2008-05-31
As Minorias, muito minorias, ao Poder!!!
Ninguém se ponha a discutir umas migalhas diferenças. Era claro. Nada de equivocos.
2008-05-30
Ontem houve "A Madeira na História"
O evento decorreu próximo das expectativas. Apareceu um público simpático e atento que mostrou curiosidade pelo conteúdo do livro. mas os autores queriam mais, o que é natural.
Penso que a leitura irá ainda aguçar o apetite, independentemente da adesão ou não ao conteúdo. O livro traz ao leitor temas diversos abordados de forma séria e sustentada.
Esta aventura vai continuar em Lisboa e dia 11 no pavilhão central da feira do livro temos encontro combinado, se quiser ouvir falar de uma outra Madeira, uma Madeira menos/pouco conhecida mas muito mais interessante.
2008-05-28
"A Madeira na História"
O "julgamento" terá lugar mais propriamente às 18 horas no pavilhão de autores da feira do livro do Funchal.
Esperemos que ao julgamento apareça um público simpático e curioso, na medida em que o livro reune "um conjunto de pessoas de experiências e estilos de vida bem diferentes quando não mesmo profundamente dessintonizados sob as várias dimensões da vida, procurando cada uma visualizar, de seu feitio, temas da região" - é o que se diz na apresentação do livro designada por Dobrando a Ponta de S. Lourenço...
É um livro bem plural em temas e autores, bem em contraste com o meio político regional e local dominantes e, com uma mensagem: procurar falar de uma outra Madeira que a Há.
2008-05-25
Hillary: Why I continue to run
A gafe resulta pior para Hillary porque há precedentes de "brincadeiras" nesta campanha sobre o eventual assassinato de Obama (além dos precedentes que não foram brincadeira com o assassinato de John e Robert Kennedy ou de Martin Luther King).
"Recentemente Huckaby (um dos ex-candidatos do Partido Republicano) num encontro de uma Associação de portadores de armas quando se ouviu um estrondo no palco ele disse qualquer coisa como isto: "Ah! Não foi nada! Apenas o Senador Obama que caiu da cadeira onde estava sentado porque alguém lhe apontava uma arma..." "
Jogos florais
O que parecia estar na calha ...
Parecia estar na calha e as sondagens de opinião assim o indiciavam que as próximas eleições, daqui a pouco mais de um ano, seriam fáceis para José Sócrates, apesar das várias frentes de litígio em aberto.
As pessoas podiam com a luta dos professores, dos polícias, dos juizes, da função pública, magistrados... mas sem tostão no bolso, a coisa pia mais fina. E a crise está aí. É o preço do combustíveis que sobe, são os juros a pesar, são os bens alimentares e, ao contrário os ordenados ou não sobem ou não sobem na mesma proporção. E a grande maioria das pessoas está mesmo a sentir a perda de poder de compra.
Mas há que pôr um travão nesse aumento descontrolado de preços, porque não há dúvida as petrolíferas estão a amealhar e bem com a crise. Daí que sem congelar, seja possível agir e não permitir a subida de preços da forma "selvagem" que tem estado em curso. A Autoridade da Concorrência, mais que nunca, tem de ser activa e não se percebe o tempo infinito de actuar.
2008-05-24
Salários low cost a pagar preços high cost
Comprei uma viagem (ida e volta) para a Madeira em Agosto. Andei em agências e na TAP a ver o que conseguia. Mínimo obtido quase 300€ quando antes da liberalização dos "céus da Madeira" fazia a brincadeira sem grande esforço por 240 a 250€.
?>Ouvi muitos responsáveis dizer: agora é que vêm aí os baixos preços.
Os residentes têm agora 60€ de retorno numa ida e volta. Que maravilha!! Antes da chamada liberalização dos céus da Madeira pagavam 180 €, agora com os 60 € pagam 240 e, se for uma viagem na hora, pagarão alguns 340 €
Sou pela liberalização, mas primeiro é preciso criar as condições. Sem mercado livre não há concorrência. Os preços não baixam, sobem sempre. É o que se passa. E se assim é e se não aparecem outras alternativas e, já se sabia que não estavam alternativas sobre a mesa, "a liberalização" tinha de ser condicionada, controlada e faseada. Devia ser o início do processo apenas.
E já agora, embora me pareça que deve haver uma protecção aos residentes, seria de toda a utilidade definir o que é residente.
E se se enquadram nesta categoria as empresas e, portanto, os seus empregados e gestores em deslocação em serviço, porque não considerar de igual modo as empresas sediadas fora que à Madeira vão em serviço?
2008-05-22
Livraria Orfeu - Bruxelas
Acabo de receber
Carta d’Orfeu 33 22.5.08
Informações
Que entre outras mensagens refere:
- Morreu Irene Vilar (12 de Maio): a escultora do monumento a Fernando Pessoa do recanto da Praça Flagey com a Rue des Cygnes, e que, a partir de Julho, se chamará Square Pessoa (ver abaixo). É também autora do busto de Louis Henry, na rotunda entre a Pl. Flagey e o Hospital de Ixelles).
11 julho, sexta-feira, ao fim da tarde – Inauguração da Square Pessoa. No quadro geral da reabertura da Place Flagey, a "Commune de Ixelles" atribuiu este nome ao triângulo onde se encontra o monumento a Fernando Pessoa (da escultora Irene Vilar). O centro cultural Flagey organiza este evento com apoia da Embaixada de Portugal e nosso.
A cobiça ...
Ontem, foi a vez de Pedro Passos Coelho "mendigar" os votos de Jardim. Hoje, chegou a vez de Pedro Santana Lopes. Jardim, por outro lado, faz o seu jogo.
Alberto João Jardim já distribuiu jogo e calhou a Miguel de Sousa entrar no club dos barões do PSD. O euromilhões deu-lhe a representação de Ferreira Leite. Uma santa distribuição segundo Jardim.
Ontem Passos Coelho, na sua qualidade de candidato a líder do PSD prometeu "o aprofundamento da autonomia". Não disse como. Deduzi que era um dito para agradar sobretudo Jardim pelo que penso que deveria ter dito, mudando de substantivo, "afundamento".
Ferreira Leite, com o endividamento Zero imposto a Jardim, só mesmo um sorriso amarelo nestes tempos e para consumo externo.
2008-05-21
Simples?
Introdução da notícia : "EUA: Obama garante maioria de deputados democratas no Oregon", no DD de hoje.
Quem redigiu a notícia, certamente ao ritmo acelerado e vertiginoso típico das redacções dos jornais, há-de ter suposto, por escassos mas decisivos momentos, que uma "maioria de deputados simples" pode equivaler à "maioria simples dos deputados".
De facto, é possível.
Mas não em todos os parlamentos e convenções. Por vezes, a maioria simples dos deputados (ou delegados) é mais complexa do que pode parecer à primeira vista.
Ao "sacar" 1.627 dos 3.253 delegados que participarão na Convenção Democrata, Barack Obama totaliza mais delegados do que todos aqueles que a senadora Hillary Clinton poderá vir a ganhar até final destas primárias. Donde a ideia de "maioria simples" veiculada na notícia referida.
Daí a podermos concluir que os delegados são uns "simples" - no sentido que Guerra Junqueiro já lhe dava em finais do século XIX, ao publicar o livro "Os Simples" - vai uma distância semântica que só um momento de desatenção poderia autorizar.
2008-05-19
NÁPOLES ATULHADA NO LIXO E A ITÁLIA NA XENOFOBIA
Barak Obama em Portland, Oregon
Alicerces podres corroem o poder político
Há alguma objeção?
Estas não mudam | Estas ficarão assim | E nestas é facultativo |
---|---|---|
compacto | ação | aspecto e aspeto |
convicção | acionar | cacto e cato |
convicto | afetivo | caracteres e carateres |
ficção | aflição | dicção e dição |
friccionar | aflito | facto e fato |
pacto | ato | |
pictural | coleção | sector e setor |
adepto | coletivo | |
apto | direção | ceptro e cetro |
díptico | exato | |
erupção | objeção | concepção e conceção |
eucalipto | adoção | |
inepto | batizar | corrupto e corruto |
núpcias | Egito | |
rapto | ótimo | recepção e receçâo |
2008-05-18
4 a 1. Neste caso a uma
MLF alega dificuldades de agenda. É uma desculpa esfarrapada. Estas campanhas valem o que valem. Mas Ferreira Leite anda nervosa e já apontou para todas as desgraças (quererá dizer para o País?) se acaso não for ela a vencedora
2008-05-16
Menezes compromete Pedro Passos Coelho
Meneses, autarca de Gaia, diz que recebe nos seus domínios, todos os candidatos do seu partido excepto a - para si - execrável Manuela Ferreira Leite.
Assim vai Menezes sem entender o mundo e o mundo sem o entender. Desajuda quem quer ajudar e ajuda quem quer desajudar.
o Acordo ortográfico
Sou francamente a favor das alterações previstas no acordo ortográfico e acho que deveria ir memso um pouco mais além na uniformização da escrita.
O Acordo Ortográfico. Protocolo aprovado
Portugal ratificou o tratado logo em 1991 mas nessa altura para o tratado entrar em vigor era necessário que todos os 8 Estados de língua portuguesa o ratificassem.
Votaram a favor os deputados do PS, do PSD, do Bloco de Esquerda e sete deputados do CDS,… mas Manuel Alegre (PS) e dois deputados do PP e Luísa Mesquita votaram contra. O PCP absteve-se assim como o PSV.
As listas de espera na saúde
É uma boa intenção e de aplaudir.
Já passou para a sociedade que a situação se vai resolver com horas extraordinárias, trabalho nos feriados e fins de semana, horas a mais, etc, ou seja, com elevados custos para o País. Ouvi 30 milhões.
Ainda não percebi, porque razão Portugal tendo um dos melhores índices de oftalmologistas por habitantes tem esta lista de espera tão elevada.
A ser assim, não há outra razão a não ser falhas e graves de organização, algum mau desempenho e grande irresponsabilidade.
Acho legítimo que se recorra a horas extras na base de uma programação séria que explore as potencialidades existentes
2008-05-15
Onde há fumo...
A questão é francamente menor. Um fait-divers que não faz mais do que confirmar o que muitos já pensavam acerca da personalidade do actual 1º Ministro.
Independentemente da aplicabilidade da lei, teríamos gostado de saber se o 1º Ministro é daqueles que respeita, num espaço fechado, os direitos dos não fumadores.
Não tendo conseguido saber isso, os portugueses ficaram, por certo, consternados.
Desta vez, o 1º Ministro autopuniu-se radicalmente. Deixou de fumar. Pronto.
Mas, da próxima vez que transgredir, o que irá, então, deixar de fazer?
A Promiscuidade ...Política e Futebol
Pinto da Costa reconhece, para todos os efeitos, que
chantegeou a verdade do futebol em épocas passadas ao aceitar a penalização de 6 jogos ao FCP.Podem dizer-me já há precedentes.
2008-05-14
As directas do PSD
A candidata MFL é a que corre maiores riscos, pois Pedro Passos Coelho só agora estreou a rampa de lançamento, está nesta para outros voos e Santana Lopes que anda nisto há muitos anos pouco tem a ganhar ou a perder, está sempre em todas.
Um cenário com uma distribuição de votos à volta de um terço por cada um destes candidatos.
Ferreira Leite não reune condições para ser muito bem votada. O curriculo que lhe querem atribuir os seus promotores não é de grande valor.
Encerrou a Telenovela Jardim
Afinal por onde anda aquele Jardim que tenta mostrar ser um homem "valente e destemido"
Esse Jardim não existe. É pura ficção.2008-05-13
Venezuela: gasolina a 2 cêntimos o litro?
Fátima
Braga não quer estátua a suspeitos de terrorismo
Braga deve erguer uma estátua ao cónego Melo?
12.872 pessoas (cerca de 60%) responderam não, deixando – admito eu - em estado de choque os sectores extremistas da Igreja e embaraçado o presidente da câmara, Mesquita Machado, um autarca “dinossauro” do PS.
A favor da estátua responderam 7.652 votantes (35%).
Conclusão: ainda temos entre nós muita gente (católica, provavelmente) que apoia o terrorismo desde que seja contra adversários políticos ou então acreditam que o destacado activista do catolicismo fundamentalista não tinha nada a ver com as acções terroristas às quais não escapou sequer o padre Max, candidato à AR pela UDP.
Ética de bastonário não faz lei
O bastonário da Ordem dos Médicos (OM) Pedro Nunes, reeleito há pouco, persiste na sua de querer impor no código de ética a condenação dos médicos que façam, de acordo com a lei, a interrupção voluntária da gravidez.
Médicos querem cobrar multas aos doentes
Percebo a ideia.
Receando, no entanto, que tenham pensado as coisas por metade vou explicar-lhes o que falta.
E o que falta é:
1) em caso de falta do médico sem aviso prévio ao doente, indemnização a cada um no valor de 20% da consulta.
2) por cada meia hora de atraso do médico relativamente à hora marcada abatimento de 10% no custo da consulta.
Com esta mezinha, os médicos (fora as excepções, claro) do Serviço Nacional de Saúde passavam a tratar os seus doentes como pessoas com direito a ser respeitadas.
Vem aí o europeu de futebol ...
Eu não aplaudo. Deixem-me ser treinador de bancada uns minutos para interrogar porque razão Nuno Gomes, Petit, Helder Postiga e até Ricardo ou mesmo Miguel estão no lote de convocados quando não andam a jogar nenhum?
Acho que as escolhas entroncam mais no relacionamento pessoal de Scolari do que em valor actual e estratégia de jogo.
Não concordo assim com muitas das crónicas que hoje enchem os jornais de aplauso a Scolari.
Erros de Casting no PPD/PSD (2)
Pedro Passos Coelho confirma. Há, no PSD, quem esteja mais próximo do PS e, depreende-se, apoie as políticas do partido "rival" [ver aqui].
PPC desafia os restantes concorrentes a fazerem prova da diferença, apontando o que, sob a direcção deles, o PSD faria diferente do PS.
É, salvo erro, o segundo repto que PPC lança aos outros candidatos. O 1º destinava-se a assegurar, aos perdedores, lugares nas listas de deputados do ganhador. É compreensível. Aos derrotados restaria uma espécide de prémio de consolação: um lugar de deputado.
PPC apoia a redução do défice e a consolidação das contas públicas? Sim. Apoia a redução de efectivos, serviços e funções nucleares do Estado? Sim.
Apoia o encerramento das escolas e serviços de urgência já efectuados? Sim. Apoia o actual Código de Trabalho maila sacrossanta cláusula da "inadaptação"? Iria até um pouco mais longe, parece... Apoia o "Choque Tecnológico" e o Simplex? Claro. Não aprecia o resultado da Presidência Portuguesa da UE, com o Tratado de Lisboa ratificado no Parlamento?
Então?
PPC parece esquecer-se que o PS, quando na oposição, também procura ser diferente do PSD.
MFL, PPC e PSL, se se puserem à procura do que os distingue do PS quando está no Governo, não descolam. É uma conversa que não leva a lado nenhum.
Neste caso, aos erros de casting, há a juntar um erro de script.
Erros de Casting no PPD/PSD (1)
Vejamos, à vol d'oiseau, o comportamento instituconal dos líderes.
Barroso, acusado por Menezes de sulista, liberal e elitista, sai, a meio do mandato, para Presidente da Comissão Europeia; fica Pedro Santana Lopes, leviano, impetuoso e populista; o então Presidente da República, Jorge Sampaio, dissolve o Parlamento e demite o Governo; Manuela Ferreira Leite, entre outras figuras do PSD, manifesta o seu desacordo com a solução institucional (partidária e governamental) e recusa-se a participar; Cavaco Silva, - a par de muitos cavaquistas, barões, académicos e altos burocratas, - prefere que o PSD perca as eleições subsequentes; recusam-se a apoiar Santana Lopes (não fazem campanha, não autorizam a utilização das suas fotos, e deixam escapar, aqui e acolá, uma preferência, que dizem ser conjuntural, pelo PS de José Sócrates).
Não se ouve falar de Pedro Passos Coelho, que pode invocar agora as virtudes do silêncio.
O PS ganha as eleições para o Parlamento com maioria absoluta.
Cavaco Silva é eleito com mal disfarçada conivência de figuras e sectores da nova maioria, que apoiavam Soares aumentando preços, e combatiam Cavaco Silva enaltecendo-lhe as virtudes.
Entra em cena Marques Mendes que é tratado desde o início como o líder de transição. Rio não avança. Não é tempo ainda. Menezes avança, mas fica em Gaia, entregando a Santana Lopes a liderança Parlamentar. Pacheco Pereira tenta apavorar os barões advertindo-os de que se deixarem passar Menezes, ele nunca mais de lá sai ("nem à bomba" ou "só à bomba", conforme os dias). Afinal Menezes saiu com facilidade. JPP não se enganou apenas quanto às vantagens que a guerra do Iraque iria trazer para a Humanidade. Também se engana nos palpites domésticos. Os que não quiseram avançar queixam-se da liderança bicéfala. E pronto: a coisa chegou a isto. Não se divisa quem é que pode, num dia, atirar petardos ao líder em funções, e, no outro dia, clamar por respeito, contenção, paz, diálogo, razoabilidade e, sobretudo, "credibilidade".
Não cola. Ninguém acredita, nem no que está a dizer, nem no que está a ser dito.
Pedro Santana Lopes prepara-se para cobrar a falta de solidariedade dos barões e as piscadelas cúmplices a Sócrates. Manuela Ferreira Leite não vai conseguir manter a postura de Dama de Ferro e Poço de Virtudes. Foi uma das primeiras a indisciplinar-se e afastar-se quando Santana Lopes foi confirmado pelo Conselho Nacional do seu partido.
A credibilidade não se ganha com um passe discursivo, de um dia para o outro.
A candidata à Presidência do PSD afirmou ontem em Leiria (segundo despacho da LUSA), que o despautério em que vive o seu partido levou ao reforço das formações políticas à esquerda do PS (PCP e BE). O raciocínio é retorcido e imprescrutável. De acordo com ele, os apoiantes das políticas de direita, por incapacidade de mobilização e de enquadramento do PSD, estariam a passar-se para a extrema esquerda...
Lá terá de vir Pacheco Pereira, outra vez, colorir-lhe a face, e fornecer o glossário para percebermos o que ela quis dizer...
Manuela Ferreira Leite é um erro de casting.
2008-05-12
Thatcherismo doméstico
Devolver ao PSD a credibilidade perdida é o mote.
E daí para a frente, recusa-se a apontar medidas, prever cenários, apresentar um programa minimamente estruturado, fazer promessas.
Não confirma se votou, ou não, em Santana Lopes, quando Jorge Sampaio o demitiu, o que já levou Santana a bradar que é "inaceitável" (ver aqui); não reage mal quando a tratam por "Dama de Ferro" (modéstia Thatcheriana...); e desanca os entrevistadores que se põem com perguntas inconvenientes.
Rui Rio diz que não avançou para não tentar Menezes a regressar e concorrer outra vez (explicação democrática para os santinhos engulirem), e MFL sacrificou-se porque Rui Rio não avançou.
Por este andar, com mais ou menos cavalhadas e fanfarras, o PSD continua uma fractura adiada.
O que vem a seguir é que interessa.
PS
Entretanto, a proposta de Pacto endereçada por Pedro Passos Coelho aos restantes concorrentes à presidência do PSD (já aqui referida) parece ter passado despercebida a jornalistas e comentadores. Tanta condescendência deixa entrever de onde lhe vêm os apoios. Em geral, é a quem se quer bem que as fraquezas são perdoadas.
2008-05-11
Mais fácil vencer Kms do que séculos
A globalização (sem dúvida uma grande conquista da humanidade ainda que logo aproveitada por quem pode e enquanto puder, para agravar por continentes afora, as desgraças endémicas) vence mais facilmente o espaço do que vence o tempo.
Um português na Flórida. Por Obama...
Pela primeira vez, participei, nos EUA, num acto de campanha eleitoral.
Começou a cerca de 20 km de minha casa, no "MLK Recreation Center", numa cidade chamada Clearwater.
Tratava-se de ir para a rua, falar com as pessoas e tentar que se registassem como votantes para que, em futuras eleições, estejam em condições de exercerem este direito cívico.
Aqui vão algumas notas relativas a esta experiência.
...
1.
2
Éramos cerca de 30 pessoas. De todas as idades (sentei-me entre um jovem que teria 20 anos e uma senhora que deveria ter cerca de 80). De todas as cores (cerca de metade eram brancos, sendo os restantes, pretos ou mulatos). De ambos os sexos, embora houvesse maioria de mulheres (aliás, em quase todos os actos eleitorais, tem havido mais participação de mulheres).
3
Dividimo-nos em grupos de 3 e partimos para vários locais. Sábado de calor. Um sol quente que queimava. O auto-colante OBAMA'08 ao peito, um monte de fichas na mão presas a uma prancheta, uma esferográfica, uma garrafa de água. No meu grupo ía o jovem ao lado de quem eu me sentara e uma senhora que talvez andasse perto da minha idade. Teve piada saber que ele tinha passado por Lisboa numa viagem que tinha feito à Europa. "A beautiful place..." disse-me.
4
O primeiro lugar onde o meu grupo esteve foi numa paragem de autocarros. Desde que não estivessemos dentro das instalações, podíamos falar com as pessoas que se aproximavam ou chegavam. Uma estranha sensação de estar num país com dezenas de milhões (quantas?) de pessoas que não estão, sequer, inscritas nos cadernos eleitorais e que, portanto, na prática, têm vedado o seu direito de votar. E que o que deveria ser um dever do Estado (tratar deste assunto) estar a ser assumido por pessoas como eu...
5
Depois fomos para as imediações de uma biblioteca e, daqui, para um enorme parque, carregado de árvores, um imenso lago, espaço para as pessoas levarem os seus cães, mesas estrategicamente colocadas para pic-nic espalhadas pela relva, etc. "Are you registered to vote?" recebia as mais diversas respostas. Mas, o que mais chocava era saber que a maioria de pessoas com quem falávamos não estavam inscritas e não queriam estar. A maior parte afastava-se e não queria abordar o assunto. Mas algumas falavam, perguntavam, afirmavam as suas opiniões.
6
A política é para os ricos!... Alguma vez poderá ser eleito, aqui na América, um Presidente que seja mulher ou preto?... Nunca votei e não quero votar!... Vocês andam a perder tempo!... Não percebem que quem manda é o dinheiro?... Não estou interessado... Você é de alguma religião? É "scientologist", não é verdade?... Não posso votar porque não sou cidadão...
6
Um taxi aproxima-se de mim. O motorista negro aponta para o auto-colante e pergunta "Tem um para mim?". Damos-lhe uma folha e ele retira dois. Cola um no tablier e guarda o outro. E vai contando. Que levou 5 semanas para conseguir inscrever-se. Que a funcionária responsável por esse serviço, ali, em Clearwater, levanta inúmeros problemas a todos os negros que procuram inscrever-se nos cadernos eleitorais. Que há milhares de pretos, famílias inteiras, que não estão inscritas.
7
Um casal com dois filhos já tinha o seu almoço preparado na mesa, por baixo de uma árvore, à beira do lago. Dirigi-me a eles. Sorriram. "I know, you are encouraging people to vote!... Good!... We are with you!... We support Obama!..."
8
Quando, 3 horas mais tarde, voltámos ao Martin King Luther Center, levávamos 5 fichas de novos eleitores. Fomos o segundo grupo a chegar. Os primeiros, com sorrisos, disseram "Conseguimos 7!"... Os outros grupos íam chegando... Quando me despedi, deixámos todos a promessa "No próximo sábado continuamos..."
9
Tudo isto num país onde não há, praticamente, estatísticas sobre a abstenção. Quando há eleições diz-se quem ganha e perde, contam-se os votos e as percentagens dos que votaram. Mas nunca se diz qual a percentagem dos que não votam. Os resultados oficiais de anteriores eleições presidenciais (as mais concorridas) apontam para uma abstenção que varia entre os 50% e os 60%. Como há milhões que nem votantes são, poderemos dizer que um Presidente pode ser eleito por metade mais um votos, de uma minoria de cidadãos. Metade de uma minoria pode ser uma escassa minoria, não concordam?
10
Aqui está onde me encontro. Numa democracia mitigada. Que alguns procuram tornar melhor. Utilizando parte do seu tempo para trazer outros para um processo de mudança que não pára, mesmo que muitos não o descortinem...
...
Um abraço a todos.
Boa noite e boa sorte.
fernando
2008-05-10
"Meio Apito" Final ...
2008-05-09
Nós cá somos mais portugueses
Claro que sabe.
Não duvido.
Suponha, no entanto, que, logo a seguir, lhe pediam para nomeá-los. Seria um pouco mais trabalhoso, mas estou certo que, se necessário, com a ajuda de um mapa, lá chegaria também.
Admita, no entanto, que os entrevistadores, não satisfeitos com tanta ilustração, dessem em pedir-lhe os nomes de cada um dos chefes de estado, primeiros-ministros, área, etc., de cada um dos 27 países.
Atrevo-me a suspeitar que começaria a sentir algumas dificuldades...
Estou enganado?
Bom.
A bacoquice das provas de "cultura geral" dá nisto. Nós tendemos a saber muito sobre pouco e pouco sobre muito. O nosso enciclopedismo tem os seus limites, não é? Dispensamos, até, a memorização de toneladas de informação que sabemos hoje ter ao alcance de um click, tendendo a armazenar, com maior sistematização, o desenho e as coordenadas das rotas que nos permitem o acesso a numerosas bases de dados, para, em seguida, podermos correlacionar informação pesada, específica e dispersa.
Depois, correndo tudo pelo melhor, damos o passo seguinte, e interpretamos os resultados, transformando o jogo da informação em conhecimento. Por isso, temos hoje diferentes formas de saber, de resolver problemas e de "memorizar", que ainda não existiam nos tempos em que já se faziam as sapientes perguntas de "cultura geral", como aquela dos "cursos dos rios e seus afluentes", ou a das "linhas de caminhos de ferro e seus ramais".
Nem de propósito, a Marktest, a pretexto de celebrar o dia da Europa, lançou um inquérito para apurar várias coisas acerca do que os portugueses pensam (a quente) sobre a União.
Concluiu, por exemplo, que o caro leitor estaria entre os 25% de entrevistados que sabiam quantos países compõem a União. Porém não fez nenhuma das perguntas mais difíceis que eu alvitrei. Calculo que, se as fizesse, a percentagem tenderia a descer. Mas fez, entre outras, uma pergunta para a qual as respostas foram significativamente claras.
- "Considera-se mais português ou europeu?".
Aí, os entrevistados que se consideram "mais europeus" reduziram-se a 15%.
Depois da ratificação parlamentar que evitou perguntar aos portugueses o que pensavam do assunto; depois de uma política agrícola comum que nos deixou a pão e laranjas; depois dos sucessivos e rápidos alargamentos desligados de quaisquer debates abertos e sérios, estaria alguém à espera que os portugueses se sentissem "mais europeus"?
Francamente...
Não se pode negar a um povo a oportunidade de se pronunciar acerca da União em que o respectivo país se integra, e esperar, ao mesmo tempo, que ele se interesse.
Não nos deixam outra saída senão a de nos sentirmos... portugueses.
O Pacto de Passos Coelho
(Ver peça de Francisco Almeida Leite no DN de hoje: "Passos Coelho desafia adversários para pacto nas listas de deputados".
Perante este tão grande apressamento de Passos Coelho em garantir um lugar de deputado na próxima legislatura, camuflando a sofreguidão com o pomposo eufemismo de "Pacto", os restantes concorrentes, algo surpreendidos, sorriram. Preferiram, para já, não se pronunciar...
Pudera!
Passos Coelho acabara de dar, com uma inocência papalva, um golpe de morte na sua própria candidatura.
Agora o PPD/PSD sabe o que pode esperar dele.
O País já não precisa.
2008-05-08
Ainda a oftalmologia ...
Já vai sendo tempo de haver fumo branco.
Ministra contra Ministro
Talvez tenha razão. Mas preciso de argumentos. O que deve ser analisado é se esse protocolo acarreta mais encargos para as finanças públicas ou menor qualidade de serviço. Em abstracto, diz-me pouco.
Não consigo entender a razão de tanta espera nos serviços de oftalmologia. Tantos relatórios se fazem e a situação cada vez anda mais complicada. E não é por falta de médicos, pois o País, a ser verdade o que hoje disse o Bastonário da Ordem, Dr. Pedro Nunes aos microfonnes da TSF, até tem o dobro de oftalmologistas por cada mil habitantes em relação ao Reino Unido. É obra para tão pouco que se faz.
Portugal: Que medo (4)
(Editorial do DN de hoje, com o sugestivo título de "Trabalhadores e patrões travam a mesma luta")
... enquanto o autor do texto (da responsabilidade da redacção do DN) deveria entender, pelo menos, quatro evidências básicas:
1 - Que o autoritarismo narrativo ("tem de perceber"), mesmo em espaços de opinião, trai os tiques autoritários, no sentido lato;
2 - Que discutir as propostas avançadas faz parte do jogo negocial;
3 - Que a força da argumentação de sentido único, além de pobre e estreita, disfarça mal a tentação de impôr soluções únicas.
4 - Que ninguém pode garantir - nem sequer o DN! - que os bancos de horas porão cobro às deslocalizações.
Quanto ao título do editorial, parabéns. Há muito que não lia nada tão corporativo no DN. Começo a perceber melhor o tipo de renovação que se está a operar por lá.
Ah! e ainda que o DN (ou quem o obriga) não "tem de saber" estas quatro elementares evidências, mas seria bom que as pudesse levar em conta...
Ruas dá uma mãozinha a PPC
2008-05-07
O desempenho de Manuela Ferreira Leite
A entrevistadora Judite de Sousa esteve à altura do seu papel. Esteve, aliás, bastante acima de Ferreira Leite, tanto que lá no íntimo, penso, deverá ter-se sentido algo frustada.
Esta minha leitura pode sofrer de um enviesamento pois entrei com algum atraso. Só apanhei a entrevista a partir dos aspectos económicos, em que me apercebi que não estava à vontade ao referir que este governo agiu apenas pelo lado das receitas. Não disse mal nemhum, mas disse pouco porque este governo, bem ou mal, mexeu nas despesas, enquanto ela como Ministra das Finanças, isso sim, só actuou segundo o que entendeu negativo na actuação do Governo de José Sócrates, tanto que se não deixava o governo de que fez parte depois de vender os anéis ia chegar à venda dos dedos. Depois pouco mais acrescentou. ...
Em termos de estratégia de desenvolvimento foi um desastre pleno. Falou de PME's, numa perspectiva de má sindicalista, alegando que a maioria dos empresários PME não tem segurança social, acabando por afirmar que este domínio deve ser uma das grandes preocupações do Estado.
Para onde corre Ferreira Leite sem qualquer linha de estratégia e de pensamento? É triste, pois se chegar à Presidência do PSD nada acrescentará pelo menos com base no que disse. Não gosto de coisas tão medíocres. O nosso ambiente político com intérpretes destes não vai a lado nenhum.
Portugal: o medo (3)
"É difícil saber se já batemos no fundo" [Entrevista na íntegra, aqui]
Espantoso.
Em Janeiro passado, após uma reunião informal do Conselho de Ministros, José Sócrates e Teixeira dos Santos, descontraídos e bem dispostos, afirmaram ter razões para esperar que 2008 viesse a ser melhor do que 2007. O pior já teria passado.
Sabemos que a alternância tradicional do nosso sistema político está avariada. O PSD, com Santana Lopes ou com Manuela Ferreira Leite, não encontra energia para descolar. Vê-se claramente que está, sem dúvida, colado ao fundo.
O Partido Socialista e o seu Governo poderiam aproveitar a maioria absoluta para deixar uma marca da governação à esquerda, atendendo, pelo menos, às recomendações que Vital Moreira ontem fez num interessante artigo, no PÚBLICO, titulado "Renovação da Democracia" [Link para assinantes].
Vir, o Ministro das Finanças, dizer-nos que não sabe se já batemos no fundo ou não, reveste um estilo e um pensamento cuja consistência e etnografia estávamos mais habituados a esperar dos lados do santanismo.
Se não sabe se já batemos no fundo, que se propõe agora o Ministro das Finanças a fazer?
Distribuir paraquedas?
2008-05-06
Portugal: o medo (2)
Os formalismos legais têm destas coisas.
O Cartaz dos Gato Fedorento, foi removido.
Os prosélitos de Mário Machado passaram ao ataque, ameaçando represálias sobre a filha de Ricardo Araújo Pereira (Ena pá que bravura!).
E o caso foi entregue à justiça.
Como sabemos, não se percebe ainda bem o que isso poderá querer dizer...
Programas políticos
O inominável
Depois destes casos lembrei-me que Hitler também era austríaco.
Mas não disse nada para não ser injusto. É que afinal também Mozart era austríaco, e Hayden, e Strauss, e Bruckner, e Mahler, e Schubert, e Schonberg, e Webern, e Alban Berg e Herbert von Karajan, e até talvez outros.
Mas que aquilo pode enfurecer até um presidente lá isso pode.
2008-05-05
Uma questão de carácter
Agora com a juda do Innocense Project e da análise ao ADN provou-se a sua inocência.
No programa da CBS "60 minutos" interrogavam-no: Então davam-lhe a liberdade condicionada se se declarasse culpado e não aceitou? James Lee Woodard explicou: "mas eu estava inocente! Como podia declarar-me culpado?"
Então o Senhor preferiu a verdade à liberdade!?
O Innocence Project
Portugal: o medo (1)
Interessantíssimo artigo de Francisco Sarsfield Cabral no PÚBLICO de hoje, pág. 43 da edição em papel (link para assinantes). O título tem um toque conformista – “O compromisso possível” – sobretudo porque vem de alguém que tem escrito tanto sobre o assunto. O antetítulo ajuda a descodificar a disposição: “A dificuldade de despedir desincentiva o emprego sem prazo”. O tema é o Código de Trabalho e a flexibilização em que Vieira da Silva aposta em fazer ainda pior do que Bagão Félix.
A dado passo Sarsfield Cabral escreve, com todas as letras:
“Desapareceu um dos motivos para tratar bem os trabalhadores – o medo do comunismo.”
Bom…
Lá terão os trabalhadores de inventar outro papão. Não há ninguém que não queira ser bem tratado. Não é?
2008-05-04
O PS e o cónego Melo
Victor Louro enviou-me o texto que reproduzo abaixo e que consta da carta que enviou ao Grupo Parlamentar do PS.
Não lhe pedi autorização para publicar. Quando vi o email já era tarde para telefonemas...
"Permitam lembrar Becket: de cedência em cedência (antes, era só um operário; depois, apenas um padre; depois, era ainda só um comunista...) acabam por nos cortar a cabeça...a nós próprios, que não éramos nada disso!"
"Tenho o dever cívico de vos manifestar profunda indignação pela atitude do PS .,na 6ª feira, na Assembleia da República, a propósito do voto de pesar ao cónego Melo. Mesmo que ela tenha ocorrido após a vergonha da homenagem do seu Presidente ao Dr. A. J. Jardim: temos o direito - e o dever - de não nos habituarmos! É que Melo agiu, em 1974/75, activamente e por meios terroristas contra a democracia que dava os primeiros passos: os comunistas eram as primeiras vítimas, mas o objectivo era a própria Democracia. Por isso é que é intolerável que na hora da provocação, o PS encontre um qualquer alibi para não se pôr do outro lado da barreira.
Não vos queixeis do divórcio do Povo! Esta vossa atitude teve ainda a ironia de ocorrer quando se invocam os 40 anos do Maio 68: alguns de vós estavam, como eu, do lado dos que se revoltaram contra o stato quo do poder estabelecido. E agora, que sois Poder? Victor Louro, antigo Deputado à Assembleia da República."