2007-05-31
Meu deus! Uma greve geral?...
Cada um dos que decidiu fazê-la tornou-a um pouco maior do que seria, presumo, sem a sua participação.
Com o medo e a intimidação repostos pelos paladinos da “esquerda moderna”, é estranho ver quem ontem se empinava por causa do caso Charrua, ficar agora impávido, fingindo supor que aquilo não tinha nada a ver com o tentacular posicionamento dos novos comissários políticos.
Tanta ingenuidade confrangeria se não fosse fruto de um safado disfarce...
Bom.
Ficam as percentagens.
A greve não foi geral porque não paralisou tudo.
Quando o ponto de partida para a análise é deste tipo, bem se lhe pode juntar, a seguir, aquele outro julgamento, potentíssimo e arrebatador, segundo o qual as organizações sindicais (a CGTP, sobretudo) não adiantaram reivindicações concretas mas sim causas (por favor não riam), propostas irrealistas, etc.
Chegámos a um tempo em que os trabalhadores e as suas organizações não têm razão porque são como são, o desemprego sobe, e este governo, que se reclama de um socialismo pós-social, está a esfrangalhar-lhes os direitos.
Quando o PS está no governo é sabido que os trabalhadores começam a ficar tontos, são atirados para maus caminhos e perdem toda a razão.
Os trabalhadores que fizeram greve ontem, tiveram a coragem de, ao lado de muitos outros que recearam (com razão) perder o emprego ou, de algum modo, ser desfavorecidos em próximos contratos e acertos, mostrar que o exercício da liberdade sindical também se testa nos momentos menos auspiciosos.
Fazer supor que só quem não fez greve é que estava banhado em lucidez e pôde exercer os seus direitos é um expediente retirado de uma despensa ideológica que cheira a mofo.
E depois desta greve?
Sim! E depois?!
Ah! Bom.
Estava a ver que ninguém perguntava...
A Greve de ONTEM
Nesta greve o objectivo essencial consistia na contestação ao governo das suas políticas económicas e sociais.
Se juntarmos ainda essa "qualidade intrínseca" deste governo, que é a de não nos passar cartão, ficam reunidas as condições para esta "revolta". Por outro lado, há quem sustente que este governo é reformista, quer mudar o país ainda em rampa descendente economicamente. E assim temos um país em dois, ou dois em um. "Bem" dividido.
Alguma proposta válida? Alguma alternativa?
E o Zé povo?
Parcialmente geral
2007-05-30
GRITOS contra a indiferença
...Nestes "Gritos contra a Indiferença", Fernando Nobre comunica-nos a sua visão do mundo, a sua revolta e a sua luta por um novo paradigma humano e societário. Da debilidade das democracias à degradação contínua do planeta, das tragédias em curso na Palestina, no Afeganistão e no Iraque ao aniquilamento do Direito Internacional, da possibilidade do confronto atómico ao esmagamento dos Direitos Humanos, Gritos Contra a Indiferença é a denúncia de uma geopolítica do caos e da fome e um apelo a uma Cidadania Global Solidária.
..."Como não me inquietar quando vejo a paz global tão ameaçada e os Direitos Humanos tão espezinhados? Como não interpelar quando assisto à degradação contínua do nosso planeta Terra e ao seu esgotamento, provocado por uma ganância louca, sem freio nem nexo? Como não me assustar quando penso nas tragédias em curso na Palestina, no Afeganistão e no Iraque (e em breve no Irão) e assisto ao aniquilamento do Direito Internacional, impotente perante as espúrias situações de Guantánamo... [Link]
Madeira corre no Kremlim?
Dionísio Pestana é "colega" de José Sócrates no jogging de Moscovo (primeiro plano da foto - vai ter "conversar" com AJ, no regresso), com direito a que a Praça Vermelha fechasse.
O que resultará desta visita, só "os deuses" poderão lá chegar. Empresários lá havia. Mensagens cruzadas também: nacionais e europeias. Sócrates portou-se "demasiadamente" bem. Nesta caso levava a lição bem estudada. Não será certamente o que diria José Manuel Fernandes. Mas querer dar lições de ética e de moral a toda a gente quando não a temos, teve a resposta adequada.
Ou muito me engano ou Putin quis dizer a Sócrates: mostre lá o que vale na Europa. Esta estratégia europeia não serve.
12 ou 14 salários
Fiquei muito surpreendido por ver que nesta questão os patrões e os trabalhadores se encontram em diferentes lados da barricada.
De facto nunca percebi porque razão se pagam 14 salários actualmente em Portugal. Parece-me ser uma questão histórica tendo sido uma forma de em determinada fase da vida do País conseguir um aumento substancial dos salários através da introdução de mais dois pagamentos.
Também compreendo que o subsidio de férias, no tempo em que o acesso aos bancos era difícil (para fazer depósitos, levantamentos, gerir o dinheiro) e que desta forma se incentivavam os trabalhadores para que gozassem férias. Já o 13º mês me parece que é apenas uma forma de aumentar o consumo idiota na altura do natal (conheço pessoas com ordenados baixos se vêm com mais um ordenado e uma enorme pressão dos media para comprarem prendas e que o gastam todo nesta prática).
Este sistema (dos 14 meses) é um sistema complicado uma vez que dificulta numa série de questões: na comparação com os salários de outros países ; na organização da tesouraria das empresas ; nas contas pessoais de cada um (que não consegue avaliar imediatamente a sua capacidade de consumo) ; na forma irracional como cada um muitas vezes gasta os recursos adicionais recebidos naqueles meses (as contas anuais como seguros não são necessariamente pagos em Dezembro).
Actualmente ocorreram mudanças indiscutíveis na sociedade : O funcionamento do sistema bancário ; o aumento das habilitações literárias dos trabalhadores ; existência de organizações de apoio ao consumo.
Desta forma não vejo porque razão não se há-de mudar para um sistema de 12 salários, obviamente sem qualquer perda de rendimentos anuais. Gostava de perceber também a perspectiva das organizações sindicais uma vez que sendo o debate dedicado a outro tema (a greve) não se esgrimiram argumentos.
Diz que é uma espécie de solidão...
João Tunes, nosso blogovizinho do Água Lisa (6), escreveu um poste com muita piada e outra tanta profundidade, perscrutando as razões que levam as pessoas a mudar de tribo política.[A paz dormente na dissidência].
Atirou-se às alegações idealistas que Mário Lino proferiu por ocasião da sessão de lançamento do livro de Raimundo Narciso, Álvaro Cunhal e a dissidência da terceira via, e divisou nelas algumas inconsistências.
Recusando, de igual modo -- e bem! -- as profecias ortodoxas de acordo com as quais toda a heterodoxia está predestinada à “traição de classe” (uma teleologia cómoda), João Tunes não deixa de suspeitar da boa fé dos que, agora no PS, proclamam prosseguir na defesa das mesmas causas genéricas que defendiam no tempo em que eram militantes do PCP.
A observação é pertinente.
Todavia, gostaria de desenvolver um tópico que João Tunes apenas aflorou.
Aquelas pessoas que João Tunes enrola na capa de uma espécie de “solidão de esquerda”, e entre as quais muito provavelmente se considera, prefiguram, porventura, a nova relação que os partidos, para sobreviverem, deverão estabelecer com os indivíduos susceptíveis de os apoiarem, no futuro, caso a caso, causa a causa, passo a passo e voto a voto.
Os militantes ligados aos partidos por laços legionários, meio militares meio sociedades secretas, impedidos de criticarem os líderes, de condenarem os erros mais espalhafatosos, obrigados a remeterem-se a um silêncio comprometedor ou ao discurso tolo das justificações forçadas, estão a desaparecer.
As organizações políticas, incluindo os partidos, não. Vão transformar-se. Os perfis dos “militantes” estão a alterar-se velozmente. Orquestrando a nova moda dos partidários mais descomprometidos, alguns comentadores têm ensaiado uma demonstração, ainda frágil, mas sugestiva.
Dir-se-ia que uns pensam pelas suas cabeças e os outros também..., só que não o podem revelar...
As liberdades e os direitos individuais foram deixando de caber nas relações partidárias tradicionais.
As pessoas sem obediência partidária estrita estão, em numerosos casos, a jogar papeis determinantes. Poderão, muito provavelmente, dar uma contribuição para alterações efectivas nos partidos.
Por experiência própria e elevada atenção aos desaires alheios, atrevo-me a alvitrar que esta postura poderá ser mais eficaz do que a de quem continua a pensar, insistentemente, que é “por dentro” que as comunidades partidárias se reformam.
É uma questão simples: a afirmação da cidadania torna o vínculo partidário menos privado e a obediência partidária mais problemática.
Por isso, os partidos estão a ficar reduzidos, a pouco e pouco, aos votos que conseguem conquistar e a um aparelho clientelar cada vez mais fechado.
Se procurarmos com atenção, vem tudo nos jornais.
O Grande Canal (Veneza)
2007-05-29
O Editorial do Público
Como um dos signatários desse texto, sentir-me ia, "retribuido", se a nossa opinião colectiva tivesse desencadeado esta inicitiva da ERC. Para mim não é líquido que assim seja ... até porque já lá vão uns bons meses.
O que me espanta é a posição defensiva de JMF. Não precisa de tanto cuidado. Ninguém ousaria pensá-lo na qualidade de coautor.
E já agora que JMF termina o editorial a dizer que Vital Moreira não fez o trabalho de casa porque expressa num artigo de hoje sobre a OTA opinião diferente da sua, também acho que JMF cometeu o mesmo pecadilho mas para pior. Não se trata de opinião: trata-se de domínio de informação porque erra ao afirmar que o nosso texto é de um grupo de economistas. Há economistas ao lado de outras profissões e alguns bem mediáticos que não são economistas.
27 anos depois
Petróleo democrático
No Memorial Day, Washington, chora o noivo, James John Reagan morto no Iraque.
(John Moore/Getty Images/AFP)
Contra Capa
A Cristina, uma amiga da blogosfera, quiz mostrar que é minha amiga. E disse palavras que só os amigos podem dizer. Eu agradeço. E se o que a meu respeito diz não serve para me dar a conhecer serve no entanto para a conhecermos a ela. Obrigado.
I Wanna Be Famous
Na sequência do tema iniciado pelo Raimundo - a vida - este pequeno clip é uma excelente abordagem ao problema das armas nos EUA.
Vale a pena ver.
2007-05-28
O que é a vida!
Por isso eu digo: não nasci para a política.
Ainda não são 4 horas da tarde!!
Tentei perceber e não cheguei lá. Socorri-me do amigo e gestor do blogue Raimundo Narciso e afinal era ele o culpado. Para o que lhe deu. Escrever coisas inoportunas e lá vai disto. O PUXA só pode estar-lhe grato. Falo por mim.
Não fizemos nada por isso mas se puxou com um impacto destes, há pelo menos uma curiosidade em relação à obra do Raimundo. Ainda bem. Vale mesmo a pena ser curioso.
A Ota e o ministro Mário Lino
O que penso sobre a campanha partidária de Marques Mendes (MM) sobre a Ota e também de alguns grandes interesses incomodados com a política do ministério de Mário Lino já expliquei aqui mais abaixo.
Talvez a opinião pública, os eleitores, saibam distinguir o trigo da palha-retórica, saibam ler a realidade por si próprios em vez de lerem a "realidade" que alguma comunicação social, alguns políticos, e o "tarólogo" professor Marcelo lhes impingem.
Na Antena 1 com Maria Flor Pedroso
2007-05-27
RN na feira do livro
Lá estava ele refastelado numa cadeira em amena cavaqueira com o José Jorge Letria com o seu neto mais velho.
Nos minutos em que lá estive apareceram bastantes pessoas a pedir assinatura e dedicatória.
Aparentemente não é só na FNAC que o livro se vende bem.
E nem sinal de míssil dos lados das edições avante.
Só não mostro uma fotografia porque não estou configurado para tal. Deve ser receio de eu publicar algo menos decente ;-)
Este país "passou-se"?
Não sei, mas algo não dá certo, o que nos faz pensar.
O Ps reforça a maioria; Sócrates melhora, nas sondagens, o seu desempenho. Como é que tudo isto se articula?
Será que muitos, como eu, pensam que isto poderá ainda não ter batido no fundo?
Parece-me que, em algumas áreas, o caminho poderá estar encontrado, mas em outras corremos para o abismo.
2007-05-26
Uma boa entrevista
Em destaque, os sete anos que mediaram a sua saída do PCP da adesão ao PS; a ideia de que as injustiças sociais são insuportáveis e de que o capitalismo não é o fim da história; que Nelson Mandela é uma das figuras políticas que mais admira; e finalmente, numa inexcedível homenagem ao líder histórico do PCP, que só teria ido ao seu funeral se Cunhal pudesse estar vivo nessa ocasião.
Onde muitos, provavelmente, vão deter-se para rábulas de humor barato, eu vejo, tendo conhecido ambos, uma homenagem, das mais sentidas, à grandeza de um líder, e a decepção sublimada do entrevistado.
A não perder.
Um circo no deserto (3)
Dado que o “grau de popularidade” das instituições e figuras políticas se presta a frequentes utilizações destinadas a substituir a argumentação pela autoridade dos números, (inclusivamente neste blogue em que estou a escrever), atente-se nos resultados do barómetro da Marktest, publicado nos jornais de ontem.
O PS lidera as intenções de voto (47%) a larga distância do PSD (27%) e, ainda mais, dos restantes partidos PCP e BE (8%) e CDS-PP (6%).
Isto quer dizer que o PS, se fosse a votos na data das entrevistas, tinha assegurado um resultado que poderia repetir a maioria absoluta.
Porém, o que vemos em provas eleitorais parciais (regionais da Madeira, autárquicas e, provavelmente, na próxima futura de Lisboa) é um partido que ganha em abstracto (ideias gerais para o país) e perde -- ou ganha menos -- no concreto (soluções específicas para os problemas das pessoas).
Lendo com atenção os índices de popularidade, é essa mesma ideia que se desprende das estatísticas.
O 1º Ministro José Sócrates obteve um score de 2% que é o resultado médio de 42% de popularidade negativa (eufemismo para o conceito de impopularidade) e 44% de popularidade propriamente dita.
Porque será que “ninguém” reparou, agora, que o resultado do 1º Ministro ficou abaixo dos valores atingidos pelo seu partido? E que 6 (seis) dos seus ministros se apresentam com taxas negativas, três deles com saldos da ordem dos dois dígitos (Agricultura, Educação e Saúde)?
Todas as contas feitas, temos um governo que deprecia, em passo de corrida, as expectativas dos portugueses que lhe deram e gostariam de continuar a dar uma larga maioria para governar... melhor, pelo visto.
Posto isto, porque não ser mais exigente com os governantes?
Porquê o reflexo condicionado de correr a defendê-los mesmo quando as asneiras, erosivas da confiança depositada no PS, saltam a olhos vistos e urge dar-lhes solução?
E AO 22.º DIA MADDIE
Fernanda Câncio no DN ou aqui e aqui no Puxa.
Ourtras Viagens
(com Fausto e Fernão Mendes Pinto)
O barco vai de saída
Adeus ó cais de Alfama
Se agora vou de partida
Levo-te comigo ó cana verde
Lembra-te de mim ó meu amor
Lembra-te de mim nesta aventura
P'ra lá da loucura
P'ra lá do Equador
Ah mas que ingrata ventura
Bem me posso queixar
da Pátria a pouca fartura
Cheia de mágoas ai quebra-mar
Com tantos perigos ai minha vida
Com tantos medos e sobressaltos
Que eu já vou aos saltos
Que eu vou de fugida
[A entrevista com Maria Flor Pedroso]
[A letra]
2007-05-25
Passageiros...
Barómetro Marktest
O PR pede consenso
A questão da Ota é, pela evidência de factores negativos da localização e pela dificuldade da avaliação dos aspectos globais conexos, um assunto excelente para a demagogia política, para a guerrilha partidária, para o desgaste do Governo com base não em verdadeiras mas em falsas razões. Marques Mendes viu na Ota uma tábua de salvação para mostrar que existe e que faz oposição, ao país e à forte oposição interna.
"Um deputado do PS explicou hoje que o colóquio que a Assembleia da República tem agendado sobre a localização do novo aeroporto internacional de Lisboa corresponde ao debate aprofundado que foi pedido hoje pelo Presidente da República."
Tenho consenso
Não obtendo resposta de nenhum partido português - que apenas repetiam o que já disseram, com uma gravação rouca pior do que quando pedimos uma informação à PT - virámo-nos para os espanhóis. PSOE e PP, passada meia hora que pediram, para pensar, responderam com... Badajoz.
Mais logo, às 8 horas vou levar o consenso a Belém.
É estalinista e nazi
Lusoponte ganharia milhões
Quero outro País. Direito à indignação
Não percebo porque razão os agricultores têm de ser subsidiados quando caem umas geadas e as suas lavouras vão à vida. Esta ladainha é apoiada e politizada pelos presidentes de Câmara junto dos governos.
Não pode ser ... Porque razão quem paga impostos tem de pagar para esses agricultores que não se defenderam, não pagam impostos e gozam de elevadas benesses fiscais e até não cumprem minimamente as regras básicas de defesa? Já se pensou numa empresa sem seguro? Ser agricultor é estar no mercado
.E estar no mercado exige regras2007-05-24
Uma música para desanuviar
Desde que fiz 41 anos ouço mais esta música ;-)
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Ticking away the moments that make up a dull day
You fritter and waste the hours in an off hand way
Kicking around on a piece of ground in your home town
Waiting for someone or something to show you the way
Tired of lying in the sunshine staying home to watch the rain
You are young and life is long and there is time to kill today
And then one day you find ten years have got behind you
No one told you when to run, you missed the starting gun
And you run and you run to catch up with the sun, but its sinking
And racing around to come up behind you again
The sun is the same in the relative way, but youre older
Shorter of breath and one day closer to death
Every year is getting shorter, never seem to find the time
Plans that either come to naught or half a page of scribbled lines
Hanging on in quiet desperation is the english way
The time is gone, the song is over, thought Id something more to say
Home, home again
I like to be here when I can
And when I come home cold and tired
Its good to warm my bones beside the fire
Far away across the field
The tolling of the iron bell
Calls the faithful to their knees
To hear the softly spoken magic spells.
Um circo no deserto (2)
Ricardo Araújo Pereira, "Deserto ao Sul"
Ministra da Educação é tão corporativa como os professores
Na realidade ela só tem coragem para se atirar aos professores.
Mesmo com estes, o resultado obtido foi obrigar a trabalhar mais aqueles que já o faziam.
Na verdade quem trabalhava tem agora de trabalhar horas adicionais em casa devido à falta de meios na escola . Quem não trabalhava foi apenas obrigado a ficar mais horas na escola (normalmente sem fazer a ponta de um chavelho).
No estatuto da carreira docente separou e muito bem as carreiras, mas em vez de dar acesso a professor titular aqueles que através de provas mostrassem ser mais capazes, antes o fez por tempo na profissão o que injectou para a carreira (muito importante na gestão das escolas) um monte de incapazes, deixando de fora excelentes profissionais cujo defeito é serem mais novos.
Quando os seus serviços mais próximos falharam nos exames ela apoiou-os e sujeitou-se a um vexame público em vez de (como um líder deve fazer) apurar responsabilidades e agir em conformidade (era óbvia a demissão da responsável dos exames).
Agora, quando uma directora age de forma reprovável (e não precisava de muito tempo para o perceber) é capaz de declarar aos meios de comunicação social afirmar não ter razões para duvidar do seu funcionamento.
Todo este comportamento me leva a concluir que a Ministra age em função da protecção daqueles que lhe estão mais próximos (professores do seu ministério, chefias dependentes e nomeadas e professores de idade próxima da sua).
Um circo no deserto (1)
O deserto, de facto, começa um pouco mais abaixo, passadas a colónia britânica de Gibraltar, Tarifa, e o estreito que liga o Atlântico ao Mediterrâneo. Apesar de Portugal ser relativamente pequeno, ainda são uns bons quilómetros até à costa africana, e mais uma jornada até ao deserto propriamente dito. Até há pouco, o sul de Portugal, desértico, povoado de mouros, com turbantes exóticos e trajes brancos, era piada sinuosa reservada ao imaginário dos indígenas da invicta e arredores.
“Ai que temos mouro na costa” – pronuncia-se com sotaque de entre o Douro e Minho, fazendo prova de uma malícia benigna.
As declarações de Mário Lino, e o aproveitamento que delas tem sido feito, não impressionam.
Depois das historietas da licenciatura de Sócrates, do processo pidesco contra o Professor Charrua, das ondas de entusiasmo que se elevam da administração pública com a prolongação do congelamento das progressões na carreira, faltava apenas esta graçoleta colada com goma arábica.
Um autêntico circo (como o meu companheiro de blog,
Não perdendo seguramente de vista aqueles tempos remotos em que o actual Presidente da República, então 1º Ministro, via os frutos da sua governação transformar Portugal num “oásis”, o Ministro Mário Lino foi agora acometido pelas miragens do deserto.
É evidente que se tratou de uma liberdade poética.
Olhar o país não deve ser fácil para os governantes.
Ver um oásis ou ver o deserto é apenas uma questão de ajustamento do ponto de mira.
Um circo no deserto até me parece uma ideia melhor!
800 crianças e jovens, depois de Maddie, desapareceram no Reino Unido
Ontem os pais de Maddie, desaparecida no Algarve, foram a Fátima. Li também que vão deslocar-se pela Europa para divulgarem o desaparecimento. Li ainda que o pai de Maddie esteve no Reino Unido a tratar de várias coisas. Do fundo que se está a criar (será que se estão a criar mais 800?). Confidenciou com a polícia britânica, etc.
Mas algo me deixa um tanto quanto confuso. Se assim o é, então porque todo este aparato?
Mas mais "solidário" não seria aplicar o fundo numa obra que apoiasse um trabalho no sentido de reduzir estes casos que afinal são bem mais frequentes do que se pensa?
O Grande Circo
Até ao momento, em 24 horas, o país parou para assistir, maravilhado, pela televisão, pelas rádios, os jornais, a internet e os blogs à discussão por alguns políticos de um não-facto. Para assistir ao circo. Da não-política.
2007-05-23
O Sinédrio de ressentidos
"O CDS-PP não se reuniu em congresso: juntou um sinédrio de ressentimentos. Paulo Portas, na funesta infelicidade de falar para audiência escassa, advertiu que se tratava de "tendências". E esclareceu os incautos: essa preciosidade política "fortalecia o partido" e animava-o para lutas tenazes, vislumbradas no horizonte. Ninguém percebeu nada. No interim, Manuel Queiró e Narana Coissoró, entre outros, criticaram a "totalização do poder" e a confusão ideológica amassada no almofariz de Torres Novas.
É a segunda vez que Portas não sai em ombros pela entrada principal. A vitória obtida tem mais a ver com Pirro do que com Midas.
... "Portas não decifrou os sinais do tempo."... (Texto completo aqui)
O salazarismo que permanece em nós. E na DREN
Saúde - Vamos ser mais "moderados"
Só desta forma se explica a vontade de aplicar também a eles as "taxas moderadoras".
Ou então afinal o erro está no nome e deviam chamar-se apenas "taxas" ou "taxas de utilização". Seria talvez mais corajoso por parte de um ministro que gosta de passar a imagem do homem frontal quando na realidade é tão cobarde (politicamente falando é claro) quanto os seus predecessores.
É que impostos associados à utilização ou consumo já existem em Portugal há muito tempo. Por exemplo o IA, as portagens das auto estradas (estas estando "vendidas" aos concessionários) ou ao imposto sobre o tabaco.
Admito que o dinheiro não chegue e tenham por isso de ser aumentados os impostos.
Mas porque razão um governo com maioria absoluta se deixa enterrar num pântano semântico em vez de "chamar os bois pelos nomes" ?.
Em 7º no TOP FNAC
Apesar de desaconselhado pelo Avante há quem compre o livro Álvaro Cunhal e a dissid... No Top Fnac é o 7º entre os 10 mais vendidos. Ver aqui . Tudo sobre as reacções ao livro aqui.
2007-05-22
Wanna Work Together?
3 min de filme introdutório às licenças Creative Commons.
Vale MESMO a pena ver.
"Pai" do software livre em Lisboa
Estará presente Richard Stallman, conhecido activista da causa do software livre e fundador da GNU Software Foundation.
A maioria do software livre usado é licenciado de acordo com a versão anterior (ou dela derivada) desta licença, nomeadamente linux, openoffice, firefox, etc.
O tema não é técnico mas sim político. Richard tem o dom da palavra e é um orador notável apesar da sua imagem algo alternativa.
Aconselho vivamente a presença neste evento, mesmo a quem não é da área das tecnologias de informação. Não irão dar este tempo por perdido.
Troca de Bússola
Nada a estranhar. É um habitué. Afinal, houve uma "razão"!!! O Senhor Ministro pairou em Bruxelas desfasado da realidade portuguesa. Tinha o reporte de Janeiro. E, ai, porque não? Até a Delphi podia criar aqueles 100 postos de trabalho já criados.
Um acto inútil? ...
Aparentemente para muito pouco. Não serviram para avaliar os alunos, não serviram para avaliar os professores, não serviram para avaliar se o sistema de ensino ensina, pois há quem admita que face aos exames os professores enviezam os métodos de ensino, preparando os alunos apenas para ter um desempenho razoável no exame.
Ao contrário de tudo o que está a acontecer, estes exames poderiam servir exactamente para avaliar e de forma exigente.
Arguido por arguido...!
Música para as horas mais difíceis (2)
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2007-05-21
Já não há nem para o papel higiénico
AOS PAIS
A escola dos nossos filhos depende do orçamento da Câmara Municipal de Lisboa para fazer face a despesas tão elementares como a compra de papel higiénico, sabonete líquido e toalhetes secos para as casas-de-banho. A quantia que foi disponibilizada para este ano há muito que se gastou e, dadas as actuais circunstâncias, não parece que ainda recebamos mais alguma. O Conselho Executivo do Agrupamento já disponibilizou € 500,00 de outra verba para estes gastos e, mesmo assim, o material acabou.
Assim, de acordo com o CE, Coordenação e Associação de Pais, solicitamos que tragam um rolo de papel higiénico, um maço de guardanapos de papel dos grandes e uma embalagem de recarga de sabonete líquido. Distribuída por todos, a despesa é mínima e resolve o assunto até final do ano lectivo.
Todos agradecem, muito em particular as crianças.
Os nossos filhos já nem para ca.g.. e lavar as mãos têm os meios disponíveis nas escolas.
Há dinheiro para túneis, carros no dakar e flores na Av da Liberdade mas parece que para o essencial ele não aparece.
Já agora ... A escola é a Nº 57 de Telheiras, mas acredito que ainda seja pior noutras de Lisboa.
Música para as horas mais difíceis (1)
…E se estiveres chateado com o rumo que as coisas estão a levar (o que não é difícil), com os sacrifícios que te pedem (para, depois, te pedirem ainda mais), com as promessas que te fizeram e não apenas não cumpriram como lhes deu exactamente para fazer o contrário do prometido; se te insurges contra os apelos à delação que foram introduzidos nas normas de conduta do bom funcionário público, e como o
2007-05-20
Acabou o campeonato
Só vou falar do meu clube. Tenho grande consideração pelo Paulo Bento, embora ache que devia ir treinar um pouco o contacto com o público. Tudo se aprende e o Sporting podia pagar-lhe um curso. Sei que anda mal de finanças, mas isso custa apenas uns tostões. Um curso na Glória de Matos. Se até o nosso PR por lá passou ....
Falta de humor na DREN suspende professor
Educação - Condições não chegam às escolas
Achei muito bem quando se pretendeu que os professores trabalhassem na escola durante todas as horas.
Esta medida serviu para que aqueles que após as suas aulas não trabalhavam mais na preparação das aulas e testes optando antes por outros empregos, explicações ou pura e simplesmente não fazer nada.
Estas medidas, na altura foram acompanhadas por promessas de criação de condições nas escolas.
Passados longos meses o que se passa no terreno é que aqueles que dantes trabalhavam em casa usando os seus meios informáticos e outros, agora têm de ficar horas na escola durante as quais não conseguem fazer nada e depois em casa trabalham horas a fio, muitas vezes até às tantas da noite.
Impõe-se medidas para fazer chegar os meios aos professores. Os meios informáticos parecem ser aqueles que são mais deficitários. É nesta altura impensável os professores trabalharem sem eles. Nas escolas eles existem em número imensamente insuficiente.
Não existindo gabinetes de trabalho para os professores terão assim de ser adquiridos computadores portáteis e instaladas redes que lhes permitam impressões remotas nas impressoras que também não existem.
Uma forma de o resolver poderia ser o abatimento nos impostos a computadores portáteis adquiridos por professores.
À ganda Benfica
E mais logo vamos ganhar em Portugal. Não digo é quem. Se a "cambada" do Norte, se a detestável lagartagem ou se a malta fixe do Glorioso. Ainda que... é claro... dois milagres... não é fácil mas... "prontos".
Telmo Correia?
As novas datas para a CML
É a 15 e não a 1
“The worst in history”
O túmulo de D. Afonso Henriques
Mas, a ser verdade que aquelas ossadas não são as do nosso primeiro rei, não seria caso único no mundo. Daí não se entender os argumentos usados pelo Ministério para negar o acesso aos investigadores que pretendem pura e simplemente apurar a questão.
2007-05-19
No blog: A Grande Dissidência
ÁLVARO CUNHAL E A DISSIDÊNCIA DA TERCEIRA
Só as últimas:
Cerveja livre
Pode assim a receita ser usada para fazer cerveja e(ou) para criar receitas derivadas.
Vai na versão 3.0 e pode ser acedido em http://www.freebeer.org/blog/ .
Dado o mediatismo obtido este projecto deu um importante contributo ao movimento que pretende ver cultura livremente disponível para utilização ou criação de trabalhos derivados (ver reportagem na CNN).
Para lá do ressentimento (3)
Sessão de lançamento. Fnac Chiado 17/05/2007
No seu mais recente livro "Álvaro Cunhal e a dissidência da terceira via", [Blogue do Livro aqui] Raimundo Narciso descreve e analisa a acção e as repercussões do movimento cujos contornos, propostas, e evolução levaram os principais protagonistas à fundação do INES, depois à criação da associação política PLATAFORMA e, finalmente (?), à distribuição dos seus membros por destinos partidários diferentes, do BE ao PSD, tendo a maioria dos elementos mais proeminentes ficado pelo PS, enquanto outros, parece que em menor número, nem isso...
Passam, muito em breve, duas décadas sobre a data da publicação do 1º documento de reflexão que esse grupo elaborou e pôs a circular. Numa altura em que alguns dos “actores históricos” referidos pelo Raimundo Narciso, se agitam entre o enxofrado e o desmemoriado, parece-me da mais elementar decência deixar aqui duas palavras de apreço por um documento político que fornece aos leitores interessados uma perspectiva quase desconhecida e provavelmente pouco reflectida sobre aspectos marcantes da cultura política, dos estilos dominantes e das contradições que existiam nesse tempo no PCP.
Sou sensível e creio compreender algumas das reacções vindas do PCP. Apesar de transcorridos vinte anos, os actuais dirigentes daquela organização política prevêem que a leitura do livro de Raimundo Narciso poderá prejudicar, por pouco que seja, a imagem e a influência de uma força política fundamental quer na resistência ao fascismo do Estado Novo, quer na fundação do regime democrático saído da revolução de Abril de 1974.
Têm razão.
As memórias de um ex-dirigente expulso com base na diferente apreciação acerca do golpe de Moscovo prende-se directamente com uma injustiça política de triste memória. O PCP veio, mais tarde, a corrigir a sua avaliação e apreciação acerca da ilegitimidade e ilegalidade do golpe que apeou Mikhail Gorbachev do poder. A pouca importância atribuída a esta peripécia revelou externamente a indiferença que grassava no interior daquela organização pela importância da ideologia.
O direito à memória, que Raimundo Narciso exerce com vantagem para quem não conheceu, ou conheceu mal os paradoxos que ele refere no livro, pode e deve ser complementado ou contrariado com o direito a perspectivas necessariamente diferenciadas.
Diabolizar ou discutir, continua a ser, parece-me, o dilema que afasta o despotismo ideológico do debate informado. Para lá de qualquer ressentimento.
Para lá do ressentimento (2)
Panteão Nacional
Um punhado de monárquicos ressentidos tenta travar a iniciativa do Parlamento que consiste em levar os restos mortais de Aquilino Ribeiro para o Panteão Nacional. Motivo: o autor de “Quando os lobos uivam”, teria estado implicado no regicídio de 1 de Fevereiro de 1908.
Os contos, a este respeito, são largos.
Como já aqui referi [neste poste], os braços de ferro em torno das memórias do passado, fazem pouco mais do que tomar pretextos para influenciar estratégias do presente.
Semi-perplexa, a memória de Guerra Junqueiro, (ao lado de outras) deveria agitar-se incomodada.
É que o autor de “Os simples”, com o seu funesto poema “O caçador Simão”(*), prevendo-o, incitou também ao assassinato de D. Carlos.
Porém, Junqueiro, que ocupa há muito o seu lugar, de direito, no Panteão Nacional, parece repousar já para além de qualquer ressentimento...
(*) [Aqui] reproduzido pelo nosso vizinho "Livre e Humano"