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2007-06-30

 

Pidesco ?

Em 1960 tinha 5 anos. A minha Mãe trabalhava num hospital e resolveu ouvir José Afonso num pequeno gravador.
Em consequência foi chamada à PIDE. Qual o delito ? Ter ouvido uma música crítica do poder político vigente.

Em 2007 um funcionário coloca uma fotocópia de um artigo com um comentário "jocoso" ao ministro num centro de saúde.
A consequência é a exoneração da directora. Qual a razão ? Ter admitido a presença da tal montagem.

Existem várias semelhanças nos procedimentos e mais não existem porque felizmente a PIDE acabou em 1974. Caso contrário não tenhamos dúvidas de que a senhora seria lá chamada.

A fotocópia não deveria estar no centro de saúde. As pessoas que lá o colocaram ou admitiram deveriam ser alertadas de um comportamento errado. Mas não posso concordar que por causa da forma se consiga transformar uma situação de razão numa imagem de autoritarismo e falta de capacidade de liderança.

É que liderar não é impor, muito menos através da autoridade pura e dura. Um ministro com a experiência de Correia de Campos já tem vivência suficiente para o perceber. A não ser que esteja também nostálgico da forma "antiga" de resolver os problemas.

Choca-me e deixa-me profundamente triste que isto se esteja a passar com um governo do PS. Este episódio terá sem dúvidas consequências.

P.S. - Por sugestão de um um leitor troquei "cartaz" por "fotocópia com comentário".

2007-06-29

 

Pedro Abrunhosa - Quem Me Leva Os Meus Fantasmas


Não sei se é bom ou mau. Dizia um amigo escultor : Se te encanta é bom.

Encantou-me. A letra. A música. A imagem. O alerta para um problema que é real.

Quem me diz onde é a estrada ?


 

Moça na janela


 

Cuidado


A porta cerrada
não abras.
Pode ser que encontres
o que não buscavas
nem esperavas.

Na escuridão
pode ser que esbarres
no casal em pé
tentando se amar
apressadamente.

Pode ser que a vela
que trazes na mão
te revele, trêmula,
tua escrava nova,
teu dono-marido.

Descuidosa, a porta
apenas cerrada
pode te contar
conto que não queres
saber.


Carlos Drummond de Andrade

 

Informações Seguras ...

Melhor fonte noticiosa e objectiva não há.

... Segundo o IP de hoje acedemos a informações importantes sobre este País:

Primeira: Rui Costa substitui Mega Ferreira na Fundação Berardo.
Segunda: Mulher do Presidente da ASAE tem medo de cozinhar para ele.
Terceira: Boletins do PSD permitem votar em Marques Mendes ou em Marques Mendes.
Quarta e última: Merkel esperou que Pacheco Pereira fosse dormir para anunciar acordo.
O acordo na cimeira de Bruxelas do passado fim de semana foi atingido às quatro da manhã, um momento criteriosamente escolhido pelos 27.
Angela Merkel sabia que a essa hora o único europeu acordado era Marcelo Rebelo de Sousa, que Pacheco Pereeira, um opositor, já ressonava e que Fernando Negrão iria confundir UE com a EPUL, a OCDE, eo Lidl.

Mais notícias e boas só mesmo consultando o IP.


 

Sites das listas candidatas


Partido
Cabeça de lista
Site
PS
António Costa
http://www.unirlisboa.com/
Independente
Carmona Rodrigues         
http://www.lisboacomcarmona.net/
PSD
Fernando Negrão           
http://www.fernandonegrao.net/
PCTP/MRPP    
Garcia Pereira            
http://www.garciapereira.org/
PPM
Gonçalo da Câmara Pereira                         
--
Independente
Helena Roseta             
http://www.cidadaosporlisboa.org/
BE
José Sá Fernandes         
http://www.josesafernandes.org/
PNR
José Pinto Coelho         
http://pnrlisboa.blogspot.com/
PND
Manuel Monteiro           
http://manuelmonteiro.blogs.sapo.pt/
MPT
Pedro Quartin Graça       
http://www.mpt.pt/New/LisboaVerde.html
PCP
Ruben de Carvalho         
http://www.cdulisboa.net/
CDSPP
Telmo Correia
http://www.telmo2007.com/


2007-06-28

 

Os lemas da pré campanha




+-------------------------------------------------------------------+
Partido Cabeça de lista Lema
+-------------------------------------------------------------------+
PS António Costa Unir Lisboa
Independente Carmona Rodrigues O meu partido é Lisboa
PSD Fernando Negrão Lisboa à frente
PCTP/MRPP Garcia Pereira Salvar Lisboa
PPM Gonçalo da Camara Pereira --
Independente Helena Roseta Cidadãos por Lisboa
BE José Sá Fernandes Lisboa é gente
PNR José Pinto Coelho Lisboa cidade Portuguesa
PND Manuel Monteiro Lisboa é capital
MPT Pedro Quartin Graça Lisboa que te quero verde
PCP Ruben de Carvalho Força Alternativa
CDS-PP Telmo Correia A equipa útil a Lisboa
+-------------------------------------------------------------------+

 

O desperdício... em Portugal

... Não aproveita a ninguém. Pelo contrário, só nos "entra" no bolso, porque o desperdício tem um custo suportado pela sociedade.

Isto vem a propósito de um estudo da DECO em que se afirma que a rede pública de abastecimento de água tem uma perda média da ordem de 28,5%, com situações tão anómalas como esta (falando de extremos) : perda em Mondim de Bastos 2%; perdas em Alandroal 54%.

As razões são muitas, equipamentos, furos, regas e desvios no abastecimento.

Ora, esta situação reflecte-se também na qualidade da água.

E o mais grave de tudo, diz o estudo, é que ninguém, ninguém mesmo, é responsabilizado em todo este processo. Já perceberam que temos de pagar este desperdício. Se se generalizar esta situação a muitos outros domínios, certamente poderíamos pensar quanto as nossas facturas mensais poderiam ser bem menores. mas numa terra de fado, sem ofensa ao canto, certamente encolhemos os ombros.

Afinal, em matérias como esta, algo nos diferencia de uma mentalidade do chamado terceiro mundo?


 

Livros que vale a pena ler (6)

LA NAISSANCE DU MONDE MODERNE (1780-1914) – Christopher A. Bayly – Les Éditions de l’ Atelier/Éditions Ouvriéres, Paris, Janeiro de 2007, 862 págs., € 15 (traduzido do inglês, “The birth of the Modern World (1780-1914)”, Oxford, 2004), prefácio de E. Hobsbawm.- O autor é professor de história, na Universidade de Cambridge, especialista em descolonização, com vasta obra publicada na Grã-Bretanha nesta área.
Este livro, prefaciado por Hobsbawm e traduzido por Michel Cordillot, pofessor de civilização americana na Universidade Paris VIII, foi saudado pela imprensa anglo-saxónica como um grande acontecimento. Ele abarca um período crucial da história da humanidade, durante o qual o mundo se transformou radicalmente. A novidade da análise de Bayly, relativamente ao período estudado, assenta, segundo Hobsbawm, em três teses, a seguir resumidamente expostas.
A primeira é a de que a dominação exercida pelos europeus sobre o mundo começou a ser posta em prática antes de ser evidente a sua superioridade económica e tecnológica, a qual, segundo o autor, se situa em meados do século XIX. Devendo, por isso, atribuir-se a factores de outra ordem (sociais, institucionais e políticos), em particular formas de organização muito mais eficazes no modo de fazer a guerra, a causa daquela superioridade.
A segunda decorre da especialização pessoal do autor em história indiana. Ele apresenta a Índia do século XVIII não como “uma sociedade imutável no seio de um império mongol em declínio, pronta a ser conquistada por uma potência estrangeira, mas como um sub-continente caracterizado por inovações comerciais dinâmicas, no seio do qual os interesses comerciais e urbanos se esforçam por criar os meios adequados a fazer face à instabilidade política da região”. Por isso, no início, pelo menos, os britânicos alcançam politicamente o poder não tanto como conquistadores vindos do ultramar, mas como parte integrante da tentativa imaginada por certos indianos de modificar a relação de forças no interior do sub-continente. O nascimento do mundo moderno não seria assim algo de imposto do exterior pelo Ocidente, mas antes um processo complexo no qual forças de um e outro lado interagem, embora com vantagem das forças representadas pelas potências ocidentais, sendo o processo saído desta interacção que torna os países dominados suficientemente fortes para resistir à dominação ocidental.
A terceira é a de que durante uma grande do período que vai de metade do século XVIII ao fim do século XIX se desenvolve no Oriente e no Ocidente um caminho estranhamente similar para formas transitórias de modernização. A partir de 1890, porém, a versão moderna do capitalismo mundializado condenou ao desaparecimento o que havia subsistido da herança dos antigos regimes, tanto na Europa como no resto mundo.
Independentemente da validade destas teses, fica, em qualquer caso desta obra, a demonstração convincente da “natureza multipolar da mudança, mesmo durante o período de dominação do Ocidente”, a natureza interactiva dos acontecimentos e das evoluções ocorridas em todas as partes o mundo.
(Selecção e texto de J.M.Correia Pinto)

2007-06-27

 

Argh - Tinha de tirar aquilo do principio do blog


 

Cartazes - Afinal havia outro


O super Zé estava a pedi-las. É que nem todos os que se chamam Zé são especialistas nas providências cautelares.

Agora tem de gramar com este a dizer que também é Zé !

E nós também.
No entanto a sua candidatura é legitima.
Quando estes aparecem sinto que podia haver uma excepçãozinha. Só uma. Assim como com a pena de morte. Só uma para aqueles selvagens que matam crianças à pancada.
Depois caio em mim e lá penso que deve ter sido assim que começou o estaline.
 

Cartazes - Quanto custou


Não percebo. O quer ela dizer com "sabe quanto custou este cartaz" ?
Será que nos vai pedir o dinheiro ? É para alertar acerca dos gastos dos outdoors ? Então porque o faz ?

Arroga-se dona dos cidadãos que se preocupam por Lisboa. Também algo exagerado.

Mas fica-lhe bem o casaco vermelho.
 

Cartazes - O super Zé


O BE usou um esquema engenhoso para poupar dinheiro.
Promove o Zé a super herói e assim vai dizendo o que seria de nós se em vez de um existissem mais alguns. Assim só gasta dinheiro num cartaz e pode ir colando as letras das habilidades que ele consegue fazer.

Estratégia centrada na figura de José Sá Fernandes e nas suas características de bem dizer mal.

Neste caso em concreto deve estar a tentar dizer que o Zé não tem tempo para andar aí pela cidade a meter providências cautelares em todo e qualquer prédio que ele considerasse mamarracho. Um bocado presumido demais para o meu gosto.
 

Participação (1)


_______________________________________________

Por trás de um deus há sempre outro deus maior!
 

O Ministro Vieira da Silva na compra de uma "grande Guerra"

O Ministro Vieira da Silva enviou ontem às confederações patronais e às centrais sindicais uma versão preliminar da reforma do Código de Trabalho que pretende vir a implementar.

Trata-se de um relatório elaborado por uma comissão presidida por Monteiro Fernandes que foi secretário de Estado do Trabalho da Profª Maria João Rodrigues, ministra de Guterres.

É uma versão ainda preliminar, assente numa filosofia completamente oposta e diferente da que tem formatado os hábitos deste país.

O grande princípio orientador de tudo é o da flexibilidade. A ser aprovada esta filosofia deixa de haver limites de horas de trabalho diárias - o que pode levar a horários tendencialmente muito concentrados em poucos dias segundo os interesses da empresa e os restantes dias de folgas.

Por outro lado, o relatório apresentado pretende definir de forma mais clara os fundamentos dos despedimentos, facilitando-os, designadamente os de inadaptação às funções, bem como agiliza os processos de despedimentos. Aponta ainda para uma redução de dias de férias e para subsídios mais baixos.

Vieira da Silva acaba de comprar uma "guerra", onde os guerreiros serão as centrais sindicais e com razão à partida no tocante a perda de regalias salariais, embora certamente batendo-se também contra a flexibilidade e nesta perdem a razão.


 

"GAFFES" ou Pouco Saber da Matéria?

Fernando Negrão já tem o seu número de "gaffes" q.b. nesta pré campanha. Sem umas aulinhas prévias tem de deixar de falar e aparecer em público. Um cursinho reforçado sobre como evitar trocar siglas e nomes de cidades não lhe teria ficado nada mal como preparação a candidato.

Agora já não vai a tempo. Durante a campanha terá de se conter ou levar um dicionario de siglas que pode sempre interromper para consultar.

Como informação objectiva sobre as "gaffes" de Negrão é de ler a primeira parte do dn.editorial, porque a segunda respeita a outro estilo.



2007-06-26

 

Livros que vale a pena ler (5)

FRANC-TIREUR – Autobiographie – Eric Hobsbawm – Hachette Littératures, collection Pluriel, 2007, 522 págs, € 10,80 (traduzido do inglês, ed. Penguin Books, 2002) – O autor nasceu em 1917, em Alexandria, de mãe austríaca e pai inglês, ambos judeus. Viveu em Viena e mais tarde, a partir de 1931, em Berlim, onde assistiu à queda da República de Weimar. Em 1933, inicia-se no estudo do marxismo, de que virá a ser um dos mais brilhantes cultores contemporâneos, e, pouco depois da tomada do poder por Hitler, deixa Berlim, à qual só voltou trinta anos mais tarde, fixando-se em Inglaterra onde passa a viver.
Esta autobiografia está organizada em três partes: a primeira compreende os capítulos político pessoais (I-XVI), que, por ordem cronológica, cobrem o período que vai dos anos vinte até aos anos noventa; a segunda (XVII e XVIII) respeita à sua carreira de historiador profissional; a terceira (XIX-XXII) evoca as regiões ou os países aos quais o autor esteve ligado (para além, naturalmente, da Mitteleuropa natal e da Inglaterra) durante largos períodos a sua vida: a França, a Espanha e a Itália, a América Latina e os Estados Unidos.
Autor de uma vastíssima obra, na qual, além da famosa triologia – “A era dos impérios, 1875-1914”; “A era do capital, 1848-1875”; “A era das revoluções, 1879-1848” – se destaca ainda “Nações e nacionalismo depois de 1780 – Programa, mito e realidade”; “Reflexões sobre o século XX”; e “A era dos extremos – história do curto século XX, 1914-1991”, Hobsbawm parece pretender com esta obra autobiográfica não tanto descrever a história do século XX a partir da sua própria experiência, mas antes ilustrar o contexto permanentemente mutável, mas sempre limitado, dentro do qual os homens podem fazer as suas opções. Dando assim razão a Marx, quando este diz: “Os homens fazem a sua vida, mas não a fazem como eles querem, não a fazem nas circunstâncias que eles escolhem, mas nas circunstâncias que eles encontram, dadas e transmitidas pelo passado” e pelo mundo que os rodeia.
(Selecção e texto de J.M. Correia Pinto)

 

Livros que vale a pena ler (4)

LA TERREUR ET LE DÉSARROI – Staline et son système – Nicolas Werth, Éditions Perrin, collection Tempus, Janeiro de 2007, 614 págs, € 11 – O autor, investigador do CNRS, participou no Livro Negro do Comunismo e escreveu também “La Russie en révolution” e “Le procès de Moscou”.
Na presente obra, ele explora os meandros do universo soviético sob Estaline, percorrendo desde a Revolução de Outubro até aos quatro anos seguinte à morte de Estaline os acontecimentos mais relevantes da URSS (Restauração do Estado, a grande fome ucraniana, os processos de Moscovo, etc.)
(Selecção e texto de José Manuel Correia Pinto)

 

Cassete Negrão


Depois do cassete Ruben e do cassete Jerónimo temos agora Fernando Negrão a usar a mesma táctica de repetir a mesma coisa muitas vezes.

Já não bastavam os cartazes, em 10 minutos de entrevista foi capaz de dizer mais de 10 vezes que quem manda em Lisboa são os Lisboetas e não o governo.

A ideia de si já é ridícula. A sua tese pelos vistos defende uma espécie de incompatibilidade dos partidos que estão no governo com aqueles que governam as câmaras. Por esta ordem de ideias, a seguir as freguesias não podiam ser ganhas pelos partidos que estão no governo ou na câmara.

Agora repetida e escrita até à exaustão torna-se irritante.
A ver vamos onde esta estratégia o leva.
 

Os independentes


Maria José Nogueira Pinto resolveu elogiar a candidatura de António Costa por causa da paridade de independentes. Quem a viu e quem a vê. Agora que lhe bateram, fez birra e saiu do CDS já valoriza os independentes.

Eu não tenho nada contra quem não é militante de um partido fazer parte de listas concorrentes desse partido a eleições.

Também não partilho do entusiasmo (ou ingenuidade) de achar que só pelo facto de não serem
militantes serão melhores candidatos do que aqueles que o são.

A independência pode ser benéfica em partidos como o PCP em que os militantes estão obrigados ao centralismo democrático.

Já o PS é conhecido pelas vozes internas discordantes se assumirem como tal e não serem normalmente punidas nem ostracizadas (salvo excepções como o que se passou com Carrilho em congresso).

Se em vez de independentes existisse um termo para "não oportunista" ou "não carreirista" e esse fosse um critério para inclusão numa lista candidata, então talvez obtivessem os meus aplausos.

De notar que acho que António Costa consegue claramente apresentar a lista candidata mais capaz à Câmara de Lisboa. Mas não o é por ser paritária em independentes ou em mulheres. É porque aquelas pessoas têm intrinsecamente qualidade.

2007-06-25

 

ATL para meninos de Lisboa



Ontem António Costa declarou a sua vontade em que os meninos de Lisboa possam ter actividades de tempos livres quando nas interrupções lectivas.

Este tipo de actividades são já actualmente organizados por algumas Juntas de Freguesia da cidade. Infelizmente as vagas disponíveis são claramente insuficientes (menos de 10% das inscrições sem divulgação) e existem apenas nas chamadas "Juntas ricas".

Muito boa ideia e verdadeiramente necessária, no entanto, pouco exequível por aquele que já ouvi por várias vezes dizer que não tem dinheiro nem para fazer cantar um cego.

É que este tipo de actividades não se fazem sem o vil metal. Tem os custos mais variados, desde o transporte, animadores culturais, seguros, aluguer de espaços e equipamentos, etc.

Desta forma penso que António Costa não conseguiu ficar calado e manter a sua postura de seriedade não prometendo quando não tem dinheiro para "vícios".
 

Venda livre de medicamentos mas sem comparticipação

Não consigo perceber porque razão se fica "a meio" de uma "guerra", quando é necessário terminá-la com conta, peso e medida e, se possível, até por negociação.

Vem tudo isto a propósito de algumas medidas avulso, mas algo inconsequentes, que o Ministério da Saúde tem vindo a tomar, que afectam o negócio farmaceutico, vulgo monopólio das farmácias.

Ainda hoje ouvi a proprietária da primeira parafarmácia que se situa, em Santarém, dizer que decretar a venda livre de mais fármacos mas, se fora das farmácias sem comparticipação, é discriminação favorável às farmácias e prejudicial aos doentes. E acrescenta que não atinge a razão alegada pelo ministério: complexidade na montagem do sistema de comparticipação.

Esta medida não medida não vai no sentido da concorrência que se diz querer promover, porque só vai resultar em situações de aperto do doente e, desta forma, não se atingem os objectivos da venda livre: a baixa dos preços do medicamento.

Temos, pois, um negócio enviesado em termos de mercado, tanto mais, segundo me informaram, há medicamentos a que as parafarmácias dificilmente têm acesso devido a monopólio na distribuição grossista que defende os interesses das farmácias.

2007-06-24

 

Livros que vale a pena ler (3)

KARL MARX ou l’esprit du monde – Jacques Attali, “Le Livre de Poche”, Abril de 2007, 600 PÁGS., € 8 (editado originariamente por Fayard, em 2005) – Quase vinte anos depois da queda do muro de Berlim, esta biografia de Marx, muito bem documentada, não deixa de constituir uma interessante leitura numa época em que se acelera o processo de globalização, por ele previsto. Por outro lado, como diz J. Attali, se outras razões não houvesse, o facto de nunca um autor ter tido tantos leitores, de nunca um revolucionário ter reunido tantas esperanças, de nunca um ideólogo ter suscitado tantas interpretações e de nunca um homem, à parte alguns fundadores de religiões, ter exercido no mundo uma influência comparável à que Karl Marx exerceu no século XX, estas seriam mais do que suficientes para que a vida e obra do grande pensador continuem a ser conhecidas e divulgadas.

(Sugestão e texto de José Manuel Correia Pinto)

 

Livros que vale a pena ler (2)

LE POUVOIR ET LA VIE – Choisir – Valéry Giscard d’ Estaing, editado pela Compagnie 12, disponível em « le Livre de Poche », em Março de 2007, 634 págs, €7,50. Na sequência dos dois anteriores volumes de memórias, 1. le Rencontre ; 2. L’Affrontement (também editados no “Le Livre de Poche”, em volume único), Giscard d’Estaing, ex- Presidente da República Francesa (1974-81), relata neste livro os quatro anos finais do seu mandato – 1978-1981. Embora os livros de memórias sirvam a maior parte das vezes para os seus autores dizerem o que pensam hoje sobre o que fizeram ontem, este livro de Giscard descreve com credível sinceridade e grande elegância de linguagem os momentos mais emocionantes da segunda parte do seu mandato. No contexto guerra-fria que então se vivia, a descrição da crise da Polónia, as tergiversações do presidente Carter no seu relacionamento com a Europa, a proximidade (cumplicidade) com o Chanceler alemão, Helmut Schmidt, são, entre outros, alguns dos momentos mais interessantes da narrativa. Como deliciosos são também os relatos do seu encontro com Adolfo Suarez, no Eliseu, no quadro das negociações de adesão da Espanha à, então, CEE e das manobras políticas internas que conduziram à sua derrota frente a Mitterrand.
(Sugestão e texto de José Manuel Correia Pinto)

 

Parabéns ao Blogo Existo


E a João Pinto e Castro pelo 4º aniversário do seu excelente blog que felizmente existe.

E já agora recomendo além de uma visita geral a atenção para este post ou este em que mostra como o Público tem vindo a revelar-se um jornal menos escrupuloso. E com menos notícias. Apesar de algumas boas colaborações e bons jornalistas aparece cada vez mais como um jornal de opinião... tendenciosa.

 

UE um passo em frente e vários atrás. Ah! não esquecer o referendo

Angela Merkel conseguiu por fim salvar o acordo. Um acordo rendilhado de discordâncias. Sócrates diz que ainda vai ter de se esforçar muito para pôr em letra de tratado as mil e uma excepções necessárias ao linguajar eleitoralista de cada Estado membro. A "Constituição para a Europa", "aprovada por consenso pela Convenção Europeia em 2003" que em tempos Bruxelas, solícita e gratuitamente me enviou quando invoquei a minha condição de cidadão europeu vai assim, sem glória, com as suas 330 páginas, para o lixo.
A Constituição vinha pomposamente simplificar a selva tratadística. Agora com mais um tratado teremos mais selva.
O que mais falta fazia, uma UE realmente existente no plano político, com voz e autoridade para não andar a reboque de ideias salvíficas como a de invadir o Iraque, ficou adiado. Adiados também novos passos para uma maior participação dos cidadãos, mais igualdade, mais coesão social.

É indispensável garantir o avanço da construção europeia. A paragem rapidamente se traduziria em retrocesso e numa alternativa pior.
O sucesso de políticas que favoreçam as pessoas e não apenas os negócios exige uma muito maior participação destas. Por isso nada de desculpas para impedir o referendo. Pelo menos servirá para melhor sabermos o que nos é servido.

(Alterei e encurtei a prosa. Alguém deu por isso?)

2007-06-23

 

Assim vai o mundo

Lá fora:
Lech Kaczynski um dos gémeos que mandam na Polónia não só desarmou a chanceler Ângela Merkel como a deixou de queixo caído ao argumentar que o seu país não podia ficar prejudicada na capacidade de decisão no futuro tratado europeu em relação aos alemães lá por estes serem 83 milhões e os polacos apenas 38. É que se na 2ª guerra mundial a Alemanha não tem morto 6 milhões de polacos (aí, percebeu-se perfeitamente, ele fez rapidamente a conta pelos dedos) eles seriam hoje 60 milhões. O argumento apesar de muito bem pensado não convenceu Merkel que concluiu logo que a ir por aí ainda a obrigariam a pagar 6 milhões de Judeus, 20 milhões de russos e por aí fora ainda que tivesse direito ao desconto de uns 10 milhões de alemães mortos para o 3º Reich ter conseguido a proeza de matar tanta gente.
Cá dentro
Manuel Alegre zangou-se com qualquer coisa do PS (não precisou de procurar muito) e ameaçou ir às reuniões do grupo parlamentar do PS a que deixou de ir desde que ficou com aquele milhão e tal de votos, apesar da obrigação que tem de não faltar.

 

A língua em cima da mesa

A forma de decisão na UE está em cima da mesa. E a determinação de Merkel contra intransigência polaca também está em cima da mesa. E não só a Ota continua em cima da mesa, como também em cima da mesa está a rede de AV (ah já me esquecia, não sabem o que é. Pois estão habituados a uma das marcas do produto. AV=Alta Velocidade e TGV=AV dos franceses) Pois a AV está mais que nunca em cima da mesa.
Na Assembleia da República também está em cima da mesa uma proposta de lei para se proibir a expressão "está em cima da mesa" mas a par da proposta a má vontade de alguns deputados também está em cima da mesa porque se se proibe a belíssima expressão que está em cima da mesa o país pára. Os locutores da rádio e da televisão emudeceriam boa parte do tempo. O mesmo sucedendo aos políticos que todos os dias põem em cima da mesa várias coisas do seu ministério e assim, sem "poderem pôr em cima da mesa", onde poriam eles as coisas? Não menos grave, dizem-me, era a situação que se criaria ao país ao não poder pôr a União Europeia em cima da mesa nos próximos seis meses. Ficaríamos com a União por baixo da mesa? Isto é apenas um suponhamos. Por isso eu junto-me às vozes que querem empobrecer a nossa língua retirando de forma expressa esta expressiva expressão que, aliás, e a pensar em si, aqui a
ponho em cima da mesa.

 

É urgente acabar com o condicionamento legal

Há actividades comerciais que continuam condicionadas. Por exemplo, a parafarmácia.

Não faz sentido que, quem queira abrir uma loja para o exercício desta actividade, tenha de aguardar meses por uma autorização do Infarmed na parte que respeita aos medicamentos de venda livre. É absurdo, é uma prática anti - comércio.

O que deveria Ser. Quem pretenda abrir, na base da legislação existente, um negócio destes, apenas tem de cumprir a lei reguladora. Que se exija uma declaração do cumprimento e a partir daí que se realizem eventuais monitorizações, tudo bem.

Tudo o resto é idade média.

E às vezes esta exigência "legal" pode ser o suficiente para inviabilizar um pequeno investimento, por atrasar o arranque, por exemplo, numa zona de praia.

 

"Deitar trancas à porta"

Ou "pôr trancas na porta", julgo ser um ditado popular de múltiplos sentidos.

Vejamos se aqui se aplica.

Segundo li um piloto da força aérea custa ao Estado português 2,5 milhões de euros para se tornar um bom operacional e pode sair, sempre que queira, ao fim de oito anos e ingressar na privada.

Foi, aliás o que aconteceu, desde 1987, com 400 pilotos que trocaram a "sua" (nossa- cada um de nós "deu" de certeza uns tostões para esta formação) força aérea pela aviação civil. Se cada um destes pilotos fosse futebolista, quem adquiriu o seu passe pagava um "x" variável consoante a idade e o tempo que esteve no (s) clube (s) de formação. Aliás, este exemplo vem hoje na comunicação a respeito do Tiago e não é tão pouco como isso. Para alguns clubes pequenos viabiliza-lhe mesmo o orçamento do ano.

Sei perfeitamente que nos encontramos num país muito rico, um orçamento a transbordar e, portanto, isto não conta!!.

De qualquer modo, prefiro que não me vão mais ao bolso.


 

To Good Guys Dead


They sucked us in;
King and country,
Christ Almighty
And the rest.
Patriotism,
Democracy,
Honor--
Words and phrases,
They either bitched or killed us.

Ernest Hemingway

 

Fim do ano lectivo


Terminou mais um ano lectivo. Estamos em tempo de balanço.

O meu ponto de vista é o de Pai, membro da Associação de Pais e amigo de vários professores.

Neste ano, no 1º ciclo assistiu-se à implementação efectiva no terreno de actividades extra curriculares entre as 15:30 e 17:30.
A ideia é boa mas funcionou ainda muito mal. O modelo criado foi baseado na criação de empresas que prestariam serviços às escolas. O que aconteceu é que a verba disponibilizada de tão curta que é aposta na criação de empresas que não têm outra hipótese que não seja a aposta em baixos ordenados (estamos a falar inferiores ao ordenado mínimo nacional) e uma enorme precariedade. Pior ainda foi que os pagamentos nunca foram feitos a horas o que veio adicionar um enorme custo financeiro a um negócio que já por si é mau. Como é óbvio as empresas não existem para perder dinheiro e isso leva-me a crer que este modelo não é sustentável.
Eu diria que ou a verba aumenta ou se muda o modelo apostando em parcerias com as agremiações culturais e desportivas cujo fim não é o lucro mas sim a promoção das actividades.
Já é altura de achar que apenas as IPSS (dominadas em larga maioria pela igreja) ou empresas privadas são os parceiros naturais para este tipo actividade.

No 2º e 3º ciclo as aulas de substituição pareceram-me começar a estabilizar e a funcionar bem (sem aqueles exageros de alguns professores que propositadamente colocavam os meninos a jogar sudoku).

Quanto à presença dos professores na escola, assistiu-se à criação de clubes de mau estar. Os meios não chegaram (salas, computadores, impressoras) e os professores têm de se manter na escola para depois quando chegam a casa poderem finalmente trabalhar com os meios por si adquiridos. Trata-se de uma enorme injustiça em que se está a prejudicar e desmotivar aqueles que já se dedicavam e apenas a obrigar a ficar na escola aqueles que nada faziam.

Para além disso a Ministra não mostra a mesma mão de ferro para com aqueles que junto a ela falham : Directores Regionais ; "professores" do ministério ; Responsáveis pelos exames.

Já aqui o disse e volto a dizer: não basta governar por decreto. É preciso também mostrar trabalho. Quem governa tem que se mais positivo depois da enorme energia negativa lançada sobre os profissionais, caso contrário estamos em presença de uma espécie de Sá Fernandes que sabe dizer mal dos outros mas nunca mostrou ser capaz de algo construir.
Sendo de uma escola como o ISCTE a Ministra poderia ir aprender qualquer coisinha sobre técnicas de motivação e liderança.

2007-06-22

 

Livros que vale a pena ler (1)

ANDANÇAS COM HERÓDOTORyszard Kapuscinsky, editado pelo Campo das Letras, em Abril de 2007, 232 págs., €14,70 – O autor nasceu na Polónia, em 1932 e iniciou a sua actividade como jornalista em 1955. No desempenho da sua profissão foi enviado como correspondente para a Índia e para a China, nos fins da década de 50 e mais tarde foi também correspondente em África e na América Latina, tendo no continente africano presenciado e relatado alguns dos grandes movimentos nacionalistas da época. Ao longo da sua carreira presenciou 27 revoluções, viveu 12 frentes de guerra e foi 4 vezes condenado à morte por fuzilamento. Em 2003 foi distinguido com o Prémio Príncipe das Astúrias de Comunicação e Humanidades. Faleceu em 2007.
O Campo das Letras tem vindo a publicar a sua obra em Portugal desde 1998. Mais um Dia de Vida – Angola 1975 (1998); Ébano – Febre Africana (2001), O Imperador (2004) e O Império (2005).
Em Andanças com Heródoto, Kapuscinsky descreve alguns acontecimentos políticos que testemunhou, “aproximando-os dos acontecimentos que Heródoto descreve”. Apesar de os dois autores viverem épocas muito distintas, separadas por mais de dois mil e quinhentos anos, continua a ser tão difícil hoje como era então compreender o curso da história dos outros povos.
(Sugestão e texto de José Manuel Correia Pinto)

 

Por favor ponham à vista livros em vez de lixo

- Já reparaste que não há livraria que não tenha a montra, os escaparates, tudo quanto é local exposto à vista, cheio de lixo pseudo literário?
- É o Código daqui e o Código dali. O Código do Código. Livros de capas luminosas mas de conteúdo rasca. Misticismo, literatura a metro, romance de cordel.
- Talvez seja o que as pessoas compram...
- Ou o que lhes impingem.
- A livraria que para além de procurar o indispensável lucro também pretendia ter uma acção educativa e tinha amor ao livro, à boa literatura... está a desaparecer na voragem exclusiva do lucro.
- Já não há ou rareia o livreiro culto. Foi substituído pelas sociedade anónimas que não têm nem querem ter qualquer papel cultural.
- Livros ou chouriços tanto faz.
Estávamos assim nesta conversa eu e o José Manuel Correia Pinto quando decidimos postar aqui no Puxa algumas sugestões de livros que nos parecem valer a pena ler.
Bom proveito.

 

O Portal da Literatura...

... através de Carlos Porfírio, pediu-me uma entrevista. Aqui falo das várias entrevistas dadas e encontra-se o link que a ela conduz.
 

O Islão fanático e terrorista o grande inimigo dos palestinianos

Gaza tem 1,5 milhões de habitantes inteiramente dependentes de ajuda internacional para sobreviverem. As reservas alimentares chegam para 10 dias ou um pouco mais.
O Hamas, movimento islamita fanático e terrorista ganhou as eleições e não conseguindo entender-se com a Fattah para governar conseguiu após uma carnificina fraticida destrui-lo conquistando todo o poder em Gaza. Vamos ver para que lhe serve? Perceberão que o fanatismo religioso pode servir para drogar as massas e criar terroristas suicidas mas não para resolver os problemas dos Palestinianos?
No Público Margarida Santos Lopes fala-nos de uma população arregimentada em grandes famílias tribais, verdadeiras máfias, com os seus exércitos privados, disputando entre si e às polícias e milicias o poder caído na rua:

"Gaza não se tornou apenas num campo de batalha entre laicos e islamistas, ou num bastião exclusivo do Hamas. Foi sobretudo desde a morte de Yasser Arafat, em 2004 - o velho do kaffyeh restaurou o poder das famílias mas não hesitava em destruir-lhes as casas quando o desafiavam -, que a pequena faixa se tornou num centro de implacáveis mafiosos. Os negócios são vários: contrabando de armas e droga, furto de viaturas, raptos como pressão ou para extorsão. Suspeita-se que seja o clã Dogmush, sob a capa de Exército do Islão, que mantém sequestrado desde há três meses Alan Johnston, da BBC.

A combinação de Máfia com Al-Qaeda faz com que os clãs de Gaza não só se dediquem a acumular riqueza e influência mas também a abomináveis práticas sociais e religiosas. Entre os seus alvos preferenciais estão os cibercafés, assaltados e incendiados por serem "impurezas do Ocidente". Mais cruéis são os chamados "crimes de sangue". Avi Issacharoff alertou recentemente, no diário hebraico Ha"aretz, que mulheres têm sido executadas, os cadáveres despejados nas ruas ou enterradas em segredo, para "lavar a honra da família". ... [link]


 

ETA com bases no Algarve?

O terrorismo basco da ETA parece ter bases em Portugal, provavelmente no Algarve, conclusão para que aponta a detenção de um automóvel em Ayamonte alugado em Lisboa, com matrícula portuguesa verdadeir (segundo o El País) com 115 kg de explosivos e outros materiais para fabrico de explosivos e bombas incendiárias. O carro foi abandonado quando os terroristas se aperceberam de patrulhas na estrada.
O terrorismo basco ameaça com nova onda de atentados ao fazer fracassar a tentativa de Zapatero de pôr fim ao terrorismo através de negociações mais ou menos indirectas e que tem servido de cavalo de batalha da guerra sem quartel em que "vale tudo" do PP contra o governo do PSOE.
[Público] e [El País].

2007-06-21

 

Under21...

Sub21. Excelentes jogadores tem Portugal, com realce para os oriundos do Sporting. O que fui eu dizer!!. Mas é verdade. A única nódoa nisto é o Manuel Fernandes que, apesar de muito bom, não foi do Sporting Clube de Portugal. Mas lá diz o ditado a excepção confirma a regra. Acho que ele tem alguma vergonha de dizer que gostaria de voltar a Portugal para o Sporting. Bom embora isto seja sempre e só uma questão de cheque!!

A esta equipa maravilhosa de sub21 (digo a sério) só faltou um treinador. José Couceiro poupem -me. Este mundo não é o dele. Porque não puseram lá apenas o Rui Caçador?
 

Boris Yelstin era um santo ?


Segundo o jornal Tvoi Den parece que querem canonizar Boris Yeltsin.

Descobri esta notícia por acaso.

Deve ser pelo seu contributo no aumento da produção de vodka.
 

Joe Satriani em Lisboa

Marquem nas agendas.
Dia 28 no parque do Tejo (junto à foz do Trancão).
Joe Satriani dá um espectáculo inserido no Super Bock Super Rock.
Não percam !


 

Torre De Névoa




Subi ao alto, à minha Torre esguia,
Feita de fumo, névoas e luar,
E pus-me, comovida, a conversar
Com os poetas mortos, todo o dia.

Contei-lhes os meus sonhos, a alegria
Dos versos que são meus, do meu sonhar,
E todos os poetas, a chorar,
Responderam-me então: “Que fantasia,

Criança doida e crente! Nós também
Tivemos ilusões, como ninguém,
E tudo nos fugiu, tudo morreu!…”

Calaram-se os poetas, tristemente…
E é desde então que eu choro amargamente
Na minha Torre esguia junto ao céu!…

Florbela Espanca - O Livro das Mágoas


 

Psiquiatra trata dissidências no Avante

Informado pelo João Tunes, no seu post do Água Lisa, de que o Avante preocupado com o livro Álvaro Cunhal e a dissidência da terceira via e experiente dos métodos brejnevianos para tais casos, fiquei a saber que se socorreu, no número da semana passada, da colaboração do psiquiatra José Manuel Jara para arrumar o caso das dissidências.
Esforçadamente reuni paciência e obriguei-me a registar o caso aqui no blog da Grande Dissidência.

 

Uma notícia preocupante

Acabo de ler na secção do DN Última Hora o seguinte:

"Denúncia . Parpública pede desculpas

A Parpública admitiu que errou ao denunciar uma funcionária da Fábrica Mendes Godinho que alertou o fisco por alegadas dívidas fiscais da empresa. A Parpública vai apresentar um pedido de desculpa a Alice Marques, que viu as suas perguntas enviadas às Finanças acabar nas mãos de uma administradora da Mendes Godinho que exerce funções na Parpública, de acordo com o site PortugalDiário. Alice Marques acabou por desvincular-se da firma".
Para já é uma notícia curta a exigir muito mais investigação no sentido dos cidadãos serem informados e avisados.
Questões que se levantam a este caso gravíssimo, entre outras.
Primeiro, tudo começa por uma denúncia. Quem era essa funcionária? Porque há funcionárias (os) que podem ser ou não obrigados a comunicar irregularidades ao Fisco para não serem corresponsáveis.
Segundo, a Parpública é uma empresa pública, dependente das Finanças. Mas certamente a denúncia foi feita ao fisco e não à Parpública. Como chega então a denúncia da Alice Marques à Parpública?
Terceiro, como pode uma administradora da fábrica Mendes Godinho exercer funções na Parpública? Não há regime de incompatibilidades? Não se trata de uma pessoa qualquer, mas de uma administradora. E que funções exercia?
Quarto, a funcionária Alice Marques acaba por ser despedida, embora a notícia lhe dê outro nome.

Neste imbróglio todo, não terá a Parpública de ir para além de um simples pedir de desculpas a Alice Marques? Não terá o ainda Director Geral dos Impostos de explicar como um papel enviado, pressuponho ao fisco, é pelo menos isso que diz a notícia foi bater à Parpública e foi ter às mãos de uma senhora administradora da empresa visada que presta funções na Parpública?

Não haverá aqui contornos criminais?
Acho que esta situação deveria resultar num inquérito bem fundo promoido pelo Ministro das finanças e apurados os contornos serem aplicadas as devidas penalizações.
Gostaria de ouvir opinar os "nossos" fiscalistas sobre este caso.


2007-06-20

 

Mil e uma maneira de "ver" o FRANGO

É de ler, algumas bem apinhadas.

Isto é produto de um email recebido de uma pessoa amiga.

UM FRANGO ATRAVESSOU A RUA… PORQUÊ???


PROFESSORA PRIMÁRIA : Porque o frango queria chegar ao outro lado da rua.
CRIANÇA: Porque sim.
PLATÃO: Porque queria alcançar o Bem.
ARISTÓTELES: Porque é da natureza do frango atravessar a rua.
DESCARTES: O frango pensou antes de atravessar a rua; logo, existe!
ROUSSEAU: O frango por natureza é bom; a sociedade é que o corrompe e o leva a atravessar a rua!
FREUD: A preocupação com o facto de o frango ter atravessado a rua é um sintoma de insegurança sexual.
DARWIN: Ao longo dos tempos, os frangos vêm sendo seleccionados de forma natural, de modo que, actualmente, a sua evolução genética fê-los dotados da capacidade de cruzar a rua!
EINSTEIN: Se o frango atravessou a rua ou se a rua se moveu em direcção ao frango, depende do ponto de vista. Tudo é relativo!
MARX: O actual estádio das forças produtivas exigia uma nova classe de frangos, capazes de atravessar a rua.
MARTIN LUTHER KING: Eu tive um sonho. Vi um mundo no qual todos os frangos livres podem cruzar a rua sem que sejam questionados os seus motivos. O frango sonhou!
GEORGE W. BUSH: Sabemos que o frango atravessou a rua para poder dispor do seu arsenal de armas de destruição massiva! Por isso tivemos de eliminar o frango!
CAVACO SILVA: Por que é que atravessou a rua, não é importante. O que o País precisa de saber é que, comigo, o frango vai dispor de uma conjunctura favorável. Não colocarei entraves para o frango atravessar a rua.
JOSÉ SÓCRATES: O meu governo foi o que construiu mais passadeiras para frangos. Quando for reeleito vou construir galinheiros de cada lado da rua para os frangos não terem de a atravessar. Cada frango terá um documento único de identificação e será avaliado e tributado de acordo com a sua falta de capacidade para atravessar a rua.
MÁRIO SOARES: Já disse ao frango para desistir de atravessar a rua! Eu é que vou atravessar! Não vou desistir porque sei que os portugueses querem que eu atravesse outra vez a rua!!!
MANUEL ALEGRE: O frango é livre, é lindo, uma coisa assim ... com penas! Ele atravessou, atravessa e atravessará a rua, porque o vento cala a desgraça, o vento nada lhe diz!
JERÓNIMO DE SOUSA: A culpa é das elites dominantes, imperialistas e burguesas que pretendem dominar os frangos, usurpar os seus direitos e aniquilar a sua capacidade de atravessar a rua, na conquista de um mundo socialista melhor e mais justo!
VALENTIM LOUREIRO: Desafio alguém a provar que o frango atravessou a rua. É mentira . ..!!! É tudo mentira!!!
LUÍS FILIPE VIEIRA: Atravessou! Claro que atravessou, hum. Atravessou e todo o mundo sabia que ele ia atravessar, toda a gente viu e ninguém fez nada, hum.
Eu vi-o atravessar, hum!
JOSÉ VEIGA: Não fui eu que disse ao frango para atravessar a rua! Quem disser o contrário, mente! Claro que se ele atravessou foi porque quis! Quem me diz a mim que ele não queria atravessar? Isto é mais uma cabala para me atingirem a mim e para atingirem o frango! Eu nem o conhecia, só estava lá como amigo dele!
CAROLINA SALGADO: Foi o Jorge Nuno que o mandou atravessar a rua! Ele queria fruta e chocolatinhos!
PINTO DA COSTA: Eu penso de que o frango queria atravessar a rua para se juntar ao Bobby e ao Tareco! Não foi para ir a minha casa e se foi, foi inconveniente, não fui eu que o convidei!!!
OCTÁVIO MACHADO: O frango é o Big Laden!!! Só atravessou a rua para me armadilhar. Vocês sabem do que estou a falar!!! E mais não digo, porque senão muitos frangos vão perder a cabeça!!!
JESUALDO FERREIRA: Estou muito feliz! O frango atravessou a rua porque quis demonstrar que quer ser campeão! Provou que é um dos melhores frangos dos últimos tempos!
PAULO BENTO: O frango atravessou a rua com naturalidade ... Era isso que esperávamos e foi isso que aconteceu, com naturalidade. O frango ainda é muito jovem, e estas coisas pagam-se caro, com naturalidade!!!
FERNANDO SANTOS : O frango estava bem e de repente, parece que está mal! Não se percebe! Quando parecia que era capaz de atravessar a rua, encolheu-se, a rua cresceu para ele e não foi capaz. Vamos conversar e resolver, ainda há muitas ruas para atravessar!
LUÍS FILIPE SCOLARI: O frango é brasileiro! Mas cruzou a rua, está naturalizado, portanto, é português. Eu vou convocar qualquer português, mesmo que seja brasileiro, angolano ou chinês. Lá na Conchinchina não tem português jogando? Então? Eu vou botar as penas do frango p'ra jogar. Botem vocês também, nas janelas e toda a gente vai se sentir frango também!!!
JOSÉ MOURINHO: Cruzou a rua porque é um verdadeiro special one, como eu. De resto, não o conseguiria fazer sem as minhas indicações. A táctica na abordagem da rua foi perfeita e ideal para este tipo de situações. Eu sabia que ele não ia falhar, como de facto não falhámos.
MÁRIO JARDEL: Atravessou a rua com o meu chute, graças a Deus, né? Apareceu na minha frente, chutei e deu gol!!!
RICARDO: Eu não tive culpa! Acham que eu tive culpa? Eu não vi o frango partir, como é que o podia apanhar? Só quem não percebe disto é que pode dizer que a culpa foi minha.
SPORTINGUSTA: Atravessou a rua porque é nobre, é um ser superior, da raça dos leões. Não tem culpa que o sistema não o deixe cruzar a rua mais vezes!!!
BENFIQUISTA: Parecia a Glória a voar de um lado ao outro da rua! Caíu porque pensou que tinha mesmo asas . .. de voar. A culpa foi do Pinto da Costa, não sei porquê, mas ele é que é o culpado.
PORTISTA: Atrabessou a rua porque é um campeon, carago!!! Parecia o Celtic, o Manchester, o Mónaco, o Benfica e o Sporting, todos juntos, a enfardarem, à conta do galináceo. Forca-se!!! Ah frango do carago!
Capitão JAMES T. KIRK: Para ir mais além ... para lá das estrelas, onde nenhum frango jamais sonhou ir...
ZÉZÉ CAMARINHA : Porque foi ao engate! É um verdadeiro macho, viu uma franga camone do outro lado da rua e já se sabe, não perdoou!
FEMINISTAS: Para humilhar a franga, num gesto tipicamente machista, para tentar provar que ela jamais terá habilidade suficiente para cruzar a rua.
JOSÉ EDUARDO MONIZ: É uma notícia bárbara ...Um acontecimento inacreditável ... Ponham no ar ... Ponham no ar as imagens do frango a atravessar a rua!!!
LILI CANEÇAS: Porque queria juntar-se aos outros mamíferos.
ZÉ TROLHA: Porque do outro lado da rua estava uma Sagres fresquinha!
DROGADO: O frango fez uma viagem, men ...

 

Minha culpa


Sei lá! Sei lá! Eu Sei lá’ bem

Quem sou? Um fogo-fatuo, uma miragem…
Sou um reflexo… um canto de paisagem
Ou apenas cenario! Um vaivem

Como a sorte: hoje aqui, depois alem!
Sei la’ quem sou? Sei la’! Sou a roupagem
De um doido que partiu numa romagem
E nunca mais voltou! Eu sei la’ quem!…

Sou um verme que um dia quis ser astro…
Uma estatua truncada de alabastro..
Uma chaga sangrenta do Senhor…

Sei lá quem sou?! Sei lá! Cumprindo os fados,
Num mundo de maldades e pecados,
Sou mais um mau, sou mais um pecador…

Florbela Espanca - Charneca em Flor

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Hoje, vá-se lá saber porquê, achei que este poema me lembrava a personagem com que assino.
Resolvi partilhar no puxa.
Tenho mesmo de deixar de beber água ao almoço :-)

 

Mediterranean Sundance Friday Night in SanFran

Em 1980 tinha eu 15 anos. Quando o meu irmão Pedro apareceu com o LP em casa ouvi tantas e tantas vezes que até fartava o resto da família.
Na altura chamávamos-lhe os "campeonatos do mundo de guitarra".

Anos mais tarde comprei o CD e continua a ser daqueles que mais ouço.
Agora também posso ver :-) e partilhar com os outros a emoção com que (ainda) ouço semelhante virtuosismo.

Tenho uma filha de 12 anos para quem (a pedido dela) selecciono a música com que ela anda no MP3.
Diz-me muito (com uma pontinha de orgulho) de que os amigos acham a música dela muito estranha. Pudera... Em vez de Shakira, Celine Dion e afins copio Pink Floyd, Peter Gabriel, Jorge Palma, Sérgio Godinho, Renault, Aguaviva, Ben Harper, Frank Zappa e Manu Chao.
Quando me diz que no entanto prefere as minhas às das colegas ganho o dia. Espero que esteja a ser sincera.

Tinha-me esquecido desta obra prima. Hoje à noite vai já para o aparelho.


 

Aqui del rei : Apareceu UM rato morto

Grande alarido hoje na comunicação social porque apareceu um rato morto no tribunal da boa hora.

Os senhores doutores juízes não têm ideia do local onde vivem ?

É que ratos mortos aparecem todos os dias nas escolas de Lisboa. E tal como no caso do tribunal a inspecções são realizadas e concluem a existência de condições para o funcionamento.

Tive até a oportunidade de uma das vezes falar com os inspectores que me explicaram que os ratos existem nas cidades e que gostam de locais agradáveis. Se existir comida ainda melhor.

O que há a fazer (e faz-se) são desinfestações. Mas eles irão forçosamente voltar a aparecer. Ainda mais em instalações antigas em que portas, esgotos, etc não estão de acordo com as mais modernas técnicas para evitar o seu aparecimento.

Acho muito bem que se lute por melhores condições de trabalho, mas não exagerem na forma como o fazem. É que de tão ridículo irá desacreditar a sua própria luta.

Imaginem que os deputados pediam o fecho da AR porque apareceram umas baratas mortas na cantina.

2007-06-19

 

A comunicação social à procura do furo do ano

Não estou a inventar. A vida do jornalista político ainda muito agitada desde há dias, desde que o CDS/PP publicitou os benemériots dos 1 milhão de euros, que entraram, em determinado período, na sua conta bancária.

Agitam-se as redacções, os atropelos são mais que muitos, zangam-se, todos os golpes são admíssiveis, desunham-se por saber onde encontrar, como descobrir Jacinto Leite Capelo Rego. É aqule furo que "me" projecta.

Toda a comunicação está na onda.

É que este cidadão de seu nome pode eventualmente vir a ser proposto para uma redução de pena ou para uma condecoração, consoante o seu estado de cidadania. Uma equipa nomeada por quem de direito na atribuição destas prebendas anda já a tratar em tão ilustre processo.

Para ser honestinho este post tem inspiração no JN.

 

Uma provocação aqui aos amigos do PUXA

É só para desanuviar porque isto de OTA's e quejandos continua animado, embora em suspensão, mas a provocar algum cansaço.

Como estamos na época de transferências, seria uma honra, mas não sei se algum de nós está na lista, via blog "Manchester" no mínimo. O Raimundo é quem domina o mercado e lá saberá das negociações secretas que anda a fazer com o Carlos Queirós.

Temos que nos precaver, embora um lagarto nunca possa ir bater a "um lar da terceira idade", na versão de Joe Berardo, "a equipa do Benfica".

Sobre Joe Berardo duas frases interessantíssimas, neste contexto de grande amor benfiquista. Vamos lá:

1ª "Joe Berardo é a grande contratação benfiquista de Verão" - Pedro S. Guerreiro"Jornal de Negócios"
2ª "Por muito amor que Berardo tenha pelo Benfica, tem muito mais amor pelo seu dinheiro -"Pedro Marques Pereira, Diário Económico


 

Neurastenia

Sinto hoje a alma cheia de tristeza!
Um sino dobra em mim Ave-Maria!
Lá fora, a chuva, brancas mãos esguias,
Faz na vidraça rendas de Veneza…

O vento desgrenhado chora e reza
Por alma dos que estão nas agonias!
E flocos de neve, aves brancas, frias,
Batem as asas pela Natureza…

Chuva… tenho tristeza! Mas porquê?!
Vento… tenho saudades! Mas de quê?!
Ó neve que destino triste o nosso!

Ó chuva! Ó vento! Ó neve! Que tortura!
Gritem ao mundo inteiro esta amargura,
Digam isto que sinto que eu não posso!!…

Florbela Espanca - Livro de Mágoas
 

Linkin Park - What I've Done


In this farewell,
There is no blood,
There is no alibi,
Cause I’ve drawn regret,
From the truth,
Of a thousands lies,
So let mercy come and wash away…

What I’ve Done,
I’ll face myself,
To cross out what I’ve become,
Erase myself,
And let go of what I’ve done…

Put to rest,
What you thought of me
While, I clean this slate,
With the hands,
Of uncertainty,
So let mercy come,
And wash away…

What I’ve Done,
I’ll face myself,
To cross out what I’ve become,
Erase myself,
And let go of what I’ve done…

For what I’ve done,
I start again,
And whatever pain may come,
Today this ends,
I’m forgiving what I’ve done…

I’ll face myself,
To cross out what I’ve become,
Erase myself,
And let go of what I’ve done…

(Na,Na,Na) [Mike Shinoda!]

What I’ve Done,
What I’ve Done,
Forgiving what I’ve done…


 

Poderes e ouvidores (5)

Se tentarmos escapar à tentação malévola dos processos de intenção, o meu poste anterior constatava o enfraquecimento do Governo e, passando agora por cima dos aspectos estruturais (remodelação casuística com a saída dos três ministros de estado iniciais); da severidade e brutalidade de algumas políticas públicas que qualquer governo de direita, com o PS na oposição, seria obrigado a fazer mais negociadamente; e, finalmente, dos casos de paranóia intolerante e persecutória (processo Charrua, exclusão da Associação dos Professores de Matemática, e agora, pasme-se, a intimação do blogger do Portugal Profundo), não me parece que possa ser acusado de estar a falar de coisas que não reconheçamos como marcas dos tempos que correm...

A prestação governativa, convenhamos, tem tido os seus problemazitos...

Ia eu nestas congeminações, quando o meu amigo e vizinho de bloganço, João Tunes, me interpela no seu Água Lisa (6), ferindo a minha susceptibilidade de pensador mal amanhado.

Brinda-me com um poste intitulado “Crueldade com crueldade se paga”, e puxando das suas artes bem firmadas de escritor ágil, mordaz e contundente, coloca uma questão pertinente, de mistura com um floreado retórico que consiste em atribuir-me crenças, intenções e disposições, fruto da sua imaginação romanesca.

De facto, eu sustento que Sócrates defraudou a expectativas de muitas gentes que votaram no PS acreditando que, desta vez, iria ser diferente. Não estou a falar da história dos impostos (o primeiro balde água fria), nem do Simplex (que a direita teria desejado fazer, se pudesse e soubesse), estou a referir-me ao desvario do encerramento de maternidades, escolas, serviços de urgência; estou a apontar para a desertificação do interior, para os cortes cegos, apressados e desarticulados.

Sem ponta de malícia, volto a sustentar que o PS deveria fazer alguma coisa.

Porquê?

Porque, se não, vai acontecer como das vezes anteriores. Regressa a “direita mesmo”. E este rotativismo tácito, deveria exigir de nós, para começar, uma maior acutilância e frontalidade na crítica aos governantes.

Há crueldade na forma como o Governo defrauda as expectativas que o PS alimentou ao ponto de conseguir uma histórica maioria absoluta?

Há. Extrema e dolorosa.

É verdade, amigo João Tunes, que as esquerdas estão de pantanas e que muitos dos que divisam diferenças substanciais entre a esquerda e a direita, dificilmente se porão de acordo nos próximos tempos.

Concedo.

Porém não me conformo com um Partido Socialista que em nome de uma putativa “nova esquerda” levou, primeiro, Veiga Simão; depois, Sousa Franco; e, agora, Freitas do Amaral a explicarem, com naturalidade, que não foram eles que viraram à esquerda...

Não me parece que a comoção seja demasiada ao enfrentarmos isto.

É a política.

Continuo a pensar que o PS deveria fazer algo mais do que isto.



2007-06-18

 

Escolas, Porta a Porta e Colectividades

Estamos em altura de eleições e por isso é uma das poucas oportunidades que temos para ser ouvidos (de vez em quando dão-me estes acessos de lirismo).

As mudanças nas escolas do 1º ciclo passando os meninos a estar na escola mais tempo colocou o problema do que fazer durante esse tempo adicional.

Assistiu-se à proliferação de empresas (criadas na hora?) que prestam todo o tipo de serviços, desde animação cultural, até aulas de inglês ou actividades desportivas. Os resultados são infelizmente em muitos casos de má qualidade.

Mais uma vez (apesar das tentativas que sei terem existido) as colectividades e clubes desportivos - e não estou a falar no benfica ou sporting - que existem por essa cidade foram completamente ignoradas. Muitas vezes trata-se de dezenas de anos de vivência e experiência deitados à rua.

O principal argumento foi (e continua a ser) a questão do transporte. De facto se, por exemplo, for celebrado um protocolo das escolas da frente ribeirinha com os clubes náuticos, não seria possível de forma eficaz transportar os meninos para o rio.

Estou em crer que mais uma vez estamos em presença de uma enorme desarticulação de meios dado que já foi criado o transporte porta a porta - que a maior parte das vezes anda vazio - cujos trajectos poderiam (deveriam ?) contemplar as escolas e colectividades (e já agora também os centros de saúde).

As infra-estruturas existem. Trata-se apenas de as usar com racionalidade e visão.
 

Democracia participativa

Já fui marinheiro quando, no Restelo, discutimos acaloradamente se nos devíamos meter à maluca por essas águas oceânicas, repletas de monstros marinhos, para descobrir incertas Índias.
Já fui arquitecto quando o país discutiu apaixonadamente a construção do Centro de Arte Moderna nos belos jardins do museu Gulbenkian, em Lisboa e, anos depois, com mais paixão ainda o Centro Cultural de Bélem - ao pé dos Jerónimos, credo!! - que depois derrapou para astronómicos custos que não chegou no entanto para impressionar o primeiro-ministro de então, um tal Cavaco Silva que queria com aquele monumento assinalar a sua passagem pela Terra.
Depois fui engenheiro, paisagista, ambientalistas, quando o país se engalfinhou numa interminável discussão sobre a localização da nova ponte sobre o Tejo: Chelas-Barreiro ou mais a Norte para o Montijo? Agora, enquanto o país se descompõe e arrepela numa insondável e desconfiada quesília, sou engenheiro de estruturas e de aeródromos, especialista em ruído e em ordenamento do território, voos de aves migratórias e aquíferos, economista e técnico de contas.
Sei quase tudo o que é preciso saber sobre onde, como, quando, com que despesas e com que receitas e para quê construir uma cidade aeroportuária. Apenas tenho uma dúvida. Ota ou margem Sul ?
Portanto, desculpem lá, mas vou continuar a escrever umas postas sobre o assunto. E se se chegar a alguma conclusão, em vida, tenho ainda graças a Deus e a Marques Mendes o dossiê AV (alta velocidade) também impropriamente conhecido por TGV.
Haja Deus que OTAS não faltarão.

 

Pedro Lamy - a glória em Le Mans



Segundo Segundo a cortar a meta nas 24 Horas de Le Mans e pela primeira vez a subir ao pódio.

 

França - a 2ª volta das legislativas



Os círculos eleitorais são uninominais e na primeira volta é eleito o candidato que tiver mais de 50% dos votos. Na segunda volta é eleito o candidato que tiver mais votos. A primeira volta mostra o real peso dos partidos e a segunda revela o voto útil.

Em virtude de o sistema eleitoral ser uninomimal majoritário e não proporcional a percentagem de deputados não corresponde à percentagem de votos.

A UMP com 46% dos votos obteve 55% do nº de deputados (317 em vez de 268)

O PS com 42% dos votos obteve 38 % do nº de deputados (199 em vez de 244)

O PCF com 2,3% dos votos obteve 2,9% dos deputados (17 em vez de 13)

(Post completado às 24 h)


 

Mafia italiana recruta adolescentes para as suas fileiras

Les enfants soldats de la mafia é uma informação arrepiante que não deixa nada a dever ao que se lê e sabe sobre o terceiro mundo.
 

Tratado europeu em grande convulsão

A chancelerina Merkel não chegou a acordo com a Polónia sobre o tratado europeu. Le Monde descreve esta situação: Traité européen : d'importants désaccords persistent entre les 27 .

A Presidência Portuguesa vai ter de se defrontar com este tema quente.


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