PUXAPALAVRA

Mas como é que a igreja, enquanto sistema, não deve estar em causa, se está sempre ao lado de quem não merece? De quem oprime? A igreja portuguesa é disso um bom exemplo. Há muitas excepções felizmente.

Vamos nessa que o ambiente está quente.

Está a encenar-se uma recolha de assinaturas para manter a chama viva. Os notáveis do PSD/M bem gostariam que o querido líder tivesse tido a ombridade de se apresentar a concurso. Mas o homem tão forte intimidou-se e delegou em Santana Lopes e agora envergonha-se desse acto e não o assume. Estão bem um para o outro.

Prometo não volto mais a este assunto, excepto a quando dos resultados.

Jardim, segundo ouvi, hoje na Madeira pronunciou -se pelo indefensável e impossível: a fusão de todas as candidaturas contra Ferreira Leite, a candidata do sistema, como lhe chama. Assim, avançaria, admite ou diz que admite. Duvido desta proposta, depois de ter dado todo o espaço a Santana. Esta posição de Jardim acontece apenas para tapar os olhos às suas hostes madeirenses na medida em que percebeu que se saiu mal, que os seus pares da Madeira queriam a candidatura e não gostaram de fragilidade tão evidente. Jardim temeu a derrota. E não avançou.

Alberto João parece andar ressabiado porque não desistiram em seu favor. Porque não foi à luta contra Ferreira Leite, o triunfador da Madeira? Medo? ...Queria logo uma entrada triunfal =vitória triunfal? Isso só nos actos litúrgicos e D. Francisco Santana já não está neste mundo para o proteger. ...

E, ontem, para impressionar e mostrar-se impressionado com aquilo que toda a gente sabe - um grande desinteresse da política por parte dos jovens - lá encomendou um estudo à Católica para rechear o seu discurso.

A seguir ao 25 de Abril houve uma série de disciplinas em que se apelava para as questões da democracia, para uma certa leitura interpretativa do 25 de Abril.

O Presidente faz um apelo aos partidos como se esta situação não tenha raizes passadas, desde logo pelo regime de ditadura vivido e depois pela pressão da direita onde o PSD teve acção determinante.

Por outro lado, a juventude quer ser livre e vê nas jotas dos partidos o que elas realmente são: uma agência de emprego e não quer alinhar nisso.

Hoje não transmite o Barcelona - Manchester e deve perguntar-se porquê. Pode eventualmente ser uma questão de verbas. Mas devia saber-se o que está na origem desta diferenciação, porque a mesma gente que ontem esteve frente aos ecrans, de certeza que hoje renovaria essa sua conduta e como tal não percebe o critério da RTP.

Aliás, Manuela Ferreira Leite entrou na política pela mão do actual PR, primeiro como Secretária de Estado e depois Ministra da Educação.

E até já temos tradição nessa matéria. Não podemos esquecer o que aconteceu com Ferro Rodrigues e Jorge Sampaio.

E se aparece Santana Lopes?

Fez mal. Acaba-se o seu papel de senadora e não se lhe perspectiva um grande desempenho. Vai levar dois anos a juntar os cacos do PSD, se conseguir e, apesar da sua dedicação e boa vontade, não se poderá dizer que tenha tido um desempenho acertado no último cargo público que ocupou - o de Ministra das Finanças. Não resolveu o défice, pelas suas políticas desadequadas, onde o recurso às receitas extraordinárias ( a aposta na venda dos anéis como então se dizia ironicamente) constituiu uma das suas opções chave, ao contrário de outras apostas mais eficientes e estruturais como a redução racional das despesas públicas e o combate à evasão e fuga fiscais e uma reforma de fundo da estrutura do Estado com base num projecto sobre o Estado. Esta política incorrecta de ao défice indicia que se está perante uma personalidade forte mas sem rasgos inovadores. Aliás, já algumas personalidades dde dentro do PSD, como Mira Amaral, consideram Ferreira leite um regresso ao passado e não lhe reconhecem competências para dirigir o País. Apostam antes em Pedro Passos Coelho, uma ruptura geracional.

"Vigário-geral da arquidiocese e deão do Cabido da Sé de Braga durante décadas, ficou conhecido em todo o país durante o Verão Quente de 1975, por ter liderado a oposição da igreja local às acções do PCP que então tentava estender a sua influência ao Norte do país, tendo chegado a associar-se a movimentos armados de direita ligados ao general António de Spínola.Na década seguinte, viveu momentos difíceis ao ser acusado de envolvimento na morte do padre Max, um sacerdote próximo da extrema-esquerda de Vila Real, morto em 1976 em circunstâncias nunca esclarecidas. O cónego Melo negou sempre qualquer envolvimento no caso e não chegou sequer a ser pronunciado para julgamento, que viria a culminar na absolvição de todos os réus."

É isto para MRS. Ele só se mete com Federer's. Mas atenção, de bancada. Do seu grande ecran da RTP1. Bem empurra Ferreira Leite que também só disputa máximos e no caso dela acho bem. Fique onde está, continue como senadora. Há um tempo para tudo, até para saber estar na vida.

Francamente, acho que estamos perante uma golpada à Jardim: eleições manipuladas (sem condições de igualdade) para mais poder. Menezes, em termos relativos, tem menos tropas que Jardim. Nunca, nunca mesmo, irá longe. E, além disso, só tem tropas de muito péssima qualidade. Rui Gomes da Silva, Ribau Esteves? Gente deste quilate? Nunca pode marcar espaço político digno.

O PSD está realmente numa encruzilhada de que não se sairá bem no imediato. Nem Cavaco Silva o salva ...

Foi assim com o Jornal da Madeira. Não vendia. Alberto João decide: oferece-se. E agora toda a gente o leva debaixo do braço. Olhe que tem várias aplicações. Leve. Sai muito caro para a Região ter este jornal? Sai, mas tem "utilidade".

Registe-se o facto, embora me pareça que a sua vontade é como a de Alberto João, sempre a dizer que vai sair ... mas para continuar.

Pensava eu que Ângelo Correia era bastante sagaz políticamente. Vir dizer que está desiludido com o ambiente no PSD e apoiar a recandidatura de Menezes às directas de 24 de Maio não condiz nada com nada.

Mas Paulo Portas gostou de ser ministro. E então pensa em construir um outro tabuleiro para se alcandorar. O primeiro passo é concorrer sozinho. ... O segundo passo é falar grosso para alcançar os mínimos. As sondagens não vão bem. As propostas não têm sido entusiasmantes e as suas intervenções e dos seus amigos menos ainda. Tentar meter no mesmo saco o ataque torpe do PSD a Fernanda Cãncio e a crítica a Jorge Coelho por parte Bloco como fez hoje Pires de Lima no comentário na TSF não ajuda, é um tiro no pé ou perna, porque de situações incomparáveis se trata.

Mas vai ficar longe dos minimos. Desta não vai a Ministro. Tem de esperar por outra reincarnação.

Mas, de facto, houve comentários um tanto quanto "esquisitos" daquelas e daqueles que querem que o tempo volte para trás, mas Espanha e os países nórdicos são sob certos aspectos, como o das mulheres ao poder de Estado, um exemplo. A sociedade é cada vez mais feminina e não se compreende o não incentivo da governação com outra sensibildade, a feminina.

Já Marcelo Rebelo de Sousa na RTP de domingo, no seu programa, dizia algo com o mesmo sentido ao afirmar que Rui Gomes da Silva tinha tido um comportamento abaixo de ... (sem querer ofender os cães).

Alberto João Jardim estava anteontem num dia mau, porque chateado com o cartoon que gozava com ele sobre a estátua de 5o m à entrada do porto do Funchal e como é seu timbre disparatou chamando à oposição "o bando de loucos" para justificar que não havia sessão solene no Parlamento Regional para evitar apresentar a Cavaco Silva esse "bando de loucos".

O BE reagiu com boicoite e apelando aos outros partidos da oposição a boicotar também. Não vai ter sucesso.

Como Miguel Mendonça não o fará, vai haver uma santa promiscuidade. É de perguntar quem serão os loucos?

Foi o que ontem aconteceu com a divulgação do cartoon. E então desata a reagir da forma mais intempestiva e agressiva, chamando nomes "simpáticos" a toda a Oposição, como agora "o bando de loucos", para justificar o injustificável, a não realização de uma sessão solene no parlamento da Região a quando da visita do Presidente Cavaco Silva.

Ana Jorge disse duas coisas primárias que toda a gente sente, diz, repete e torna a repetir: "inimigos" e amigos deste governo, ou noutra versão, se quiserem os amigos de membros deste governo e os seus adversários. É evidente que o dizem por razões diferentes.

É a grande "incógnita" deste governo" e um dos seus campos mais críticos.

No entanto, as linhas mestras da política da reforma do SNS de Correia de Campos merecem a concordância de Ana Jorge. As condições mudam e o SNS de há 30 anos tem de se ajustar. Ana Jorge já entrou no diálogo e parece vir a serenar alguns focos de alta tensão, como a situação da Anadia.

Mas vários casos estão a rebentar por aí, como este dos oftalmologistas que,aparentemente, só não se resolve por inoperância. Um ou dois hospitais recorrem a médicos espanhoís e tudo se simplifica e, de tal modo, que até alguns médicos nacionais (do Porto) já entram no desafio para o hospital de Faro e segundo parece com sucesso.

Prefiro ver acção com resultados, é evidente dentro do bom senso.

É a primeira entrevista de Ana Jorge como ministra da saúde; é a tomada de posição dos oftalmologistas portugueses contra contratos com espanhóis; é o caso do Amadora-Sintra, focalizado nos efeitos nos salários, ou seja, se o retorno deste hospital ao Estado não vai ter efeitos negativos nos salários das pessoas que lá trabalham.

Quanto á contratualização de espanhóis versus médicos portugueses, a única coisa que vale a pena acentuar é que está a funcionar de pivot. O Algarve já começou a contratar médicos portugueses ao fim de semana para reduzir as listas de espera, só não fomos informados do preço que levam. É também 900€?

Quanto aos salários do Hospital Amadora-Sintra não percebi a explicação salarial, mas pareceu-me que as pessoas que lá trabalham vão ficar numa situação de privilégio face aos outros hospitais -EPE's. Será assim? Será correcto? Será incentivador? Não deveria haver carreira nos EPE's

Este médico já operou em Elvas, onde fez 1500 operações e, segundo li, por processos bem mais modernos que os usados por cá. Bem, não quero ir por este caminho, porque iria mal, porque não estou habilitado.

É obra e coloca a questão de não se perceber porque razão as listas de espera são tão avantajadas, com os graves prejuízos para os doentes, quando há soluções como esta ou ainda as idas a Cuba com a mesma finalidade que a CMde Vila Real de Santo António anda a promover.

Admitindo que esta informação é correcta, será que dá para entender que Pedro Nunes, bastonário da Ordem diga que "é ridículo pagar a espanhóis"?

Esta situação merece uma discussão alargada e uma tomada de medidas urgentes. Quem pode condenar o Hospital do Barreiro e o de Elvas e a CMVila Real se estão a contribuir para que a praga das listas de espera seja amenizada? As listas de espera são um escândalo nacional e tudo ou muito por mau desempenho do sistema. É um problema que se arrasta há anos e que tem deitado abaixo os Ministros da Saúde.

Os "argumentos" do CSM apontam para "a protecção da imparcialidade, da independência e da dignidade institucional dos tribunais". São argumentos na linha da lei da rolha que o CSM tenta desmentir.

A "crise" nos mercados financeiros tornou-se então simpática para a banca nacional. Com esta "crise" bem podem os bancos.

Agora, que tenham uma taxa efectiva de IRC inferior à do ano anterior, já me parece menos curial e pouco equitativo. Uma taxa de apenas 13,6% é mesmo muito pouco. Não é compreensível, nem aceitável. Mas foi o que se deu. Parece-me que o Governo e em especial o Ministro das Finanças deveria sentir-se, no mínimo, incomodado e pensar ...

Mas sendo-o e, eu não duvido, há que mudar a lei que permite isto.