2007-04-30
O Brilho das Imagens
Políptico do convento das Clarissas. Varsóvia 1350-60.
Políptico do convento das Clarissas. Varsóvia 1350-60. Pormenores
Pintura e Escultura Medieval do Museu Nacional de Varsóvia (séculos XII-XVI) de 1 de Março a 17 de Junho de 2007 no Museu de Arte Antiga. É a primeira vez que estas obras de arte saiem para estranjeiro. Uma oportunidade única para as ver em Lisboa. link
A Turquia: golpe militar ou islamização?
Para a União Europeia sobeja o dilema: defesa da democracia com o perigo da Turquia resvalar para o "Irão" e acabar com a democracia ou o apoio ao golpe militar para a defesa da... democracia! Por agora a UE, salva a face e adverte as forças armadas turcas para não intervirem. Talvez com a esperança de que elas ameaçem quanto baste.
Os manifestantes não querem ter uma "primeira dama" que usa véu e exibiam slogans como o de "Erdogan vai para o Irão" ou "nem sharia nem golpe de Estado".
O candidato do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP, no poder) pode facilmente ser eleito pelos deputados à terceira tentativa pois o seu partido tem maioria absoluta no parlamento.
O primeiro-ministro mantém o braço de ferro com as forças armadas que constitucionalmente têm a responsabilidade de defender a laicidade do Estado e a herança de Mustafa Kemal Ataturk, o "pai da pátria", que fundou o Estado moderno, laico e ocidentalizado da Turquia, em 1923 e que já fizeram quatro golpes de Estado no últimos 50 anos (1960, 1971, 1980, 1997).
O Caso está no tribunal constitucional e uma saída pode ser a convocação de eleições antecipadas. Só que estas podem dar de novo a maioria a Erdogan.
Recep Tayyip Erdogan tem origem nos movimentos teocráticos islâmicos dos anos 90 mas que a certa altura arrepiou caminho e fundou o seu próprio partido islâmico moderado. No entanto, os defensores do Estado laico receiam que essa trajectória acabe por ser uma manobra que leve à república clerical.
Estas manifestações são a expressão do medo do regresso à sharia, à Idade Média, a um regime como o do Irão. É o confronto de dois estilos de vida o das grandes cidades e o do meio rural profundo. Erdogan é um símbolo do protagonismo de uma nova classe que se fortaleceu com os trabalhadores rurais, analfabetos e religiosos, que nos últimos 20 anos inundaram as cidades com o boom económico. Diário Digital/Lusa ou NYT ou El País.
Plantu e Sarkozy
"Il ne me reproche pas de le dessiner en traître. C'est curieux..." diz Jean Plantu o cartoonista do Monde. O artigo do provedor dos leitores sobre as caricaturas é sintomático do que nos espera em caso de vitória de Sarkozy. Se os apoiantes de ambos os candidatos mostram uma certa falta de sentido de humor ao protestarem contra as caricaturas de Plantu, Sarkozy vai longe de mais ao enviar uma carta oficial do Ministério do Interior para protestar contra as moscas que Plantu põe sistemáticamente a acompanhar o ministro-candidato.
Mais grave ainda são os telefonemas para o chefe da redacção a protestar por Sarkozy aparecer transformado em caniche, como muito bem diz o desenhador, no Monde não funcionou mas com um director de redacção mais medroso as consequências poderiam ser graves para o caricaturista.
"Candidado Manuel do Bexiga"
Alberto João Jardim afronta, ofende, berra com tudo e todos sempre, mas em período eleitoral sobem os decibeis com especial força.
Dificuldades, dificuldades, só mesmo com o 'Candidato Manuel do Bexiga' anima campanha na Madeira . O PND regional, que de Manuel Monteiro pouco tem - não me parece uma pessoa de humor, criou a figura do candidato fictício "Manuel do Bexiga" que até anda a ensinar Manuel Monteiro a expressar-se em madeirense e com pouco sucesso pois o homem anda a ficar muito mal no retrato. São de facto os homens do Garajau que marcam os pontos, que se divirtem e irritam Alberto João Jardim. É mesmo a única coisa de novo que apareceu na campanha.
2007-04-28
A "imparcialidade" dos nossos tribunais
Vejamos resumidamente a situação. Em 1996, JMM numa entrevista ao então secretário geral da UEFA, Gerhard Aigner, pergunta-lhe se era admissível que o então presidente da Liga de Clubes também presidente do Futebol clube do Porto, Pinto da Costa, por conseguinte "patrão dos arbitros", pudesse nos jogos estar sentado no banco de suplentes, à frente do árbitro, de quem era patrão "por inerência".
Deixo aqui a seguinte questão: porque razão tem de ser o Estado Português a pagar e não os autores materiais da decisão? Os juizes. Eles são pagos para julgar segundo as leis. JMM não tinha ofendido o senhor Pinto da Costa. Tinha usada a sua função de jornalista para interrogar alguém, conhecedor, sobre um caso que podia influenciar a verdade do jogo. Os juizes portugueses, que actuaram neste processo, fizeram má justiça. Os cidadãos portugueses não têm de pagar as asneiras de quem é pago para não asneirar e asneirou.
Milagres (2)
José Sócrates e o seu Governo foram cotados na última sondagem realizada pela MarkTest para o DN e para a TSF, cinco pontos abaixo do score obtido no mês anterior.
Segundo os analistas e comentadores de diferentes bordos, trata-se do efeito de erosão provocado pela a má gestão de dossiês como o da UNI, OTA, e reforma da AP.
Porém, para os que se escudavam sistematicamente nas altas taxas de popularidade do 1º Ministro para evitar discutir o (des) acerto das suas políticas, outro tempo é chegado.
Servindo-me do bom humor do 1º Ministro em recente entrevista ao Le Point [ver post Milagres (1)], dir-se-ia que o tempo dos milagres se começou a desvanecer.
Daí, talvez, o arranque de um grande debate sobre e regionalização.
Sempre é uma coisa mais terrena...
2007-04-26
Carmona Rodrigues, constituído Arguido
Luis Filipe Menezes aproveitou para entalar Marques Mendes pois acha que ele não tem saída. Fez uma lista "à sua medida", por isso não quiz lá Santana Lopes, mas agora não tem saída. Segundo Luis Filipe Menezes tem mesmo de o demitir.
O funcionamento da Torre do Tombo
Mas, neste país, há sempre um mas... Um mas, que nos atrasa muito a vida.
Hoje, cheguei às 15 horas. Estive a ver o que queria consultar. Ultrapassei as 15H30 e tive de vir embora sem nada consultar, pois a primeira requisição tem de ser até essa hora. Conclusão à vista: onde está a eficácia e a organização funcional? Será preciso pensar muito para deduzir que isto não pode ser assim?
O Túnel do Marquês
Declaração anti-comunista, versão polaca
Geremek é uma figura da oposição ao regime comunista e mostra bem que a sua posição não pode ser vista como uma defesa do seu interesse particular.
E para ver...
Os Cravinhos ('Grândola Vila Morena' Zeca Afonso) WORKSHOP
GRÂNDOLA
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade
Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola a tua vontade
Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
2007-04-25
PSD esquisofrénico no 25 de Abril
"Portugal vive tempo de «claustrofobia democrática»
«nunca como hoje se sentiu este ambiente de condicionamento da liberdade»
«Não, não só os media, é também a sociedade portuguesa que está condicionada»
«Nunca, como hoje, em décadas de democracia, se sentiu este ambiente de condicionamento da liberdade»
Em resumo, a liberdade e o regime democrático estão em perigo.
Achará o PSD que só assim, a imitar o pior do PCP, reparam nele? Oh Paulo Rangel, tanta estridência! Havia necessidade?
Comovente
Eleições Madeira?!!
Igreja, Governo Regional, Campanha eleitoral, falta de encaixe do Presidente do GR na qualidade de presidente do PSD/M e, ao mesmo tempo, a máxima da lata de Alberto João Jardim.
Ontem, em Santa Cruz, nas inaugurações/campanha (mas que não são "campanha" - dizer isso são bocas das oposições malditas), onde também entrava o pároco a abençoar a inauguração do complexo balnear, dizendo: "quero abençoar uma obra no nosso concelho e é com alegria que o faço...." ... "uma obra humana e que é o concretizar do nosso projecto, que é uma colaboração do projecto de Deus..." foi o que aconteceu. Jardim apelida de fascistas os outros que se divertem. ... e lá se vão promovendo. E o grupo promete acompanhar Jardim nestas inauguraçãoes. Ontem, a tarja era "Inaugurações Eleitoralistas. Vergonha". Fonte DN de hoje 25 de Abril, não disponível on line.
25 de Abril e 1º Maio de 1974
2007-04-24
Milagres (1)
A Reforma da Administração Pública ziguezagueia. A nova proposta de Sistema de Avaliação que, a ser aprovada na AR, substituirá o sistema recém-criado e em vigor, parte do princípio de que não poderá haver mais de 25% de notas “relevantes” (e, dentro destas, apenas 5% de excelentes), enquanto que, para os dirigentes superiores, não se aplica tal constrangimento.
Estas condições de partida, impostas ao Sistema de Avaliação, emitem uma forte mensagem subliminar. Quer os servidores do Estado se esforcem, quer não, não haverá lugar para mais do que ¼ do total no pelotão da frente.
Edificante!
Segundo o PÚBLICO de hoje, Sarkozy conta-se entre os admiradores de Sócrates. Porquê? Por causa do seu destemido plano de reforma da AP.
Sarkozy terá desabafado: “Felizmente os socialistas franceses não são como ele, caso contrário teria dificuldades em posicionar-me”.
Interrogado sobre a circunstância de manter altas taxas de popularidade apesar das políticas restritivas que tem seguido, o Primeiro-Ministro português terá respondido: “É sem dúvida um milagre”. [Ver entrevista de José Sócrates ao Le Point]
Também me parece...
Doutores e Engenheiros
Como nós só os alemães e os suíços germanofonos que têm na porta dos gabinetes Herr Prof Dr Dr... consoante o número de canudos que possuem. Por aqui o primeiro ministro, os ministros e o presidente são Monsieur, mesmo ao actual Ministro dos Negócios Estrangeiros, que é médico de profissão, ninguém chama Docteur.
Quando vim para França o meu orientador de tese olhou para mim com um ar de gozo quando lhe chamei Monsieur le Professeur, a partir daí disse-me para o tratar por Jean-Claude, usando uma expressão tipicamente francesa: "on peut se tutoyer". Já a minha orientadora de mestrado (do IST) só a comecei a tratar por Adélia muitos anos depois...
Em França o que me faz sorrir um pouco é o tratamento de "Monsieur le Ministre" a tipos que já não são ministros há muitos anos, Giscard é tratado ainda hoje por Monsieur le Président.
Médico acusado de ter burlado ADSE em 4 milhões de euros
Quando começaram as investigações, o burlão fugiu para o Brasil com a mulher, que ainda lá está. Depois foi preso e extraditado, aguardando o julgamento no Estabelecimento Prisional de Lisboa.
O "interessante" de tudo isto é que ele burlou o Estado em 4 milhões, mas pretende provar que a fraude é de apenas 1,5 milhões, pois alega que o restante foi recebido pelo filho que ficou a gerir as clínicas enquanto o senhor burlão esteve ausente no Brasil. E, agora, até o MP diz no processo que os arguidos não dispõem de meios para repôr a fraude.
Assim, o dito burlão não só não deve pagar nada ao Estado pela fraude, como deverá ser proposto para uma condecoração, em data oportuna, e ainda lhe deverá ser pedida desculpa pública por tão grandioso acto de nobreza - a elaboração do grande contributo sobre como fazer a fraude e evitar pagá-la. Apenas a redução da fraude para 1,5 milhões de euros, que tudo indica pode acontecer, não premeia tão ilustre esforço e iniciativa.
A ler o CC
Ou a luta entre as duas linhas do ministério público: o presidente do SMMP, António Cluny para um lado o PGR e Maria José Morgado para outro. Aqui.
E como José Manuel Fernandes, director do Jornal de Belmiro de Azevedo, investigou tão empenhadamente a diferença entre o título de engenheiro e o de licenciado em engenharia no caso Sócrates e como o CC investigou o uso do título de Dr. pelo não licenciado José Manuel Fernandes. Aqui
2007-04-23
Protocolo para mudar o ensino do 25 de Abril nas escolas
""Com este protocolo, as escolas vão trabalhar para estimular a aprendizagem do 25 de Abril, uma matéria difícil e até esquecida no programa", disse Maria de Lurdes Rodrigues durante uma mini-aula improvisada sobre o ensino em Portugal antes e depois da revolução, na Escola Básica 2/3 Matilde Rosa Araújo, em Cascais."
Mais disciplina nas salas de aulas
"Sonho francês" contra "patriotismo republicano"
Paulo Portas de camisa aberta
A saúde está cara
Um caso passado hoje comigo. Tive de fazer umas quantas análises, um TAC à coluna, embora em várias posições, uma eco abdominal e um RX pulmões e coração. Custo total 120 €, paguei eu conjugando ADSE e seguro. Se a isto se juntar as duas consultas médicas, façam lá a conta porque isto trepa muito, mesmo continuando a conjugar ADSE e seguro.E atenção o seguro/ano não é nada barato.
Por outro lado, já pensaram no tempo que leva para fazer isso? É mesmo preciso ter muita disponibilidade.
Acontece que, afinal, com uma melhor organização ou melhor com um melhor conhecimento e iniciativa de quem organiza tudo isto, a situação pode correr tudo muito mais rápido e sem atropelar ninguém. Felizmente para mim isso aconteceu e juro que não meti nenhuma cunha. Houve uma funcionária que olhou para o rol dos exames e me pergunta não quer que lhe organize melhor isto e passa cá só a manhã? É evidente que concordei plenamente e assim aconteceu.
E mais não será que esta funcionária, com esta iniciativa e este conhecimento merece ser melhor remunerada que a anterior que fez isto automáticamente sem incorporar aquele mínimo de iniciativa?
POR TEU LIVRE PENSAMENTO...
Os textos são de Rui Daniel Galiza e as fotografias de João Pina (filho de Herculana de Carvalho e de Joaquim Pina Moura). O livro é da Assírio e Alvim e teve o seu lançamento no Centro Português de Fotografia, no antigo edifício da Cadeia da Relação, no Porto, Sábado 21 de Abril.
Na belíssima fotografia de João Pina, o espaço aberto e o voo livre das gaivotas contrasta dramaticamente com as vidas encarceradas por detrás das grossas paredes do forte de Peniche. Era o tempo da ditadura e do ditador. Não o dos concursos de "Grandes Portugueses" onde alguns tentam apagar a memória. [Ver também aqui] e [aqui]
2007-04-22
Primeiras impressões
Objectivamente a esquerda parte para a segunda volta numa posição de inferioridade, os Verdes e o PCF tiveram resultados catastróficos, a reserva de votos da esquerda é bastante pequena. Veremos se nos próximos 15 dias será possivel inverter esta situação.
Pessoalmente vigiei uma mesa de voto num bairro popular onde Ségolène teve 32% contra 25% de Sarkozy, fiquei com a impressão que as pessoas querem que a política permita mudar a vida de todos os dias, só espero que não se desiludam.
Previsão. Após o fecho das urnas
2007-04-21
Rabih Abou Khalil
Abou Khalil vai dar um concerto gratuito em Paris no festival do Parque Floral (em Junho) e dois concertos em Lisboa e no Porto em Julho no quadro do "fado project".
A partir de ontem...
Não sei se sabem o que era ... o limbo. Deixem-me explicar.
Agora preparo-me e vou num abaixo - assinado. Se já não há limbo porque há inferno?
Agora é a mesma quem tem dinheiro compra o bilhete para o céu, quem não tem, não tem. Brazeiro com ele.
Estabelece-se, assim, a concorrência, porque se acabam com os entraves à entrada e mais resorts aparecerão lá no céu.
2007-04-20
Até que enfim!! Há humor na Madeira
2002-2007
Entre os meus amigos próximos que votam à esquerda quase todos dispersaram os votos pelos pequenos candidatos de esquerda, com a excepção notável da Alexandra Menezes que dois dias antes das eleições teve o cuidado de ler com atenção as margens de erro das sondagens e votou Jospin devido à enorme margem de erro das intenções de voto de Le Pen (cerca de 5% na época).
Desta vez a situação, apesar de diferente (o candidato centrista está muito acima do que estava em 2002), tem alguns pontos comuns. Tudo me leva a crer que Le Pen está sub avaliado nas sondagens. Os inquéritos de opinião que não perguntam em quem se vai votar mostram que as ideias de Le Pen seduzem mais de 20% do eleitorado Francês. O risco de voltarmos a ter Le Pen na segunda volta é elevado.
Ségolène Royal tem tentado nestes últimos dias seduzir a esquerda, pessoalmente não tenho grandes esperanças que uma vez eleita aplique um programa social muito diferente do que tem sido feito por Chirac. Provavelmente veremos algumas diferenças na investigação, no ensino e, espero, nas questões de imigração. Por todas estas razões desta vez voto Royal logo na primeira volta.
Sexo
Mas... menos que os gregos. Ora
Bagdad
2007-04-19
O Gato Ricardo Araújo Pereira...
Já sabia que aquela gente do PNR não gostava do Gato Fedorento. Agora fico a saber que a JCP também não.
Resta ao Gato uma consolação. Todos os outros gostam dele. Ou quase todos.
A Justiça que há
Em 2003, em entrevista ao Correio da Manhã, Rui Canas afirmou: "80 por cento dos funcionários de Finanças que conheci até 2002 continuam a fazer corrupção."
Este megaprocesso de fraude na máquina fiscal começou por envolver 106 arguidos... mas só 16 chegaram agora à barra do tribunal . As investigações foram iniciadas em 2000 por Maria José Morgado mas em 2002, no Governo do PSD/CDS, a magistrada foi afastada e o processo arrastou-se 7 anos por aí. Comentou-se, que este processo envolvia "gente influente". [Aqui]
Desemprego...
Máquinas de voto
As máquinas de voto, homologadas pelo Ministério do Interior, são fabricadas por uma empresa holandesa que mantém secreto o código fonte do programa utilizado argumentando que se trata de um "segredo industrial". Desta forma não há nenhuma possibilidade de verificar que a máquina não é programada para falsificar os resultados. A garantia que nos dão é a homologação do Ministério do Interior (do qual um dos candidatos foi o patrão até à duas semanas atrás) e um controlo técnico da Veritas ele também algo opaco de um ponto de vista técnico. Uma polémica sobre estas máquinas tem agitado o debate em França um abaixo assinado conta actualmente cerca de 70.000 assinaturas. A quem pode dispor de 6 minutos aconselho que vejam um vídeo que explica como se pode falsificar uma eleição usando as máquinas homologadas em França.
Face a tudo isto decidi propor-me a um dos candidatos para participar na fiscalização do acto eleitoral, se me chamarem para participar não deixarei de vos deixar a minha opinião.
2007-04-18
Quanto custa uma tese de doutoramento?
A Doutora francesa faz uma estimativa muito simples. Estimou os meios envolvidos: a começar pelos recursos humanos, encargos sociais incluídos, com a atribuição de um salário à si própria de 1 160€/mês e do seu orientador relativo ao tempo que dispendeu com ela. Esta componente somou 157 500€ (80% do total 185 500 euros).
Baptista Bastos e os Gatos Fedorentos
Vem bem a propósito este seu artigo, de um certo momento que se está a viver. Ainda há pouco vinha de carro e ouvi que terão sido presos uns quantos extremistas de direita, em Lisboa e Porto, "os defensores da raça pura", apanhados em flagrante com armas.
Maria José Morgado e o combate à corrupção
A sua equipa tem muito que fazer, pois, por todo o lado, se ouve contar uma "história". Mas atenção, as histórias não são apenas de agora: o que parece estar a acontecer é que "a coisa" transbordou de tal ordem que agora tende a atingir as "alturas administrativas".
"Os políticos são todos iguais." São?
"os políticos são todos iguais".
Se os carpinteiros, os médicos, os soldados, as meninas de alterne, os aviadores e até os engenheiros ;) não são todos iguais por que razão o haviam de ser os políticos?
Na Madeira o Jardim, um democrata outrora muito próximo do salazarismo, acha que não deve seguir as leis da República aprovadas por este Governo, em 2005, e lá os políticos podem continuar a receber as célebres pensões vitalícias que os deputados adquiriam ao fim de 12 anos de parlamento qualquer que fosse a sua idade. Na Madeira continua a auferir-se salários e reformas por inteiro (como o faz Jardim) e mesmo misturar funções oficiais e privadas e receber os respectivos vencimentos que a lei da República aqui proibe (lei das incompatibilidades).
Afinal...
"É irresponsavelmente perigoso dizer aos cidadãos que não podem ter armas nas escolas."
De facto, a universidade Virginia Tech proibira o uso de armas no campus e isso revelou-se trágico. Porque... porque se cada um dos estudantes mortos ou feridos tivesse a tiracolo duas espingardas de grosso calibre como as do seu colega Cho Seung-Hui talvez o tivessem morto primeiro.
Mesmo na primária é aconselhável - calculo - levar uma armazita na mochila, com o telemóvel. No estado da Virgínia com mais de 12 anos não se pode comprar um carro blindado mas é possível compar uma pistola.
Viva a grande NRA!
Vamos lá a ver se conseguimos "ganhar na secretaria"
A Congregação tem muita força e as "meninas de concerto" impressionam.
2007-04-17
O massacre de Virgínia Tech
Poderia dizer que me surpreende a alma humana ( mas na realidade não surpreende) ao sentir que aquela monstruosidade, por se passar tão longe de nós nos faz apenas parar um momento e seguir em frente. Se fosse aqui no meu bairro ou mesmo num bairro mais afastado mas em Lisboa, por exemplo, não pararíamos apenas um momento. Um dia inteiro não chegaria para nos acalmar e saber se alguma das vítimas era nosso familiar, ou amigo, ou amigo de um amigo. Por isso só com algum esforço podemos avaliar, e só tenuamente, a grandeza da tragédia para as famílias enlutadas, a população daquela universidade ou mesmo daquela cidade.
O caso passou-se muito longe e por isso posso, com tranquilidade, tirar lições. De moral. Ou políticas.
Primeira - O acesso indiscriminado, nos EUA, às armas de fogo, pistolas, carabinas ou metralhadoras, nalguns Estados, como o do Texas, até a jovens com mais de 14 anos de idade, e que a Constituição dos EUA consagra como um direito de cidadania, não é antes um criminoso negócio que deixa à loucura dos milhares (ou milhões?) de doidos à solta para já não falar nos criminosos que não sejam doidos, a possibilidade de matanças como esta? É que não é primeira nem a décima nem a última vez que isto acontece numa escola. Para não falar em coisas como Oklahoma.
Segunda - Isto deve estar, como é natural, julgo eu, a impressionar muito a América. E a fazê-la pensar. Mas isto é apenas uma gota de água comparada com o oceano do Iraque alagado não por um criminoso ou um louco mas por um governo. O seu. O de W. Bush. Número de mortos a caminho do milhão. Deslocados internos 1,9 milhões, fugidos para o estrangeiro 2,2 milhões de pessoas.
E como sabemos isto incomoda pouco a América. Porque o Iraque fica longe. E os iraquianos não são americanos e para muitos apologistas da guerra, nem talvez verdadeiramente pessoas.
Manifestação de estatísticos
Nos últimos meses surgiu uma polémica com acusações de manipulação das estatísticas, primeiro por parte das centrais sindicais, depois com participação dos partidos da oposição. Recentemente o Eurostat corrigiu os dados oficiais franceses do desemprego, o que vem dar razão aos sindicatos.
A técnica mais criticada é a que consiste em eliminar um certo número de pessoas das listas da ANPE (Agência Nacional Para o Emprego) retirando assim essas pessoas da população activa.
O Gato e a Sátira
Um dos últimos exemplos desse exercício de estrita e conveniente selecção de termos, transfigurado em reflexão universalizante, pode ser lido no jornal PÚBLICO de 14 de Abril p.p. e no blogue de JPP, o Abrupto, a propósito da pugna Partido Nacional Renovador (PNR)/ Gato Fedorento (GF). Intitula-se “Castigando os costumes”.
Para não nos maçarmos com descrições enfadonhas e (im)parciais, ficam aqui somente 4 notas de leitura:
1. JPP não sugere alternativas de debate político-ideológico para o tipo de “oposição” que o GF entendeu contrapor à propaganda intolerante, xenófoba e virtualmente racista que o “outdoor” do PNR configura. Parece de bem com o status quo que viabiliza um (PNR) e manda retirar o outro (GF).
2. Chamando justamente a atenção para o efeito de contraste com que uma oposição ilumina o objecto oposto, JPP desvaloriza a circunstância de não se poder criticar nem debater o quer que seja sem conhecer (iluminar, contrastar) o que rejeitamos, sob pena de ignorarmos o que estamos a fazer. Nestes termos, não é possível recusar uma atitude política em relação à imigração sem apontar para ela com clareza, coisa que o grupo GF fez com uma firmeza bem-humorada.
3. Com uma subtileza semelhante à de Marcello Rebelo de Sousa quando, a propósito da Campanha do Referendo de Fevereiro passado foi atingido por um spot do GF, JPP deixa, finalmente, um recado criterioso: se o GF critica uns mas não os “outros”, então é porque segue uma orientação política específica, coisa que (como uma ameaça à sobrevivência comercial do GF) se tornará cada vez mais evidente. E é aqui que se revela o conteúdo moralizador da crítica de JPP. Nesse âmbito da ética (do que deve ou deveria ser) alterando os termos do que o GF deveria fazer e não faz, é que repousa uma vontade indisfarçada de submeter ao castigo da sátira não aquilo que aos olhos dos GF surge coberto com o ridículo da intolerância proto-racista, mas o que, aos olhos de JPP, se afigura inconveniente ou desequilibrado.
4. Ainda bem que a agenda humorística do GF não se afeiçoa ao “equilibrado” uso da sátira que JPP preconiza. É que assim, pelo menos, têm piada, e talvez recordem (ou alertem?) para o facto de que os exercícios de humor não substituem nem dispensam a seriedade da afirmação cívica e da acção política. Esperar de uns o que só os outros devem e podem fazer é estranho. Ou seria estranho se, como no caso vertente, não se destinasse a relativizar um programa de intolerância face ao qual, o silêncio, a indiferença e uma putativa equidistância, têm contribuído para avolumar, encorajando atitudes estúpidas e desumanas, em tempos de desemprego, vacas magras e desnorte das direitas mais civilizadas.
Joseph Stiglitz avalia 50 anos de UE
Stiglitz (prémio Nobel da Economia) sublinha a superioridade da UE na paz, na justiça social, nos direitos humanos, na prosperidade, no multilateralismo, na ajuda aos países do terceiro mundo.
"...
Los europeos no deben desalentarse por las comparaciones entre el PIB de Europa y, digamos, el de Estados Unidos. No cabe duda de que Europa se enfrenta a grandes retos en la tarea de perfeccionar su unión económica, incluida la necesidad de reducir el desempleo y de impulsar el dinamismo de la economia. Pero por más que se haya incrementado el PIB de Estados Unidos, la mayoría de los estadounidenses está peor en este momento que hace cinco años. Una economía que, año tras año, da lugar a que la mayor parte de sus ciudadanos estén peor no es un éxito."
2007-04-16
Há terrorismo e terrorismo
Isto é que era engenharia!
Machu Picchu, é uma cidade pré-colombiana, construída no séc. XIV, no topo de uma montanha, a 2.057 metros de altitude, no Peru. O local é, provavelmente, o símbolo mais típico do Império Inca. É património mundial da UNESCO e um local histórico dos mais visitado do Peru.
Central Nuclear Flutuante
Para além da notícia, simpático seria que os especialistas nos elucidem sobre esta tecnologia.
"Próximo" Tratado Europeu?
Conhecemos a pouca inclinação de Cavaco Silva sobre referendos. Para ele, entre referendo e assobiar para o lado, opta pelo assobio.
Vamos por partes.
Uma vez de pé, o projecto deveria submetido durante uns meses a uma discussão alargada, através de várias formas, onde a sociedade civil fosse chamada a ter uma elevada participação.
Com o novo projecto de tratado, volta tudo à estaca zero, ou seja, todos os países têm novamente de o aprovar?
Fundamental, fundamental é o debate com elevada participação
.2007-04-14
Que grande "furo"!!
O problema é não se ter uma mulher a dias, como deve ser. Se a tivessem, eram só "furos" jornalísticos.
Daqui resultaram logo dois problemas muito graves quando chega a primeiro ministro e, que eu não lhe perdoo: primeiro, uma grande curiosidade desde a tenra idade e segundo não faz constar isso do seu CV. Inadmissível, mesmo muito perigoso!! Estas características não se ajustam a um PM. E assim se explica que tendo o Homem estado matriculado 3 anos em Direito, na Lusíada, não tenha posto isso no CV.
Quando os canudos uivam (5)
Sabe-se muito mais do que isso, é certo, mas a relevância política do que se sabe é escassa.
Obtemperam alguns que a fulanização das lideranças nos trouxe para este terreno movediço em que são os traços de carácter e as características da personalidade que se tornam mais relevantes para efeitos de mediatização e, consequentemente, para a avaliação dos actores políticos.
Se os líderes são eleitos antes dos congressos, aos quais chegam, depois, com bandas e fanfarras, no culminar de uma campanha fulgurante, a política das ideias cede o lugar à consagração carismática da idolatração, e o debate de ideias é abandonado em favor de uma encenação eufórica.
Ora é esse o terreno onde estamos. Não há carisma sem culto das qualidades do líder. Quando aquelas são menorizadas, este é afectado também.
Não se percebeu ainda muito bem se o efeito de massacre que a táctica da cozedura em lume brando acarreta, será ou não nociva para a carreira política de José Sócrates. Raimundo Narciso e o anónimo Luís Narana travam-se de razões [aqui perto], acerca do significado dos índices de popularidade, dos graus de conhecimento do que está em questão e do “efeito Felgueiras”.
De um modo ou de outro, o resultado poderá, em breve, trazer-nos ensinamentos actualizados acerca do que nos separa ou aproxima da “porca da política” chamejante na segunda metade do século XIX.
André Freire, comentando ontém no Expresso da Meia Noite (SIC Notícias) o balanço apressado que o Primeiro Ministro fez dos dois anos de governação, (pretexto que encontrou para a conveniente entrevista), chamou a atenção para o maior desinvestimento de sempre no orçamento do Ministério da Ciência e Ensino Superior. Compreende-se mal um tal corte. A qualificação dos portugueses e o reforço da base tecnológica pareciam, anteriormente, constituir um dos trunfos brandidos por José Sócrates.
De facto, a trapalhada em torno do canudo e da UnI, acentuando a fulanização da política, não ajuda nada no debate acerca dos rumos que o Governo diz manter.
A política portuguesa continua a ter, como dizia Camilo, bastante da tourada à espanhola.
2007-04-13
Sócrates segundo São Vasco
(Mais? Então aqui)
Bill Kovach. Um nome a reter.
Novos analistas na imprensa
- Vai ver que ainda contratam para a secção de opinião do DN a Carolina Salgado. E para a do Público a Margarida Rebelo Pinto.
- Hum, resmunguei eu. Ainda é cedo. Lá mais para o verão... quem sabe.
Aqui vai um abraço para o "Bicho Carpinteiro" José Medeiros
P.S.: (leia-se post scriptum) Acabo de ler agora (18h e 35 m), aqui, que Ruben de Carvalho também foi dispensado pelo mãos largas do DN.
Aqui fica a solidariedade bloguística para todos. E para os que hão-de vir.
2º P.S.: 2007 -04-14 Sábado. Não foi preciso esperar muito, Joana Amaral Dias, outro "Bicho Carpinteiro" também foi dispensada pelo DN. Era uma das suas atracções e por coincidência (ou talvez não) também de esquerda.
É a capa do descarado InimigoPúblico
Cada um faz a política que pode
A ENTREVISTA
De que tinha Sócrates de se defender? De ter sido aluno da UI há uns anos atrás (quando Marques Mendes era professor lá) e esta estar agora a desfazer-se? De ter a UI preenchido uma pauta em Agosto? Posto uma assinatura num Domindo? De o professor de Inglês Técnico ser o reitor? E o professor de quatro cadeiras poder ser um seu amigalhaço mesmo sem ninguém o saber? Sócrates tinha que se defender de uma infinidade de pequenas coisas estranhas a que é manifestamente alheio mas que laboriosamente coleccionadas e convenientemente interpretadas permitiram criar uma nuvem de insinuações com que se pretendia atingir o seu carácter.
A situação foi agravada por alguns erros do 1ºM. Ter andado por aí de telefone na mão para os jornais mais do que aconselhava a chã prudência. Ter atrasado as explicações permitindo que isso constiuisse mais uma prova de tudo o que o acusavam.
2007-04-12
A missão, afinal, possível
E ao contrário do que dizia no meu poste abaixo "missão (quase) impossível", José Sócrates, não tendo sido brilhante, foi convincente. O que não significa que todos os domínios tenham ficado esclarecidos. O principal domínio para mim não esclarecido foi o do porquê de tão tarde vir esta explicação. A explicação de Sócrates do inquérito à UnI, não me convenceu. Um
problema menor que poderia ter sido "resolvido no ovo" foi deixado arrastar-se e de forma prejudicial. E aqui houve uma má avaliação de Sócrates. Ele nunca pensou na dimensão que o problema iria atingir .Por outro outro, a entrevista não correu bem aos jornalistas que estiveram pouco acutilantes e nalguns aspectos, sobretudo da segunda parte, a sua preparação não se mostrou ser a melhor.
Quando os canudos uivam (4)
Da Administração da Caixa Geral de Depósitos, Armando Vara segue isto tudo com um sorriso de entendido distanciamento.
Sócrates não lhe pediu ainda nenhum sacrifício de monta.
A chamada “Nova Esquerda” tem outras inclinações.
Quando os canudos uivam (3)
O que acontece ao agente do Estado (excedentário) que não é recolocado ao fim de dois anos?
Sabem?
A grande questão que inexplicavelmente não é colocada ao executivo de Sócrates é simples. Reforma do Estado, Redução do Défice, Saneamento das Contas Públicas?, - certamente!
Mas porquê à custa dos suspeitos do costume?
Enigmas da “Nova Esquerda”...
Quando os canudos uivam (2)
Talvez faça.
Quem não ficou satisfeito com as explicações que o Secretário Geral do PS, finalmente, aceitou dar, poderá sempre ser olhado como um daqueles invejosos que gostaria de ter sido semelhantemente tratado nas escolas por onde andou. Um mesmo prof para 4 disciplinas (vantagem para o aluno, se o prof for bom); uma cadeira dada pelo próprio reitor (nada mau para a autoestima do aluno) e, por fim, a compreensão que consistiu em fazer fé na palavra de José Sócrates.
É isso.
Meio país, atónito, insiste em querer saber mais, enquanto a outra metade, com mais siso e sageza, continua a confiar “totalmente” na honestidade e boa fé do Primeiro Ministro.
Na minha metade, é quase sempre assim. Somos todos uns grandes invejosos.