"Sim, fui funcionário público, com muita honra". Este título não é meu, mas de um suplemento do Jornal de Negócios deste fim de semana. Um suplemento muito orientado para gente reformada como é o meu caso e para a ideia de que "dantes é que era bom em termos de craveira técnica". De algum modo, nas questões que me colocaram, esteve subjacente a ideia inculcada nas pessoas em geral de que a Função Pública hoje está pior porque tem piores técnicos. Neguei essa ideia, como se vê pelo texto ao lado, porque embora a minha experiência já seja um pouco distante vai noutro sentido. Continua a haver bons técnicos. As condições e as orientações políticas de trabalho é que são outras. Politicamente está a tentar-se duas coisas: denegrir a função pública e fazer passar que ali é que se ganha bem, muito.
Tudo isto para justificar os cortes cegos.
A reforma de Estado é uma coisa muito séria e necessária e bem feita leva a economias muito significativas e a melhores serviços à sociedade. Mas a reforma de Estado tem duas grandes componentes. Uma muito política e estruturante que é a componentes das funções do Estado. Que Estado se pretende num país democrático? Implica um debate político, sério e alargado. Não compete apenas aos políticos este debate. Os cidadãos devem nele participar. Tem de ser um debate aberto. A segunda componente é a da formatação da Administração Pública. Aqui, quase tudo está por fazer. Há organismos duplicados que se atropelam, em todos os ministérios. E sabem porque nada disto se resolve? Porque fazer cair instituições significa reduzir postos para colocação de amigos. Já se fez o levantamento de quantos postos de direcção era possível reduzir? Já. Nos meus tempos finais no Ministério da Economia foi feito pelo Ministro de então Carlos Tavares um arremedo de reforma do Ministério. Bom ou mau não vou discutir o modelo agora. Concentraram-se alguns serviços administrativos e algumas Direcções Gerais. Onde parou? No IAPMEI, no então ICEP e no Instituto de Turismo. Porquê? Adivinhe-se. Mas isto o estudo de reforma também previa mudar. Concentrar pelo menos ICEP e IAPMEI. Avançou? Nada. Não estou a defender o modelo pensado pela empresa consultora. Mas não houve implementação, senão de parte. Depois os resultados mesmo dessa parte foram analisados? Nada. Mas houve grandes barracas e da grossa. E será que a reforma pode fazer-se de uma vez? Não é melhor ensaiar?A reforma é um processo a fazer-se de forma muito cuidadosa. Mas urge fazer. Ou melhor, urge há muitos muitos anos.
Este governo devia ser honesto e assumir que não é reformador, mas um activista de cortes cegos.
# posted by Joao Abel de Freitas @ 15:38 0 comments
2013-06-29
Posição de info excluido
Tem sido a minha situação de algum tempo a esta parte. Computador com problemas. Eu a tentar perceber o que se passa e segundo parece a ampliar as asneiras.
Hoje mão amiga e sabedora tratou do assunto e tudo indica que está maravilhoso. Por quanto tempo?!
Mas percebi, apesar do meu analfabetismo nesta matéria, que há uns truques para contornar os programas. Alguns não têm actualização possível para nos levarem a pagar uma pipa de massa, substituindo tudo. Mudar de software e muitas vezes até de computador.
Quando tiverem problemas vejam lá "se recrutam" um sabedor e que não esteja do outro lado.Percebem?
# posted by Joao Abel de Freitas @ 23:15 0 comments
2013-06-27
Barroso visto de Paris
A diatribe do Le Monde contra o
presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, não terá sido uma
arrogância “chauvinista” contra uma figura afinal originária de um pequeno país
da união. As acusações do jornal francês , de camaleão, oportunista, terão razão de ser?
Vejamos.
Mário Vieira de Carvalho num artigo no Público de 2013-06-26, trata este
assunto de forma assertiva e esclarecedora (Ver
link no fim deste post. Não deixe de ler).
Diz MVC,
indo lá atrás: “Em Outubro
de 2005 a Assembleia Geral da UNESCO reunida em Paris aprovou quase por
unanimidade - votos contra apenas de Estados Unidos e Israel - a Convenção para
a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais…”
A UNESCO e a
preservação da cultura dos diferentes povos saiu assim vitoriosa contrariando a
política de colonização cultural norte-americana prevalecente na Organização
Mundial do Comércio que pretendia acabar com toda e qualquer proteção nacional
à respetiva cultura, em especial nos audiovisuais.
"Que a administração
W. Bush – diz Mário Vieira de Carvalho no Público – tenha lançado mão de todo o
tipo de pressões para evitar tão universal consenso não é motivo de surpresa.
Que o povo de Israel se tenha deixado arrastar como aliado único nessa desesperada
tentativa também o não é, apesar das perseguições de que foi alvo ao longo da
História e que, não raro, ameaçaram de erradicação total a sua cultura.”
Mas que
razões “culturais” motivaram e motivam tanto empenho dos EU em derrubar tais
defesas das culturas nacionais? Ampliar o negócio milionário das suas
multinacionais, particularmente no audiovisual, invadindo a Europa com a subcultura alienante dos empacotados e outras subespécies de igual quilate.
Que tem
Barroso, afinal, a ver com tudo isto? É que, há dias, na véspera de negociações entre a UE
e os EUA e após longas conversações que levaram os 27 membros da UE a uma
plataforma comum que contempla, contra a posição dos EUA, o direito da UE a defender
a diversidade das culturas nacionais dos seus povos, o direito de defender “a
Alma da Europa”, face à ameaça do “mercado livre” exigida pelos States para
facilitar a invasão mercantil não da grande cultura norte-americana mas da “cultura” de pechisbeque, ora - dizia eu - nesse preciso momento, o presidente da
Comissão Europeia em vez de defender a posição da organização que devia
representar vem acusar a França de política “reacionária” por se ter batido
pela conclusão a que a Europa chegara.
Le Monde concluiu que Barroso, próximo do
fim de mandato, não teve pejo de trair os interesses da UE, que devia
representar, para bajular o governo dos Estados Unidos. Quis Barroso, na opinião
do Le Monde, mostrar assim que os EUA, podem
contar com ele em troca de um cargo bem pago, NATO ou ONU que ele está pronto a
desinteressar-se dos valores ou interesses da Europa ou do seu país. É uma questão de
dinheiro. Para Durão, se tal estiver na sua mão - a ”Alma da Europa” ou os bens
culturais nacionais são “valores” perfeitamente transacionáveis por dinheiro.
São ou deviam ser, meras mercadorias como aliás, ele próprio.
Le Monde atreveu-se a tais juízos em primeiro lugar porque Barroso não é alemão mas seguramente porque
está lembrado de que no passado Durão Barroso, quando 1º ministro de Portugal,
se postergou perante Washington, na cimeira das Lages, nos Açores, em 2003, quando apoiou
incondicionalmente W. Bush, contra o interesse de Portugal e das suas relações
com o mundo árabe, na invasão do Iraque e ter dito até, ter “visto” as provas
de que o Iraque possuía armas nucleares. Não terá sido tal comportamento alheio
às diligências norte-americanas para a sua ascensão a presidente da Comissão
Europeia quando fracassou como 1ºM de Portugal.
Le Monde não poupa qualificativos no seu
editorial a Durão Barroso “camaleão”, “oportunista”. Afinal o jornal parisiense
sabe que Barroso tanto pode ser um exaltado seguidor de Mao Tsé Tung, como quando
esteve, ao que constou, no cerco e incêndio da embaixada de Espanha em Lisboa, promovida
pelo MRPP, no verão de 1975, como um entusiasta prosélito de W. Bush.
Até 1973 o Estado
francês controlava o sistema financeiro do país, assim como a moeda, o franco,
através do Banco Central. Para as necessidades do Estado, para pagar a
administração pública ou para obras públicas, para investir na saúde ou na educação, se o dinheiro dos impostos não lhe chegava, criava moeda através
do seu Banco Central e, obviamente, não pagava qualquer juro.
Mas em 1973, o
presidente da República de França, Pompidou, promulgou um decreto que proibia o
Governo de se financiar no Banco Central sem juros e obrigava-o a pedir emprestado aos bancos privados o dinheiro de que necessitasse,
pagando-lhe o juro correspondente.
Parece-lhe
absurdo? Realmente parece. Se o Estado pode criar o dinheiro porquê pagar um
juro à banca privada para ter esse mesmo dinheiro? Até
o povo, se soubesse, se poderia revoltar?! Os banqueiros explicaram. Explicaram
que, primeiro, o povo não necessita saber destas coisas porque os eleitores não
são especialistas em finanças e no caso de ficarem a saber logo se daria a boa
explicação:
“Em vésperas de
eleições os governos têm a tentação de criar dinheiro a mais que o necessário a
uma boa governação, provocando inflação, para mostrar obra e assim obter votos.
Tendo de pedir emprestado o dinheiro aos bancos e pagar um juro deixava de
haver esse perigo.»
Os bancos, os
acionistas dos bancos e os administradores dos bancos ( o sistema financeiro em
geral) passaram a ter uma gigantesca fonte de riqueza. Fonte de riqueza não é o
termo adequado porque nisto não há nenhuma criação de riqueza. Os banqueiros passaram a ter
um instrumento de transferência gigantesca de riqueza de quem a produz - trabalhadores manuaios ou intelectuais, cientistas, empresários - para o seu bolso. Esta e muitas outras
medidas tomadas pelos governos dominados pela ideologia neoliberal, nas últimas
três ou quatro décadas, colocaram as economias e os governos sob o controlo
crescente da alta finança especulativa.E estão a transformar a democracia numa
mascarada. No vídeo que aqui
está, informa-se que, da década de1970 a 2010 a dívida pública da França
tinha aumentado 1,348 biliões (milhões de
milhões) de euros e que, sintomaticamente, os juros pagos pelo
Estado à banca privada nesse mesmo período foi de 1,408 biliões de euros. O aumento brutal da dívida pública da França nestas 4
décadas foi praticamente igual aos juros pagos, neste período, pelo Estado aos
banqueiros e aos accionistas dos bancos, consequência daquela
lei de Pompidou. Mas, oficialmente, a explicação para a dívida soberana francesa deve ser como a que é dada para a de cá, o povo anda a viver acima das suas possibilidades.
Os banqueiros de
todo o mundo sabem explicar muito bem estes assuntos de modo que a partir da
década de 70 do século passado a maioria dos Estados do Ocidente
adotou este procedimento. Isto é, alienou um poder fundamental do Estado que
lhe é outorgado pelo povo através de eleições e entregou-o – sem consultar os
eleitores, é claro - aos banqueiros. Governantes estúpidos? Não!! Serão recompensados.
É
também, esta, a situação na zona euro. É, aliás, o que diz o artigo 123 do Tratado de Lisboa.
Obviamente que não
podemos concluir que os bancos são "maus". Os bancos foram e são
instrumentos fundamentais, absolutamente indispensáveis ao funcionamento da
economia nacional e mundial. Deveriam era ser regulados pelo poder político e não serem eles a regular este. Afinal os banqueiros não vão a votos. Ou vão? Nota em 2020-11-04: Curiosamente Bernie Sanders, senador do Partido Democrático dos EUA que tentou, sem sucesso, que o seu partido o escolhesse para candidato à presidência em 2016 e em 2020 explicou"Se for eleito passa a ser o Governo dos EU a mandar em Wall Street e não o contrário" (Ver aqui)
Dilma. Veremos se consegue enfrentar o poder económico-financeiro
Ouvi a mensagem de Dilma, hoje, à 1 da manhâ (hora TMG). Ouvia-a e comparava o discurso de lá com o discurso de cá. Separa-os um oceano político. Maior que o Atlântico. Veremos se tem vontade, garra e meios para enfrentar a mais poderosa oligarquia da América Latina. É em todo o caso uma oportunidade para fortalecer o que há de melhor no PT. A mensagem deixa esperança e estou convencido que não se trata como por aqui de palavras para enganar tolos.
Osvaldo de Castro é uma referência no universo político português
Na despedida do Osvaldo de Castro a filha, a juíza do T. Constitucional, Catarina Sarmento e Castro leu em seu nome e do irmão, o médico Rui Sarmento e Castro, uma mensagem de despedida, repassada de ternura, sensibilidade e amor ao longo da qual reencontrámos o Homem que os seus amigos se habituaram a respeitar: o cidadão impoluto, o político probo e exemplar, o amigo fraternal, o jurista e legislador competente.
A associação Académica de Coimbra cobriu a urna com a capa tradicional evocando o destacado combatente contra a ditadura, quando estudante, nas aguerridas lutas académicas.
Celso Cruzeiro, Osvaldo de Castro e José Ropiçona U.Coimbra
Presente muito povo da Marinha Grande, muitos amigos como Rui Namorado, Joaquim Pina Moura, Vítor Cabrita Neto, José Magalhães, Fernando Castro muitos deputados, alguns amigos de longa data outros dos muitos anos comuns na bancada do PS, outros em representação do respetivo Grupo Parlamentar. Deputados que avistei António José Seguro, Ana Catarina Mendes, Alberto Costa, Sérgio Sousa Pinto, Jamila Madeira, Alberto Martins, Maria de Belém, Eduardo Cabrita, Ana Paula Vitorino, deputados do PS, António Filipe do PCP, João Semedo e Luís Fazenda do PE, Luís Montenegro lider parlamentar do PSD.
Presente, também, o presidente do Tribunal Constitucional.
Osvaldo foi deputado na I e II legislatura pelo PCP e da VII à XI pelo PS. Foi Secretário de Estado do Comércio no ministério da Economia de Pina Moura, no 1º Governo de Guterres. Sobre a sua carreira e cargos políticos ver notícia em Público,Diário de Leiria, I online ou Parlamento
"Sr. Barroso, você nem é leal nem respeitador!". "Hoje, aos 57 anos, este camaleão procura um futuro. À procura de um belo posto na NATO ou na ONU - quem sabe? - ele escolheu lisonjear os seus parceiros anglo-saxónicos, o primeiro-ministro britânico e o Presidente americano. À cabeça da Comissão, o Sr. Barroso foi um bom reflexo da Europa: uma década de regressão".
"M. Barroso, en revanche, semble avoir des visées beaucoup plus personnelles. Depuis huit ans, le président de la Commission s'est distingué par sa ductilité. Défenseur des petits Etats lorsqu'il était premier ministre du Portugal, libéral lors de sa nomination à Bruxelles avant la crise de 2008, sarkozyste sous la présidence de Nicolas Sarkozy, incapable, depuis, de la moindre initiative politique pour relancer l'Union, il a accompagné le déclin des institutions européennes."
Les risques d’une réédition de la grande crise asiatique
jeudi, 23.05.2013
ASIE. La
dépréciation du yen met en péril toute la région L’ajustement en cours crée
toutefois des opportunités
Stéphanie kretz*
L’histoire n’est pas censée se répéter. Nous ne pouvons pas cependant nous
empêcher de comparer la situation actuelle de repli du yen avec avril 1995.
L’effondrement de la devise japonaise, qui avait alors perdu près de 30% en deux
ans, avait largement contribué à déclencher la crise asiatique de 1997. Au
regard de la détermination affichée par les responsables politiques japonais,
quelles conséquences la nette dépréciation du yen aura-t-elle cette fois-ci sur
le reste de l’Asie?
Tout d’abord, d’autres pays asiatiques verront leur propre monnaie
s’apprécier. Cette évolution est d’autant plus inévitable qu’un certain nombre
de contraintes pourrait empêcher ces pays de la contrecarrer (une hausse
potentielle des pressions inflationnistes et les balances courantes actuellement
excédentaires rendraient une dévaluation compétitive difficile à justifier). La
conséquence directe sera une perte de compétitivité et un ralentissement de la
croissance des exportations. Or, cet élément est déterminant dans une région où
les exportations brutes représentent plus de la moitié du produit intérieur brut
pour six pays sur onze (92% en Malaisie, 87% au Vietnam, 77% en Thaïlande), un
tiers pour trois pays (Chine, Laos et Philippines) et un quart pour les deux
derniers pays - Singapour et Indonésie. Le repli du yen pèsera donc sur la
croissance de la région.
De plus, les balances courantes, bien que toujours positives en Asie, se sont
largement détériorées au cours des cinq dernières années, tombant à moins de 3%
en Chine, à Hong Kong et en Thaïlande et en territoire négatif en Indonésie.
Lorsque leurs comptes courants deviendront déficitaires, ces pays devront avoir
recours au financement étranger pour soutenir des niveaux de dette qui,
contrairement à ce que l’on croit, sont généralement élevés. La dette du secteur
privé de Hong Kong est équivalente à celle de l’Espagne et de l’Irlande et
supérieure à celle du Portugal. Les ratios d’endettement privé de la Chine et de
la Thaïlande dépassent ceux de l’Italie, tandis que ceux du Vietnam, de la
Malaisie et de Singapour sont comparables aux ratios de la France. En termes de
dette privée, la région ne se porte pas mieux que l’Europe.
Etant de surcroît bien plus dépendantes de leurs exportations, les économies
de la région souffriront du repli du yen et de l’appréciation de leurs monnaies.
Cela pèsera sur leurs niveaux de croissance et entraînera leurs balances
courantes en terrain déficitaire, mettant au défi leur capacité à financer des
niveaux de dette élevés et semant même probablement les graines de la prochaine
crise asiatique - du moins tant que la consommation domestique de ces pays ne
progressera pas.
Dans l’intervalle, l’ajustement en cours crée des opportunités
d’investissement. La Corée du Sud, par exemple, est l’un des rares pays dont
l’excédent du compte courant s’améliore et les emprunts d’Etat devraient y
bénéficier du renforcement de la monnaie - sauf conflits géopolitiques sur la
péninsule coréenne. Le won coréen est sous-évalué d’environ 20% par rapport au
dollar américain selon nos mesures, offrant aux investisseurs des gains de
change en plus de taux réels positifs, une caractéristique aujourd’hui
recherchée sur les marchés des obligations gouvernementales (à 2,8%, les
rendements nominaux à 10 ans sont supérieurs à l’inflation, qui s’établit à
1,2%).
Sur le front des actions, il peut être intéressant de considérer la Chine:
toute annonce d’injection de liquidités (rendue réalisable par un indice des
prix à la consommation modéré de 2,1% en mars) soutiendrait les actions
chinoises, d’autant plus que les indices affichent actuellement une décote de
25-30% en comparaison historique (sur la base des bénéfices moyens sur 10 ans
glissants) et que la dynamique des prix est favorable.
* Lombard Odier
# posted by Joao Abel de Freitas @ 09:26 0 comments
2013-06-18
"Renegociar já, mas não como os credores querem"
O artigo que a seguir se transcreve é muito elucidativo sobre os poderes que decisivamente condicionam os governos e comandam as nossas vidas (o sistema financeiro, bancos, fundos de investimento). Revela também o cinismo que tão frequentemente preside à ação política e à vida pública. No fim tem uma ligação para uma petição. Se achar que é para seu bem não hesite, assine-a.
Artigo de José Castro Caldas, no Público de 17 Junho 2013:
"Com as intervenções da troika, uma parte importante da dívida grega e portuguesa passou de mãos dos credores privados, internos e externos, para a de credores oficiais - o FMI, o BCE e os fundos da União Europeia. Para isso serviram os resgates: para transferir dívida pública tóxica do sector privado para o sector público."
"Quem agora o reconhece, com a mais desavergonhada candura, é o FMI no relatório sobre a Grécia que recentemente veio a público: "Uma reestruturação à partida teria sido melhor para a Grécia, apesar de isto não ser aceitável pelos parceiros do euro. Uma reestruturação atrasada também criou a janela para os credores privados reduzirem a sua exposição e mudarem a dívida para as mãos de credores oficiais (FMI, BCE e instrumentos europeus). Esta mudança ocorreu numa escala significativa e limitou um bail in (resgate envolvendo os detentores de títulos de dívida)... deixando os contribuintes e os Estados com a responsabilidade de pagar".
"Compreende-se assim que, "à partida", os banqueiros não quisessem nada com a reestruturação da dívida. "Temos de evitar a reestruturação da dívida o mais possível porque se fizermos perder dinheiro àqueles que nos emprestaram dinheiro, esses não vão voltar a emprestar outra vez", disse José Maria Ricciardi [um dos donos do BES], segundo o jornal Sol, no dia 27 de Dezembro de 2011.
E compreende-se também que a opinião agora comece a mudar. "Se até 2014 a economia não crescer, vai ser necessário reestruturar a dívida", disse o mesmo Ricciardi em entrevista ao Jornal de Negócios na semana passada.
Não era difícil perceber o que devia ser feito em 2010 na Grécia e em 2011 em Portugal - Grécia e Portugal deviam ter desencadeado uma renegociação da dívida tendente à sua reestruturação. Mas a reestruturação atempada da dívida teria feito "perder dinheiro àqueles que nos emprestaram dinheiro" e isso era inaceitável para quem condicionava e acabou por determinar as decisões políticas do momento - os bancos e os fundos de investimento.
A situação agora é outra. Agora, perante os resultados da austeridade, interessa aos banqueiros garantir a cobrança de alguma coisa antes que as vítimas da austeridade se tornem incapazes de pagar o que quer que seja. Por isso falam de reestruturação da dívida.
Será que isso significa que a renegociação da dívida e a sua reestruturação já não interessa aos povos da Grécia e de Portugal? É claro que interessa. Só a renegociação, acompanhada de uma moratória, e a reestruturação, com anulação de uma parte do valor da dívida, redução das taxas de juro e alongamento das maturidades, pode reduzir o peso dos juros na despesa pública, evitar o colapso da provisão pública de bens e serviços e libertar recursos para o investimento e a criação de emprego.
Mas a reestruturação de que Portugal e a Grécia precisam não é a dos credores. Aos credores interessa aliviar o fardo para que o "animal" continue a ser capaz de puxar a carroça. Aos povos grego e português interessa alijar a carga para caminhar em frente, sem condições impostas pelos credores.
A renegociação tendente à reestruturação da dívida de que precisamos tem de ser conduzida em nome do interesse nacional, contra o interesse dos grandes credores e salvaguardando os pequenos aforradores. O Estado português tem de tomar a iniciativa e conduzir todo o processo.
Mas o Governo português, o Presidente da República e a maioria dos deputados da Assembleia da República fingem não perceber. Estão sentados à espera que os credores mandem. Em contrapartida, cresce na sociedade a compreensão da necessidade de agir.
A Iniciativa para uma Auditoria Cidadã à Dívida (IAC), que desde a sua fundação em Dezembro de 2011 tem vindo a conhecer e dar a conhecer a dívida pública (ver o relatório "Conhecer a dívida para sair da armadilha"), lançou, em conjunto com outras organizações, a campanha Pobreza não paga a dívida: renegociação já!
Responde esta campanha à necessidade sentida pela IAC de complementar o trabalho de estudo e análise da dívida pública, que prosseguirá, com mais debate público sobre as causas e as consequências da dívida e mobilização pela sua renegociação com a participação dos cidadãos.
A campanha envolve uma petição dirigida à Assembleia da República, instando-a a pronunciar-se pela abertura urgente de um processo de renegociação da dívida pública, pela criação de uma entidade para acompanhar a auditoria à dívida pública e o seu processo de renegociação e pela garantia de que nestes processos existe isenção de procedimentos, rigor e competência técnicas, participação cidadã qualificada e condições de exercício do direito à informação de todos os cidadãos e cidadãs.
"Trata-se de fazer ouvir em S. Bento uma opinião e uma vontade que acreditamos ser maioritária na sociedade portuguesa.
"É certo que quando tudo está a arder uma petição parece pouco. No entanto, com um número pouco usual de assinaturas, a petição terá força. Confrontando os membros da Assembleia da República com as suas responsabilidades, poderá acordá-los para a necessidade de não fazer o que os credores querem."
Troica passa prejuízo dos bancos para os contribuintes
Em 2012 a troica
reestruturou a dívida grega. Perdoou mais de 50% da dívida e estuda atualmente
novo perdão. Porque adiou dois anos esse perdão aumentando o sofrimento do povo
grego com a austeridade e prejudicando a economia da Grécia? Porque em 2010 os
principais credores eram os bancos alemães e franceses (151,4 mil
milhões de euros) e assim o perdão atingia-os a eles e estes dois anos
foram aproveitados para, com a intervenção da troica e os seus instrumentos
financeiros, a dívida e o perdão passarem para os contribuintes dos países do
euro. Bom truque, não? Os bancos têm os lucros e quando as suas aventuras
agiotas correm mal paga o contribuinte. É
assim a vida sob a direção do capital financeiro. Enquanto não nos revoltarmos. _________________
Paul
Jorion
Zangam-se as comadres e sabem-se as verdades. FMI, BCE e Berlim por um
lado e Comissão Europeia do outro acusam-se cinicamente no meio de indecorosa
polémica que aqui chegou muito amortecida. Em 17 de Março o Financial Times
dava conta com grande escândalo que "Chegados a este ponto..., a
Comissão [Europeia] perdeu toda a credibilidade em Berlim." e em
20 de Maio o relatório do FMI de avaliação da política da troica para a Grécia
é o "segundo episódio da guerra intestina que mina a Tróica". Ainda
que socorrendo-se de eufemismos a acusação (passa culpas) do FMI à Comissão é
arrasadora: incompetência, amadorismo e, mais sério ainda, cumplicidade
entre a Alemanha e a Francepara atirarem para os
contribuintes de todos os parceiros do euro os prejuízos dos bancos,
especialmente dos bancos alemães e franceses.
O FMI, fingindo
que a culpa não lhe cabe a si tanto como aos outros parceiros (Berlim, BCE,
Comissão da UE), diz nas entrelinhas que os graves sofrimentos a que, com a
austeridade, eles submeteram o povo grego podia ter sido em parte evitado se a
reestruturação da dívida grega feita em 2012 tivesse sido feita 2 anos
antes como todos sabiam ser necessário e inevitável. Mas porque só a
fizeram em 2012? É que nestes 2 anos os prejuízos dos bancos, em
especial dos bancos alemães e dos bancos franceses que eram credores de 58,1%
da dívida grega estatal e privada ia ser sub-repticiamente passados para os
contribuintes dos países do euro. Aos bancos alemães o Estado grego devia 19,2
mil milhões de euros e os privados gregos deviam 50,6 mil milhões. Aos bancos
franceses o Estado grego devia 14,6 mil milhões e os privados gregos 67 mil
milhões. Assim de 2010 a 2012 a tróica conseguiu transferir o grosso da dívida
grega, estatal e privada dos bancos para um fundo a ser pago pelos
contribuintes dos países do euro. Bem pensado não? Claro que o FMI em 2010
estava dentro do segredo tanto como a Comissão que agora acusa numa tática de
sacudir a água do capote.
___________
Estes dados foram
colhidos no Le Monde de 18/6/2013 La troïka à hue et à
dia (Link) [traduzo: Na
Troicacada
um puxa para seu lado] do economista e antropólogo Paul Jorion para o qual os meus
amigos António Melo e Artur Pinto me chamaram a atenção.
Sim, é o
presidente do Uruguai. Ex-guerrilheiro "tupamaro". Quem o vê não dá
nada por ele. Mas escutando-o... perceberá então que se trata de um político de
natureza diferente dos que por estas bandas pontificam de conversa
engravatada.
É um homem culto, conhece o seu povo e o mundo, cumpre o que promete
e guia-se por valores. Estranho, não é ?
“Cuando un hombre aumenta sus conocimiento no necesariamente aumenta sus valores”, expresó el mandatario.
jun 14 2013 12:46
El presidente [do Uruguai] José Mujica dedicó su audición radial a reflexionar sobre el rol de la educación en la sociedad. El País - Información[ou aqui ]com gravação.
Só em juros a Alemanha já ganhou 80 mil milhões com a crise do Euro
80.000.000.000(80 mil milhões) de euros foi, segundo um estudo do Instituto de Economia mundial de Kiel foi quanto a Alemanha tem poupado com a crise do euro. Nº citado , por Sócrates na sua habitual análise política na RTP, hoje, domingo.
Impondo a política de austeridade e de agressão financeira em vários países do Sul da Europa a Alemanha (que comanda uma coisa chamada UE e o BCE) e o FMI , faz com que o capital financeiro receoso com a crise, recessão e miséria nestes países, fuja deles com o seu dinheiro e coloque-o em segurança na Alemanha a juros baixos e por vezes até, pagando para lhe emprestar dinheiro (juros negativos).
De modo que a crise do euro que com a recessão induzida já está a ameaçar perigo também para os países do norte da Europa se desvia capitais do Sul e por aí espalha a miséria em contrapartida ajuda a economia alemã. Como aliás mais que uma vez foi sublinhado aqui no Puxapalavra.
Que nome devemos dar a isto? Solidariedade da União Europeia?Política de coesão? Talvez redistribuição da riqueza dos países mais fracos para os mais fortes e em cada país das classes médias e do trabalho em geral para os plutocratas do capital. Link
______________
A imagem é da manif dos profs, ontem em Lisboa. Não tem relação com o assunto? Isto está tudo relacionado, caro leitor.
As remunerações públicas em Portugal (Administração Direta, Serviços e Fundos Autónomos, Administrações Regionais, Adminstração Local e Empresas Públicas) correspondem a cerca de 10% do PIB e são inferiores à média da União Europeia.
De 2005 a 2012 a remuneração pública expressa em percentagem do PIB sofreu na UE uma redução inferior a 1% e em Portugal sofreu a redução de 29%, 29%!! especialmente com a política de ódio e raiva do governo Passos/Portas para com os pensionistas e funcionários públicos.
"A percentagem do nosso PIB
afeta ao trabalho dos funcionários públicos quase se reduziu em 1/3 no prazo de
sete anos".
Notas: 1. informação recolhida no artigo de opinião, no Público, hoje, do Prof. Valadares Tavares, um dos maiores especialistas na matéria. 2. a imagem é da grande manif dos professores, ontem, em Lisboa.
Pacheco Pereira é o analista político que de forma mais profunda tem revelado a natureza, os objetivos e o modo como actua o governo de Passos Coelho/ Paulo Portas, um governo que ostensivamente despreza o povo do seu país e se compraz com a sua própria submissão aos interesses da alta finança nacional e internacional.
No Público hoje: [Um clique amplia a imagem]
Vamos acabar com o escândalo dos paraísos fiscais?
Recebi hoje este mail. Suponho que o presidente da Terre Solidaire terá lido aqui, este meu indignado post e em boa hora tomou esta decisão. Se a inspiração não foi o meu post assinem na mesma se vos parecer e não tiverem dinheiro escondido nos "paradis fiscaux" :) .
Cher Maria José,
Les récents aveux de Jérome Cahuzac ont remis sur le devant de le scène
l'existence intolérable des paradis fiscaux. Comment pouvons nous
accepter que 125 milliards d'euros s'évadent chaque année alors que 30
milliards d'euros permettraient d'éradiquer la faim dans le monde ? Les
paradis fiscaux sont des cimetières pour les pays du Sud.
Ne laissons pas les paradis fiscaux impunis, soutenez
notre action pour mettre fin aux paradis fiscaux qui privent, ici et
là-bas, les peuples de leur avenir !
Lembram-se do escândalo da venda do edifício dos CTT de Coimbra? De manhã o administrador dos
CTT Carlos Horta e Costa vendeu o edifício à Demagre por 14,5 milhões de euros e esta, à tarde, vendeu-o à ESAF - Espírito Santo Fundos de Investimento por... 20 milhões. Seguiram-se outros negócios com outro edifício dos CTT em Lisboa, com a mesma gente e as mesmas empresas.
Carlos Horta e Costa era acusado junto com os outros administradores de ter prejudicado o Estado em 13,5 milhões de euros.
Horta e Costa, (DN) "afirmou que nem conhecia os compradores e (Público) "que foi para bem da empresa."
Com estas respostas o que é que o Juiz Manuel Figueiredo, que preside ao coletivo, podia fazer? Nada. Ontem absolveu-os. Se ao menos tivessem dito que roubaram, que receberam o tal milhão através do BPN num offshore, que delapidaram o dinheiro que é do Estado (nosso, nosso, dinheiro que falta para as pensões, a saúde, etc) ou que se tratava de uma banal corrupção, o Juiz, estou certo, condenava. Agora assim. Paciência.
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DN: (notícia de 2012 anterior à sentença que ontem absolveu Horta e Costa.) "O antigo gestor dos CTT está pronunciado por seis crimes de participação
económica em negócio e um crime de administração danosa, num processo que,
envolvendo dez outros arguidos, está relacionado com a transação de um imóvel em
Coimbra, Avenida Fernão da Magalhães, e outro em Lisboa, na Avenida da
República, tendo lesado a empresa segundo o Ministério Público em mais de 13
milhões de euros.
Interrogado pelo juiz Manuel Figueiredo, que preside ao coletivo, Carlos
Horta e Costa afirmou não conhecer as empresas nem as pessoas envolvidas na
compra dos dois edifícios.
"Não conheço as pessoas em causa, a que propósito iria beneficiar quem não
conheço de lado nenhum [ vendeu mas não soube a quem!!!! ;) ] e prejudicar uma empresa que conheço bem", os CTT, e pela
qual "lutei toda a vida", questionou Horta e Costa."
Há quem
goste das mulheres feias da Paula Rego. Dos seus sonhos e pesadelos. Dos
monstros e das monstruosidades dos homens. E das mulheres. Podemos observar a
avaliação crítica que faz dos comportamentos. Com a mulher no centro de tudo.Enviaram-me
um email que corre por aí, pelo
"éter" da internet, com o "boneco"dela que vai aqui ao
lado. Na mensagem afirmavam-me que :
"Possivelmente,
a razão do ápodo de M. Sousa Tavares pode ser bem mais culta que os jornais
deram a entender. Este
é um quadro da Paula Rego que esteve exposto em Londres na sua última exposição
(jan-março 2013) 'The Dame with the Goat's Foot'. Uma
figura de 'palhaço rico' (onde se reconhece perfeitamente o retrato de ...) aparece com um pé no pedestal, a mamar nos seios de uma velha
decrépita e aperaltada com um chapéu. O palhaço com a mão esquerda 'coça a
micose'. A Velha pode representar a política, ou a nação. O quadro
chama-se 'A Última Mamada' ('the last feed').
A coisa está no bom caminho. Para eles. Para quem havia de ser?
O ministro das Finanças alemão, Wofgang Schaeuble,disse ... que países como Portugal e a Irlanda "estão no bom caminho",O mesmo dizem os seus subalternos, o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, o técnico de finanças Vítor Gaspar, o rapaz de Massamá ou o Presidente da República "Sr. Silva. Já Vítor Constâncio, que como governador do Banco de Portugal, responsável pela supervisão dos bancos portugueses, não deu por nada no BPN nem no BCP, agora como vice-presidente do Banco Central Europeu discorda mas... concorda. Trocando por miúdos. Constâncio diz que a dívida pública não foi a causa da crise e das suas palavras conclui-se que a causa foi o comportamento dos bancos nos EUA, na UE e em Portugal e mostra que a receita da austeridade não ataca as causas da doença mas "que não obstante tudo isso - pasmem! - não é o momento para mudar de rumo." (ver Rui Tavares no post abaixo).
Aparentemente estamos num mundo de loucos. Mas é só aparentemente. Na realidade eles sabem o que se passa em Portugal, na Grécia ou na Irlanda. Mas o alemão não está a falar para os portugueses ou os irlandeses. Está a falar para os donos do dinheiro, os banqueiros, os seus acionistas e os seus administradores, em primeiro lugar para os da Alemanha e, é claro, solidariamente, com os dos outros países. Desemprego, falências, empobrecimento, ruína de alguns países, paciência. Se fosse evitável evitava-se mas não se pode ter as duas coisas: salvar os bancos, os milionários, a alta finança e ao mesmo tempo garantir uma vida decente à plebe, aos trabalhadores e à classe média.
"Estamos no bom caminho" e, não estando, "não é o momento para mudar de rumo".
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Só a título de curiosidade, quanto ganha o Dr. Constâncio no BCE?
O presidente da Reserva
Federal dos Estados Unidos da América, Ben Bernanke, [em 2012] recebeu um salário de
151.288 euros.
E Constâncio tem alguma pensão? Tem uma do Banco de Portugal acima dos 10.000€/mês e talvez outra da Universidade, não sei. Todos os administradores do Banco de Portugal até ao governo de Sócrates mal deixassem funções no BP, trabalhassem os 5 anos do mandato ou um dia, passavam a ter uma pensão vitalícia de 1.600 contos mensais (em 2005) 14 vezes por ano, atualizável todos os anos e qualquer que fosse a idade com que saísse do BP. Foi assim, por exemplo, que aos 48 anos o ex-ministro das Finanças Campos e Cunha quando deixou o BP passou a ter a sua pensãozita vitalícia. Ironicamente diziam aqui a propósito das pensões dos administradores do BP: “Trabalhe um dia, receba uma pensão de reforma vitalícia e dê a vez a outro.”
# posted by Joao Abel de Freitas @ 18:46 0 comments
2013-06-08
O Governo das potência ocupantes
Ia aqui a postar contra o governo dos mercados que conquistou o país com a cilada da programa eleitoral falso. Mas já me parece mal dizer tanto... mal. Por isso ponho aqui o PP.
"Eles" (os funcionários públicos) são uma parte de "nós". [Para ler faça um clique nas imagens ]