de salários e pensões, que atingem um grande número de famílias, à elevação dos preços e ao desemprego.

Muitas são já as casas entregues aos bancos e famílias inteiras a recorrer às refeições sociais. E atenção esta situação atinge uma vastidão de pessoas, muitas que nunca pensaram na vida ser possível defrontar-se com esta realidade, por exemplo, quadros técnicos.

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Merkel quer um gauleiter em Atenas


O Governo alemão defendeu que a Grécia passasse a ter um gauleiter qualquer da UE, indicado pelo ministro das finanças alemão, naturalmente, o qual, do alto do Parténon, daria ao governo grego as ordens adequadas sobre as receitas e as despesas, onde gastar ou não gastar o dinheiro, até que a Grécia pague tudo o que deve aos bancos da Germânia.

O repúdio alastrou rápido na UE mas não chegou aqui aos confins da jangada de pedra. O nosso 1º, é claro, sempre simpático esboçou apenas um sorriso amarelo mas venerador.

Os gregos não apreciaram e daí uma petição a exigirem que a Alemanha pague as indemnizações devidas à Grécia pela ocupação nazi, pelas centenas de milhar de mortos, pelas atrocidades cometidas, pelo saque e devastação do país durante a acupação nazi na 2ª Guerra Mundial.

Quando Hitler invadiu e ocupou a Grécia devastou o país, roubou e enviou para a Alemanha tudo a que as tropas deitavam a mão. Fábricas, equipamentos, produtos agrícolas, alimentos, dinheiro. Os nazis arrasaram e mataram como não fizeram em nenhum outro país ocidental. Procederam como na União Soviética. De 1941 a 1943 pelo menos 300 000 gregos morreram à fome. Só entre a população civil a Grécia teve mais de 500 mil mortos à fome, por doença ou a tiro. Ordens de Hitler: por cada ocupante alemão morto na Grécia pela resistência grega (guerrilheiros) seriam mortos 100 civis gregos, por cada alemão ferido, 50 gregos pagariam com a vida. Ver aqui.

Eis a petição que agora começou e já leva mais de 115.000 assinaturas como se pode ver aqui:

«We petition the German government to honor its long-overdue obligations to Greece by repaying the forcibly obtained occupation loan (κατοχικό δάνειο), and by paying war reparations proportional to the material damages, atrocities and plundering committed by the Germans during World War II».

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