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2009-06-30

 

Paulo Rangel na campanha para as europeias faltou à verdade

Durante a campanha para as europeias falou-se muito da baixa taxa de execução do QREN e Paulo Rangel referiu por várias vezes que era "um escândalo" o que se estava a passar em Portugal neste domínio.

Afinal, é a própria União Europeia que vem confirmar a baixa taxa de execução do QREN em todos os países e que Portugal, dentro do medíocre desempenho geral, é o 4º melhor.

Pelo que se sabe tem havido apresentação de poucos projectos pelo sector privado, a que não é alheia a situação de crise em que se vive.

Se tudo isto não for bem explicado corre-se o risco de umas legislativas onde se dirá muito do mesmo sem o enquadramento devido.


 

Bernard Madoff: 150 anos de prisão ...

... E uns quantos meses de investigação e julgamento (meio ano). Pena Máxima levou o Sr: Madoff.

Por cá há quanto tempo decorre a investigação do BCP (mais de ano e meio) e do BPN e do BPP? E a luz ao fundo do túnel? Mais uns anitos de espera desesperante.

E o que se espera? Uma "pena" insignificante.

Uma coima, pena suspensa ou talvez até (a cereja no bolo) nada se prove.


 

Ainda as PME's

A teoria económica explica a existência de PME's, reconhece a importância deste tipo de empresa, mas não lhe confere nenhum estatuto específico, até porque a dimensão eficiente encontra-se dependente da tecnologia, dos mercados e da organização.

No discurso político é que se enfatiza a dimensão, por vezes para não dizer quase sempre, "baralhando tudo" e numa dicotomia PME's versus Grandes Empresas, como se estas duas realidades nunca pudessem ter um "casamento feliz".

Ora o que acontece nas economias mais "viçosas" (já que estamos numa de casamento) é exactamente o oposto do que se especula em linguagem político-económica. Procuram-se e desenvolvem-se relações de grande virtude entre as empresas de todas as dimensões, no preciso sentido de aumentar e sustentar maior competitividade.

Mas que se entenda para criar este ambiente são necessárias políticas públicas apropriadas e um Estado competente.


2009-06-29

 

"PME's ao Poder"


"PME's ao poder", um slogan a lembrar o MR no seu melhor.

No momento, este “slogan” pode ser atribuído a Ferreira Leite. Nem uma palavra sobre a economia portuguesa, sem PME’s na boca. É evidente que as PME’s merecem toda a atenção e sobretudo medidas de política que respondam aos seus problemas.

Mas esta ideia tem de ser posta no devido lugar, para se distinguir onde começa a campanha e onde estão as estratégias de política económica para atacar esta questão fundamental.

As PME’s são muito importantes no tecido económico e social português, como nos outros países, quaisquer que sejam os indicadores de medida (emprego, valor criado, etc). Segundo, as PME’s são muito diversificadas consoante sectores, empresários e regiões. Terceiro, as PME’s, de uma forma geral, estão ancoradas em grandes projectos. A sua vida é quase sempre a montante, na qualidade de como fornecedor (bens os serviços). Já se pensou quantas PME’s foram impulsionadas pela Auto Europa? Quantas PME’s na construção civil trabalham para as grandes empresas e sem estas não sobreviveriam? Quarto, quantas PME’s conseguiram entrar nos mercados externos pelo "seu próprio pé"?

Podíamos enumerar uma série de questões relacionadas com o perfil do empresário, formação, relações da PME com a banca, associativismo empresarial a quem serve e até questionar se a grande maioria da PME tradicional tem futuro e se não será antes a PME tecnológica que vai subverter, no bom sentido, o tecido existente, de que felizmente começa a haver boas práticas.

Daí que o problema seja a concepção de quadro de referência envolvente e inovador para políticas públicas de apoio estratégico a PME’s.


 

Citando o blogue "o Valor das Ideias"

Sábado, 27 de Junho de 2009
A ignorância de um editorial, por José Manuel Fernandes
O director do Público, José Manuel Fernandes, decide hoje dedicar o seu editorial ao manifesto que 51 cidadãos subscreveram, e que reproduzo no post anterior. Fá-lo de maneira torpe, iletrada economicamente, sem o mínimo de civilidade ou rigor. Um péssimo serviço jornalístico. Dentro da linha a que o Público nos vem habituando desde que o seu director assumiu a tarefa de misturar isenção e as suas cores partidárias do momento.
Que falsidades contém o seu editorial?
1) Diz ele que entre os signatários do primeiro manifesto estão "os mais prestigiados economistas portugueses". Ora tomando por referência, a influência mundial de um Luís Cabral, de um Pedro Portugal, de um Alfredo Marvão Pereira, de um Pedro Pitta Barros - chego rapidamente à conclusão que não foi um critério académico que levou JMF a considerar estarem aqui os "28 melhores". Apesar de nesses 28 se incluir gente que prezo como Sérgio Rebelo, a quem não conheço nenhum outro tipo de trabalho que não académico. Ou seja, JMFernandes usa dois pesos e duas medidas. Eles têm os melhores economistas portugueses, onde eu incluiria sem dúvida o Sérgio Rebelo, mas não têm os melhores naquilo em que o Sérgio Rebelo se destaca: no trabalho académico.
No manifesto alternativo, há Professores Catedráticos de Economia com obra vasta. Outros que não sendo catedráticos ainda, vão fazendo umas coisinhas influentes. Contrariamente ao que que julga a pequena visão de José Manuel Fernandes, Francisco Louçã ou José Reis não chegaram a professores catedráticos pela ideologia. Felizmente, se esse critério existe no jornalismo, não é assim na academia. Ambos têm uma lista de publicações de referência internacional [e estou apenas a dar dois exemplos!!], com impacto no pensamento económico mundial.
Fica a primeira dúvida. Porque estão nos 28 os melhores economistas portugueses? O que permite a José Manuel Fernandes excluir Álvaro Aguiar, Fernando Teixeira dos Santos, Pedro Carneiro, Ricardo Reis, Fernando Branco, Hélder Vasconcelos, entre tantos outros? O que lhe permite excluir João César das Neves ou António Borges? E dos que citei acima, não conheço a ideologia da maioria.
Estou a falar só de académicos? Onde está naquela lista a nata da gestão empresarial portuguesa?
Em suma, um director de jornal deve, a bem da sua sanidade, perceber que os mais mediáticos economistas portugueses não são necessariamente os melhores. E que não lhe cabe ele, um ignorante na matéria, fazer esse julgamento!
2) O problema específico de José Manuel Fernandes com a crítica que surgiu em alguma blogosfera ao facto de ser uma lista de ex-governadores do Banco de Portugal e ex-ministros é algo que ele terá de lidar com a sua psiquiatra, se tiver. Porque não é culpa deles nem de ninguém, que assim a olho haja 10 ex-ministros naquela lista. E quando se parte num documento para o diagnóstico da situação como faziam os signatários, é legítimo perguntar, quem teve culpa nessa miserável situação que descrevem.
Eu asseguro que não fui.
3) Diz José Manuel Fernandes, com um desprezo que roça o ridículo que "abundam no novo documento sociológos, politólogos, gógrafos e há até um psicólogo social e um engenheiro agrónomo". Caro José Manuel Fernandes, instrua-se. Que o Engº Belmiro tenha a dirigir um jornal que já foi de referência uma pessoa inculta, é um problema dele. O seu problema é ser essa pessoa inculta. Porque se sequer lesse o jornal porque é responsável, tinha visto na passada Quarta Feira uma crónica na última página assinada pelo Rui Tavares, onde se diz, o que eu como economista subscrevo, que a discussão dos problemas da sociedade (adimitirá que o desemprego é um problema social?) não é monopólio dos economistas. Porque, sabe, nós não somos uns supra iluminados Sábios de Sião que olhem para o mundo com as receitas milagrosas na mão. A economia, caro José Manuel Fernandes, é uma ciência social. E enquanto tal lida com a interacção de seres humanos. Essa interacção tem componentes que nenhum teorema neoclássico (sabe o que é?) pode explicar. Lembre-se do cartaz com a foto do Nixon e da pergunta que o acompanhava: "Compraria um carro a este homem?".
A economia é por definição multidisciplinar. Se mesmo assim não entende, faça umas continhas. Estão ali para cima de 35 economistas. Na outra lista, por alto estavam 27. Quanto aos politólogos que abundam eu encontro 2. Por acaso, ambos universitários, e pelo menos um deles, uma pessoa que escreve e muito bem no jornal que dirige. Imagino que não tenha capacidade para o ler. Mas até a contar o José Manuel Fernandes tem alguns problemas: é que, sabe, eu conto mais que um Engenheiro Agrónomo! Tem alguma coisa contra a opinião destas pessoas? Sabia que há doutoramentos em Economia Agrária? Sabia que desde Janeiro de 2009, o European Forest Institute conta na sua direcção científica com um dos mais prestigiados economistas portugueses? Ou o seu problema é achar que as questões ambientais lato sensu são desprezíveis?
4) Finalmente, José Manuel Fernandes, você acha que no que toca a economistas, o documento é subscrito apenas por gente "que vai da ala esquerda do PS ao Bloco de Esquerda". Presumo que por oposição à "pluralidade" do documento anterior! E diz: "Louçã é mesmo um dos subscritores!"
Ó homem demita-se! Você não sabe os méritos científicos do Francisco Louçã porque vê nele o inimigo a abater. Não sabe que ele é foi aluno e co-autor de
Christopher Freeman, um dos mais brilhantes economistas do século XX. Não sabe a obra do Louçã sobre Schumpeter e ciclos económicos, sobre caos e complexidade.
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Caro José Manuel Fernandes, dos fundamentos económicos do manifesto eu falarei a seguir. Mas no seu lugar, eu tirava um longo repouso. Ênfase em LONGO!
Publicada por Carlos Santos em
16:30

2009-06-28

 

Há coisas na vida melhores que um bruto ordenado

Palavras de Elvira Fortunato, Cientista e líder do laboratório de ciência de materiais da Universidade Nova de Lisboa.

Estas palavras são de resposta a uma pergunta porque não emigra?

Mas faço aqui referência a Elvira Fortunato, um pouco ainda em ligação com o poste anterior"Olhares de fora" para o que nasce em Portugal seja na produção seja no saber. Elvira Fortunato é tão só "um caso sério na comunidade científica internacional com a patente da electrónica invisível, que logo despertou a cobiça da Samsung que vai usar em todos os mostradores (telemóveis, máquinas fotográficas, TV, etc) a invenção made in Caparica, que proporciona resoluções altíssimas" trancrição do DN de hoje "dois cafés e a conta" . Continuando a citar o DN Elvira Fortunato "não esconde que lhe custa que, num país com uma fileira de papel poderosa, empresas como a Portucel e a Renova tenham desperdiçado a fantástica oportunidade que lhes foi oferecida, de aproveitar a invenção do transístor de papel para fabricar produtos inovadores e de maior valor acrescentado que o papel higiénico ou de fotocópia. Mal souberam do assunto, os brasileiros da Suzano atravessaram logo o Atlântico a correr...".

Típico de português ou dizer mal como no "Magalhães" ou deixar fugir as janelas de oportunidade que, de vez em quando, se abrem. E atenção a Portucel e a Renova já não são empresas quaisquer. São empresas que deveriam ter "estrategas". Oportunidade perdida. Certamente por ser um produto da inteligência nacional não se deram ao luxo de reflectir um minuto.


 

Olhares do Exterior

Interessante comparar olhares nacionais e do exterior sobre um produto português neste caso "o Magalhães" http://www.wikinomics.com/blog/index.php/2009/06/24/obama-should-look-to-portugal-on-how-to-fix-schools.

Aliás, o Expresso Economia deste fim de semana faz referência em pequena nota intitulada Ensino a este artigo de Don Tapscott em que diz: "Quer resolver os problemas das escolas? Olhe para Portugal" afirmava Don Tapscott, especialista canadiano de economia digital, num artigo de opinião, dirigindo-se directamente a Barack Obama. Apesar de ser um equipamento controverso em Portugal, a colocação do "Magalhães" nas salas de aula é uma experiência que está a ser seguida com atenção por responsáveis da educação de vários países. Uma circunstância que abre oportunidades de exportação não só do computador fabricado em Portugal e dos serviços associados como também para as empresas portuguesas que fornecem conteúdos e aplicações pedagógicas para os programas e-escolinha e e-escolas. Constituem janelas de oportunidade que se não repetem muitas vezes e que podem dar origem a um cluster exportador.


2009-06-27

 

Já temos dia para as legislativas, felizmente, ...

... em dia diferente das autárquicas.

Segundo me ensinaram "Deus escreve direito por linhas tortas". Esta terá sido a sina do PR. Contra o que lhe ia na alma, Cavaco Silva resistiu e, neste caso, concreto admito, conseguiu ser o Presidente que ultrapassou e de longe os 30% dos portugueses.

Aguarde-se o próximo acto ou "dica pública" do Sr. Presidente. Não tenho dúvidas de que será um apoio, mais ou menos velado, à presidente do PSD, Drª Ferreira Leite.

2009-06-26

 

Os diferentes textos dos "economistas"

Estes diferentes textos e a iniciativa da Ordem dos Economistas - OE - apesar de um mau arranque com o publicitado documento dos 28, que tentou arvorar-se em ser o supremo detentor da verdade absoluta sobre os grandes investimentos e o papel do Estado na economia, acabarão por ter uma face positiva, a de desencadear reacções noutros sentidos e de levar a OE a anunciar debates sobre este tema.

O documento dos 28 tem todo o direito de aparecer como opinião, exactamente em plano de igualdade com os outros dois anunciados pelo jornal I. O que critico no documento dos 28 foi a forma encapotada de dar uma opinião pretensamente neutra, tão neutra que, aliás, tem sido alvo de aproveitamento político, com toda a legitimidade de quem o está a aproveitar. O contrário é que seria de estranhar.

Tive acesso aos dois documentos na forja. Francamente não percebo lá muito bem porque são dois, porque não se entenderam. De fundo, o que divergem são as tónicas e certamente os mesmos protagonistas na acção concreta divergiriam. Mas isto é natural e saudável.

Agora em documentos tão globais, ambos de grande dignidade em minha opinião, no papel do Estado e na defesa do investimento público estão em sintonia. Se a prioridade deve ser centrada mais no emprego ou mais no desenvolvimento, acho que estamos a falar da mesmíssima coisa, o que podemos é pretender dar sinais sociais de natureza diferente, ou sendo mais claro, orientar o foco para públicos diferentes.

Daí a minha hesitação.

2009-06-25

 

Antigos Administradores do BCP acusados

O Eng. Jorge Jardim Gonçalves ex-Presidente, Filipe Pinhal, Cristopher de Beck, António Rodrigues e Castro Henriques foram acusados de manipulação de mercado, falsificação de contas e burla qualificada.

Com base na investigação criminal tornada pública, o BCP criou 17 offshores que utilizou para manipular as cotações do Banco (manipulação de mercado), utilizou outros veiculos para ocultar perdas (falsificação de contas do banco) com o fim de aumentar a remuneração variável dos administradores o que indicia burla em proveito próprio.

Tanto tempo para estas averiguações!!

No entanto, foram para casa descansar estes e outros com reformas e indemnizações de milhões. Lá vai pregando Joe Berardo que, neste aspecto, tem toda a razão.


 

Sobre a entrevista de Ferreira Leite

Ficou a saber-se que Ferreira Leite não é "uma maluquinha contra os combóios". É maluqinha contra o TGV.

Ficou a saber-se que tem uma verdadeira paixão "pelas PME", mas disse pouco sobre "o alimento" desse seu amor.

Disse muito pouco para um partido de oposição, candidato a governar. Postura de "oposição" só não chega. É preciso saber o que fará se chegasse a S. Bento.

Apresentou francos progressos de imagem. Não há dúvida que o ganho eleitoral para o PE lhe deu outro traquejo face às câmaras.

Sobre Dias Loureiro e o BPN, o seu ponto negro, de nada sabe, mas de José Sócrates sabe que mentiu sobre o eventual negócio da PT com a Prisa. Quem não defende os seus, mesmo de forma esfarrapada!!.

Falta dizer que se encostou ao manifesto dos 28 (aliás, o manifesto está a cumprir bem a sua missão) e ao endividamento do País.

Pouco faltou para dizer: é melhor suspender a economia, à espera de melhores tempos.

2009-06-24

 

IRÃO VENCER?


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2009-06-23

 

23 de Junho - A noite de S. João

Esta noite tipicamente portuense, felizmente há uns bons anos, também a vivi várias vezes em boas companhias com muitos amigos da República de estudantes 24 de Março do Porto e com vários de várias de Coimbra. A alguns desses amigos, infelizmente perdi-lhes a bússola (a vida tem destes males). Apetecia-me bastante falar dos martelinhos que, segundo ouvi, também a crise os atacou.

Esta da crise dos martelinhos não me cai bem, aceito-a na maior das dúvidas. Parece-me mais conversa para encher écran de TV. O país está numa de lamúria, onde até o manifesto dos 28 economistas, tidos por muito célebres, se encaixa muito bem, apesar de alguns terem de ir "tirar a carta" para o título. Se, para se ser engenheiro, há que ter um certo percurso académico, façamos justiça às outras ordens. ... Não sou defensor do canudo para dar crédito a quem fala de economia, como muitas vezes não reconheço a quem tem o canudo que fale bem de economia. A vida quando bem vivida ensina-nos tudo isto, mas ...

Mas tudo isto vem a propósito de que me sinto angustiado com o Presidente da República de 30%.

Ouvi hoje que o Presidente Cavaco Silva lá no estrangeiro onde anda continua na tendência inclinada de optar por fazer coincidir datas de legislativas e autárquicas. Não é ilegal, ele pode fazê-lo. Mas assim alinha taxativamente com Ferreira Leite e Pacheco Pereira. Só me interrogo, deita fora os restantes 70%?


 

Minas de Sal-Gema em Loulé - o Programa Televisivo

Fátima Campos Ferreira fez o programa "no fundo da mina" e a falsa "questão da segurança" passou bem ao lado e, nesse aspecto, quem levantou o problema só tem a redimir-se pelo tamanho disparate.

Vi um pouco, porque não sou capaz de ver um programa inteiro de Fátima Campos Ferreira. É extenso demais para o que dele se tira.

E ontem não foi excepção. Interessante mostrar a mina a funcionar na parte de exploração do sal. Interessante dizer que pode haver um novo turismo. A questão consiste em criá-lo de forma atractiva. Só que merecia ter-se falado desse novo turismo, que ficou sem se saber o que é: se tem pai e mãe, se tem nome, onde existe, se Portugal é o "inventor da roda". Quase tudo ficou por dizer-se, embora o banal tenha sido dito e repisado.

Do que vi e não vi uns bons minutos iniciais e depois a terceira parte assistiu-se à montagem de um espectáculo sobre o turismo e pouco se disse sobre esse "novo turismo" que parece aí vir.


2009-06-22

 

Minas de Sal-Gema em Loulé "em guerra política"

Uma guerra política, estúpida e negativa. As pessoas antes de se tornarem políticos e mesmo depois de o serem deveriam ter alguma formação de cidadania e precaver-se com alguns conhecimentos sobre as questões sobre as quais pretendem marcar posição.

Estas "minhas bocas" (perdoem-me o termo) prendem-se com "a guerra nas minas de sal de Loulé" e o programa "prós e contras", de hoje, de Fátima Campos Ferreira.

O que se passa? Simplesmente o seguinte e desconheço o teor do programa.

Apenas sei que o programa vai abordar "a recuperação das minas" que está a ser feita no sentido do turismo.

Essa recuperação enquadra-se num segmento designado "Turismo da Descoberta Económica", um vector ainda muito recente e entre nós a dar os primeiros passos.

Se o programa for bem feito (o que desconheço), no sentido de bem perspectivado, poderia servir até de promoção deste tipo de turismo em Portugal.

Acontece que as guerras políticas entre partidos levou um deles a questionar a segurança dos participantes no programa, contra todas as garantias dadas pela Câmara e Região de Turismo.

Acho esta posição de mau gosto e da maior inconsciência e não ganha votos. Apenas nos alerta para deitar no caixote do lixo certas formas de fazer política. Nem tudo é permitido. A luta deve ser com argumentos e não falsidades.

Só mais uma questão final: a ser assim tão perigoso, onde esteve até agora o sentimento "humaníssimo" da segurança das pessoas que lá trabalham? Assim, penso eu, não se ganham autárquicas.

2009-06-21

 

A atitude de Luis Figo

Luis Figo ao clarificar que não pretende jogar no Sporting, depois de ter afirmado ao deixar o Inter que abandonaria a carreira da alta competição, só veio demonstrar o que dele se pensa, ou melhor, o que alguns de nós pensam da sua atitude de coeência, o que não é muito apanágio mesmo dos grandes jogadores de futebol.

De facto, Luis Figo ao longo da vida de jogador que é a que se conhece, demonstrou que se posiciona num patamar comportamental elevado com uma ou outra peripécia menos nobre na primeira das transferências quando muito jovem ainda e cuja culpa não sei se lha deva atribuir.

Pode ainda vir a jogar mas já numa outra filosofia a do mundo do negócio. Definitivamente Luis Figo está a preparar uma outra carreira

2009-06-20

 

Preocupante a situação na Autoeuropa

Não domino os pormenores do que se passou no seio dos trabalhadores que redondou na rejeição pelo Plenário do pré acordo estabelecido entre a Direcção da empresa e a Comissão de trabalhadores.

À primeira vista, parece que se está a avançar por um caminho muito temerário que tudo indica não vai defender todos os postos de trabalho, quando no pré acordo essa situação estava bem resolvida.

Para quem está de fora do processo, parece ter-se registado uma quebra de solidariedade entre os que veriam reduzidos os seus proventos em 6 sábados/ano, porque o trabalho não lhes era pago a 200% como até aqui, mas simplesmente como dia normal de trabalho e o trabalho precário.

O argumento dos direitos adquiridos não é suficientemente forte para levar a esta situação de permitir o licenciamento de trabalhadores, nem o de que 6 sábados/ano a 200% não pesam nas custos da empresa.

Por outro lado, sabe-se que o sector automóvel é um dos mais atingidos pela crise mundial e que, neste contexto global de crise a questão da deslocalização da produção é sempre uma "espada pendente" sobre a cabeça.

É dificil de perceber a engrenagem do que se terá passado, tanto mais que se está ou estava perante uma comissão de trabalhadores prestigiada dentro e fora da empresa.


2009-06-19

 

Uma Assembleia da República que precisa de ser baldeada

Hoje segundo ouvi a Assembleia da República ensinou ao povo o que era um balde e palavras derivadas entre as quais o verbo baldear.

Talvez não fosse mau umas aulinhas de português para o público, de vez em quando.

Certamente de maior utilidade que "os campeonatos verbais" a que se assiste muitas vezes, ocos de ideias e de propostas, sem qualquer interesse para o País.

Porque não pôr em prática na AR o verbo baldear, o que significaria deitar para fora do Parlamento tudo o que não presta, não serve ou já caiu em desuso.


 

Eleições Simultâneas?

Um cenário possível, mas que seria abusivo, se viesse a dar-se e contra a vontade de todos os partidos excepto do PSD. Ler PSD isolado a defender eleições simultâneas

Um cenário possível a depender apenas do Presidente Cavaco Silva, que pode e deu alguns indícios de que podia ir por aí, certamente alegando menores custos para o país, o que, neste caso, com uma tradução mais adequada, seria fazer o jeito a Ferreira Leite.

Aliás, já aqui exprimi a ideia de que o Presidente, de há uns tempos para cá, deixou a imparcialidade na gaveta. Outros, noutro contexto, também fizeram o mesmo com outros temas. Mas não deixa é de ser sempre muito negativo para a democracia estes jogos de influência e de balança.

Não faz sentido eleições legislativas e autárquicas em simultâneo. São duas realidades em disputa muito diferentes e que em conjunto, para além da confusão em determinadas camadas de votantes, daria origem a um voto menos genuino.

Há que diferenciar as realidades, a bem da democracia que já tem as suas falhas e introduzir esta seria mais uma machadada. As pessoas precisam de alguma ponderação no momento sobre o acto de votar em concreto.

O argumento dos menores custos não colhe, neste caso, porque a ser assim, até se poderia ter defendido as três eleições todas em simultâneo, o que teria sido ainda mais absurdo.


2009-06-18

 

O major Valentim Loureiro (2)

Segundo a comunicação social de hoje, a PJ anda na caça de 15 milhões de euros movimentados em "offshores", onde a família Valentim Loureiro poderá estar envolvida juntamente com o seu vice de Gondomar.

Alguns pormenores de alguns jornais (isto é que é segredo de justiça!) até nos dizem que só numa transação foram movimentados 8 milhões.

O processo corre pelo DIAP do Porto. E os crimes avançados não se limitam como ontem aqui escrevi a branqueamento de capitais. Incluem também fraude fiscal e corrupção.

"Pouca coisa" não é ?!

Valentim precisava de um polícia permanente junto dele, para ser menos indiciado, embora pouco mais do que isso lhe aconteça em termos de justiça.

Se houve conferência de imprensa de Valentim como esteve anunciada nada sei.

2009-06-17

 

O major Valentim Loureiro

O major Valentim Loureiro está de novo a ser investigado, segundo as notícias, desta vez por branqueamento de capitais.

Parece que não está sozinho. Aliás, nestas coisas, não pode estar.

Ouvi que o major Valentim iria falar à comunicação, mas até agora nada disse.

Mais uma a registar. Certamente mais uma a ficar impune.


 

Alguma informação sobre a zona de Belém

Belém Re Descoberta Economia, Turismo, Cultura e Cidade de mãos dadas

2009-06-16

 

Cavaco Silva já entrou em pré campanha

Com a posição claríssima hoje tomada, de incentivo aos pequenos projectos públicos, na sequência da hipótese da decisão final do TGV ser adiada, o Presidente da República dificilmente terá outra hipótese de usar a mesma linguagem de Ferreira Leite.

Se isto não é uma identificação com a linha do maior partido da oposição, não sei mesmo como poderá ser melhor.

O Presidente pode e deve ter as suas posições e actuar segundo o que pensa, mas em alturas de pré campanha como a que estamos a viver, deveria ser mais comedido e isento abstendo-se de certos comentários altamente favoráveis à direita e ao PSD em particular.

2009-06-15

 

Cristiano Ronaldo e o "povo superior"

Ontem ouvi o Dr. Alberto João Jardim, o presidente do governo do "povo superior", é ele (Dr. Jardim) que, assim, designa a população da Madeira, referir-se ao preço da transferência de Cristiano Ronaldo para afirmar que era um preço elevado, mas como se tratava de um filho de um povo superior estava muito certo.

Só é pena que a grande asneira não pague um imposto graúdo, para rapidamente e em força a Madeira poder amortizar a dívida.


2009-06-13

 

Será possível ao PS ainda dar a volta?

Nestes dias fora da capital para um curto descanso, tenho falado com várias pessoas sobre os resultados eleitorais e o ciclo que aí vem.
Logo na segunda feira encontrei uns quantos derrotados muito apreeensivos e à procura de bodes expiatórios.
A conversa animou pois há intocáveis em quem não se pode tocar. Já o desgraçado do Vital leva com todas as culpas. Certamente teve algumas, mas que eu saiba não estava só, não fez sózinho a campanha e sobretudo não foi ele que fez a lista, onde claramente havia pessoas que sem por em causa a sua qualidade, não deveriam estar em dois carrinhos ao mesmo tempo. Aquilo cheirava muito "a tacho".
Indo um pouco mais ao fundo do tema.
Não considero as europeias como uma primeira volta e também porque o PSD não teve grande resultado, teoricamente seria possível ao PS inverter a tendência de voto.
Até nem se percebe porque razão o governo não se preparou para as europeias com uma remodelação ministerial. Têm de ser dados sinais e até me parece que continua a mesma linha, do não saber ou não querer explicar as medidas, quando todos nós vemos que nisso está uma das razões fortes, para além de várias medidas e "guerras" quantas vezes pouco entendíveis.
Veja-se o exemplo do Ministro da Agricultura. Ele diz sempre o mesmo. Os agricultores têm tido mais dinheiro que antes. Ou por não dizer onde foi aplicado, ou por não dizer para que projectos e empresas foi canalizado, o real é que ninguém acredita no que ele diz e um ministro sem credibilidade...
Mas há muitos mais exemplos.
Neste contexto, quando toda a gente PS sonhava com uma maioria bem alicerçada, agora facilmente passou para a defesa da honra do convento: perder por poucos, pelo menos lá no íntimo é o que detectei e agora vai ser dificil, mesmo muito difícil a direcção do PS, ou seja José Sócrates, apontar objectivos para as legislativas que sejam credíveis para a sua própria casa.

2009-06-12

 

A moção de censura do CDS

Ridículo porque não vai além de uma brincadeira de mau gosto, porque de facto sem qualquer efeito e a pouco mais de 2 meses de eleições. Paulo Portas só mostra com esta atitude que não leva a democracia a sério.
Mas certamente o visado nem é o governo. É mais para impressionar a drª Ferreira leite. Para demonstrar que tem cabeça e ostentar iniciativa.

2009-06-09

 

A Europa Virou à direita

Os PS's no Poder perderam e bem. A direita no Poder ganhou e a direita na oposição ganhou também.

A única excepção é a Grécia.

Não sei se esta constatação tão simples conduz a alguma conclusão ou então se trata tão simples e só de má gestão dos PS's que, nestes tempos de crise, tenderam a defender mais os sistemas financeiros e menos a economia real com perversos efeitos sobre o emprego e os salários.

Certamente é uma reacção a tudo isto, aliado a uma má comunicação sobre as medidas tomadas onde se inclui a situação portuguesa.

Para completar este panorama resta dizer que as esquerdas e os verdes averbaram de uma forma geral bons resultados, o que vem dar alguma força a que os cidadãos de facto não se identificam com as políticas que os Ps's têm praticado.

2009-06-07

 

9,6 Milhões de votantes?

É muito milhão. Muitas dúvidas acerca deste número de votantes que já hoje foi repetido na comunicação social várias vezes

Duas contas simples que alimentam as dúvidas. Segundo o recenseamento de 2001, a população residente (Continente e Regiões Autónomas) era sensivelmente 10,357 milhões e, em 2007, segundo projecçções do INE,10,6 milhões. Os jovens sem direito a voto correspondem a 18/19% da população. Assim, da população residente apenas cerca de 8,7 Milhões de portugueses teriam capacidade de voto, se todos estiverem recenseados.

Será que na emigração há quase 1 milhão de pessoas recenseadas?

Convenço-me que o recenseamento não estará actualizado, o que vai enviesar, em alguns pontos a taxa de abstenção.

Aliás, este problema coloca-se sempre que há eleições.

2009-06-06

 

No negrume da Economia

Apesar do negrume que invade a economia portuguesa, dois factos interessantes aconteceram ontem que merecem registo e pensamento.

O Acordo de trabalho na AutoEuropa em que uma das reivindicações - os postos de trabalho -ficaram garantidos. Sem dúvida um exemplo de maturidade dos trabalhadores que merece ser sempre observado e daí retirar conclusões.

O segundo facto é o da Qimonda Solar. Um investimento elevado a ser feito por capitais angolanos e portugueses, o que também não deixa de ser muito interessante sob vários aspectos, desde os postos de trabalho que se vão salvar com este investimento faseado, mas taambém não nos pode passar ao lado nem ficarmos indiferentes à origem do capital.

 

Orquestra de Bandolins da Madeira

Antes de ir dar vários concertos na Inglaterra (juntamente com o conhecido tenor Carlos Guilherme), Esta orquestra que pode apreciar clicando em cada um dos endereços abaixo vai actuar gratuitamente nos dias 30/6 e 1/7, nos jardins do Teatro S. Carlos.

Orquestra de Bandolins da Madeira no Youtube (clicar num dos endereços de cada vez):

http://www.youtube.com/watch?v=TAxe2OxOh0U
http://www.youtube.com/watch?v=CtfbWUn_sT8
http://www.youtube.com/watch?v=e8kZPZpGAmg

O 'site' da Orquestra é www.orquestradebandolinsdamadeira.com
PS: Informação recebida através de e-mails que me foram enviados por participantes da tertúlia de madeirenses em Lisboa.

2009-06-05

 

Expresso volta à carga

E na segunda página do primeiro caderno traz o seguinte título "Cavaco já reconhece que teve acções da SLN".

Trata-se de um artigo cuidadoso, que repõe no devido lugar a questão das acções de que há muito se fala de que Cavaco Silva foi detentor e que a crer pelas suas reacções públicas terá constituído uma grande ofensa pessoal (sem razão tanto mais que tem havido correcção no tratamento da questão).

O primeiro parágrafo desse artigo do Expresso elucida bem o problema pelo que o trancrevemos: "O Presidente da República (PR) quebrou, finalmente, o silêncio sobre a sua participação na Sociedade Lusa de Negócios (SLN) confirmando ter sido accionista desta empresa, que até Novembro de 2008 controlou o Banco Português de Negócios (BPN). Mas acabou por não explicar esse investimento, apesar de questionado três vezes pelo Expresso sobre os motivos que o levaram a investir e os preços a que comprou e vendeu as acções (a SLN nunca esteve cotada em Bolsa, pelo que a compra e venda tinha de passar por uma decisão do ex- presidente Oliveira Costa)".

Não se compreende a irritação de Cavaco Silva. Será que se considera intocável? Apenas ele pode enviar recados? Terá vergonha que o associem a alguns dos seus amigos menos bem comportados? É impossível que não suceda, mas até aí a vida ensina como reagir.

Não Senhor PR reagiu e agiu mesmo mal. Felizmente que a comunicação social existe e lá vai questionando.

2009-06-04

 

Sobre o futuro Provedor

Leia Jaime Gama e a ironia profunda acerca de tema ontem também aqui abordado sob o título: Jaime Gama pôs o dedo na ferida.

 

Sindicatos dos Médicos e Ministério da Saúde entendem-se

O Público de hoje, num artigo da autoria da jornalista Catarina Gomes que se transcreve abaixo, informa que o Ministério da Saúde chegou a acordo com os Sindicatos para criar uma "carreira única" para médicos do SNS cujo número, segundo informação do ano passado do Sindicato Independente de Médicos, se estima em 24 000.

"A reformulação das carreiras era um dossier polémico ainda em aberto.
Quer os médicos trabalhem em unidades de saúde de gestão pública, de tipo empresarial ou nos futuros hospitais públicos geridos por privados no âmbito das parcerias em saúde, quer sejam funcionários públicos ou tenham contratos individuais de trabalho, existirá "uma carreira única" no universo do Sistema Nacional de Saúde.

O Ministério da Saúde (MS) e os sindicatos da classe chegaram ontem a acordo sobre essa matéria, depois de vários meses de negociação, anunciou a ministra da Saúde, Ana Jorge, em conferência de imprensa.A reformulação das carreiras médicas era um dossier polémico e há muito em cima da mesa. Quando o modelo de gestão empresarializada dos hospitais começou a ser estendido à maioria das unidades públicas, os clínicos contratados ficavam desenquadrados e sem possibilidade de progressão na carreira. Nos hospitais de gestão pública (conhecidos como sendo do sector público administrativo) os médicos com vínculo à função pública têm uma carreira hierarquizada com regras de progressão. Mas este sistema não incluía os hospitais-empresa, onde os clínicos estão, por norma, abrangidos por contratos individuais de trabalho.

Muitos, como o bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes, falaram da "desarticulação do Sistema Nacional de Saúde". O acordo que ontem foi assinado pretende criar "uma carreira única" para todas as unidades do universo do Sistema Nacional de Saúde, independentemente do seu estatuto jurídico e do regime de trabalho dos clínicos. Passa a estruturar-se em dois graus (especialista e consultor) e três categorias (assistente, assistente graduado e assistente graduado sénior).O presidente da Federação Nacional dos Médicos, Mário Jorge Neves, disse ontem que, uma vez que só estavam integrados na carreira médica os médicos com vínculo à função pública, este era "um sector que estava com a corda ao pescoço e que daqui a alguns anos, com o envelhecimento dos profissionais e à medida que as pessoas vão saindo, se iria extinguir". Mário Jorge Neves considera que com este acordo "se dá aos jovens médicos capacidade para evoluir na carreira". Mas muito está ainda em aberto. A fase seguinte será a regulamentação dos dois decretos-lei, que ainda têm que ser aprovados em Conselho de Ministros, com um novo período de negociação com os sindicatos. E aqui poderão voltar à discussão propostas mais polémicas, como o fim da isenção do trabalho de urgência acima dos 55 anos."


2009-06-03

 

Uma "velinha" pelas finanças do Sr. Presidente

Cavaco Silva veio queixar-se junto do povo português, que não é propriamente a entidade mais indicada para o acudir, que também entregou as suas "economias" (entenda-se, como exemplar casal, as dele e da mulher) a 4 bancos nacionais (presumi), para as gerir de forma idónea e que está com grandes perdas, designadamente as aplicadas no BPN. Cavaco Silva é um grande quadro técnico dessa área e dessa matéria, o que coloca a questão porque não geria ele as ditas poupanças?

Cavaco Silva está a reagir tarde e, desta forma, não entendo aonde pretende chegar. Ele é o Presidente deste país. Está apertado pela comunicação e assim não será que levanta a suspeita sobre todo o sistema bancário português e ao mesmo nível?

Mas ainda bem que um jornal de um proprietário da sua área política o incomoda. Aliás, neste domínio, Balsemão tem "pedegree". Sem dúvida, sem a notícia do Expresso, esta bolha do Sr. Presidente não viria para a praça pública, nem rebentava.

Na minha modesta leitura, Cavaco "estendeu-se" com esta reacção.

Não gostei, contudo que tenha definido dois grupos de leitores ou intérpretes do seu comunicado anterior sobre esta matéria .

Os que sabem ler e os analfabetos. Estou entre o grupo dos analfabetos, entre aqueles que não sabem ler o que não vem nos comunicados, aqueles que não são da entourance, porque só esses interpretam maravilhosamente o que se diz mas não se escreve em comunicados.

Como fui aluno do professor/assistente Cavaco Silva, embora há muitos anos, que era um professor até pouco consistente, desmaiava quando tinha de fazer orais e era contestado, como foi o caso em que estive presente, até compreendo maravilhosamente esta sua definição e posição. Eu sou o bom, nunca me engano. Os outros nem ler, sabem. Para isso é preciso, esqueceu-se S. Excia, saber ensinar e escrever, para bem se ler.

 

Jaime Gama pôs o dedo na ferida

Nascimento Rodrigues renunciou ao cargo de Provedor da Justiça com efeitos imediatos, depois de um ano a mais no cargo. Pelo que ouvi de um constitucionalista, esta posição não é legal nem ilegal, há um vazio de lei e assim (deduzo eu) cada um faz o que bem entende.

Só não entendi porque só agora sobre um acto eleitoral Nascimento Rodrigues acorda, ou melhor, fica agastado e então... Teria havido alturas melhores.

Jaime Gama, ao comentar este acto, considera que não deveria ser difícil aos partidos se entenderem, pois se ainda recentemente se entenderam para o financiamento dos partidos, eventualmente não no melhor sentido, porque não se entendem agora?

Jaime Gama fez um paralelismo correcto, embora haja quem não tenha gostado. Na realidade, a lógica partidária é bem diferente. O financiamento serve as máquinas partidárias e a eleição do Provedor serve apenas a democracia.


2009-06-02

 

Ricardo Camacho, um médico investigador da área da SIDA

O médico madeirense, Ricardo Camacho, investigador e especialista em virologia clínica, foi o convidado do jantar de ontem da Tertúlia de Madeirenses em Lisboa, que reuniu 70 pessoas, como quase todos os meses acontece na 1ª segunda feira de cada mês.

A intervenção foi interessante, interessantíssima mesmo, centrada na investigação, combate, prevenção mas sempre em termos comparativos com o que se faz lá fora na Europa.

E ficamos sempre angustiados pela distância a que nos encontramos em todas as frentes, apesar de algum progresso que tem havido entre nós.

Mas concluí que há dois entraves muito fortes entre nós que nos impede de grandes avanços. Um, a mentalidade que é transversal, onde nem a classe médica escapa, outro é a teia da burocracia.

Tomei ainda duas outras notas. Ricardo Camacho praticamente não tem tido apoios nacionais para a investigação que desenvolve, apesar de dizer que não se tem dado nada mal nos circuitos internacionais e, outra que me chocou talvez mais, embora o Ricardo não tenha dito isto assim e que corresponde ao não reconhecimento por cá do seu trabalho. Só não sente isto quem nunca passou por uma parecida.

Qual a base da minha dedução?

Se uma pessoa é convidada como é o caso do Ricardo para júris de doutoramento nos EUA, na Bélgica, França, Alemanha, etc e nunca foi convidado para um júri em Portugal, isto deve querer dizer alguma coisa.

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