...Prometem mesmo ser umas eleições ... sob o signo das omissões para não usar outro termo mais duro..
Quantas candidaturas irão admitir que, na sua gestão próxima, irão proceder a despedimentos que a Tróika/ governo vão impor durante o próximo mandato? Quantas? Ou então quantas serão as candidaturas com possibilidades de vencer que de forma expressa se oporão?
Mas apenas aceitar mesmo que de forma encoberta ou opor-se claramente é a atitude certa?
Não haverá nas estruturas de funcionamento das autarquias nada a corrigir, a modificar, a agilizar de forma a que os cidadãos e o tecido económico e social preste melhores serviços ou seja mais eficaz?
Há a sensação de que a eficácia não é uma virtude no seu funcionamento. Sem dúvida que este merece ser um dos principais temas da campanha.
# posted by Joao Abel de Freitas @ 12:19 1 comments
2013-07-30
Francisco José Viegas autoriza a saída do Crivelli por razões ideológicas?
Este é o quadro de Carlo Crivelli(Veneza, 1430-1495) uma obra prima de rara qualidade cuja saída do país estava interdita por lei mas que o secretário de estado Francisco José Viegas ignorando a leifez o favor aoempresário Miguel Pais do Amaral de permitir a sua venda para o estrangeiro.
Era uma venda aliciante, 3 milhões de euros, mas quem vendeu a obra a Pais do Amaral sente-se lesado porque lhe vendeu a obra por baixo preço porque o anterior secretário de estado, Elísio Summavielle, de acordo com a lei, não autorizou a sua venda para o estrangeiro.
"Durante largas décadas, a pintura renascentista Virgem com o Menino, de Carlo Crivelli, esteve na família do político e escritor açoriano Caetano Andrade de Albuquerque Bettencourt. E chegou ao século XXI nas mãos de dez herdeiros, que dizem ao PÚBLICO ter tentado há cinco anos que o Estado comprasse esta obra protegida e impedida de sair de Portugal. O Estado terá declinado a proposta e rejeitado a desproteção da peça."
Mas para surpresa de muitos (a gente do governo e ciª está de acordo, obviamente) Viegas invocou a seu favor um inacreditável argumento ideológico":
“Há aqui também uma questão ideológica óbvia e que eu não escondo”, disse,
referindo-se à circunstância de, em seu entender, a proteção do património não
dever sobrepor-se ao direito à propriedade privada." (a citação reporta ao link anterior). Viegas sabia que, tendo em conta o Governo a que pertencia, colocar a sua "ideologia" à frente da lei era mais que natural era a prática recomendada.
_______________________
Crivelli pintou a maior parte das suas obras em Ascona e Ascoli e a técnica usada a têmpora e não a pintura a óleo. Os temas da sua pintura são temas religiosos resultado das encomendas quase exclusivamente de ordens religiosas, como foi o caso de A Virgem com o Menino, Santo Emídio, São Sebastião, São Roque, São Francisco de Assis e o Beato Tiago da Marca" (1487).
O ladrão aponta-lhe a arma à cabeça e grita-lhe "a bolsa ou a vida". Então em vez de protestar e por-se a gritar "agarra que é ladrão" não é preferível um "acordo de salvação nacional" em que você chegue a um consenso com o bandido o Governo? Dá-lhe a carteira na mesma e evita-se a exibição desagradável da pistola e até, eventualmente, o prejuizo de uma bala.
Vídeos como este, aqui em baixo, não são bons. Dificultam o consenso e "acordos de salvação nacional".
Há dois meses, o valor do mercado de derivados não regulados ultrapassou um quadrilião de dólares. Duplicou desde o início da recessão e é mais de 16 vezes o PIB mundial. É capital fictício,evidentemente, mas é capital – ou seja, o seu valor é garantido por salários,pensões e impostos, através do controlo implacável da dívida pública. Esvaziado, o Estado deixa de repartir bens públicos porque é uma agência da finança.
Na Europa, a dívida é a máquina que permite simultaneamente perpetuar a renda financeira futura e impor o novo regime social, por via da “corrosão de carácter” a que se refere Sennett: a maior transformação social desde a passagem da economia agrária para a industrial, a precarização absoluta do trabalho qualificado.
... O ministro dos Negócios Estrangeiros acha normal
descrever o seu país como um protectorado. Como eram Marrocos, a Manchúria, a
Boémia e Morávia, a Basotulândia, ou as ilhas Tonga. Repito: eu posso dizê-lo,
ele não. O facto de o ministro usar essa classificação (ele não é analista, é
ministro, pelo que a sua voz é aceite pelas diplomacias estrangeiras como sendo
a descrição legítima, não só de facto mas de jure, da situação
portuguesa) não tem origem em nenhum acto do Parlamento, nenhuma rendição de
tropas, nenhum Pétain a assinar a submissão a Hitler, em nome da “salvação
nacional”. Se somos um protectorado, devemos organizar a resistência ou ser
“colaboracionistas”?
O que é significativo é que a existência de um
Memorando, do teor do que foi assinado há dois anos, é considerado pela nossa
elite do poder como uma cedência total da soberania, e uma suspensão da
democracia, comportando-se em consequência com a maior das naturalidades. Não é
apenas uma medida de emergência financeira, pactuada com entidades de que
Portugal faz parte (Portugal é membro do FMI, do BCE e da UE), mas uma rendição
que põe em causa tudo, a começar pela independência e a acabar na
democracia.
Na verdade, a questão mais de fundo é que a política definida
no Memorando era para uma elite económica-financeira-política muito mais do que
um plano de emergência financeira, era o programa salvífico para “nos
comportarmos bem”, e para que “o país nunca mais seja o mesmo”. Era uma
oportunidade única e foi defendida com tropas em batalha, como se fosse uma
guerra. E era, era e é, uma guerra social.
Ou seja, o Memorando foi não
só uma emergência, mas também uma salvação divina. Deu aos seus
colaboracionistas um bordão político que ia muito para além do seu cumprimento,
tornando-se o programa de regeneração nacional que poria em ordem os preguiçosos
gastadores dos portugueses que “viviam acima das suas posses”, reduzindo-os
punitivamente à sua condição de pobres de que nunca deveriam ter saído, ainda
por cima com dinheiro emprestado e encostados ao Estado. Quem eram esses
portugueses? Os trabalhadores, os funcionários, os pequenos empresários, os
reformados, os pensionistas, os “de baixo”.
Tinha pensado assinalar a meta das 800.000 visitas ao Puxa Palavra mas
distraí-me e já não cheguei a tempo. Já passou das 800.500 o nº de visitas nos seus 9
anos de vida o que quer dizer que nos seus 3.330 dias teve uma média de 240
visitas diárias. Mas esta contagem feita pelos serviços que contratei (no modo free!) ao Bravenet Hit Counter, conta todas as visitas feitas no mesmo dia a partir do mesmo endereço de IP. Quer dizer que se a partir de um mesmo computador visitarem 20 vezes por dia o blog são contadas todas as 20 visitas.
Mas o Bravenet faculta uma outra informação estatística a do nº de visitantes únicos por dia, isto é, desde que feitas do mesmo endereço de IP (computador / ligação à Internet) 2 , 3 ou 30 visitas, se forem no mesmo dia, só conta 1. Asim, "visitas únicas" aquelas mágicas 800.500 visitas reduzem-se a 500.028 e então a média de visitantes desde 2004-04-30 , em 9 anos e quase três meses passa de 240 para cerca de 150 visitantes por dia o que, mesmo assim, nos coloca não na "nobreza" ou no "clero" dos blogs mas num "terceiro estado" bastante cosmopolita.
Contratei ainda os serviços estatísticos do Flag Counter mas só a partir de 2010 data a partir da qual a nossa actividade bloguista já estava bem abaixo do máximo entusiasmo. Mesmo assim, desde essa data, o Flag Counter que se exibe no blog, diz-nos que o nº de visitantes é de 127 por dia.
O Puxa Palavra contém 6.457 posts. Destes 2.377 são de minha autoria e um nº equivalente serão do João Abel de Freitas. Mas houve um período em que Mário
Lino, antes de ir para ministro ( nunca lhe perdoámos ter trocado o blog pelo ministério) e Manuel Correia, deram uma boa contribuição.
Também participaram, ainda que esporadicamente, António Pedro Ferreira, e o
irmão Sérgio Ferreira. Nos últimos anos só eu, João Abel de Freitas e Lília
Bernardes escrevemos no Puxa.
A origem geográfica das visitas, segundo o Bravenet Counter, que conta apenas os 10 principais países de origem, é a
seguinte
É verdadeiramente emocionado que relato a epifania a que
acabo de assistir na Sic Notícias: Mário Crespo empolgado com Maria João Avilez
que se empolgava com Mário Crespo que se empolgavam com Passos
Coelho, com Cavaco Silva e com aquele sangue novo no Governo.
Vai tudo correr bem agora? Interrogava Mário por fim, quase no
fim, já mesmo no fim do programa, Maria João, com um exultante sorriso a que, rendida, Maria João correspondia jubilosa
e cinquenta anos mais nova, que sim, que sim, que sim, ia tudo correr bem, com
este sangue novo no governo não pode mesmo deixar de correr bem.Caíram então, no fim, em êxtase, um nos braços
de Maria e outra nos braços de Mário. Puxaram uma lágrima mas infelizmente não
correu. E depois, só depois, já do outro lado da imagem, sem o escrutínio dos parvos que eles
julgam ser quem os viu, abraçaram-se e riram e riram e riram tristemente sobre o
seu belo trabalho de vender como lagosta fina o “governo dos mercados” que eles acham ser peixe podre.
Cavaco Silva, sem surpresa, atirou
a toalha ao chão. Veio confessar ao país o falhanço da “sua melhor solução” para a grave crise
política. A sua derrota é também uma rendição ao governo defunto e
descredibilizado não apenas perante qualquer pessoa em seu juízo mas perante si
próprio como o prova ter deixado de fazer de morto e de intervir na zaragata suicida
do governo.
A justificação que achou
necessário dar, com abundância de argumentos,sobre a sua iniciativa merece reflexão. Elaresume-se à sua profunda convicção não só da possibilidade
como da naturalidade de os partidos abdicarem de aspetos fundamentais da sua orientação para apoiarem outro partido
com política oposta em nome de um suposto interesse nacional em linha com as
conceções da defunta União Nacional.
Não digo, por comiseração, que Cavaco Silva tenha sido ou seja um salazarista
mas, ainda que não totalmente desprovido de inteligencia é um político medíocre cuja conceção da política e
da democraciase mantem tributária da cultura da União Nacional. No
salazarismo foi sempre “um bom aluno” e no
regime democrático, como “não politico assumido”, tem dado provas e não só agora, de que não aprecia
as regras essenciais da democracia que implicam
a indispensável confrontação de políticas que correspondem a interesses contraditórios da sociedade.
Cavaco Silva para defender o
governo da direita tem de engolir os sapos que o compõem e que ele detesta.
Cavaco Silva sofreu uma severa derrota e pôs-se a jeito para averbar as que aí
vêm com a ressurreição, ao fim de 15 dias, do cadaveroso governo de Passos Coelho
e Paulo Portas.
Entretanto, na entrevista a Ana
Lourenço, Seguro informou que as conversas com o PSD e o CDS estavam a correr
bem até 5ª feira e só na 6ª feira o PS concluiu pela inviabilidade de acordo.
Para desvendar o mistério Ana Lourenço quis saber, sem sucesso, as razões do
súbito impasse. Seguro insinuou que foram os discursos públicos de Passos Coelho. Fica-se sem saber qual o papel nos resultados deste processo
negocial das ameaças de Mário Soares, Manuel Alegre, António Costa e outras figuras do PS. O PS de Seguro necessitou de longas reuniões durante toda uma semana para concluir que não chegaria a acordo com a direita e bastou-lhe meia hora de diálogo com o BE, a pedido deste, para concluir do desinteresse em prosseguir com tanta proximidade. Sintomático das inclinações.
Cavaco Silva com a sua inconsequente intervenção só agravou a crise política. A superação da crise, só possível com eleições, necessita de uma ajuda indispensável, a ajuda da rua,. Necessita do protesto das vítimas das imposições da troika e do up grade delas feito por este governo rendido aos credores. Necessita da luta dos portugueses que não aceitam o esvaziamento democrático do regime nascido com o 25 de Abril. Necessita da revolta dos portugueses condenados ao desemprego, ao empobrecimento e ao roubo do seu futuro.
Na revista do Público saiu hoje um artigo de Rui Cardoso Martins, na seção PERSONAGENS DE FICÇÃO MIGA C/ BIFE DO LOMBO AMAGAL.
Vale a pena lê-lo pelo que tem de elucidativo sobre o mundo que nos rodeia, hoje, aqui, em Portugal e na Europa.
RMC não poupa as palavras e revela coragem porque cada vez menos os jornalistas se sentem à vontade para dizerem o que pensam por recearem as consequências para o seu futuro profissional.
A política do Governo é boa ou é má? É má para uns mas é... boa para outros!
Nicolau Santos, hoje no Expresso. Os destaques a amarelo já vinham na imagem que apanhei no Facebook. Os meus seriam um pouco diferentes. No seu artigo, NS, diz que "um novo estudo do FMI sobre 173 casos de consolidação orçamental entre 1978 e 2009 mostra que ela aumentou a desigualdade, diminuindo a parte dos rendimentos do trabalho em relação aos lucros e aos rendimentos de rendas, aumentado o desemprego de longo prazo e o seu risco de agravamento como um problema estrutural.
"Mais: contra a tese comummente aceite, os efeitos distributivos de um ajustamento por via de um corte na despesa pública não são menos recessivos do que aqueles que decorrem por via do aumento dos impostos. Pelo contrário, tem efeitos muito maiores na desigualdade de rendimentos."
Um pouco adiante já no fim do seu artigo NS diz que
"... o que se espera é que da parte da troika, haja alguma réstia de bom senso e de humildade para reconhecer que a receita não está a funcionar, pelo que tem de ser alterada. Convenhamos contudo que isso é tão expetável como a Torre de Pisa ter começado a endireitar-se. A troika continua cega e surda -mas não muda".
Nicolau Santos atribui a posição da troika a falta de "bom senso", talvez por compaixão para com os credores. Ora nem os patrões da troika nem os seus técnicos que vêm inspecionar o trabalho do governo de Portugal são gente insensata. E sem dúvida que tanto como NS percebem que os resultados são terríveis para os trabalhadores e as classes médias portuguesas. Mas... paciência... desde que não matem o paciente sãobons para os credores, são bons para a clique financeira e plutocrática nacional e internacional.
Quando se qualifica de boa ou má a política de austeridade, de privatizações, etc, têm de se colocar sempre a indispensável interrogação: bom... mau... para quem?
(Clique na imagem amplia-a.)
De liquido, está contabilizada uma perda significativa de tempo na solução dos problemas do país. Cavaco pode averbar a mais este facto no seu curriculo.
Esta é a paga da tentativa de enrolar António José Seguro e o PS no apoio a um governo de coligação em que o PSD, partido de Cavaco, é maioritário. Um governo de coligação moribundo e pela mão do presidente, temporariamente posto de pé.
Vai averbar ainda uma outra grande derrota: a de aceitar a remodelação do governo de Passos Coelho, que desprezou, mas agora não tem recuo, pois não imagino que Cavaco Silva vá apostar na dissolução da Assembleia. É mais um sapo monstruoso que Cavaco vai ter de engolir. Empossar como vice-primeiro ministro aquele Portas do Independente que lhe fez a vida negra e que nunca perdoou. .
Cavaco pretendeu marcar pontos, reaparecer na vida activa e sai desta contenda com uma derrota colossal.
Mas será que não há outro figurino para explicar todo este ziguezagueado?
Cavaco não terá pretendido sempre sustentar o governo PSD? Lançar conversações entre partidos para um compromisso de Salvação Nacional não terá sido apenas uma panaceia, um disfarce para depois justificar-se os partidos não se entenderam?
Também há quem defenda que Cavaco pensou sempre assim. Até há quem defenda que tudo isto foi combinado com Passos Coelho. Talvez nunca se conheçam a verdadeira situação.
# posted by Joao Abel de Freitas @ 12:32 0 comments
2013-07-19
O país prepara-se para uma grande abstenção eleitoral?
Este processo de negociar o "compromisso de salvação nacional", em completa clandestinidade, promovido por Cavaco Silva, vai transformar-se numa grande abstenção eleitoral.
Ainda hoje me perguntavam: se eles se entenderem para que servem as eleições?
Como é evidente não se pode generalizar esta questão. Mas não tenho dúvida de que há um número significativo de pessoas que se interrogam sobre o interesse do seu voto.
Ora isto significa que a participação das pessoas em eleições tende a reduzir-se, o que põe em causa a democracia e a representatividade social dos partidos.
Esta situação é tanto mais preocupante quanto não se descortinam lá muito bem as diferenças programáticas no curto e médio prazo entre a coligação e aquilo que a direcção do PS de Seguro propõe. Para além do corte de 4,7 mil milhões de euros em que Seguro diz não concordar (a ver vamos se não aceita outro montante) e a ideia muito vaga de crescimento, aliás à moda de Hollande que já provou ser pouco mais do que zero, na realidade, as diferenças traduzem-se em peanuts.
Há duas grandes linhas de força para este país superar o buraco em que está metido. Uma é a da Grande Reforma de Estado que levará tempo e compreende duas componentes: o estabelecimento das funções de Estado moderno, democrático e participativo, outra, a da formatação da sua estrutura de funcionamento.
O que se tem feito desde há muito anos é acrescentar institutos, serviços autónomos , comissões para tudo e para nada, fundações, tudo em nome de tornar o aparelho de Estado mais operacional, o que pensando bem não é nada disso. Onde está uma justiça a tempo e horas? Onde está a agilidade de processos por exemplo municipais? A excelente mudança que se estava a fazer através do SIMPLEX, até essa foi deitada fora. Criaram-se situações de privilégio durante muitos anos a vários níveis de que pouca gente tem uma noção clara da sua existência, Aqui sim gastam-se rios de dinheiro com as elites.
A segunda grande linha de força é mudar a nossa estrutura produtiva que está completamente enviesada. Esta mudança não é única e simplesmente da competência do Estado. Mas o seu papel de enquadramento e de facilitador é decisivo.
Sem a articulação destas duas grandes linhas de acção o país não vai a lado nenhum. Estas linhas implicam uma clara opção política e de modelo de desnvolvimento
Onde estão as diferenças? Com que agenda política e económica Seguro avançou para as negociações? Nada se sabe.
Foi atraído pela ideia de, daqui a pouco mais de ano poder ser candidato a Primeiro Ministro?
O país está muito mal. Certamente numa situação pior do que se pensa. Mas sem mudança de rumo e sem uma negociação em outros termos da situação, o caminho é o do descalabro económico continuado e a acentuar o perigo do estado em democracia..
# posted by Joao Abel de Freitas @ 11:48 0 comments
2013-07-18
Também apoio o "Acordo de Salvação Nacional" desde que...
"It's the economy, stupid !" explicava Clinton. É o conteúdo "stupid" digo eu. É que também concordo com a necessidade urgentíssima de um "acordo de salvação nacional". Mas de que acordo? Ora aí está, é o conteúdo.
Vejamos, se o conteúdo do acordo for, por exemplo, mais ou menos assim:
- renegociar a dívida;
- devolver os subsídios roubados;
- não despedir as dezenas de milhar de funcionários públicos programadas;
- limitar drasticamente durante o período mais intenso da crise as reformas e pensões mais altas e não tocar nas mais baixas;
- limitar as remunerações da administração pública, Governo, PR, incluindo empresas, institutos e fundações do Estado, por um certo lapso de tempo, a um teto expressivo,
- reduzir a metade ou um terço, durante a crise o orçamento da PR, do Governo e da AR, a frota de carros do governo e do estado. Proibir a compra de carros de luxo para o estado,
- criar escalões de IRS de 80 e 90% (como fez Stalin ou Mao Tsé Tung? Não! Como fizeram os presidentes dos EUA, Roosevelt e Eisenhower, em situação de "salvação nacional" nos anos 40 e 50 para rendimentos familiares muito altos. Englobar, em sede de IRS, os dividendos em vez de os taxar baixinho.
- não privatizar a CGD nem nenhum das empresas do seu universo, como é o caso dos seguros;
- não privatizar a RTP, nem nenhum outro bem estratégico para o país.
Em resumo obrigar a oligarquia financeira, seus aliados e empregados de luxo a arcar com o grosso dos custos da crise de que são responsáveis, poupar as suas vítimas e salvar o estado social.
Não há um "interesse nacional" ! Há vários e frequentemente antagónicos.
A gritaria que para aí vai sobre o "interesse nacional" é sobre o interesse da alta finança internacional e nacional e respetivos aliados e clientelas. E o "interesse" destas classes não é o "interesse" das classes médias e dos trabalhadores. Não é o "interesse" de 90% ou mais dos portugueses. Nas matérias em discussão, no que respeita ao equilíbrio financeiro do Estado, o interesse dessas duas partes é rigorosamente oposto. Quando estes "gatos" apelam, por esses media afora, a um "acordo de salvação nacional" é da salvação deles, gatos, que estão a falar e não do interesse dos "ratos" que nós somos, como na conhecida parábola canadiana "Ratolândia" que o Youtube oferece. Não estamos a falar de "interesse nacional" comum a todos os portugueses como p.ex. a ausência de catástrofes naturais que interessa quer aos Srs banqueiros e quer ao professor ou ao trabalhador portuário, aos "gatos" e aos "ratos". A lamúria que ai vai nos media, dirigida pelo governo e pela presidência da república sobre o "interesse nacional" é uma conversa de "gatos" para tentar convencer "ratos".
Acho que o PS fez bem em aceitar "dialogar" com os partidos do Governo e acho que o mesmo deveriam ter feito o PCP e o BE, não porque haja qualquer esperança fundada em trazer este governo vendido à troica/aos credores/a Merkel a posições opostas às que o têm orientado e levado o país à ruina mas para pôr em destaque perante a opinião pública as diferenças de conteúdo do acordo/desacordo.
Se o PS claudicar, aceitando o plano austeritário do governo para a destruição do estado social, ainda que recauchutado com umas alterações pouco significativas para enganar eleitor, terá a merecida recompensa do eleitorado. Se se portar bem terá o voto dos eleitores. Aguardemos.
O comunicado do PS após o encontro proposto e realizado com o BE é um mau indício a revelar o pior do PS. Já quanto ao PCP parece que continua, apesar de muita gente capaz que lá tem, firme no seu desígnio de fazer acordos só com os Verdes e com a Intervenção Socialista, isto é, consigo próprio.
Entretanto o Presidente foi com o Sr que o trata por Sr. Silva, o "Alberto João", visitar as cagarras na Selvagem Grande, ali onde Portugal quase pega com as Canárias, para se distrair ou para nos distrair da crise?
Hoje é o dia, segundo consta, de cada uma das partes da tróika levar para a reunião um documento escrito.
Espero que, na escrita, tenham melhor nota que os exames nacionais do 9º ano.
Mas o conteúdo é o fundamental. Pode haver um palavreado muito balofo com pouco sumo.
Fundamental saber-se a posição de cada parte da tróika no que toca aos cortes previstos de 4,7 mil milhões de euros, que para a Drª Maria Luís Albuquerque só por cima do seu cadáver. É o que diz a comunicação social.
Se é assim espero que até o CDS rasgue o compromisso de Salvação Nacional que Cavaco Silva pretende.
Do PS já nem falo. Como diz o deputado João Galamba seria o funeral político de Seguro.
Mas como Cavaco Silva quer Salvar o País a todo o custo dos contribuintes, ou dito de outra forma, manipular o livre exercício da democracia, ou seja o voto dos portugueses amarrando os três partidos sem prazo, o mínimo que se espera do PS é que exija a renegociação do Memorando actual na sua globalidade, até porque já nem é o que assinou.
Como cidadão livre e independente manifesto-me contra qualquer acordo entre dois partidos coligados no governação actual e muito desacreditados e um outro que vinha a cimentar-se na sociedade com dificuldades.
Sou defensor de eleições como meio de clarificar esta situação política pantanosa.
Não sou utópico, porém. Não creio que as eleições vão mudar radicalmente a situação, até porque as esquerdas não se entendem, não se apresentam com credibilidade à população. e Quem não tem credibilidade não tem chance.
Não haverá nos múltiplos problemas que afectam Portugal quatro ou cinco questões fundamentais que sirvam o pais no futuro e em que possa haver entendimento? A fase actual não é a discussão de sociedade que cada esquerda vê no seu horizonte. A situação é bem diversa é a de mudar o rumo.
Será que o ADN português rejeita todo o entendimento?!
# posted by Joao Abel de Freitas @ 12:27 0 comments
2013-07-16
O gabinete gordo de Passos Coelho
Do Blog Luminária, com a devida vénia, trouxe para aqui a composição do gabinete de Passos Coelho. É um gesto para memória futura do contraste entre o que diz e o que faz o impreparado chefe da Jota do PSD, carreado pelo "aparatchic" Miguel Relvas, a chefe do PSD e a 1ºM de Portugal. Lembram-se da "genuína" preocupação que Passos Coelho alardeava ter ao propor-se um Governo exíguo e inadequado em nº de ministérios? Vejam agora a obesidade obscena do seu gabinete. São 67 especialistas, técnicos, secretárias, "ajudantes" e 150 mil euros/mês para salvarem o país? Não, para conduzir à ruina a maioria dos portugueses e garantir o enriquecimento dos mais ricos.
Já não exigia que o 1º M de Portugal, o PR ou os governantes em geral seguissem o exemplo do presidente da República do Uruguai José Alberto Mujica Cordano que sendo ateu releva da santidade tal é a sua preocupação em poupar os bens do Estado pagos pelos seus concidadãos. Bastava-me que os governantes se lembrassem que governam um país em grave crise. Bastava-me (!!) que renunciassem a ser os executores de uma política que obriga as vítimas da crise a pagá-la e poupa os seus responsáveis: a banca internacional e nacional e seus aliados internos e externos.
Uma rábula de humor. Não me foi possível scanarizar melhor o texto, mas mesmo assim parece-me dar para um curto sorriso amarelo sobre a gestão política deste país, se a falta de reforma ou reforma/cortes de rendimentos não fosse socialmente tão iníqua.
# posted by Joao Abel de Freitas @ 08:14 1 comments
2013-07-13
Maus sinais da ala PS de Seguro?
A comunicação social carrega hoje sinais perturbantes sobre a atitude que o PS irá ter no âmbito das negociações da Tróika interna a mando de Cavaco Silva, PR.
Segundo alguma imprensa, o que moverá Seguro, acima de tudo, será a realização de eleições em 2014. Deixa cair a exigência de participação nas negociações dos outros partidos à sua esquerda. Deixa cair a exigência da participação dos parceiros sociais. Até segundo alguma imprensa, já indicou a comissão de negociação sem a munir de condições prévias que correspondiam às suas posições recentes e de nada caucionar de fundo sem eleições que no terreno definissem a vontade o país.
Há até quem admita que Seguro vai dar ordem de abstenção no orçamento de 2014 em Outubro próximo. Ou seja, vai caucionar as medidas de mais austeridade deste governo, alinhando com o conteúdo da carta que Passos Coelho enviou à tróika para o corte dos 4,7mil milhões. Será que para Seguro os mercados também passaram a ser tudo?
Este cenário a dar-se, corresponde a uma perfeição submissão às teses de Cavaco e ao fim e ao cabo uma aceitação das sucessivas mudanças do Memorando acordadas com a troika externa.
Se António José Seguro alinhar nesta deriva, como admite alguma comunicação social, os portugueses vão continuar a ser submetidos a medidas ainda mais drásticas, designadamente os pensionistas e reformados e a função pública que verão os seus rendimentos bastante mais mais reduzidos. Mas os trabalhadores do sector privado irão também continuar a sofrer com a recessão e o desemprego.
Isto a ser verdade, será o descrédito total do PS.
# posted by Joao Abel de Freitas @ 11:57 0 comments
2013-07-12
O PS e Cavaco Silva
Cavaco Silva que de vez em quando se ri para o PS, ou mais concretamente para António José Seguro, na sua comunicação ao País, lançou um laço de asfixia a Seguro, ou dito de forma mais serena, uma forca.
Compete a Seguro e ao PS aproveitar a oportunidade, devolvendo a forca a Cavaco em bandeja de ouro e muito bem enfeitada.
Cavaco Silva deseja e força Seguro a salvar as políticas deste governo que se têm traduzido em empobrecimento contínuo dos portugueses, em recessão e num desemprego a subir em flecha, fazendo aderir a um acordo contra natura.
Ou Seguro tem uma atitude SEGURA que corresponda ao momento difícil que se vive, ou alinha no suicídio.
Este governo morreu, falhou em toda a linha. Daí que qualquer colaboração com este governo seja trair os interesses do País. Como é possível colaborar com um governo que tem um programa de cortes aos rendimentos dos pensionistas e reformados, despedimentos sem regras de funcionários públicos e cortes nos salários e pretende acabar com o serviço nacional de saúde?
Sem eleições imediatas para não perder mais tempo nenhum acordo é POSSÍVEL com dignidade.
# posted by Joao Abel de Freitas @ 14:26 0 comments
# posted by Joao Abel de Freitas @ 08:47 0 comments
2013-07-10
Era útil um mínimo de reflexão!
Falta pouco mais de uma hora para se ouvir o Presidente Cavaco Silva comunicar ao pais o que já se sabe, com mais sal, pimenta ou açúcar, Cavaco Silva vem dizer que aceita o novo acordo PSD/CDS e avaliza o governo que daí vai sair.
Mas se for"espertinho" até pode dar pancada nas esquerdas. Não é que o comportamento das esquerdas seja justificativo para a decisão de Cavaco Silva em não decidir por eleições, mas pode. Veremos.
Na realidade, as esquerdas e ainda mais o PS não apontou alternativa credível. O que é diferenciar-se pela aposta no crescimento, linguagem que até o "novo" governo começa a usar?
António José Seguro, aliás como Hollande, nunca foram capazes de minimamente formatar essa aposta. Em que instrumentos a aposta no crescimento assenta? Umas ideias desgarradas sem introsão coerente. Depois, convém não esquecer que a formatação da actual Europa emperra a saída da crise. Um banco central que não tem as funções de banco central, um orçamento que nem chega a 1% do PIB, etc, etc. E acerca desta estrutura convém lembrar que a social democracia europeia tem muita responsabilidade. Convém ainda recordar que o novo pacto orçamental europeu nem foi discutido e que tem severas incompatibilidades com uma aposta no crescimento.
Em síntese, o centro esquerda não apresenta ideias fiáveis.Ficam-se pelas palavras mais fortes ou menos fortes de ataque, quando o país gostaria de ouvir era nesta fase de crise difícil como se ultrapassa a crise e se estanca o processo de empobrecimento e o desaparecimento das classes médias. Zero.
É sobre esta temática que uma reflexão alargada seria interessante.
# posted by Joao Abel de Freitas @ 19:33 0 comments
2013-07-09
EM CONSTRUÇÃO UM GOVERNO DE CONFLITOS
Cavaco Silva vai ficar na história com h pequenino como o grande obreiro de um governo que na própria altura da posse já está em conflito alargado e profundo, latente.
Ainda não se conhece a composição final do governo. Mas pelo que se apresenta, algumas questões estão sobre a mesa.
Como vai Paulo Portas relacionar-se com Maria Luís Albuquerque?
Como vai Paulo Portas relacionar-se com Pires de Lima, apesar deste ser CDS? Dois galos num palheiro que pouco vão querer repartir. A não ser que Portas faça de conta e Economia na sua globalidade é Pires de Lima.
Como se vai relacionar o governo económico com Moreira da Silva se é a este que vai ser entregue a Energia? Energia é um elemento essencial de uma política económica.
Como vai Portas relacionar-se com o AICEP?
E depois?
Cavaco entalado., mas a patrocinar claramente um grande covil de intriga e de conflitos.
# posted by Joao Abel de Freitas @ 23:49 0 comments
2013-07-07
Que governo é este que aí vem?
Que governo é este que por aí se anuncia?
CavacoSilva chefe do Governo (na sombra)
Paulo Portas vice-1ºM (de facto 1ºM coordena e executa, Finanças, Economia, Ambiente, "reforma do Estado", etc.)
Passos Coelhoporta - voz do Conselho de Ministros (com o distintivo de 1º M na lapela)
Qual o destino previsível de tal Governo onde Cavaco Silva odeia Paulo Portas desde as funções deste como diretor do Independente onde arrasava o então 1º M Cavaco Silva? E onde Paulo Portas tem por Cavaco Silva um soberano desprezo. Governo em que Passos Coelho detesta Portas e que desprezou como aliado em decisões importantes da ação governativa nestes dois anos de coligação. Governo em que Portas olha para Passos Coelho como um incapaz . E a empatia entre Cavaco Silva e o impreparado de Massamá?
É um governo em que os principais figurantes se entreolham com náusea. Que eficácia e duração promete um governo destes, numa crise como a atual?
O papel previsível deste governo é o fracasso total a curto prazo e o aprofundamento da crise em que o país se debate. E o responsável por esta situação dramática para Portugal é Cavaco Silva. De facto o presidente revelou de forma excessiva o que já muitos sabiam, é um político sem estatura para a função, particularmente num momento tão dramático para o país.
Se a relação e confiança entre PR e o Governo tem muita importância o essencial da crise que vivemos é a da política seguida. Mudar a política de austeridade para uma política de crescimento que minimize o desastre conseguido por este governo: desemprego, aumento da dívida, roubo de pensões e salários, ataque à política de Educação, de Saúde e Segurança Social
Não está na mão de Portugal inverter radicalmente ou com total eficácia o rumo desta política imposta a nível da UE pela Alemanha e seus aliados ricos do Norte para seu benefício e no plano interno imposta pelos bancos, imposta pelas grandes empresas beneficiárias de apoios escandalosos do Estado nomeadamente através das PPP, imposta pelas grandes fortunas do país.
A crise não é geral. Pelo contrário tem sido uma oportunidade não para o comum dos portugueses como falaciosamente diziam Passos Coelho, Gaspar, Borges, Moedas mas para a restrita cúpula ligada àqueles interesses financeiros.
A mudança política que é necessário fazer deveria começar pela redistribuição da riqueza produzida a favor dos portugueses brutalmente atingidas por este governo, trabalhadores, classes médias que têm alimentado o trágico aumento do desemprego e das falências empresariais.
O que é necessário fazer é transferir os custos da crise dos que menos podem para os que mais tem beneficiado com ela ou escapado a ela. Devolver as pensões e salários roubados indo buscar esse valor aos eternos superlucros da banca e das PPP, inverter a orientação seguida com a Função Pública.
É óbvio que é necessário crescimento. Mas comecemos por onde é simples e fácil (tecnicamente!!) de executar, pela redistribuição da riqueza nacional produzida e pela redistribuição dos custos.
Passos vai ter um governo a funcionar em offshore.
Como delegou tudo pelo esquema que se conhece em Paulo Portas vai ficar sem saber nada do que se passa na governação.
Com um vice-primeiro a mandar nas conversações com a tróika, com um ministério da economia na mão de Pires de Lima , a agricultura e uns trocos nas mãos da Assumpção e a segurança social também no CDS. Passos gere em sistema offshore, mou seja nada sabe do que lá se passa.
Daí que o espia americano fugido ainda possa ter chance de se asilar em Portugal no gabinete de Passos para montar "a espiação" sobre Paulo Portas.
# posted by Joao Abel de Freitas @ 19:38 0 comments
Portugal bloqueado
Não tenho dúvida alguma de que Cavaco Silva, na sua qualidade de Presidente, vai viabilizar "o arranjinho" que Passos e Portas lhe propuseram e empurrar a crise nacional com a barriga por uns quantos meses mais.
O Presidente Cavaco Silva como grande conservador preferirá sempre um governo de direita por muito mau que seja, a um governo de base PS, moderado apesar de questionar o plano de resgate da tróika, ao exigir a sua renegociação. Este simples questionar faz tremer o Presidente, o aluno bem comportado, apesar do que entende o PS ser algo de vago. Ainda não percebi que renegociação real defende o PS!, ou seja ainda não entendi, com que matriz vai o PS para essa negociação.
Temos, assim, uma crise na continuidade com o país a definhar-se cada vez mais por culpa de Cavaco.
Não alinho, pois, nos três cenários que alguma comunicação tenta dizer que estão na mesa de Cavaco Silva. Aceitar este governo que nos aparece agora de forma mascarada. Um governo de iniciativa presidencial. Ou eleições antecipadas. O Presidente só tem pedalada intrínseca para optar pelo governo mascarado.
O país encontra-se pois numa situação de bloqueio. E apesar do grande descontentamento popular ainda não vem de forma espontânea manifestar esse descontentamento nas ruas de forma continuada, porque não vê no horizonte uma mensagem clara de governação do país.
Apesar desta nebulosa defendo eleições já e de preferência coincidentes com as autárquicas, porque a situação actual é de disfuncionalidade total da democracia.
# posted by Joao Abel de Freitas @ 16:43 0 comments
2013-07-06
Acabo de assistir à comunicação de Passos Coelho
Passos Coelho bem pode ir de férias políticas. Ao delegar em Paulo Portas a coordenação dos assuntos económicos, a dita "reforma de Estado" e as relações com a tróika que competiam a Vitor Gaspar, "esvazia" completamente, primeiro as funções de Primeiro Ministro e, segundo transforma o Ministério das Finanças em Secretaria de Estado de Portas.
Passos pode assim entrar de férias grandes se o Presidente Cavaco alinhar neste esquema de governação, o que francamente me parece estar assegurado, mesmo que isso corresponda a um mais um grande enxovalho da sua personalidade, como este Primeiro Ministro, aliás, o tem sujeitado. Esta semana então foi demais. Como já aqui opinei, não sei por que motivo mantém Cavaco as reuniões da próxima semana com os partidos. É apenas uma farsa. Ouvir para quê se é Ele que mesmo enxovalhado tem inspirado esta solução.
Mas será que este esquema tem alguma probabilidade de funcionar?
Não é possível nem se vai iniciar qualquer novo ciclo de governação. Com os cortes previstos e negociados com a tróika está fora de causa qualquer recuperação económica porque não estão reunidas as condições. O ciclo é o mesmo. A procura interna vai continuar a descer por que vai ser ainda roubado mais dinheiro às pessoas. Estas terão de apertar mais o cinto. O investimento não vai mudar e o emprego vai continuar a cair.
Esta situação será ainda agravada pelo mau ambiente entre membros do governo que apenas comunicarão por SMS.
O País fica ainda mais entregue aos bichos, como diz o ditado.
# posted by Joao Abel de Freitas @ 20:32 0 comments
2013-07-05
Os coveiros de Portugal
Iniciou-se um mês de Julho quentíssimo no tempo e na política. E com acontecimentos inéditos na vida portuguesa.
Um governo "cai" de incompetência, com um ministro das finanças na carta de demissão a reconhecer que as suas medidas de austeridade não resultaram, trouxeram resultados desastrosos porque insuficientes. Havia mais, mas não teve mandato atempado, para as aplicar. Demite-se. Mais um em fuga.
Um Ministro, Paulo Portas, doutoradíssimo em fugas estratégicas habéis quando as coisas apertam. Talvez desta vez saia chamuscado.
Um Presidente da República a intrometer-se na vida interna de um partido da coligação, o CDS, certamente para preservar o seu partido de origem no poder, o PSD.
Onde se viu tamanha desfaçatez?. O Presidente da República Cavaco Silva, ao dizer que não defende a pemanência de Paulo Portas no governo, mas exige o Presidente do CDS no governo, diz pura e simplesmente ao CDS: Vocês ou obrigam Paulo Portas a integrar o governo ou correm com ele de presidente. E vai conseguir.
Um Presidente, ao não dissolver a AR, "constata", pois, que as instituições estão a funcionar bem. Ora este funcionar "regularmente" significa que avalisa os acontecimentos mais hilariantes. Uma excelente imagem externa de Portugal!!.
É a incompetência provada a todos os níveis. Mas uma coisa é certa a demissão virtual de PP fez esquecer a saída de Vítor Gaspar do governo. Já ninguém fala dele.
Passos Coelho, Paulo Portas e Cavaco Silva os coveiros deste país.