2004-11-30
Não sei porquê hoje deu-me para estar sampaista
pôr a cara do Sampaio
e saiu-me esta Sharapova.
Apressava-me então
a trocá-la
quando uma voz
(do além?)
me sussurrou ao ouvido
Deixa-a estar! Não perdes nada com a troca.
Pronto. Foi assim.
Em Liberdade Raul Rivero
Ucrânia confusa...perigosa situação
Hoje a oposição rompe as negociações e decide retomar o bloqueio às instalações da Administração Pública.
Hoje a oposição tentou, sem sucesso, destituir o governo de Viktor Ianoukovitch, o candidato presidencial do sistema e, constituir um "governo popular " .
Ontem as forças armadas avisaram de que não aceitam o desmembramento da Ucrânia.
Amanhã chega à Ucrânia o Presidente da Polónia na tentativa de intermediar uma saída pacífica para a crise.
Javier Solana também lá estará com os mesmos propósitos.
A situação é complexa e não linear. E há aqui muito jogo escondido.
Que papel dos EUA neste atear de incêndio? Que papel da Rússia?
Sabemos que todo o apoio de um lado e de outro não é nada desinteressado.
Mas lendo Joseph Stiglitz sobre o papel que os EUA tiveram no descalabro da Rússia pelas más políticas económicas e pessoas que apoiaram, com receio de que da mudança na Rússia se edificasse um país forte e opositor, talvez nos possamos interrogar sobre o que pretendem os EUA.
Reforma da ONU
Este pacote, a ser implementado, proporcionará a mais profunda reforma da ONU desde a sua criação em 1945.
De entre as medidas propostas merece relevo a do alargamento do Conselho de Segurança para 24 membros.
O direito do FIM À VIDA
Esta lei aprovada por 548 votos a favor e apenas 3 abstenções não corresponde ao direito de legalizar a eutanásia.
Que diferença caso esta questão se pusesse na nossa Assembleia da República!!
O que fazer a este País?
2004-11-29
Novas Fronteiras a 29 de Janeiro não será tarde?
Falando da dinâmica do ambiente político nacional
Talvez seja melhor assim para amadurecermos a situação de expectativa. Mas não podemos continuar com um governo em contínua metamorfose.
Será que para Sampaio a questão se resume a um nome para substituir H. Chaves?
Estou à vontade. Fui dos que achei na decisão de Sampaio de não haver eleições uma tentativa séria de encontrar alguma estabilidade política.
Por isso estou à vontade para dizer que terminou o tempo de teste.
PSL, como primeiro ministro, assumiu uma performance abaixo de 5, aquela nota de medíocre que os professores do meu tempo ainda davam a custo para uma hipótese de eventual recuperação. Ou seja, PSL é mesmo mau. Não há nenhuma incubadora que o safe como político de respeito.
Posto isto, Sampaio começa a dispor de poucas incubadoras. Um governo não pode ser remodelado de 4 em 4 dias como disse José Sócrates. E só porque houve casamento da filha da chefe de gabinete. Caso contrário ter-se-ia entrado no ciclo de remodelação dia sim dia sim.
E para esta dinâmica só mesmo recrutando candidatos a ministros nas empresas de trabalho temporário.
O Governo Desgovernou-se
E não é apenas a história do Primeiro Ministro com Henrique Chaves, que já é de si bastante, pelo clima de traição entre pessoas que se tinham por muito amigas e de extrema confiança. Alguém traiu alguém. Bem a traição que a resolvam em privado, o pior foi o que sobrou para o País.
Mas para mim o mais caricato de tudo e revelador do comportamento do Primeiro Ministro é ter a chefe de gabinete em casa, com a sua permissão, durante 15 dias a tratar do casamento da filha e ter as assessoras do seu gabinete à trolha umas com as outras e não ser capaz de pôr ordem nas coisas. é mesmo uma grande atrapalhação naquele gabinete, segundo rezam as histórias de quem sabe e vê.
Mas para cúmulo do descrédito pessoal e institucional, a crer no editorial de hoje do director do jornal Público a não tomada de posse dos secretários de estado no sábado parece decorrer de que o Senhor Primeiro Ministro prometeu à sua chefe de gabinete que estaria na festança do casamento e lá esteve.
Como nem tudo pode correr pelo pior, ainda bem que houve casamento. Assim não houve posse senão a barraca da demissão de H. Chaves encavacaria ainda mais este imbróglio posto nas mãos de Sampaio.
2004-11-28
Coitado! Não há dia em que não se queixe!
Cavaco Traidor
Assim. Ipsis verbis.
- Quem disse, quem disse?
- Jerónim...
- Não senhor, está muito enganado. Foi Pedro. O Pedro.
- De quem? Ora ora, do "seu" candidato a Presidente da República
Coitado do Henrique Chaves, diz o Arnaut
Factos políticos perigosos sucedem-se na Ucrânia
Por outro lado, o primeiro ministro, Viktor Ianoukovitch e um dos candidatos à Presidência, em congresso das regiões russofonas do Leste e Sul, alertou para o perigo do "afundamento" do Estado ucraniano, congresso esse que em que se anunciou que eatas regiões "reservam o direito" de fazer um referendo sobre autonomia se a crise se desenvolver da "pior maneira".
O candidato á presid~encia da oposição, Viktor Iouchtenko, reclamou medidas contra os governadores separaristas das regiões do leste e sul num discurso proferido em Kiev.
A situação apresenta-se complexa e, apesar da abertura de conversações entre as duas partes, se o bom senso não imperar o futuro pode ser muito perigoso.
Barco de Santana Lopes em forte inclinação "pouco consensual"
O Desafio de Jerónimo de Sousa
Nº de votos do PCP nas eleições legislativas (em milhares)
1975 | 1976 | 1979 | 1980 | 1983 | 1985 | 1987 | 1991 | 1995 | 1999 | 2002 |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
712 | 787 | 1.129 | 1.010 | 1.032 | 898 | 689 | 505 | 506 | 487 | 380 |
2004-11-27
FOLHAS PRATICAMENTE SECAS
Observei parte da reportagem da SIC Notícias sobre o 17º Congresso. Apanhei um pouco do discurso do Secretário-Geral que sai e outra parte do discurso Secretário Geral que entra. Há, especialmente no visual, certas diferenças. Para melhor! - Declararam, para ávidos microfones do inimigo, os media, destreinados camaradas, um pouco avançados na idade mas quentes de entusiasmo. Se para tantos idosos com uma vida tão precária isto for um conforto, para alguma coisa serviu a festa.
O PROFESSORICES - Um ano de vida
Estes patronos são uma garantia de qualidade!
O Professorices fez 1 ano em 24 de Novembro. Com apreço pela elevada qualidade deste blog aqui registamos os parabéns ao académico e investigador João Vasconcelos Costa.
O Professorices é um blog de referência, especialista em questões do ensino em geral e da Universidade em particular que oferece, gratuitamente! importante informação, pistas e debates (nos comentários) sobre esta problemática. Recomendsamos a visita a quem se interessa por estas matérias e pela cultura em geral.
Fernando Valle um Grande Português
Fernando Valle faleceu ontem com 104 anos.
Não esqueçamos o exemplo deste grande português, deste homem bom, deste impoluto lutador pela liberdade e a democracia em Portugal.
A Ucrânia Hoje
" o resultado desta situação é a consequência directa da política seguida estes últimos anos...Nós não tivemos em conta a população, não escutamos o povo" declarou durante o debate o Presidente do Parlamento, Volodimir Litvine.
No entanto, a saída para este imbróglio não está encontrada ainda, pois o parlamento não tem poderes para invalidar eleições.
É opinião de muitos analistas, que esta posição do Parlamento vai pesar muito na balança da ultrapassagem da crise agora que os candidatos estão a tentar resolvê-la através da discussão.
O Irmão da Ministra da Educação
"É um encontro de gente com Cristo" - responde o padre Seabra.
"Como se seleccionam os membros?"
"Todos podem pedir para aderir. Depois são avaliados por mim sobre a seriedade do seu empenho. É muito simples, a secretária faz-me as folhas e eu digo: "Este sim, este sim. Este não..."
Para a CL que se tem distinguido como uma aguerrida ponta de lança na luta contra a despenalização do aborto, a educação sexual nas escolas, o divórsio e outras depravações culturais trazidas pelo 25 de Abril, a grande vocação é o ensino. O CL tem em Lisboa o Colégio de São Tomás para o pré-escolar e 1º ciclo.
O Expresso interroga o padre Seabra:
"...Mas o laicismo da escola pública - diz João Seabra - é simplesmente a imposição às famílias com menos meios de fortuna da ideologia que lhes sair na roleta dos professores. É um atentado à liberdade de educação dos pais."
E defende "escolas com identidade mesmo públicas. Não vejo problema em que um grupo de professores da escola pública se junte e ensine de acordo com a orientação política do Bloco de Esquerda... Agora esta coisa de os filhos dos pobres serem servos da gleba porque vão para a escola do seu território!...isto só acontecia na Idade Média! Quando se vendia um campo vendia-se com os camponeses dentro. Hoje as crianças - continua o padre Seabra - pertencem a uma escola como servos da gleba. Os professores tem posse das crianças"
Para minorar estes horrores da escola pública plural e não confessional o CL tem movimentos de crianças e jovens nas escolas. Na Escola Rainha D. Amélia em Lisboa - segundo o Expresso, num artigo "Os novos católicos portugueses" que complementa a entrevista - o professor da Religião e Moral, militante do CL, no afâ de limpar as almas daquelas crianças, chega a desviar os alunos das aulas para as iniciativas do Movimento "o que está a criar "alguma incomodidade" segundo Pedro Meireles da Associação de Pais".
A jactância e a ausência em toda a entrevista de sequer uma pontinha de humildade fez-me lembrar os bispos da Igreja Evangélica e messiânica norte-americana de que são devotos Bush e Condolleza Rice, onde o Deus do amor e da compaixão cedeu o lugar ao Deus justiceiro e vingador. A concepção de base sobre a educação não estará próxima da que preside ao ensino nas madrahs dos Talibãs do Paquistão e do Afeganistão?
Como Ministra da Educação já temos a irmã. Ainda lhe poderá vir a suceder o irmão?
2004-11-25
Se não percebes a pergunta vota não?
"Concorda com a Carta de Direitos Fundamentais, a regra das votações por maioria qualificada e o novo quadro institucional da União Europeia, nos termos constantes da Constituição para a Europa?"
Que Pacheco Pereira esteja contra o tratado da Constituição para a Europa e faça propaganda pelo não é tão legítimo como estar a favor. Agora que, por não concordar com a pergunta, a que atribui insidiosos calculismos, defenda que quem não a entenda ou a ache enviesada vote não à Constituição parece-me uma atitude de implausível estultícia.
UM MINISTRO na clandestinidade
Um reajuste forte convenhamos porque mexe com pedras basilares no próprio centro do mesmo governo, ou seja, em torno da Presidência do Conselho de Ministros.
Dois homens se destacam nestas mexidas.
Um, o ministro Morais Sarmento porque ganha peso no seio do governo, assumindo ainda as pastas do remodelado Rui Gomes da Silva. Este porque passa à clandestinidade.
Se foi ou não por inspiração do Presidente da República, esta vida futura clandestina, destinada a Rui Gomes da Silva, algum dia se saberá. Mas agora não é disso que se trata, aqui, embora a ter fundamento, não me parece a forma mais adequada de intervenção para o Presidente, pois não lhe compete entrar em cogestão com o governo.
Mas não deixa de ser uma forma muito sui generis de tratar um ministro que deu barracada a todo o momento e da maior: Clandestinizá-lo como adjunto. Diga-se, não passa de um castigo simpatiquíssimo.
2004-11-24
CAUSA NOSSA um blog de Serviço Público
O suicídio dos Presidentes
Uma guerra porque não tendo nada preparado para o lançamento de portagens, o governo avança, de modo atribiliário e desconexo, uma medida que afinal não vai ao encontro do conforto das pessoas, mas da caça ao níquel. E, assim, uma medida que poderia ter impacte positivo na vida das pessoas, porque contém alguma racionalidade e até não é inédita, existe em algumas cidades europeias com sucesso, só vai trazer problemas e mais sobrecarga ao orçamento familiar sem contrapartidas boas ou razoáveis para quem precisa de se deslocar e para os habitantes das próprias cidades. Os transportes colectivos porque funcionam mal não são alternativa. Exactamente, antes e acima de tudo, era preciso pensar, programar e preparar um certo ordenamento dos transportes que obviasse à situação existente. A tal preparação para que a medida se tornasse executável.
Um descrédito, porque sendo as Câmaras Municipais quem pode fixar as taxas, algum presidente vai, em ano de autárquicas, usar esse poder?
É o governo a convidar os Presidentes ao suicídio.
2004-11-23
Economia portuguesa 2004
-O PIB apresenta uma taxa de crescimento positiva mas relativamente baixa e divergindo da UE;
-A taxa de desemprego aumentou para níveis de 1998;
-O défice externo entrou em crescendo com inversão de tendência, aproximando-se de valores tão criticados nos governos do PS e isto porque o aumento da procura interna é satisfeita recorrendo ao exterior;
- as exportações tem crescido de forma moderada;
- O investimento directo estrangeiro (IDE) continua pouco significativo;
- o défice das contas públicas, sem recurso a receitas extraordinárias, continua acima dos 5%, superior ao do ano 2001.
Resumindo, não se presentem as reformas estruturais tão apregoadas que conduzam o barco noutro rumo e para outro porto.
Hoje, num artigo do Dr.Frasquilho no JN, pretende-se dizer que este governo está a tomar essas medidas estruturais (correctivas) e que os resultados aparecerão a prazo.
Seria bom para o País que assim fosse. Mas interrogo-me sobre essas medidas, boas ou más, onde estão? Na economia, será a reestruturação do sector energético? No ensino, será o processo de colocação dos professores? Na fiscalidade, será a instabilidade provocada pelo OE2005 onde muitas das medidas apoiadas pelo governo Barroso são agora postas em causa (PPR, PPE, PPH, etc.)?
Uma volta pelas diferentes áreas só permitem descortinar medidas invisíveis.
2004-11-19
O referendo sobre o Tratado Constitucional da UE
Como seria de esperar, está criado um grande alarido à volta do anunciado referendo sobre o Tratado Constitucional da UE. E digo como seria de esperar, porque um referendo deste tipo é sempre muito difícil de ser realizar.
Primeiro, porque se trata de matéria de grande complexidade política, jurídica e técnica que muito dificilmente pode ser apreendida, em profundidade e em todas as suas consequências, pela generalidade das pessoas, sendo sempre fácil argumentar-se, qualquer que seja a pergunta, que as pessoas não sabem bem o que estão a votar. Mas isto passa-se com muitas outras matérias: por exemplo, alguém acredita que as pessoas que votam em eleições legislativas conhecem e compreendem bem os programas dos partidos, as consequências das suas opções, ou o perfil e qualidades dos candidatos a deputados?
Depois, porque o nível de envolvimento dos cidadãos na análise e discussão de temas importantes para a sua vida, qualquer que seja o tema é, infelizmente, ainda muito baixo: basta ver o que se passa, por exemplo, com as reuniões de pais nas escolas, com as reuniões de condóminos e tantas outras em que as matérias a tratar estão muito próximas dos cidadãos.
Depois, também, porque o prestígio da política e dos políticos é baixo, em parte por culpa própria, pelo que muitos cidadãos têm uma grande desconfiança sobre o que os políticos dizem e fazem.
Depois, ainda, porque o actual ambiente social é muito depressivo, o descontentamento geral é grande e não existem perspectivas de rápida melhoria da situação, pelo que os cidadãos têm uma grande tendência para o criticismo. Casa onde não há pão...
Depois, finalmente, porque tudo isto é aproveitado pelos que sempre estiveram e continuam a estar contra a democracia e contra a integração europeia.
Não é por acaso que países como a Áustria, Chipre, Grécia, Malta e Eslovénia decidiram não fazer qualquer referendo e votar o Tratado nos respectivos parlamentos, e que países como a Espanha e o Reino Unido vão fazer referendos meramente consultivos e sem qualquer carácter vinculativo, independentemente dos resultados. E não se sabe ainda em quais dos restantes países da UE vão fazer referendos.
Apesar de tudo, acho que deve haver referendo, assim como acho que devem haver eleições legislativas, reuniões de pais e de condóminos e outra formas de participação e auscultação da vontade dos cidadãos, porque a democracia tem de se ir construindo passo a passo, apesar de todas as limitações existentes. E ainda não apareceu um sistema melhor.
É evidente que há coisas que parecem não ajudar muito, e a pergunta aprovada por PS, PSD e CDS não é, provavelmente, a melhor, assim como tenho dúvidas sobre a posição do PS contra fazer uma revisão constitucional cirúrgica que permitisse fazer uma pergunta geral: estamos ou não globalmente de acordo com a Constituição Europeia? Porque, como bem refere Vital Moreira no "Causa Nossa" (vale a pena ler os vários textos de VM naquele Blog), é isto verdadeiramente o que está em causa. Mas não estou convencido de que, com essa alteração constitucional e com a pergunta geral atrás referida, o alarido fosse muito menor.
O que me parece fundamental, é que nos meses que faltam para o referendo, os partidos e, em particular, o PS, bem como outras instituições e as pessoas mais informadas, se empenhem no sentido do maior esclarecimento e da maior mobilização possível dos cidadãos.
2004-11-18
Dia horribilis na AR
Trata-se de uma pergunta menos feliz, porque integra questões de âmbito muito diverso e faltando-lhe uma essencial: a da primazia do direito comunitário.
Com este facto criou-se uma situção embaraçosa mesmo para os mais europeistas, como o comentador de política da TSF, António José Teixeira bem referiu. Entendo que ficou criada uma dinâmica de abstencionismo na medida em que a pergunta apresenta-se pouco séria para gente séria, ou seja que deseja votar em consciência.
Não percebo a precipitação do PS e acho que a aprovação da pergunta, caso passe no TC (e francamente espero que chumbe) só vem inquinar a discussão durante a campanha para o referendo.
Reafirmo, não percebo tanta precipitação, mas cada vez me convenço que cada vez mais se trabalha sobre o joelho neste país.
Um Kandinsky para desanuviar
Wassily Kandinsky. Composição VIII. 1923. Óleo sobre tela. 140 x 201 cm. No Solomon R. Guggebheim Museum de New York.
Kandinsk nasceu em Moscovo em 1866 e morreu em Paris em 1944 antes de poder ver reconhecida e consagrada a arte abstracta de que é justamente considerado fundador.
"Libertar a pintura da ordem da natureza". Criar a obra de arte total onde se unam a cor, os sons, os cheiros. Pintar como quem faz música e exprime puras emoções.
Aos trinta anos fixa-se em Munique, então um pujante centro artístico onde desabrochava a versão bávara da Arte Nova e onde cria e anima círculos artísticos como a nova Associação dos Artistas de Munique e mais tarde o Cavaleiro Azul. Em 1914 volta à Rússia, bem a tempo de participar num dos movimentos mais vanguardistas do início do século, impulsionado pela revolução de 1917 que foi aliás, sol de pouca dura. Participou em organismos do novel Estado Soviético de promoção das artes mas em 1921 volta para a Alemanha e não mais regressará. Na Alemanha, a convite de Gropius, ingressa nesse laboratório da arte, que é a famosa Bauhaus. Aí é professor, entre 1922 e 1933, altura em que foge ao nazismo que considera degenerada a sua arte. Radica-se em França e as figuras geométricas da Bauhaus evoluem, no fim da sua vida, para formas orgânicas e "biomórficas" onde a côr mantém todo o seu habitual explendor.
O (des)caminho das águas
Estão cada vez mais em retrocesso, em todo o Mundo, as concepções da água como mercadoria e dos serviços de água como negócio. Mas, em Portugal, o Governo tem mantido, desde 2002, uma obsessão doentia e perigosa para o País, de privatização e desmantelamento do Grupo Águas de Portugal. Este é o tema que abordo no meu artigo de hoje no Diário Económico, o qual pode ser visto aqui ou no ALFORGE.
2004-11-17
Em curso a discussão orçamental...Haja clareza
Em 24/06/04 neste blog no post "Há sinais de recuperação económica?" chamava-se a atenção para a "retoma" previsível, utilizando precisamente este mesmo termo: caminhamos para um crescimento perverso na medida em que a economia está a ser puxada quase em exclusivo pela procura interna.
Na ordem do dia, está agora a questão do elevado crescimento das importações. Sobre esta situação duas notas. É bom pensar que em cada unidade exportada por Portugal cerca de 30% corresponde, em média, a bens importados e que o consumo nacional é cada vez mais satisfeito por produtos ou bens importados, porque o sistema produtivo português não responde às necessidades sentidas pelos portugueses em termos de qualidade, moda, design, preço, etc.
A leitura conjugada destes dois fenómenos é instransponível. E é a esta situação que a política económica dos governos tem de responder, se se quer de facto, tornar menos dependente e frágil a nossa economia e melhorar o nível de vida dos portugueses. Não se pode fugir a isto. A questão de fundo é pois: como entrar no caminho do desenvolvimento e como distribuir a riqueza gerada.
Oiço falar, constantemente, de competitividade e produtividade como se "em cada esquina" houvesse um botão que se premia e logo se entra«va na marcha. Também oiço muitas vezes referir que os diagnósticos estão feitos e o que falta é avançar.
Não comungo dessa opinião. Não vejo diagnósticos acertados, porque os diagnósticos implicam a definição de caminhos e designadamente a concretização de formas e processos de como caminhar para a competitividade.
Hoje no início do debate orçamental e, designadamente, no discurso do Primeiro Ministro ouvi muita retórica, mas nem uma só linha directora precisa de como avançar/ caminhar, nesse processo de competitividade, que admito não é fácil, mas é determinante para a economia deste País. Acho que as políticas de subsídios em curso há muitos anos têm como resultados produzir mais do mesmo, sustentar actividades que pela sua organizaçãp levam exactamente a perda de competitividade da nossa economia.
Uma orientação da consolidação da despesa pública que é fundamental tem de assentar numa estratégia de competitividade do País e não é isto que se está a verificar nem com a Drª Ferreira Leite e menos ainda com este orçamento de Bagão Félix.
2004-11-16
Desemprego Aumenta em Portugal
Por regiões, as taxas de desemprego mais elevadas verificaram-se no Alentejo (9,1%), Norte (8,3%)e Lisboa (7,5%). As mais baixas nos Açores (3,8%) e Madeira (3,0%).
A situação de desmprego abrangeu 375,9 mil portugueses.
Empresários rejeitam OE 2005
Esta visão consta de um documento conjunto da Associação Empresarial de Portugal(AEP de Ludgero Marques) e da Associação Industrial portuguesa (AIP de Rocha de Matos).
Este documento muito crítico para com o orçamento de Bagão Félix demonstra, em vários aspectos, a falta de rigor e de fundamentação das bases do orçamento quer no que toca às receitas quer às despesas, com exemplos muito concretos. Daí a conclusão para estas entidades de que o cenário macro em que assenta o OE é irreal.
2004-11-15
Governo Apanhado de Surpresa
Powell renunciou. E agora? Condoleezza Rice?
"A LEGITIMAÇÃO"
Ora José Sócrates só teve 81%. Sócrates que se cuide!!
No PCP, o próprio Jerónimo de Sousa, ficou certamente preocupado. "Conseguirei tão invejável score ?
- "Foi bom ter havido uma abstenção que eu não gosto de unanimismos" - observou o Pedro a uma jornalista da SIC que simpaticamente lhe aproximou o microfone da boca, num momento alto da carinhosa Grande Festa da Consagração.
Estão a perceber porque é que se considerava tolerável que Manuela Ferreira Leite fosse a Barcelos mas já se achava excessivo que pudesse votar? É que: bem, uma abstenção até faz jeito - para aquela coisa que ele disse - mas um voto contra já é demais para um congresso que não é um congresso qualquer mas um congresso sob o lema da "Verdade" e da "Confiança" onde devem estar todos amigos e a bater palmas ao Pedro.
Pessoas despeitadas como esse Francisco de Assis, do PS quando várias microfones lhe pediam uma opinião sobre tão entusiástico Gongresso - ainda no ar esvoaçava o frémito da exaltação e engrossava a fila para os beijinhos e abraços ao Pedro - não soube dizer mais nada que: "de Barcelos não saiu uma única ideia para o país". [link]
Só a incompreensão pode ter ditado comentário tão retorcido porque toda a gente sabe que o congresso não era para isso. O congresso era para o Pedro falar do Pedro. E também para ver se o velho PSD se encaminha para o ambicionado "PPD".
2004-11-14
1 Falluja cai meia dúzia se levanta
Na batalha de Falluja fontes americanas anunciam terem os marines tido 200 baixas das quais 22 mortos e abatido 1000 terroristas ou insurrectos a que alguém, sem tento na língua, poderia chamar iraquianos.
O exército dos Estados Unidos, após porfiados esforços está quase, quase a vencer um farroupilha dum "jordano" que sem dúvida andará impante de vaidade e dá pelo nome de Abu Mussab al-Zarqawi.
Entretanto uma Falluja cai e meia dúzia se levanta.
A revolta e a tomada parcial ou total de cidades, Ramadi, Baqcba, Mahmoudiyah, Baiji, Samarra, pelos iraquianos, alastra a quase toda a zona sunita, inclui alguns bairros de Bagdad e chegou ao Norte, à cidade curda e petrolífera de Mossul.
Se se trata de terroristas, milhares e milhares de terroristas, onde antes da invasão não os havia, então temos de nos render à eficácia de Bush no fomento e propagação do terrorismo.
Se se trata de iraquianos não se poderá tirar outra conclusão de que se trata de gente ingrata.
De qualquer modo as eleições de Janeiro próximo têm garantidas as condições para que observadores internacionais as considerem democráticas e justas em geral desde que os dispensem de ter de ir mesmo ao Iraque e os deixem observar a coisa a partir do Qatar com binóculos de longo alcance.
2004-11-13
Terra Santa - Guerra Infinita
O galo de Henrique Chaves
2004-11-10
Falluja a Ferro e Fogo
Mais um equívoco...e quantos mais?
Esta é a forma branda de tratar este governo que raramente em dois dias seguidos coincide no que diz, pois diz o mesmo e o seu contrário. É uma questão de cromossomas. Não se lembram ainda que tudo começou com uns Secretários de Estado indigitados para umas pastas a tomarem conta de outras?!!. Lá diz o ditado popular: o que nasce torto dificilmente se endireita.
Os media de hoje fazem bastante eco de mais uma situação. Afinal o senhor ministro das Finanças deste País que é Portugal vem desdizer o que ele e o Primeiro Ministro tinham dito - o IRS vai baixar- há dias e, designadamente num dia de campanha eleitoral nos Açores, quando antes Bagão Félix tinha dito exactamente o contrário, ou seja, o que diz agora: não vai haver baixa de IRS em 2005 .
De facto, não vai haver baixa de IRS com este governo e com grande dificuldade as pensões irão convergir para o salário mínimo, porque não houve reforço de verba no respectivo ministério ou então poderão minimamente convergir, destapando qualquer outra ponta do cobertor do Orçamento do Ministério de Fernando Negrão.
Alguma seriedade precisa-se. Mas já me interrogo, será que a há? Procure-se a candeia.
2004-11-07
Santana Oficial
[Procurei-a por todo o lado. Finalmente encontrei-a no Jumento. Comprada ao Expresso?]
- Porque é que fiquei mais bonito que os outros? Ora, porque treinei na Cadeira do Poder!
Nova crítica do capitalismo (2)
De qualquer modo, o filme de 1962 remete para uma «ameaça terrorista» que em plena guerra-fria era assacada sobretudo à União Soviética e à República Popular da China. O transe hipnótico a que foram submetidos os militares americanos no filme de 1962 foi reforçado em 2004 com o implante de microships e «assistência continuada» em território dos EUA.
Um novo terrorismo ataca o sistema. Vem de dentro. Científica e tecnologicamente mais avançado e financeiramente (in)definido.
O terrorismo mais letal é sempre o que vem de dentro.
Nova crítica do capitalismo (1)
O que mudou na história do The manchurian candidate que numa patusca adaptação portuguesa se tornou no Enviado da Manchúria?
Em 1962, dirigido por John Frankenheimer, (foto da esquerda) a conspiração fora urdida pelo «campo comunista» que programara hipnoticamente militares americanos capturados na Manchúria, com o intuito de liquidar o Presidente dos EUA. Agora, no remake deste ano, assinado por Jonathan Demme, (foto da direita), a conspiração comunista foi substituída por uma urdidura de uma grande empresa da indústria farmacêutica, fornecedora das forças armadas norte-americanas.
Há, com certeza, numerosas outras diferenças a apontar, desde os contextos históricos - Guerra Fria e Guerra da Coreia para a história de 1962; Guerra do Golfo e Campanha Presidencial para a versão de 2004 - ao casting - Frank Sinatra e Laurence Harvey, no primeiro; Denzel Washington e Liev Schreiber, no remake, além de Meryl Streep, que faz de senadora e mãe egoísta, possessiva e destrutiva. E há também sinais interessantes nas alterações e adaptações do novo script.
Parece-me um daqueles casos em que o mais estimulante é o exercício de descobrir diferenças entre as duas versões.
A maior parece-me residir na percepção do «novo perigo» que ameaça a democracia americana: o complot das multinacionais conluiadas com cientistas contratados para o efeito, com militares e outras instâncias da administração, numa poderosa rede eficazmente gerida.
Sinal dos tempos, a nova ameaça ao regular funcionamento das instituições vem de dentro do próprio sistema e é orientada pela maximização do lucro.
Terá mesmo de ser o cinema americano a levar a sério a nova crítica do capitalismo?
2004-11-06
PSL e as “agências de comunicação”
Um Barnabé na Sic Notícias. Hoje à meia-noite
É que estreia hoje, na SIC Notícias, à meia-noite, o "Eixo do Mal". Um programa semanal com Nuno Artur Silva, Clara Ferreira Alves, Pedro Mexia, José Júdice e o verdadeiro Daniel de Oliveira.
Para quem não seja "habitué" como eu, aqui fica uma amostra do seu certeiro humor: [quando o Dean caiu e avançou o Kerry]: " Ainda não foi desta que o Partido Democrático escolheu um candidato que não fosse Republicano"
ou hoje, este post, ali no Barnabé:
2004-11-05
América: de Liberal a Fundamentalista
Há quem coloque a questão: se em vez deste Kerry que andou quatros anos sem se demarcar convincentemente da Administração Bush, particularmente em relação ao Iraque, fosse um candidato com um passado menos ambíguo e com carisma (Dean?) teria sido possível derrotar Bush? Ninguém pode ter a certeza mas inclino-me para a negativa. A onda anti-liberal vem desde Reagan impulsionada pelas aliança dos belicistas com as seitas obscurantistas e fanáticas. Clinton conseguiu interrompe-la mas muito à superfície. Não conseguiu sequer impedir a humilhação dele e da América com o caso Lewinsky.
O JUMENTO
2004-11-04
Um Ministro contraditório
...mas não ganhará as próximas
2004-11-03
Difícil provar o provável !!!
Voltemos, então, ao nosso solo pátrio.
Por aqui temos as multinacionais de consultoria a duvidar publicamente e em uníssono das bondades do Orçamento 2005, que este governo produziu. É uma estranha atitude por não ser normal em anos antes. Será que estas empresas, ao porem o dedo na ferida, estão muito desgostosas com o nosso triste fado e numa de procura de querer o melhor para este povo cá do canto da Europa ou já se estarão a posicionar para o próximo senhor deste país?
Também de registo interessante é a dança dos directores DN. Hoje leio que Clara Ferreira Alves "dixit" que se sente "usada como arma de arremesso". Por outro lado para Luis Delgado, a mudança da direcção do DN é "uma decisão normal de uma administração que tem de ter o cuidado de olhar para a situação de cada órgão de comunicação" e, continuando tão exímio argumento, diz que "é público" que o DN "está a atravessar uma fase difícil".
E aqui mais uma dúvida, as virtudes para tirar o DN desta fase difícil (queda de venda e de perda de publicidade)são intrínsecas de pessoas que tiveram o condão de participar na criação dessa mesma situação, trepando agora para a administração? É digno de registo.
Mas a minha mente não atinge. Cedo ou tarde achega-te ao poder e logo serás investido para o sucesso a partir do teu insucesso.
2004-11-02
FIM ao TABU!
Não fazem ideia da imensa correspondência que o PUXA tem recebido. Correio normal, correio azul, pombo-correio, email, telepatia, piscadelas de olho, para que quebremos o tabu e revelemos a nossa opção eleitoral para desempatar o previsível resultado e o embaraço de seis meses de contenta judicial. Para já não falar da crise da bolsa!
2004-11-01
Parabéns à Rua da Judiaria