2006-04-30
Carlos de Bragança
Precisamente o rei de Portugal, 1863-1908.
O Sobreiro (1905, pastel sobre cartão 177 x 91 cm. Palácio Ducal - Fund. da Casa de Bragança, Vila Viçosa, Portugal
Amadeu Sousa Cardoso
Quando o Estado é social!
A grande diferença não está entre os capitalismos de lá e o de cá mas sim no que fazem os respectivos Estados e Governos para corrigirem as grandes desigualdades que o livre mercado provoca.
Nos países nórdicos, com as transferências sociais, os 30% baixam para 11 e em Portugal os 27 baixam apenas para 21%.
Duas conclusões: Estado Social não é mera figura de retórica. O Estado, na Suécia, na Finlândia ou na Dinamarca, retira do risco de pobreza 19% da população . Por outro lado, desde que adaptado às mudanças do mundo (caso daqueles países), o "modelo social europeu" não se opõe a desenvolvimento económico, antes o garante e promove. Por isso do que Portugal necessita é de mais Estado social e não menos como quer uma certa direita. Mas com a condição de o adequar às realidades emergentes.
[Link] (O gráfico é do DN-Economia de 2006-04-27)
O gráfico mostra a evolução desde 1995 e se é provável que factores como desenvolvimento económico e desemprego tenham tido papel importante a realidade é que os valores baixos correspodem aos Governos de Guterres e os altos, antes e depois, aos governos do PSD ou PSD/CDS. Será interessante saber o que nos dirá o Eurostat daqui a uns anos sobre Sócrates.
2006-04-28
Portugal o mais eficaz da UE a enriquecer os mais ricos!
O preservativo
Ontem em Fátima
Remo e Vela - Desporto não é só futebol
Assim venho aqui divulgar a ocorrência de um desfile náutico as comemorações dos 15o anos da Associação Naval de Lisboa que irão ocorrer no domingo de tarde na zona de Belém.
A ANL é a colectividade desportiva mais antiga da península ibérica. Foi fundada em 1856 (ver resumo historico ) .
O seu papel nas actividades náuticas em Portugal foi e continua a ser de grande destaque. Os seus atletas são 100 % amadores tanto no remo como na vela.
No remo, para além dos inúmeros sucessos competitivos tem a escola com maior número de participantes do País e inclui uma classe de remo para deficientes com dezenas de praticantes (tendo sido o clube que em Portugal iniciou a prática do remo adaptado).
Uma história mal contada?
Todas as informações vão no sentido de que ontem, em Lisboa, ficou verbalmente no mínimo, contratualizada a ida de Scolari para a federação inglesa de futebol.
Scolari, na entrevista publicada hoje ao DN numa de defensiva, não vai tão longe. Acha natural os contactos e refere que Madail sabe de tudo.
Ontem um comentador de futebol da SIC notícias afirmou que o mínimo que Madail deveria fazer é demitir Scolari de seleccionador nacional, mesmo a tão poucos dias do campeonato.
Mas acho que a situação era pobre e passou a podre.
2006-04-27
Neoliberalismo Português no seu pior
Banqueiros agridem-se
Afinal, no processo de acumulação de riqueza do mundo da banca é permitida a estalada verbal. Já sabíamos que estes processos não são nada lineares. Talvez não esperássemos que as conversas, intrigas e tantas vezes as ameaças viessem a público.
Isto passou-se numa conferência de imprensa quando Fernando Ulrich, presidente executivo do BPI, acusou Teixeira Pinto de inexperiente. Duas das muitas frases "simpáticas" de Ulrich para Teixeira Pinto:
" Dizer que a gestão do BPI reagiu com emoção e não com a razão, não compreendo. É preciso ter lata".
2006-04-26
Ricardo Sá Pinto...e o futebol
Apesar de adepto do Sporting e apesar de reconhecer em Sá Pinto qualidades de grande entrega ao jogo, foi Sá Pinto quem desrespeitou e saiu como sempre foi, um jogador indisciplinado.
As regras são para cumprir e os directores, ao virem avalizar a má conduta dos seus jogadores, desempenham muito mal a sua função.
O major Valentim Loureiro ofendido
2006-04-25
25 de Abril - Teria sido gafe ?
Quando no rossio, às tantas é apresentado mais um orador. Tratava-se do "representante de todos os jovens".
Eu não queria acreditar !
Estou eu no desfile do 25 de Abril, data que simboliza o fim de um regime autoritário e totalitário e apresentam-me "o representante de todos os jovens" !
Andei por aqui farto de pensar. Será que estou errado ?. Não é o totalitarismo um regime que se baseia no exercicio total e absoluto do poder baseado pura e simplesmente em representação hierarquica ?
Então, foi exactamente isso que aquela apresentação representou.
Resta perceber se foi gafe ou uma certa concepção leninista conhecida como "organização de vanguarda revolucionária".
Eu quero acreditar que foi gafe !
De qualquer forma foi mais uma oportunidade para se pensar, falar, discutir acerca de uma das mais bonitas revoluções. Provavelmente como com os nossos filhos que são os mais lindos porque são nossos. Esta é nossa e temos o dever de a valorizar.
25 de Abril, Sempre
O 25 de Abril foi uma data memorável para Portugal e para o Mundo. Não sei se exagero ao dizer que foi o maior acontecimento do século XX em Portugal.
O 25 de Abril deveria merecer, no dia a dia, uma presença forte e quem mais deveria estar nessa acção não está - o poder político e os partidos. A indiferença doi a quem, de peito aberto, viviu aqueles acontecimentos. A esperança, que nunca há de morrer, no entanto, murcha um bocadinho como as flores à espera de novo reflorescimento.
Que se fez para memorizar o 25 de Abril? Mudou-se o nome a uma ponte, já feita do tempo do Salazar, umas ruas e o que resta é sem mais valia, com excepção da liberdade.
No mínimo, o que se pode dizer disto é que tudo isto é triste.
2006-04-24
Viva o 25 de Abril !
Um cravo muito vermelho
O que se diz de Portugal... deprime
Dias atrás, ouvi igualmente dizer que, se vier a pandemia das aves, somos o país da UE25 pior preparado para lhe fazer frente.
Todos ouvimos dizer muitas vezes que, apesar de alguma eficácia da PJ no combate à droga, somos um dos (grandes) países, ao nível da UE, a servir de elo na circulação da droga na Europa.Sabendo nós que a crise económica, visível há 6 anos com os efeitos drásticos e pesados sobre quem menos condições tem para a suportar, está instalada de pedra e cal e que as perspectivas de mudança desta situação grave estão atiradas para um horizonte longínquo, é caso para dizer que Portugal vive um ciclo de empobrecimento relativo, do qual dificilmente sairá sem grandes "convulsões".
Começo a duvidar se haverá gente com capacidade e competência para "abanar" o País, na direcção acertada, porque cada vez mais se intui que não se leva até ao fim o que se inicia, muitas vezes bem.
2006-04-23
Corrupção em Marbella
Eduardo Dâmaso compara com o nosso País onde releva os resultados impressionantes de um processo de corrupção conduzido por um magistrado jovem (30 anos) e afirma que "o valor metafórico para nós, portugueses desta operação é grande", pelo que representa de eficácia policial e judicial, " patamar que jamais atingiremos nas próximas décadas".
Para quando um SIMPLEX na Política?
Até acho que o deputado Luís Pita Ameixa tem razão nos argumentos teórico-políticos que aponta para o mau funcionamento da AR que, no seu entender, se circunscrevem aos seguintes aspectos:
- O funcionamento desactualizado e errado dos partidos, no que se refere à AR.
- A lei eleitoral.
- A desactualização e funcionamento do Parlamento, mais próximos, do século XIX, do que dos ritmos do tempo moderno.
Mas daqui a justificar o que aconteceu vai um fosso maior que a profundidade da fossa do Pacífico. Outro argumento que não colhe é o de que quem criticou o comportamento dos deputados olha-os, como funcionários públicos. Eu critiquei e continuo a achar que não há explicação para tanta falta, a não ser o desinteresse e alguma irresponsabilidade e não os entendo, como ex-funcionário público, nessa situação.
Mas aí o senhor deputado foi buscar um mau argumento para justificar/compreender a ausência dos senhores deputados, ao dizer que a AR "traz os deputados muito subutilizados e ao mesmo tempo cansados, em muitos casos, subutlizados e cansados, por míngua de responsabilidades pessoalizadas."
E, finalmente, porque só agora se coloca o mau funcionamento da AR, quando ele é mais do que visível, há muitos anos?
Penso que não seria mau "dar a mão à palmatória" e então numa base mais sadia partir para outra.
2006-04-22
Mário Viegas (3)
Esta semana mais uma vez comprei o livro e o CD do público. Desta vez não hesitei.
Ao meu Pai !
Este poema não foi feito para ele mas podia ter sido.
PRIMEIRA CANÇÃO COM LÁGRIMAS
Meu amigo morreu. Meu amigo partiu
Na madrugada fria, fria meu amigo (dizem)
agora habita a verde catedral de um bosque
Meu amigo morreu. Meu amigo não volta
Meu amigo dizia (estou a ouvi-lo)
vou procurar minha estrela. Foi
e não voltou. Meu amigo (dizem)
tem agora o tamanho de uma estrela.
Eu estou mais velho é certo. Meu amigo morreu.
Amigo é uma palavra agora com aldeias tristes
estas paragens percorridas pela ausência
sem lâmpadas (com lágrimas com lágrimas)
Meu amigo partiu para o espaço da noite
e há uma viola dentro da tristeza
neste verde lugar onde a noiva anoitece.
Nunca mais voltará. (Porque morreu?)
Manuel Alegre
O nuclear em Portugal
Esse embrião mínimo foi desaparecendo... e hoje estamos no ponto zero.
A evolução dos preços do petróleo e as expectativas , onde se admite que o preço do crude possa atingir rapidamente os 100 dólares/barril trouxeram uma mudança de contexto que leva a pensar em alternativas e portanto é positivo que o primeiro ministro corrija a rota de tiro e muito seriamente se faça um debate e monte aquela estrutura mínima que nunca deveria ter sido desmantelada.
A situação no sector " Actividade de Segurança"
Sendo assim e este dado tem origem na respectiva associação do sector, estamos perante um cliente importantíssimo.
E as críticas em relação ao Estado regulador abundam e são, a serem verdadeiras, um bom indicador de como "a economia" não funciona ou funciona mal e com distorções gravosas.
A primeira e principal é a concorrência desleal, traduzida em:
- Falta de pagamentos ao fisco.
- 15000 trabalhadores em 34000 (total do sector) sem formação certificada.
- Horários excessivos de trabalho.
- Não cumprimento dos contratos colectivos .
O Estado é acusado de, nos concursos que faz, não ter em conta a situação das empresas concorrentes sobre os aspectos antes referidos e de o critério de escolha ser o preço. Ora as empresas que nada cumprem fazem "dumping".
Defende a associação que o funcionamento do sector é, neste contexto, um caos e que se está a perder uma oportunidade de criar no espaço de um ano 5000 novos postos de trabalho.
Segundo a associação, há cerca de 3 meses foi feita a denúncia junto do ministro Vieiraa da Silva que tem vindo a demonstrar "uma maior predisposição para actuar nesta área".
2006-04-21
Cavaco Silva na Bósnia
Tudo é relativo. Será?
Alteando a voz o Sr. Antunes lá reconduziu o café à calma e contou-me tudo direitinho. Olhe desculpe lá isto mas o caso é o seguinte, o homem estava com uma máquina perfuradora, salta-lhe das mãos e a trabalhar em cima do tabuleiro do elevador, procurou segurá-la para ela não vir por ali a baixo que o elevador das obras só tem resguardo dos lados. Olhe veio a máquina e veio ele. Um quarto andar!
Na minha rua e neste momento, a morte dum homem impressiona-me muito mais do que as dezenas ou centenas que morrem todos os dias, rebentados à bomba ou a tiro, no Iraque. Estão longe. Ou que os quatro mil judeus que mataram e queimaram, aqui ao pé, no Rossio mas há 500 anos.
A distância... no espaço ou no tempo... é quase tudo.
Uma questão de Aprendizagem, ..minha
Apesar das diferenças, entre os dois, este mesmo fenómeno aconteceu-me, durante algum tempo, com Jorge Sampaio, por quem nunca morri de simpatias.
Bom. Acho mesmo que Cavaco Silva, Presidente, está a precisar de "exercer certas cláusulas", que foram determinantes da sua subida a Presidente da República, ou seja, o actual presidente, de que por vezes me esqueço que o é, foi eleito porque fez passar a mensagem de que possuia as receitas mágicas para a economia deste País sair da crise.
A sugestão vai no seguinte sentido. Reunam (Presidente e governo) com um leque de técnicos, à porta fechada, e "definam" as medidas para que este País saia do estado pré - comatoso em que tende a entrar, sob pena de serem sempre os que menos podem a suportar e pagar a crise .
Não vale a pena atribuir culpas. Vale a pena descortinar caminhos.
Portugal precisa cada vez mais de exportar mas não tem nem produtos nem serviços competitivos para desempenhar essa função. Esta é a realidade que é preciso dizer ao País.
2006-04-20
Mudando de Planeta ...(3)
O estudo da PwC que se intitula "The World in 2050: How gig will the emerging market economies get and how can the OECD compete? " tem aspectos interessantes e outros decepcionantes para as economias de topo actuais.
No momento actual, o grupo dos países E7 apenas representa cerca de 20% da performance das economias mais industrializadas, mas em 2050 representará mais 25% da performance das mesmas, medida pelo PIB.
Curiosos são os resultados comparativos das economias do G7 e E7, apresentados no estudo.
- As economias do México, Brasil, Rússia, Turquia e Indonésia partem de um valor hoje entre 2 a 6% da economia americana para atingir 10 a 20% desta última.
- Ao contrário, a maior parte das economias da OCDE - excepção do Canadá e Austrália - perderão terreno face à economia americana, o que se explica por um abrandamento da evolução demográfica em idade activa.
2006-04-19
Casino de Lisboa
Embora um dos meus filmes preferidos seja "morrer em las vegas" não me sinto especialmente entusiasmado com esta nova construção.
Mesmo se dizem que muito dinheiro se vai ganhar e criar empregos não é o tipo de desenvolvimento que gostaria de ver em Portugal.
É assim como se me dissessem que a Madame Blanche ia abrir um novo bordel em Lisboa, mas que iria atraír milhares de pessoas por dia, facturar milhões por ano e dar uma centenas de empregos.
Ou então como um amigo meu certa vez sugeriu que Vila Franca de Xira poderia ficar no turismo sexual para estrangeiras com umas espécies de Zé Zé(s) Camarinhas lá do sitio.
Gostava de saber se o Ministro da Economia também participaria nas inaugurações de tais iniciativas.
O Parlamento
Sócrates não "merece"
Esta "cena pública" do MJ/PJ/PS bem podia ser evitada. Teria bastado o Ministro demitir Santos Cabral, a quem assistia todo o direito de o fazer, por argumentos que não os invocados assumindo o acto como tal. Perdeu uma vez mais.
O Livro de Presenças do Parlamento
Quando os deputados não estão...
Atormenta-me a dúvida de saber se a curiosidade tão rápida e veementemente veiculada pelos media, se desfará com tão pouco. Importará, por certo, que os deputados faltosos, ao responderem à intimação, respeitem a verdade. De que modo se preparam os justiceiros para validar as respostas? Recorrendo à teoria dos grandes números? Averiguando criminalmente? Não sei.
Sei que, respondendo bem ou mal à intimação, vão continuar como estavam, sem maiores exigências do que as preexistentes, mordiscando as horas, sem que as forças partidárias a que pertencem os deixem sentir-se úteis, criativos e intervenientes. Os modelos de participação partidária não dão para mais; o grau de exigência dos eleitores e da crítica que os media veiculam, também não.
Porém, talvez esteja a desvalorizar um adquirido importante que o saldo desta campanha do «livro-de-ponto» nos trouxe.
Os deputados (todos) vão ter muito mais cuidado (olá se vão!) com o registo das suas presenças no hemiciclo, que é, pelo visto, onde mais falta fazem à nação. A isto terão sido conduzidos pelas torrentes auto-reflexivas da pós-modernidade.
Viva a República!
Faz amanhã 500 anos
Nuno Guerreiro lançou no seu blog Rua da Judiaria o desafio, que teve grande eco na blogosfera, para que se acendam hoje, 4 mil velas no Rossio, em Lisboa, no 500º aniversário do pogrom.
No Rua da Judiaria, onde se pode saber tudo ou quase, sobre Judaismo, encontra-se reproduzida documentação de muito interesse sobre o pogrom de Lisboa. De lá retirei o extracto que se segue, de um texto de Alexandre Herculano que também está, integral, aqui no Memórias .
Lutz Brückelmann no seu muito interessante blog Quase em Português também deu uma excelente contribuição para o debate e para trazer à superfície muito do que hoje se pensa por aí sobre os Judeus e arredores. Comunicou, de boa fé, a Nuno Guerreiro que "Gostava muito de ouvir os argumentos de quem se incomoda ou irrita com o apelo. Como gostava de ouvir o Nuno explicar em nome de quem, dirigido a quem e para quê o fez." A questão era desassombrada, geradora de um bom debate mas também passível uma interpretação equívoca. [ver aqui aqui e aqui]
"...Desde Janeiro que a peste redobrava de intensidade em Lisboa, e nos princípios de Abril era tal o progresso da epidemia que a mortalidade subia em alguns dias ao número de cento e trinta indivíduos. Faziam-se preces públicas, a 15 do mês ordenou-se uma procissão de penitência...
"O tumulto atraíra maior concurso de povo, cujo fanatismo um frade excitava com violentas declamações. Dois outros frades, um com uma cruz, outro com um crucifixo arvorado, saíram então do mosteiro, bradando heresia, heresia! O rugido do tigre popular não tardou a ressoar por toda a cidade. As marinhagens de muitos navios estrangeiros fundeados no rio vieram em breve associar-se à plebe amotinada. Seguiu-se um longo drama de anarquia. Os cristãos-novos que giravam pelas ruas desprevenidos eram mortos ou malferidos e arrastados, às vezes semivivos, para as fogueiras que rapidamente se tinham armado, tanto no Rossio como nas ribeiras do Tejo.
... O grito de revolta era: Queimai-os! Quantos cristãos-novos encontravam arrastavam-nos pelas ruas e iam lançá-los nas fogueiras da Ribeira e do Rossio. Nesta praça foram queimadas nessa tarde trezentas pessoas...
"Na segunda-feira as cenas da véspera repetiram-se com maior violência, e a crueldade da plebe, incitada pelos frades, revestiu-se de formas ainda mais hediondas. Acima de quinhentas pessoas haviam perecido na véspera: neste dia passaram de mil. Segundo o costume, ao fanatismo tinham vindo associar-se todas as ruins paixões, o ódio, a vingança covarde, a calúnia, a luxúria, o roubo. ...
"Metiam a ferro homens, mulheres e velhos: as crianças arrancavam-nas dos peitos das mães e, pegando-lhes pelos pés esmagavam-lhes o crânio nas paredes dos aposentos. Depois saqueavam tudo."
2006-04-18
Bondy blog
Nessa altura o jornal l'hebdo de Lausanne enviou vários jornalistas que se instalaram durante várias semanas em Bondy nos arredores de Paris. Este interessante projecto deu origem ao Bondy blog que após ter publicado os textos dos jornalistas, que deram origem a um livro, dá hoje a palavra aos habitantes de Bondy. Aconselho-vos a leitura e fico à vossa disposição para uma descodificação.
Já que me lembrei de Natália Correia
Fui fazer uma pesquisa e encontrei o seu memorável poema que fez mais pela luta contra a penalização da IVG do que 100 discursos.
A deputada Natália Correia, escreveu e distribuiu no hemiciclo o poema que abaixo se transcreve, dedicado pela autora ao seu colega João Morgado. Este parlamentar do CDS afirmara, numa intervenção sobre a questão do aborto, que o acto sexual só é justificável tendo o objectivo a procriação.
A função e o órgão (Natália Correia)
Dedicado ao deputado João Morgado
Já que o coito - diz o Morgado
Tem como fim cristalino
Preciso e imaculado
Fazer menina e menino,
E cada vez que o varão
Sexual petisco manduca
Temos na procriação
Prova que houve truca-truca.
Sendo pai de um só rebento
Lógica é a conclusão
De que o viril instrumento
Só usou - parca ração! -
Uma vez. E se a função
Faz o órgão - diz o ditado -
Consumada essa operação
Ficou capado o Morgado.
(Natália Correia)
E se as Câmaras fazem concorrência ao Governo?
A concretizar-se esta intenção, divulgada no DNeconomia de hoje, trata-se de um excelente SimPlex, (pode ficar com a patente) pois arrancar de uma Câmara um licenciamento, como muitos de nós já tiveram experiência, é pior que "ir e voltar do inferno".
Mas certamente ...ficar-se-á por Ponte de Lima e pouco mais.
Troca de pés
Pés trocados.
O último sinal da desorientação que grassa na sociedade portuguesa, chega-nos dos lados da (des)organização hospitalar.
A discussão, quando atinge este nível de abstracção, torna-se difícil e repleta de contra-argumentação traiçoeira.
Ela (a paciente) também necessitaria de ser operada ao pé esquerdo. Não o sabia nem tinha feito os necessários exames, mas na hora, a equipa cirúrgica, ágil e lucidamente, alterou a táctica.
Há momentos assim na vida dos povos, prenhes de simbolismo e augúrios. Tornou-se aconselhável trazermos os pés bem marcados. Parece que esta história de podermos ser operados (ao pé ) do lado errado se afigura, a partir de agora, um perigo iminente.
Cuidado com os pés.
Sobretudo, com o esquerdo!
.. Zapatero ao EL MUNDO...Política Externa
La política de España en el mundo
"Las buenas relaciones entre España y EEUU son lo suficientemente importantes como para no depender tan sólo de un encuentro. Entre ambos países hay una excelente cooperación y un diálogo sincero".
"Marruecos, sin duda, es una prioridad de nuestra política exterior y mi Gobierno ha logrado restablecer con este país unas relaciones que se habían deteriorado de modo ostensible".
Mudando de Planeta ... (2)
Segundo alguma imprensa, nacional e internacional, Hu Jintao vai tentar convencer Bush de que o crescimento económico da China não constitui uma ameaça para a economia dos EUA.
É tarefa difícil ainda porque no dia a dia, os EUA assistem a uma degradação do seu défice comercial, devido, em grande parte, a importações de produtos da China.
Os EUA dificilmente esquecem que a Lenovo, empresa de capitais chineses, adquiriu o sector de computadores pessoais da IBM. E não nos podemos esquecer que a IBM é uma das empresas americanas mais conhecidas a nível mundial.
2006-04-17
Nem sequer há vergonha
É a entidade fiscalizadora do PUAL - Plano de Urbanização do Alto do Lumiar.
Este plano tem de ser cumprido por uma entidade privada chamada SGAL - Sociedade Gestora da Alta de Lisboa, SA - propriedade entre outros de Stanley Ho.
Durante o mandato de Santana Lopes/Carmona Rodrigues o Dr. Moura de Carvalho foi nomeado para dirigir a UPAL.
Durante o seu mandato poucos ou nenhuns prazos foram cumpridos.
Entretanto, o Dr Moura de Carvalho foi contratado pela SGAL.
No minimo estranho ! Este Sr mudou da entidade fiscalizadora (pública) para a entidade fiscalizada (privada).
5 apontamentos sobre os deputados da Assembleia da República
Quando os deputados não estão...
2. Os membros do Governo podem faltar às reuniões do Governo; podem ir assistir a desafios de futebol ao estrangeiro; podem gozar as (merecidas) férias mesmo quando o país vive períodos de emergência. O cumprimento de horários ou o regime de faltas dos membros do Governo (órgão fiscalizado por uma AR impossibilitada de o fazer, pelas razões aduzidas anteriormente) não costuma ser objecto de inquietação nacional.
3. Os deputados são julgados politicamente pelo seu concurso para a actividade do Parlamento: representar, legislar, fiscalizar. No dia em que os portugueses (todos e cada um) se esquecerem que têm o dever democrático de os criticar politicamente, censurando-os e opondo-se à sua recondução em próximas eleições, mas não têm o poder de os representar na aplicação dos regulamentos sobre faltas, ausências e licenças, ficaremos numa situação paradoxal.
4. Então, face a uma maioria impossibilitada de fiscalizar o Governo (como lhe deveria competir) teremos uma opinião pública que se arroga a função comezinha de averiguar porque é que os deputados faltaram (coisa impossível) que sanção lhes aplicar (coisa fora da competência da opinião pública) confundindo o livro do ponto com exigências políticas.
5. Estaremos então perante uma nova situação. A política terá cedido à burocracia, por inteiro. E o populismo poderá enfim reinar sobre um povo satisfeito do enorme poder que descobriu ter sobre os seus deputados.
Uma acha para a fogueira
Allez dire aux hommes politiques
Qu'ils enlèvent nos noms dans leur business
On a tout compris
Allez dire aux hommes politiques
Qu'ils enlèvent nos noms dans leur business
On a tout compris
Ils nous utilisent comme des chameaux
Dans des conditions qu'on déplore
Ils nous mènent souvent en bateau
Vers des destinations qu'on ignore
Ils allument le feu, ils l'activent
Et après , ils viennent jouer aux pompiers
Rios que vão dar ao mar...
Lideranças perigosas
Por outro lado o Sunday Times refere que o Irão prepara 40 mil homens-bomba para alvejar alvos norte-americanos e britânicos no caso de estes países atacarem as suas centrais nucleares.
O presidente do Irão, Mahmoud Ahmadinejad, é um fanático louco, mas tem um poder limitado. Já o presidente dos Estados Unidos, W. Bush, que não é de fiar, tem um poder colossal.
Não sei qual é o mais perigoso.
Atolados no Iraque
Isto não vai no bom caminho
Mudando de Planeta ...
Ou seja, há quem defenda que já entramos no século chinês, assim como o século XX foi o século americano.
Todas as perspectivas vão nesse sentido. Os EUA transformaram, no século XX, pelo seu progresso, o Reino Unido em potência de 2ª; a China poderá, no século em curso, fazer passar para segundo plano os EUA, pelo menos como potência económica.
O mandarim é falado por muito mais gente que o inglês.
Não será certamente nos anos mais próximos mas ... tudo poderá estar em aberto.
Não será dificil "reunir" forças para tal com tempo, negociação e contrapartidas.
O "Umbigo" e o Centro do Mundo
Leiam esta outra tirada: António Barreto não era ninguém, ou quase, antes de ser Ministro da Agricultura. Chegou lá por uma, para ele, feliz sucessão de factos e acontecimentos fora da sua vontade".
Choca-me "o minorar" das pessoas em si, sobretudo quando pouco ajustável. Prefiro as críticas desassombradas a decisões.
No entanto, merece ser considerado pela dinâmica de mudança que está a imprimir no país. Para ter mais sucesso precisa de "bulir" com algumas pedras do seu governo e fazer passar/explicando "o modelo" de mudança na AP que quer implementar. É mesmo o modelo sueco? Então tem de dizer como o adapta.
Afirmamos entendidos que se podem queimar etapas. Mas como mexer no poder autárquico para conquistar a adesão para esse modelo?
O drama do Parlamento meio vazio
Eu sei que alguns dos críticos (em particular os que publicam aqui no Puxa;-) são gente de bem e que apenas gostariam de ver os latinos, meio-judeus meio-mouros que somos, com uma mais ampla costela nórdica e calvinista. Mais respeitadores da lei, mais rigorosos consigo próprios e mais frugais. Estou em crer, no entanto, que uma amplíssima parte dos mais exaltados críticos que pelo país fora exige as legiferadoras cabeças são simples invejosos.
É claro que não aprovo os deputados que num momento em que julgavam os media distraídos se tenham esgueirado para transformarem numas mini-férias um fim de semana alargado. Mas acho desproporcionado o alarido e que ele não deixará de ser habilmente aproveitado para levar a água ao moinho dos que estão sempre prontos para denegrir o Parlamento com o objectivo de atingir o sistema democrático.
Que aconteceu de alarmante no Parlamento
...
Neste caso o prejuízo para o país é nulo, como passarei a explicar e a indignação do “povo” um desperdício.
A questão das bancadas vazias é matéria que serve para injustificada indignação de quem não conhece o funcionamento do Parlamento. Mas serve também para exaltados exercícios de hipocrisia por quem sente maior inclinação por caudilhos...
Livros escolares
Por isso venho saudar as medidas do ME no que respeita aos livros escolares.
A equipa da Ministra veio mais uma vez mostrar coragem enfrentando o poderoso lobby das editoras.
Fui um dos primeiros a atirar pedras quando o programa de troca de livros foi cancelado.
Quero agora dizer que acho em especial a regulação da qualidade dos livros por parte do ministério um claro avanço que irá permitir:
- A melhoria da qualidade dos livros escolares (alguns existem com erros ciêntificos graves).
- Um claro combate ao clientelismo que se estava a criar nas relações entre professores e editores (às ofertas, promoções, etc).
2006-04-16
Lista dos deputados que faltaram
Quero publicar na net uma lista de quem faltou.
E já agora fazer uma matriz onde conste:
- O seu nome
- O circulo eleitoral por onde foi eleito
- Se assinou ou não a folha de presença
- Se foi visto no algarve ou outra zona de veraneio onde terá ido fazer trabalho político
Sporting... Voltou à época Peseiro
Poderia ganhar tudo. Taça, Campeonato, ..., 2º Lugar e entrar na Champion directamente.
É quase a fotocópia do ano passado. Quase no fim também poderia ganhar e acabou em terceiro para ser eliminado depois.Parece que o caminho se abriu de novo... Mas com um Presidente que não vê a sua proposta passar em AG e diz que não se candidata e agora ... volta ... de novo, emgolindo a palavra dada, que mais é de esperar?
Ante - Páscoa Par (a) lamentar
Foi um dia muito mais do que cinzento - "negro" - para a credibilidade da instituição AR.
Tem por instrumento as faltas. E deveria operacioná-lo, por exemplo ficando em acta a (in) justificação, de forma a que o público pudesse ter acesso, se assim o entendesse.
Mas a propósito da falta de quorum, levantaram-se vozes a clamar do PR interferência. E há até quem alvitre que deveria aproveitar a sua intervenção no dia 25 de Abril. Falta de senso completa.
Cavaco Silva, como PR, no seu primeiro acto institucional, após a posse, deveria dizer aos portugueses como vai afinal exercer o seu mandadto como presidente de todos eles, porque acho que, por exemplo nas suas nomeações para o Conselho de Estado, ele agiu como Presidente dos portugueses que nele votaram.
2006-04-15
Mário Viegas (2)
Porque é bonita e gosto dela.
Porque é representativa do estilo de Manuel Alegre.
Mas também porque representa algo que eu sempre disse em relação à candidatura de Manuel Alegre à presidência e em que ele me defraudou completamente.
Eu sempre defendi que se existe algo em que os Portugueses são realmente e reconhecidamente bons é na poesia. E Manuel Alegre é para mim um desses bons escritores.
Sempre disse que Manuel Alegre deveria usar aquilo em que realmente é bom e diferente : A fazer e dizer poesia.
Mas não ! Ele quis fazer campanha como os outros, discutindo em prosa cinzenta, mostrando o seu lado de macho latino.
Se tivesse usado mais a poesia - como nos diz no seu texto - talvez agora tivéssemos um presidente que pudesse ir à ONU recitar um simples poema em vez dos discursos intermináveis.
Quem não se lembra do poema de Natália Correia na discussão do aborto e o efeito que teve sobre as pessoas.
Poemarma
Que o poema tenha rodas motores alavancas
que seja máquina espectáculo cinema.
Que diga à estátua: sai do caminho que atravancas.
Que seja um autocarro em forma de poema.
Que o poema cante no cimo das chaminés
que se levante e faça o pino em cada praça
que diga quem eu sou e quem tu és
que não seja só mais um que passa.
Que o poema esprema a gema do seu tema
e seja apenas um teorema com dois braços.
Que o poema invente um novo estratagema
para escapar a quem lhe segue os passos.
Que o poema corra salte pule
que seja pulga e faça cócegas ao burguês
que o poema se vista subversivo de ganga azul
e vá explicar numa parede alguns porquês.
Que o poema se meta nos anúncios das cidades
que seja seta sinalização radar
que o poema cante em todas as idades
(que lindo!) no presente e no futuro o verbo amar.
Que o poema seja microfone e fale
uma noite destas de repente às três e tal
para que a lua estoire e o sono estale
e a gente acorde finalmente em Portugal.
Que o poema seja encontro onde era despedida.
Que participe. Comunique. E destrua
para sempre a distância entre a arte e a vida.
Que salte do papel para a página da rua.
Que seja experimentado muito mais que experimental
que tenha ideias sim mas também pernas.
E até se partir uma não faz mal:
antes de muletas que de asas eternas.
Que o poema assalte esta desordem ordenada
que chegue ao banco e grite: abaixo a pança!
Que faça ginástica militar aplicada
e não vá como vão todos para França.
Que o poema fique. E que ficando se aplique
a não criar barriga a não usar chinelos.
Que o poema seja um novo Infante Henrique
voltado para dentro. E sem castelos.
Que o poema vista de domingo cada dia
e atire foguetes para dentro do quotidiano.
Que o poema vista a prosa de poesia
ao menos uma vez em cada anos.
Que o poema faça um poeta de cada
funcionário já farto de funcionar.
Ah que de novo acorde no lusíada
a saudade do novo o desejo de achar.
Que o poema diga o que é preciso
que chegue disfarçado ao pé de ti
e aponte a terra que tu pisas e eu piso.
E que o poema diga: o longe é aqui.
in O Canto e as Armas
Mário Viegas - O Operário em construção
Mais uma vez foi muito difícil escolher o que iria partilhar. Acabei por escolher dois.
O primeiro, que apresento neste post é de Bertolt Brecht.
A sua actualidade é impressionante !
O que mais admiro neste texto é a forma simples como Brecht usa a ironia !
Mário Viegas dizia-o magistralmente !
Dificuldade de Governar
1.
Todos os dias os ministros dizem ao povo
Como é difícil governar. Sem os ministros
O trigo cresceria para baixo em vez de crescer para cima.
Nem um pedaço de carvão sairia das minas
Se o chanceler não fosse tão inteligente. Sem o ministro da Propaganda
Mais nenhuma mulher poderia ficar grávida. Sem o ministro da Guerra
Nunca mais haveria guerra. E atrever-se ia a nascer o sol
Sem a autorização do Líder ?
Não é nada provável e se o fosse
Ele nasceria por certo fora do lugar.
2.
E também difícil, ao que nos é dito,
Dirigir uma fábrica. Sem o patrão
As paredes cairiam e as máquinas encher-se-iam de ferrugem.
Se algures fizessem um arado
Ele nunca chegaria ao campo sem
As palavras avisadas do industrial aos camponeses: quem,
De outro modo, poderia falar-lhes na existência de arados? E que
Seria da propriedade rural sem o proprietário rural?
Não há dúvida nenhuma que se semearia centeio onde já havia batatas.
3.
Se governar fosse fácil
Não havia necessidade de espíritos tão esclarecidos como o do Líder.
Se o operário soubesse usar a sua máquina
E se o camponês soubesse distinguir um campo de uma forma para tortas
Não haveria necessidade de patrões nem de proprietários.
E só porque toda a gente é tão estúpida
Que há necessidade de alguns tão inteligentes.
4.
Ou será que
Governar só é assim tão difícil porque a exploração e a mentira
São coisas que custam a aprender?
Manuel Alegre foi um deles
2006-04-13
Deputados em trabalhos de férias
A AR não os entende. Vejamos. Era vê-los nos cafés da Marina de Vilamoura com as famílias e em mesas muito pluripartidárias. Estavam a trabalhar, a discutir os transcendentes problemas deste país em amenos debates, intercâmbio de ideias e com larga participação dos filhos, das filhas, dos netos e até de alguns animais de estimação. Que ingratidão, por conseguinte!!! Quantas decisões de problemas de escritórios comuns não ficaram ali tomadas?
Quem está mal é Jaime Gama. Nesta e noutras alturas, os plenários da AR devem ser descentralizados. E o Algarve como terra de turismo merece um plenário, a Madeira outro que não lhe fica atrás em nome e até os Açores, agora região de turismo em lançamento outro também e, assim por aí fora.
Uma vergonha
O desconto de um vigésimo do vencimento dá vontade de rir.
Os senhores deputados faltam para ir mais cedo para férias demonstrando um total desrespeito pela República pela qual foram eleitos e a única consequência é não serem pagos por esse dia !
Inaceitável !
Como podem andar a falar de produtividades e da necessidade fazer avançar Portugal com comportamentos destes. E as respostas dos lideres : uns sacodem a água do capote e os outros nada dizem.
Ocorrido antes de uma ponte, pondo em causa os trabalhos da AR e dando a imagem pública que deram deveriam ser fortemente penalizados. Não me venham com as histórias de estarem na AR a prejudicarem a sua vida e apenas por questões altruístas. Só se candidataram porque quiseram.
Como cidadão, no minimo gostava de ouvir um pedido de desculpas e medidas ou intenções de tal não voltar a acontecer.
Justiça em versão Supremo Tribunal
Confiar na justiça?
Porquê?
Provenzano - il capo dei capi della mafia siciliana
2006-04-12
Tiros de Pólvora Seca
Assim, o acordão do STJ sobre os maus tratos já não está só na praça pública porque, entretanto juntaram-se as "razões" da demissão da direcção da PJ. Aqui 2 é mais que 1 como valor calorífero, a que se juntam ainda os efeitos da alcoolemia.
Supremo Tribunal da Justiça
1. está acima de qualquer coisa (autoridade s.)
O Supremo Tribunal de Justiça que aquele mesmo dicionário diz se deve escrever com maiúsculas no início das palavras (p0r respeito, certamente, para com órgão tão "Supremo") decidiu considerar "lícitos" e "aceitáveis" castigos físicos, como palmadas e estaladas, dadas por uma responsável de um lar de crianças deficientes em Setúbal. Também ouvi na comunicação social que "estaladas e palmadas" não eram suficientes para domar as criancinhas e, por conseguinte, de vez em quando porque não umas horinhas em quarto escuro? Uma prática de amolecimento da genica infantil.
Para concluir porque me parece que a peça já vai extensa e é quase impossível rivalizar com tamanha decisão histórica só mesmo recuando alguns séculos na História, aqui deixo uma sugestão que de Supremo o tribunal passe a Ínfimo e que o mesmo dicionário sublinhe também que deve iniciar-se com letra maiúscula.
Espera-se a reacção da Associação Sindical dos Juízes.
Aeroporto de Lisboa e Microsoft
Hoje vou esperar a CDG uns amigos que vêem de Lisboa e tive a ideia de ir ver as partidas de Lisboa para saber se o voo partiu á hora prevista. Para minha grande surpresa quando apontei o meu mozilla para a página da ana-aeroportos obtive uma página branca com 9:00 no canto superior. Claro que no IE tudo funciona, isto mostra, para além da incompetência técnica, uma total falta de respeito por quem utiliza Mac ou Linux.
Será a República uma Monarquia?
A minha dessintonia situa-se apenas em dois pontos. Reis e rainhas de Hoje já não são tão "certinhos", tão rectilíneos, desconcentram-se de vez em quando, abandonando as vestes dopassado e por isso a sua cabeça está formatada para "coroas" pouco padronizadas.
Simbólico?!
Este chefe máximo da Mafia andou "fugido" à justiça 42 anos. Vejam bem, 42 anos. Merece figurar no GUINESS.
2006-04-11
Novo blog
A todos eles desejo felicidades na partilha das suas ideias.
Monte Carlo dá uma ajuda ao Raimundo
Joguei 10.000.000 de vezes e o resultado é o seguinte:
pedro@mangue:~/CPP$ ./monty_hall 10000000
Numero de simulacoes: 10000000
Numero de Ferraris: 6667252
Fraccao de Ferraris: 0.666725
Quem quiser compreender um pouco mais pode ver aqui.
CPE teve, ontem, a morte anunciada
Villepin, o primeiro ministro, por pressão de Chirac viu-se obrigado a "substituir" o instrumento político que criara como rampa de lançamento da sua candidatura à Presidência, no próximo ano.
Não se sabe a que bolsos irão parar os "lucros políticos" desta contenda que teve sobretudo nos estudantes universitários o motor da contestação ao poder.
Aliás, estamos perante uma questão transversal a todas as sociedades/países europeus e sem soluções à vista.
E por aqui passa a sobrevivência e a modernização do estado social.
Um consenso tranquilo
É um acordo que vem introduzir algumas regras chave como:
- a ligação da prestação à carreira contributiva
- as penalizações (reforço) na utilização abusiva do subsídio, designadamente nas "rescisões amigáveis".
- Maior responsabilização dos desempregados na procura de emprego
Tratou-se de uma negociação de alguns meses com resultados bem satisfatórios como manifestaram os parceiros do acordo.
As centrais sindicais (CGTP e UGT) elogiam os ajustamentos introduzidos pois vêem neles um travão aos despedimentos colectivos "encapotados" de rescisões ditas amigáveis. A confederação do comércio e serviços considera o "documento razoável para ser aceite de forma consensual" e a confederação do turismo leu-o como "um excelente esforço de diálogo social".
A CIP não assinou porque considera que o acordo retira poder às empresas no processo de despedimento, por mútuo acordo, uma posição exactamente nas antípodas das centrais sindicais.
2006-04-10
Mário Viegas - Palavras Ditas
Ouvi várias vezes.
Queria destacar a faixa de que mais gostei. Não foi fácil.
Acabei por escolher por intuição "Uma Lisboa remanchada" de Alexandre O'Neill.
Fica aqui a letra já que não posso partilhar a voz e dicção de Mário Viegas.
AVENIDA DA LIBERDADE
Subamos e desçamos a Avenida,
enquanto esperamos por uma outra
(ou pela outra) vida.
CHIADO
Ramilhete rubro do desejo,
ramilhete posto pelo olhar
entre dois seios desdenhosos,
a dar a dar.
PARQUE EDUARDO VII
Ah, o êxtase dos namorados
que se olham, beijam, voltam a olhar-se e já ão sabem
que mais hão-de fazer, que mais hão-de inventar!
TRAVESSA DO POÇO DA CIDADE
Rancho de amor para os soldados.
De cada vez só pode ir um.
E dois cabritos são esfolados
no tempo de um.
AO BENFORMOSO
Entre o fartum de peixe frito
e de sovacos sem sol,
passa o ranço, chique e ligeiro,
da brilhantina Rouxinol.
BECO DA MAL-AMADA
Se acha que a vida não é boa
utilize gás da Companhia
o combustível de Lisboa.
AZINHAGA DO GUARDA-SÓ
Encontro um resmunguarda que me intima
a parar.
Seria por suspeita? Seria por rotina?
Não. Foi para conversar...
Fumar ou não fumar: metade da solução
Pois eu encontrei a solução milagre: sendo conhecida a brejeirice nacional a leitura deste artigo vai diminuir imenso o número de fumadores, infelizmente ainda não encontrei equivalente para as fumadoras, para já fica metade do problema resolvido.
Ter ou não ter o número ...
Alguém esquece-se frequentemente de carregar na função soma.
Neste caso, como se anda há 3 anos para determinar o nº de bombeiros, certamente muita gente premiu o botão do lado várias vezes.
Acontece sempre quando não se pretende (ninguém) discutir o essencial da questão.
Não está em causa o trabalho e o desempenho dos bombeiros.
Parece que a Itália tem tomates
Post de post-fim de semana
O aparente paradoxo do problema vem da interpretação de qual é verdadeiramente o jogo: na altura da escolha final há duas portas uma com um Ferrari, outra com uma cabra e, diz-nos o bom senso, a probabilidade de nos sair o carro é de50% se a porta for escolhida aleatóriamente. O problema é que a pergunta não recai sobre a probabilidade de sair o Ferrari ou a cabra consoante a escolha da porta mas sim "qual é a probabilidade de ganhar se adoptarmos a estratégia que consiste em escolher mudar sempre de opinião ou nunca mudar de opinião", e aí a resposta é diferente: a probabilidade de ganhar o Ferrari e de 2/3 se se mudar de opinião.
Analisemos as duas estratégias separadamente:
- Na primeira estratégia nunca mudamos de opinião:
Na primeira escolha há 3 portas, logo temos 1/3 de probabilidade de acertar e 2/3 de probabilidade de errar. Como a escolha é definitiva a probabilidade de ganhar o Ferrari é de 1/3, neste caso a eliminação de uma porta não tem qualquer influência. - Na segunda estratégia mudamos de opinião, na primeira fase de jogo temos 1/3 de probabilidade de acertar e 2/3 de errar, suponhamos que a escolha inicial é a boa (probabilidade de 1/3), o apresentador elimina uma das outras duas escolha (ambas más) e nós mudamos de opinião logo fazemos a má escolha, se a escolha inicial é má (probabilidade 2/3), restam duas portas uma boa e uma má, e a má é eliminada, após a mudança de opinião ficamos com a boa escolha. Conclusão: Se jogarmos a este jogo um grade número de vezes e mantivermos sempre a estratégia de mudar de opinião ganharemos o Ferrari em média em 2/3 dos casos.