.comment-link {margin-left:.6em;}

2007-11-30

 

Estado nacionalizou Tiepolo

Deposição de Cristo no Túmulo é o nome da obra de Giambattista Tiepolo, (Veneza, 1696 - Madrid, 1770) que o Estado (através do Instituto dos Museus) acaba de comprar por 1,5 milhões de euros pondo fim à grande expectativa mantida até ao último momento em torno do leilão ontem verificado em Lisboa.
Havia o receio de que a obra do célebre veneziano fosse para o estrangeiro em prejuízo do já de si modesto património artístico nacional no âmbito das artes plásticas.
Os estrangeiros que se preparavam para licitar desistiram de o fazer ao saberem que o Estado português tinha acautelado a obrigatoriedade de a pintura permanecer em Portugal.
A compra ficou assim pelo valor base fixado pela leiloeira.
Segundo a imprensa quando se verificou a compra pelo Estado "rebentaram os aplausos da assistência na sala" revelando que afinal, mesmo ao arrepio das modas, uma nacionalização pode gerar genuino entusiasmo.

2007-11-29

 

De profundis (4)

...




"Hoje há mais telemóveis do que portugueses"


Lili Caneças

in Life/DN de hoje, pág.28, em rodapé.

 

Descompassados (1)


Entrevistada para a FOCUS de 28/11/2007, a propósito da publicação do seu livro País (In)Sustentável, ( pág. 11, rubrica "Em Directo": "Sem espaço público de qualidade não há democracia"), Luísa Schmidt estima que

"Portugal está numa fase de recessão. Apesar de ter uma boa equipa no Ambiente, esta não tem peso político. O 1º-Ministro conseguiu notoriedade pelo trampolim ambiental, quando foi Ministro do Ambiente. Agora abafou aquilo que na altura defendia. É quase como se fosse outra pessoa. Não deu margem a que esta equipa pudesse trabalhar com brilho, com energia, domina muito o governo. Do ponto de vista da sociedade civil, da prática dos cidadãos, vivemos um momento alto. Estamos descompassados. A opinião pública está mais à frente do que o lado político."

Deveríamos fazer um esforço maior e tentar descobrir algo em que José Sócrates não tenha mudado, aspectos em que tenha melhorado, e promessas que tenha cumprido.

Dão-se alvíssaras.

 

Falar verdade a mentir (6)

Cortesia de "O Coiso"

O PS, segundo Mário Soares [ver aqui] deveria governar um "bocadinho mais à esquerda". Para compreender o Dr. Mário Soares nesta matéria, basta recordar o que foi a sua governação. Pedir ao actual governo que se "vire" um pouco mais para a esquerda é menos do que dar alvitres para a formação de um governo PS/CDS, hoje improvável; de um governo PS/PSD, actualmente desnecessário; ou de qualquer aliança suportada em acordos de regime, mais ou menos fracos, de que o famigerado pacto da justiça pode ser um exemplo, e o acordo sobre a "nova" proposta de lei eleitoral para as autarquias pode constituir um dos maiores escândalos constitucionais.

Um "bocadinho mais à esquerda"?

Um "bocadinho" só, já não chega, Dr. Mário Soares.

Seria necessário, pelo menos, um "bom bocado"!

2007-11-26

 

Ainda os descontos dos reformados da FP para a ADSE

Todo o reformado da FP terá recebido da Caixa Geral de Aposentações uma nota onde se comunica que este mês descontou 4 vezes 1% para a ADSE nas seguintes condições:

Na realidade, não se percebe para onde este Ministro das Finanças pretende ir e aonde quer chegar com a disparidade que criou com esta medida de desconto sobre os 14 meses, contrariando a lei e decretando uma completa desigualdade face ao pessoal no activo.

Mas seguimos os passos já dados e os futuros.

Em finais de 2006, decreta o fim da isenção dos pensionistas no pagamento à ADSE e estabeleceu a taxa de 1%.

Em 2007, estende a taxa aos 14 meses.

A partir de 2008 e até 2012, a taxa vai aumentando até atingir 1,5%, a taxa paga pelas pessoas no activo.

Será que a intenção é os activos passarem também a pagar 14 meses?

Não se percebe onde está a sensibilidade social deste Ministro das Finanças ao assinar esta medida. Cria mais "uma guerra" social desnecessária e ridícula.


2007-11-24

 

Falar verdade a mentir (5)

Vasco Pulido Valente produz uma peça entre o jornalístico, a crítica literária, a análise histórica e o processo de intenção, que vem no PÚBLICO de hoje (P2) com chamada de 1ª página - O novo livro de Miguel Sousa Tavares, Rio das Flores, lido por Vasco Pulido Valente - nas páginas 6 a 9 do referido suplemento.
Vai tudo junto: a erudição histórica, a análise "estrutural" da narrativa, e a punição do autor. Evitando uma abordagem reflexiva, ensaística, disfarçando, porventura, a sua forte antipatia por MST, com alguns exemplos do que no livro merece ser destacado pela positiva, VPV lança um cerrado, inapelável e definitivo anátema contra o mais recente livro de MST.
VPV acusa os principais protagonistas da novela de MST. Demonstra que a percepção que tinham do que se passava em redor deles, nesses tempos, era desinformada, ignorante e distorcida.
Aqui levanta-se uma questão "menor": não poderão as personagens evidenciar uma visão desajustada do seu tempo? Parece-me que sim, mas VPV não deixa de cobrar por isso.
Arrumados os principais protagonistas, VPV vai-se ao narrador. Fornece uns quantos exemplos de incongruências e desconhecimentos do contexto.
Desta vez, VPV parece aproximar-se do autor. À primeira vista, o narrador tem uma relação muito próxima com o autor. Mas poder-se-á, sem mais delongas, acusar o narrador de "ser" o próprio autor?
Duvido.
Bem vistas as coisas, MST beneficiou da descarada hostilidade de VPV.
Não é possível acompanhar a polémica que, suponho, se seguirá, sem ler os dois (MST e VPV).

Se tivesse sido combinado, não resultaria melhor.


 

Falar verdade a mentir (4)

A propósito da ideia de partido-empresa que as declarações recentes de Luís Filipe Menezes vieram ressuscitar, José Pacheco Pereira (*), por um lado, e Vasco Pulido Valente (**), por outro, vêm apontar, no PÚBLICO de hoje, as risíveis fragilidades desta espertalhice.
Fazem-no, porém, por metade.
Quer um, quer outro, tiveram oportunidade de se informar sobre a emergência e consolidação da "empresa" como "actor social", relegando, para segundo plano, os grupos sociais, os colectivos e o indivíduo. Cerca de dois séculos depois do surgimento desta "nova" vertente "social" da empresa, o pensamento que se auto-denomina "liberal", chocalha.
"Não façam ondas" - dizem os grandes patrões aos trabalhadores. "Olhem que se a 'empresa' soçobra, vamos todos ao fundo!"
Tem-se visto que, entre legislação facilitadora dos despedimentos e redução dos direitos dos que trabalham, as empresas continuam a fechar, a deslocalizar-se, ou, pura e simplesmente, a extinguir-se. Nessas alturas, os principais accionistas, efectuado o despedimento colectivo, vendido o que resta, põem-se a caminho de umas férias de luxo, enquanto prospectam o mercado à procura de novas oportunidades.
Tudo isso, enquanto os trabalhadores que ficaram desempregados desesperam.
O actor-empresa é, de facto, um excelente expediente para dar a impressão que "estamos todos no mesmo barco"!

Entretanto, seguindo velhas receitas, a mercantilização avança.

Agora, os partidos; depois as igrejas, a família, a procriação.

E a seguir? Que será?
______________________________________________

(*) José Pacheco Pereira, A emergência do partido empresa, PÚBLICO de 2007/11/24, pág. 45.
(**) Vasco Pulido Valente, O PSD e o "mercado eleitoral", idem, na contracapa.

2007-11-23

 

Um governo muito imaginativo... para o torto

Acabo de ler que este governo quer embolsar mais 9 milhões com os reformados da FP. Até já saiu um despacho "imaginativo" do Mfinanças.

Reformados vão pagar mais para a ADSE do que os trabalhadores

Não se pode ir ao bolso das pessoas de qualquer modo. Só com uma lei, um decreto-lei ... um despacho.

É o caso. E então como a ADSE está falida, há muito tempo e pouco têm feito os sucessivos governos para um seu melhor reequilíbrio, o que passaria sobretudo por uma boa gestão e uma grande reestruturação da mesma, então há que ir aos bolsos dos pensionistas e pô-los a pagar 14 meses, porque são já uns tipos muito velhinhos e gastam médicos e medicamentação 14 meses por ano. Muito "imaginativo" A justificação não é esta mas podia ser, porque a desculpa das 14 prestações é deste teor e não tem sustentação legal.

Os funcionários no activo, esses são muito possantes e como tal nem de médico precisam durante os 12 meses do ano civil, pelo que só descontam 12 meses.

Mas a lei é igual para todos. Se querem pôr a mesma taxa de desconto de 1,5% que assumam. Essa seria uma medida clara e transparente. Esta interpretação é de "chico esperto".

Acho isto desigual, já não quero chamar de injusto.

Sou parte interessada no assunto e, por isso, vou protestar junto da Caixa de Aposentações, porque este despacho contraria a lei geral que sempre se aplicou até agora.

 

Scolari irritou-se

Dizia o "pivot" de um dos canais de TV do burgo que Scolari se tinha irritado com os jonalistas e tinha mesmo abandonado a conferência de imprensa.
Temi o pior.
Felizmente - a peça seguinte mostrou-nos o que se passou - tudo correu bem afinal e ninguém foi esmurrado.
 

Parabéns

Vital Moreira denuncia aqui o discurso sindical (e inapropriado para se dizer o mínimo) de Pinto Monteiro. Já num post anterior ele referia a deslocada locacidade institucional do PGR.
E eu aproveito o ensejo para dar os parabéns a um dos mais prestigiados blogs de comentário político o Causa Nossa que hoje faz quatro anos de indefectível labor.

2007-11-22

 

Da Televisão para as Estradas

Vi Almerindo Marques na entrevista de Judite de Sousa, hoje, na RTP. Que estava disposto a continuar depois do convite do ministro Santos Silva. Mas aceitou a nova proposta de Mário Lino por considerar que a RTP já venceu as grandes dificuldades e que as Estradas de Portugal, pelo que lhe contou o ministro, constitui uma grande desafio e é isso que o atrai.
Protótipo do gestor típico do bloco central disse que se afastou da militância do PS porque não conseguiu que vencesse a sua exigência de "combate à corrupção". "Das ideias e do dinheiro".
Revelou que em "miúdo" foi "estalinista" mas depois andou sempre pelas águas da "esquerda clássica". Socialista ? - interrogou JS. Ele confirmou. Começou a trabalhar aos 13 anos numa oficina de automóveis em Leiria e formou-se como trabalhador estudante. Em 1975 foi saneado do Banco da Agricultura, confirmou. Porquê ? - perguntou JS que já conheceria a resposta. Fui acusado num plenário "de uma minoria de trabalhadores" de "fascista e persecutor". Porquê? Bem... eu tinha sido convidado várias vezes para me inscrever em certo partido, como eu recusei..." Qual partido? Insistiu JS certa de que não era o dela. Almerindo Marques disse qual era.
Eu não posso confirmar nem desmentir. Não conheço o caso. Sei que houve muitos, justos e necessários saneamentos mas também saneamentos que não passaram de vingança, inveja, ignorância e estupidez política.

 

Um blog à espera da vossa visita

Fui "recrutado" para um novo blog de seu nome Suite de Ideias. Hoje postei sobre o sr. Musharraf mas, apesar da minha colaboração, o blog vale bem a pena ser visitado.

2007-11-21

 

Grevistas ganham 4.000 € por mês?

Segundo a Administração da VALORSUL a média de ordenados dos grevistas é de cerca de 3.000 € (40.837 € por ano) e a greve visa as horas extraordinárias que dão a cada um dos 78 trabalhadores mais 1.000 euros por mês.
Diz a Administração que: «na sua grande maioria, [as horas extraordinárias são] perfeitamente desnecessárias mas que, nas presentes condições, não podem ser evitadas por força da rigidez do Acordo de Empresa e do horário laboral em vigor».
Já lá vai o tempo em que a maior parte das greves eram de quem menos ganhava. Agora são de quem as pode fazer. Em geral a classe média e trabalhadores da função pública.
Tema para Carvalho da Silva reflectir.

A GNR e o piquete de greve.
___________________

A CGTP condenou a intervenção da GNR, na greve da VALORSUL mas a GNR apenas impediu que o piquete de greve desrespeitasse a lei obrigando os trabalhadores de outras empresas, as de transporte do lixo, a solidarizarem-se com os grevistas.


2007-11-19

 

Cozinheiro com sida perde causa

O dono do restaurante despediu o cozinheiro invocando justa causa por ele ser portador do virus da sida. O cozinheiro recorreu ao tribunal que deu razão ao dono do restaurane. E agora, para escândalo de médicos e da opinião pública mais informada, o Tribunal da Relação confirmou a sentença "medieval".
Claro que defendo uma posição social e sindicalmente irrepreensível. E manifestei isso mesmo no café onde trato as questões de maior transcendência política e filosófica.
O Senhor Antunes, meu vizinho, que já me tomou de ponta, replicou de imediato
- E se o restaurante fosse seu? Sim, se fosse seu? A clientela mais tarde ou mais cedo sabe que o cozinheiro tem sida, acha que vão todos a correr ao seu restaurante ao almocinho feito pelo cozinheiro com sida? Acha? Acha? Diga lá?
- Bem, quero dizer... - comecei eu a ganhar tempo, a tentar reunir apoios nas mesas à volta e a dizer o que é justo dizer - que o suor e a saliva não transmitem o virus, só o sangue e o sémen... Pois só um, mais digno, me respondeu:
-Ia lá almoçar, sim senhor. - ao que, de imediato, outro lhe chamou mentiroso.

 

O bico de obra é o Kosovo

Como vai a presidência portuguesa descalçar a bota? Fazendo o que a Europa lhe disser, a Alemanha, o RU, a França, a Itália.
Os albaneses ( muçulmanos) depois da fuga dos sérvios serão uns 90% ou mais no Kosovo e querem a independência. O costume. Uns quantos candidatos a chefes e burocratas incendeiam o nacionalismo e os ódios e recentimentos latentes (e contra os Sérvios não precisavam de se esforçar) prometem manhãs radiosas e vida boa.
O Kosovo é paupérrimo e desde que está a ser governado sob os auspícios da ONU a situação só se tem degradado. A desilusão é geral e numa eleições para a independência votaram 45 % dos eleitores.
O UCK , o partido "albanês" mais extremista, que ganhou as eleições (34%) teve de início, quando grupo guerrilheiro e terrorista, a oposição aberta dos EUA. Depois os EUA mudaram de orientação e os terroristas de ontem, assessorados pela Al Kaheda e os talibãs, passaram a patriotas de hoje.
Nunca se percebeu bem porquê. E agora apoiam sem reservas a independência imediata. Já para o dia 10 de Dezembro. Talvez para dar uma ensinadela à Sérvia que não se submeteu a Washington e é apoiada pela Rússia. Talvez para deixar a UE entretida com um abcesso difícil de gerir, talvez por alguma mensagem divina e evangélica chegada a Bush.
Sem dúvida que não há nenhuma solução simples. Por um lado os kossovars querem a independência, talvez sem saberem bem que a região não é viável como país. E há que respeitar a sua vontade. Por outro lado o Kossovo sempre pertenceu à Sérvia e foi até o local onde o país nasceu.
Uma UE independente dos EUA faria do Kossovo um estado federal/quase independente da Sérvia mas mantendo a integridade desta.
Apesar das diferenças a independência não foi um instrumento para a resolução dos problemas da Irlanda do Norte ou do país Basco, por exemplo.

 

Perderam-se muitos milhares de empregos qualificados ...

... na nossa economia nos últimos anos. Ouvi os comentários gerais de hoje, que não convencem pelo contrário desinformam e alguns são mesmo ridículos.

É a oposição a tentar tirar dividendos do facto, da pior forma, sem tocar nos fundamentos do problema. É o governo a fazer má figura pelo voz do Ministro Vieira da Silva pela mesma razão.

Será que o senhor Ministro vem pôr em causa o INE? O INE fez o seu trabalho. Registou estatísticas, tão credíveis agora, quanto o foram quando simpáticas ao governo.

Alguns factores explicativos para esta situação. Um, será o modelo económico que o país há muitos anos pratica e que há muito bateu no fundo. Um modelo baseado em baixa tecnologia, recursos humanos pouco qualificados, e um tecido empresarial de pequenas/médias empresas sem dimensão crítica e espírito de cooperação entre si. E muitas foram as causas da duração deste modelo, entras elas, não é alheia a lógica de aplicação que presidiu aos anteriores quadros comunitários de apoio. o dinheiro fácil. Depois, um ensino que, no fim da linha, forma demasiados licenciados pouco ajustados às necessidades da economia que, até há pouco eram absorvidos, sobretudo pela Administração Pública. A necessária reforma da Administração Pública em sentido amplo veio gorar esta absorção e aumentar a taxa de desemprego entre os detentores de habiltações superiores.

Como se sabe o Estado estancou o recrutamento e no campo do ensino não tem renovado contratos com o ritmo de anos anteriores.

A economia permanece indiciando algumas mudanças nomeadamente na qualidade dos produtos exportados onde as estatísticas mostram que as produções actuais estão a incorporar mais tecnologia do que em anos antes (desta estatística o Governo gosta) mas a ritmos que não são ainda compensadores do desemprego criado. ou dos licenciados chegados ao mundo do trabalho.

Refira-se que todas as economias em processo de mudança atravessam períodos críticos de adaptação. A questão que se coloca no caso português é o da duração desse período. Tenho dúvidas que não seja longo, por uma razão simples, não vejo actores públicos nem privados, capazes, para sustentar a mudança dinãmica e bem alicerçada. Os exemplos pululam por aí. É só olhar.

 

Estradas portuguesas matam.. e muito

... Por dia, quase 3 pessoas. Mais exactamente, em termos estatísticos, 2,5 pessoas.

É de pensar. Na realidade, as nossas estradas, temos de admitir, têm vindo a melhorar de qualidade, designadamente desde a nossa entrada na CEE.

Pensando bem, talvez tenha sido um mau investimento, a melhoria de estradas. Investiu-se demasiado no betão, faltando a educação, não o ensino formal, mas sim a comportamental.

 

Como ser padre em tal freguesia?

De cada vez que Meneses quer mostrar a diferença relativamente a Marques Mendes e exercitar a sua veia de homem de Estado (mesmo sem Parlamento, nem Conselho de Estado) lá vem Cavaco contrariar. É de mais. Anteontem foi a propósito da localização do aeroporto em Alcochete. Que era tudo manobra do Governo e a Ota já estava decidida. Cavaco veio dizer que Sócraes lhe dissera que não e Menezes não teve remédio se não dar o dito por não dito. Depois foi o pacto para Justiça. Que rasgava. Cavaco explicou que o pacto fora ideia sua.

Dou um conselho a Luís Filipe Menezes. Telefone. Telefone a Belém antes de dar orientações. É mais seguro. (Apesar das escutas).


 

Corrupção moral

Durão Barroso apareceu no telejornal. Interrogado sobre o papel que desempenhou como anfitrião na cimeira dos Açores em que apoiou Bush, Blair e Aznar na decisão de invadirem o Iraque disse que foi enganado. «As informações [que lhe deram] sobre a existência de armas de destruição maciça no Iraque não correspondiam à verdade». Mas acrescentou de imediato, talvez com a mesma convicção com que "acreditou" nas informações (que até eu, aqui no Puxa Palavra, sabia serem falsas como Judas) que «do ponto de vista português não há nada a lamentar».

«do ponto de vista português não há nada a lamentar!!»

Então a destruição de um país, a tragédia de milhões de iraquianos, a catástrofe dos milhões de refugiados nos países vizinhos, o sacrifício de milhares de mortos dos EUA e de outros países invasores, nada disso tem qualquer importância? E o Governo de Portugal que apoiou, com pretextos falsos, conscientemente assumidos, a invasão do Iraque não tem nada a lamentar?

Oiço e não acredito. Ou melhor indigno-me. Claro que não sou ingénuo. Ando na política já lá vão uns anos. Mas acho que tenho o dever cívico de me indignar e não aceitar, com cinismo, que não há nada a fazer com os políticos, ou seja, com o género humano. Há algo a fazer: quem tenha uma réstia de honradez não pode abrir mão de todos e cada um dos valores morais em que assenta a civilização, a democracia, a liberdade, a justiça, a vida.

Durão Barroso contente nas suas declarações até explicou porque «do ponto de vista português não há nada a lamentar». «A prova - disse - é que eu próprio fui quase logo a seguir escolhido para Presidente da Comissão Europeia.»

É quase "naif" esta confusão entre o interesse de Portugal e o seu interesse pessoal (associado ao de uma certa direita europeia). O que disse, como disse e a explicação que deu é tudo bem elucidativo do grau de degenerescência moral de alguns políticos (muitos infelizmente) ao ponto de total insensibilidade para apreciar a imagem que deu de si próprio.

2007-11-18

 

"Um Madeirense fica sempre por cima!!

Acabo de ouvir esta "máxima sensacional" de Alberto João Jardim, numa festa do Marítimo no Telejornal da SIC notícias das 19h.

Não percebi também a que título o presidente da Liga de futebol, Hermínio Loureiro, estava ali. Mas, como falou sobretudo da Lei das Finanças Regionais, deduzi que estava a representar ali não o futebol mas estava como dirigente do PSD nacional. Não o ouvi falar de futebol, limitando-se antes a atacar o governo de José Sócrates, pelo que teve a retribuição de Jardim, recebendo o maior elogio de Jardim que, certamente, no seu sempre modo excessivo de fazer chegar à população a sua mensagem, disse a frase-título deste poste: "um madeirense fica sempre por cima".

Esta deve ser uma nova receita de Jardim. Será que agora, para além do pensamento único, começaram a ser decretadas na Madeira formas únicas para tudo?!

Atenção, calem-se as vozes! Dixit o Presidente.


2007-11-17

 

Ainda a propósito da sugestão do "sítio" para a tenda de Kadhafi

Que me desculpe o ministro Luis Amado, em me ter intrometido na sua casa. Até acho que se trata de um ministro que não se tem saído nada mal nesta refrega da Presidência Europeia. Calmo, com visão de acção, boa presença e boas intervenções, apesar deste tempo perdido na escolha de local para a tenda.... Lisboa tem muitas hipóteses. Também pode optar por instalar em pleno Tejo sobre pontões. Imaginação pede-se!

Corre que José Sócrates vai premiar Luis Amado. ... Vai convidá-lo para gerir um curso pós graduação de boas maneiras ministeriais (orientador), um curso em que o princípio estratégico é: um ministro nunca, em tempo algum e em condição qualquer, se pode exceder ou mostrar-se sisudo. Trata-se de um curso para primeiros ministros e ministros, certamente a ocorrer em recinto muito privativo. Só há um problema. É que tudo indica o horário será pós-laboral e certa gente que me abstenho de referir já tem problemas com o período laboral.

Um curso de futuro, todavia, agora que começam a falhar os temas para pós graduações. Um curso com frequência garantida. Segundo ouvi, mal sabendo-se do afloramento desta ideia, posicionaram-se logo muitos pretendentes, já com textos redigidos (pedidos a terceiros com experiênca de redaçção destes eventos) para marcar presença. Ouvi dizer que, lá dos lados de Gaia, os emails à espera são em número incontável.

 

"Kadhafi rejeita hotel e exige acampar em Lisboa"

... É o que diz a imprensa de hoje. Mas diz mais. O Ministério dos Negócios Estrangeiros procura um espaço seguro... e deveria acrescentar muito amplo...porque não me parece que Kadhafi queira aquela tenda em que se entra logo deitado. Ele quer umas quantas tendas bem altas com muitas mesas e quartos. E não minto, estou a ler o que diz Martins da Cruz que foi Ministro de Durão Barroso, melhor do José Manuel Barroso, hoje Presidente da UE, aquele que "pôs as capas a Bush", para uma conferência lá naquela Ilha Atântica dos Açores (a quem agora falta um tal de Drumond a pdir a Independência) em parceria com Aznar e Blair, onde a guerra do Iraque teve início e que hoje entende um desperdício os custos com o ensino de português nos EUA.

Acho que falta muita imaginação. Parece que procuram castelos, mosteiros, palácios, etc., quando têm um espaço belíssimo disponível, ali à mão de semear. Não estão a ver? Eu já digo. A 2ª circular. É o melhor local: 2 em 1: Não é assim que nos "vendem" tanta coisa!.

Então vejam lá os meus argumentos imbatíveis e já com resposta aos adversários desta proposta, também 2 em 1. Primeiro, bagunça no trânsito? Na 2ª circular há sempre e, nesta altura, de Cimeiras pior ainda, pelo que... É só mesmo "bagunçar". Segundo, uma consequência indesmentível positiva. Dois dias de acampamento de Kadhafi. Dois dias sem atropelamentos e assim as estatísticas, neste domínio melhorariam imenso.

Aproveitem é uma sugestão gratuita e nestes tempos de crise, até o orçamento se ri!


2007-11-16

 

Falar verdade a mentir (3)


Como que a responder ao Bilhete Postal de Leonor Pinhão, hoje, no Correio da Manhã [AQUI], o Conselho de Redacção da RDP exigiu que fosse posto um rápido ponto final na fantochada do processo disciplinar contra José Rodrigues dos Santos [ALI].

Talvez por isso, Almerindo Marques tenha sido exonerado e saído, de supetão, da administração da RTP [ACOLÁ] (chiii, à frente de José Rodrigues dos Santos), com o "pesado castigo" de ir administrar, agora, as Estradas de Portugal.

Agitam-se as águas; acalmam-se os ânimos.

Lá vai o Governo nomear mais uma administração para a RTP...

Será que a futura composição permitirá perceber, em toda a extensão o que se passou?

 

De profundis (3)


"Marx é um velho subsolo filosófico que a todos nos ilumina, mesmo a liberais como eu e nada tem a ver com as vulgatas neomarxianas do leninismo, do maoísmo. Até o velho Karl se insurgia contra as ideologias de conserva, dizendo que não era marxista."


José Adelino Maltês, "Será que a luta de classes está de regresso?", no Semanário e, completo,[ AQUI ]

2007-11-15

 

Van Zeller arruina honorabilidade de Van Zeller

Francisco Van Zeller acaba de dizer na RTP, no telejornal das 20 horas que as acusações (muito graves e alarmistas) que fez ao Governo e ao ministro das Obras Públicas afinal não tinham qualquer base séria e sustentável (ver posts abaixo).
Disse que falou hoje com o Primeiro Ministro e com o ministro das Obras Públicas que lhe garantiram a total falta de fundamento das suas acusações e que aceitou como boas as explicações.
Afirmou (sem vergonha) no telejornal que baseou as suas acusações em cartas anónimas e notícias cujo fundamento não podia assegurar mas que lhe parecias boas.
Que mais se poderia dizer para arruinar a responsabilidade e honorabilidade de uma pessoa.

 

A gritaria de Van Zeller

"O ministro quer destruir este estudo".
"Campanha desesperada" para "destruir estudo".
"Tenho informações privadas" de que o ministro Mário Lino quereria avançar já para a decisão da Ota e, por isso, destruir o estudo"
__________
São declarações recentes de Francisco Van Zeller, o Presidente da CIP, que Lobo Xavier ontem na Quadratura do Círculo, com inestimável apoio de Pacheco Pereira, explicou tratar-se de pessoa da máxima responsabilidade de quem não se pode duvidar ao contrário de ministros e outra gentinha do género.
Para quem não esteja familiarizado com siglas explico que CIP é uma ONG dedicada à defesa do interesse nacional, em especial dos portugueses mais carenciados, que mantém o anonimato dos financiadores do seu estudo sobre o aeroporto em Alcochete porque não quer que os Portugueses se incomodem a agradecer-lhe o gasto de tantos milhões para os servir.
E que aconteceu para tanta indignação de Van Zeller? A CIP à boleia do estudo sobre o aeroporto em Alcochete fez também um estudo sobre as linhas de alta velocidade (AV) à pressa e mal fundamentado que o tempo não dava para mais como acabou por reconhecer, nalguma medida, (em todos os canais de TV) o principal responsável, o Professor José Manuel Viegas).
A CIP publicitou o estudo o mais que pôde - e pôde muito. Entretanto a RAVE um instituto dependente do MOPC que há anos faz os estudos sobre rede de AV veio a público expor várias fragilidades do estudo. Aqui del rei enxofrou-se Van Zeller que não admite, ser contraditado. Daí aquela gritaria.

O Público como não podia deixar de ser, saiu a terreiro, com elmo, cota de malha e montante em riste, em defesa de várias damas em perigo: empreendimentos imobiliários da SONAE, do BES e de outros na margem Sul, da Luso Ponte, do seu grande accionista Somague, (que ajudou com 233.415 euros a campanha eleitoral do PSD em 2002).
Preocupado em servir o melhor possível quem lhe paga, só nas últimas semanas, o Público demitiu e justamente, pelo menos três vezes, o ministro Mário Lino e ameaçou Sócrates outras tantas.
A demissão foi ontem sancionada por Pacheco Pereira (a defesa da honra coube a Jorge Coelho que não se saiu nada mal) na Quadratura do Círculo onde explicou por A+B que ele (o ministro) não pode continuar. E mais, sabe muito bem que isto de Alcochete "é uma encenação porque não acredita em histórias da carochinha" (Dizem, mas não posso garantir, que só acredita em histórias da carochinha se forem de Bush. Como as das armas nucleares no Iraque). E que o Governo já perdeu. Porque se o LNEC for favorável a Alcochete fica demonstrado o monumental erro da Ota (erro monumental de 4 governos sucessivos felizmente descoberto por Marques Mendes quando deixou o Governo do PSD/CDS e veio o do PS. Se o LNEC pender para Ota pior ainda para o Governo - afirma PP - pois fica demonstrado que o adiamento da localização definitiva do aeroporto e aceitação do estudo da CIP, não passou de encenação.

 

Que tamanha turbulência!

Já me sinto a aterrar em Alcochete! Ou na OTA!. Não sei em qual as turbulências serão maiores. Mas que a turbulência chegou, chegou e não em coche real.

Temos aí a turbulência da CIP quanto aos estudos da RAVE.

É bom que se diga. A CIP não fez um estudo. Fez dois:

É a este último que a RAVE responde, nada tendo a ver com Alcochete, apesar da grande confusão que, políticamente, se tentou criar sobre a intervenção da RAVE. Estamos numa de grande confusão premeditada. Quanto mais agitar melhor! Políticamente é q.b.

Porque razão pode a CIP meter-se numa área que não estava na ordem do dia - a Alta Velocidade - e a RAVE numa matéria que é sua, não pode? Está a mando, logo. Agora, não se pode "contraditar" a CIP? Só uma voz? Quem consignou à CIP esse contrato de alforria?

Gosto mesmo é de ouvir Pacheco Pereira com aquele convincente argumento: o Senhor Presidente da CIP é uma pessoa muito séria, sempre foi ... está a ser maltratado pela RAVE. Será que a RAVE pôe em causa o Eng. Van Zeller ou apenas questiona o facto de a CIP não estimar uma série de custos quando é o próprio José Manuel Viegas a admitir que o estudo contém "algumas soluções mal medidas", entenda-se em termos de custos.

Estou à vontade porque não sou adepto fervoroso, nem dos bispos portugueses recentemente criticados, nem da OTA.


 

Falar verdade a mentir (2)

Para os que não acreditam que os valores da direita, - mesmo a mais civilizada (menos trauliteira ou autoritária) - estão, por via da propensão conservadora, mais perto do passadismo monárquico do que da sensibilidade redistributiva de pendor social-democrata, sugiro a leitura do texto irritado de Pedro Lomba, no DN de hoje. Intitula-se "O dia em que fomos todos monárquicos".

A usurpação do sujeito (fomos todos?!) a que Lomba procede na titulação, revela o resto. Há uma direita que não apenas gosta de "mandar calar", não vendo nisso nada de mais (deve tratar-se de um privilégio fidalgo), mas também adora falar em nome de todos nós.

Sei que é apenas um tique.

E os tiques revelam-nos mais do que as palavras.

 

"A verdade a que temos direito"

Sete da manhã. Ainda procurando reunir algumas imagens que me provassem estar já acordado eis senão quando a rádio me atira sem preparação nem aviso:
1 - «... O ministro da Justiça acaba de comprar cinco automóveis topo de gama
2 - «...rondou um valor global de quase 176 mil euros (35 mil contos)»
3 - «foi por ajuste directo, sem recurso a concurso público»

4 - « e sem autorização do Ministério das Finanças.

E continuou por ali fora: «Em época de contenção orçamental, e com a administração pública sujeita a restrições na aquisição de viaturas novas...»
Confesso, envergonhado, que cambaleei. Valeu-me uma cadeira próxima cujo espaldar me salvou.
Tentei esquecer. Mas daí a pouco, ao tomar a bica matinal, entra-me pelo café, ameaçador, de Diário de Notícias ao alto, o meu vizinho Antunes.
- Está a ver? Está a ver? Eu não lhe dizia! São todos iguais. Primeiro foi o Jaguar do Santana Lopes e agora estes. São iguais. Tudo a mesma laia.
Ia-me queimando a engolir o café demasiado quente só para fugir dali. Sem argumentos ainda tartamudeei:
- Ora ora, mas é diferente, o carro do Santana Lopes custou quase tanto como esses cinco.
Saí a correr invocando atraso.

Então não é que à tardinha o ministro desmente tudo.

Os carros não são de topo de gama (era óbvio, por que raio não me lembrei de manhã de desmentir o Senhor Antunes. Então 4 Volkswagen Passat e um Audi 4 são topo de gama? E realmente, por aquele preço não podiam ser carros topo de gama. Mas pronto...)
Os carros foram comprados de acordo com a lei pela Central de Compras do Estado e a compra foi autorizada pelo ministério das Finanças. Como não podia deixar de ser. Claro que eu sei que para o Senhor Antunes (mas só quando lhe convém) os ministros são mentirosos e os jornais não manipulam a informação.
Foi anteontem. Mas a lição talvez ainda sirva para hoje. [Link]

 

Falar verdade a mentir (1)

Não (ná, ná, ná, nã!). Não foi nada ensaiado. A miúda é que não gosta de brincar com a malta da idade dela e prefere decorar discursos. "Reservista" precoce num esquema de propaganda assustador!
_______________________________



www.Tu.tv

 

Quinta por uma Linha (4)


Outras cadeias, outros desafios, outros livros.

Por distracção, quase ia ficando fora desta outra que me foi lançada pelo João Tunes, do Água Lisa (6).

Aí vai, com mil desculpas pelo atraso.

"Without the direct living experience of these || cultural values, they will remain terra incognita for our outside observer and || statistical analyst..."

Do livro de Robert K. Merton, The Sociology of Science. Theoretical and Empirical Investigations, The University of Chicago Press, 1973.

E agora, para que a azáfama faça sentido, venham mais cinco: Mino, Sandra, Maysa, Conxurada, e Lúa.

Entre a Galiza e o Brasil já vamos em mais de mil.

Só têm que ir à página 161 de um livro qualquer (à escolha ou ao acaso, tanto dá) e transcrever a quinta linha dessa página. Sugiro que juntem o que falta antes e depois para completar a(s) frase(s).

Não quebrem (ainda) a cadeia.

;-)

 

A posição dos deputados europeus portugueses

Os deputados portugueses no Parlamento Europeu repudiaram unanimamente as afirmações velhacas do eurodeputado britânico da extrema direita, senhor Roger Knapman, sobre a PJ e o caso Maddie.

Ainda não percebi, embora possa pôr hipóteses porque razão o caso Maddie tem merecido tanto interesse da governação britância a todos os níveis. Ainda não percebi como os pais da Maddie até ao Papa chegaram. Ainda não percebi porque corre tanto dinheiro. Ainda não percebi ...

Poderia perceber se fosse caso único. Mas tantos são os casos Maddie no Reino Unido que não será, por mero acaso, que Inglaterra se rendeu aos McCann, a começar pelo Primeiro Ministro. Só falta mesmo uma declaração da Rainha, agora que os reis começaram a bolir, nem sempre das melhores maneiras. Quem fala tão pouco, como os reis, poderia ser mais cuidadoso!

Alguma coisa lá nas profundezas se passa para que este caso mereça tudo e mais alguma coisa. Cargos de importância pública não se conhece que os dois médicos, o pai e a mãe de Maddie tenham tido. Será que missões desconhecidas estarão na origem deste mistério?


 

De novo a Casa Pia ... de novo pelo pior

Catalina Pestana, afinal, reunia informações credíveis sobre "a continuidade" de alegados abusos sexuais na Casa Pia. Face à suspensão de um funcionário suspeito, nesta matéria, pelo Ministério do Trabalho e da Solidariedade, tantos desmentidos dos actuais responsáveis caem, assim, no descrédito!

Admito a existência de alguns qui pro quos no relacionamento entre a antiga direcção e a actual, até pela forma como se processou a substituição. Mas o bom senso deveria ser a regra.

A Casa Pia é um processo longe de terminado. Um processo que vai deixar muita mossa e sobretudo espalhou muito desconforto e uma punição social que vai acompanhar sempre a vida de várias pessoas.

 

Quinta por uma Linha (3)

Blaise Pascal (porque será?)


A história da "Quinta Linha" soma e segue.

António Vilarigues, de O Castendo, topou, - lui aussi, - o risco que corríamos em quebrar (agora) a cadeia chamada da Quinta Linha. Foi-se ao livro mais à mão e zás, debitou a 5ª linha da respectiva página 161, convocando, na passada, cinco outros bloggers.

Havemos de voltar à "antologia" resultante e ao espírito lúdico e experimentalista. Por agora, aqui fica o [link] para o poste do nosso amigo.

2007-11-14

 

Faltar à verdade ou mentir?!


Deputados do PCP e do BE acusaram o 1º Ministro de ter mentido. Para sustentar essa grave acusação, asseveram que, durante a discussão do Orçamento de Estado, no momento em que José Sócrates afirmou, perante o plenário, que ainda não tinha sido fixado, em definitivo, o prazo de concessão da rede rodoviária às Estradas de Portugal (EP), já o Conselho de Ministros tinha adoptado a resolução que estabelecia, para esse fim, o último dia de 2099. Ao verificarem as datas do diploma ontem publicado no Diário da República, terão constatado que, mesmo a assinatura do Presidente da República, fora firmada dez dias antes daquela ocorrência. Cf. DN [aqui]


Face ao confronto das diferentes datas que oficializam a validade do diploma e as declarações do 1º Ministro no Parlamento, falta saber se José Sócrates "faltou à verdade" (expressão utilizada por Francisco Louçã), ou se "mentiu descaradamente" (segundo os termos de Bruno Dias).

A especiosa diferença há-de ajudar-nos a prever se os apupos e slogans dos próximos tempos serão acompanhados, ou não, pelas vaias à governação, que tão depressa são "acusações políticas" (legítimas) como "ofensas ao bom nome" (abusos de liberdade de expressão).

Se o 1º Ministro, entretanto, desse explicações, talvez ajudasse a compreender melhor o que se passou...

 

De profundis (2)



"Há 30 anos, eu era de extrema-esquerda, também por causa da liberdade das mulheres. Ontem, eu teria votado em Naser, não em Asmaa. Às vezes não há como ficar no mesmo sítio para parecer termos mudado."

Ferreira Fernandes: "Sobre as voltas que o mundo não dá" no DN de hoje, e na íntegra [AQUI]
 

Ainda a Madeira de Jardim...

...Tem andado, nestes últimos dias, muito na berlinda comunicacional, por razões imputadas ao "Jardinismo" - expressão de Vicente Jorge Silva - como já referi no poste antes e pelos lados do PS, a conflitualidade entre PS/M e PS/N quanto ao orçamento. João Carlos Gouveia, presidente do PS/M, defendeu a abstenção dos deputados regionais à AR na votação do OE, o que não agradou de todo a Sócrates. Um esticar de corda certamente despropositado. Para voar é preciso ter asas e João Carlos Gouveia não as tinha.

Mas hoje está de novo na berlinda, através da PGR Corrupção na Madeira nas mãos de Morgado.

É bom que se investigue todo este processo, levantado pelo PS/M para que de uma vez se arrumem as coisas, quaisquer que sejam as conclusões e resultados.

 

Jardim "ao ataque" com o separatismo?

Nada de novo. Volta, toca o disco e vai do mesmo.

Mais uma vez, Gabriel Drumond vem dizer aquilo que, apesar da sua ampla "liberdade de língua", não convém a Jardim dizer. E aí está Gabriel, "o não pensador", como há apenas dois anos antes, a falar da independência da Madeira. Ele, o Presidente do Fórum para a Autonomia da Madeira (FAMA), exactamente sem L. Com L (FLAMA) foi nos anos idos de 1975.

Mas, estas "evocações" aparecerão sempre, enquanto houver Jardim. Ele precisa politicamente deste foguetório para se alimentar politicamente, para "provar" in loco que é o maior defensor dos interesses dos madeirenses e portossantenses.

E é neste contexto que se entende perfeitamente "as bocas" de ontem Jardim a responsabilizar o governo de José Sócrates pelo reacendimento dos sentimentos separatistas na Região, não se esquecendo de mandar umas indirectas também a Cavaco Silva, o Sr. Silva de algum tempo atrás.


2007-11-13

 

Por qué non te callas?! (4)

"Si yo me callo, gritarian las piedras de los pueblos"

O mundo seguiu o "caso" da cimeira Ibero-Americana sem um entusiasmo por aí além, mas com uma atenção indisfarçável. No fundamental, há os que acham que o Rei de Espanha fez bem em mandar calar o Presidente da Venezuela, em oposição aos que sustentam que, este, esteve no seu pleno direito de chamar "fascista" ao ex-1º Ministro do Governo Espanhol, José Maria Aznar.

Imaginemos, por um instante, que o principal objectivo da cimeira, na sequência das 16 anteriores, era o de aproximar, incentivar e enquadrar a inter-influência dos países e povos lá representados.

Que quis fazer Chávez? Liderar o protesto e o ressentimento continental, impor-se como lídimo representante dos injustiçados. Se é capaz de dizer na Assembleia Geral da ONU que Bush é o Diabo e se é capaz de desfeitear o protocolo, chamando fascista a Aznar, então quem, melhor do que ele, pode falar com propriedade em nome dos oprimidos?

Que quis fazer Juan Carlos?
Mandá-lo calar, apenas?

Talvez. Mas o que aconteceu, de facto, foi dar razão a Chávez, ajudando a consolidar a base bolivariano-cristã da argumentação deste.

A não ser que os europeus mais passadistas continuem a não conseguir enxergar o que aproxima um índio populista (por acaso chefe de Estado, eleito e tudo) de um Rei arruaceiro (por acaso chefe de Estado por direito divino).

Se assim for, o aproveitamento que Chávez começou já a fazer, torna-se plenamente compreensível.

Em declarações recentes, recordou as palavras que a Bíblia atribui a Jesus Cristo (Lucas, 19 38-40): "Si yo me callo, gritarian las piedras de los pueblos".

A apropriação da religiosidade dos colonizadores pode, por vezes, jogar contra a real pesporrência. Ou seja, os resultados de uma cimeira podem ser ensombrados por uma frase curta.

É ainda o poder da palavra.

 

Papa puxa as orelhas aos bispos portugueses

Ouvia (na televisão) e não acreditava. O papa, numa sessão difundida para o mundo inteiro, passou uma tal desanda aos bispos portugueses reunidos no Vaticano que me deixou confundido.
Apesar de não pertencer ao «rebanho» senti-me envergonhado. Afinal eram portugueses. No estrangeiro. E o Papa, valendo-se da sua infalibilidade (que o poupa ao contraditório) permitiu-se passar em público, um raspanete a homens adultos e muitos deles já provectos anciãos, como quem repreende um bando de escolares que não têm apresentado bons resultados.
Que “É preciso mudar o estilo de organização da comunidade eclesial portuguesa e a mentalidade dos seus membros”. Até talvez tenha razão mas não podia dizer-lhes isso em privado, no recato da basílica de S. Pedro? (Link).

2007-11-12

 

Por qué non te callas?!

Segui com atenção os muito interessantes posts latino americanos do Manuel Correia que analisam as diferentes leituras e contextos do Por qué non te callas?! (traduzo, para os menos conhecedores do castelhano, Por que não te calas, pá?!).
Dito isto queria observar que, com menos tempo para uma leitura cuidada dos jornais mas, julgo eu, sem descer abaixo do limiar de atenção do comum dos leitores de diários, do que fui informado, o que sobressaiu, a mensagem que ficou, foi que houve uma cimeira, muito importante, dos países ibéricos com os países da América, outrora suas colónias, e que dela resultou um real/populista desaguisado: Por qué non te callas?! .
Compreendo que dificilmente tenha havido algo tão galvanizante quão este Por qué non te callas?! Pá!!!, mas ao menos terá havido mais alguma coisa relevante?

 

De profundis (1)



"Todos os países crentes têm sempre uma activa minoria anti-religiosa. O ateísmo como a superstição são subprodutos extremos do mesmo tipo de sociedade."


João César das Neves: "O surdo regresso da lei da separação", no DN de hoje. Na íntegra, [AQUI]

2007-11-11

 

João Leal corrige Zita Seabra

e diz que "NÃO FOI BEM ASSIM" no número de Novembro de 2007, do MONDE diplomatique (edição portuguesa).
Termina João Leal o seu artigo assim:

"Para escrever este texto falei com vários ex-militantes e ex-dirigentes da UEC, alguns deles — como eu — sem qualquer vínculo actual com o PCP. Muitos deles não tinham lido Foi Assim e foram lê-lo. Muitos deles, também, sugeriram que «a Zita» tinha escrito o livro — na parte tocante à UEC — de má fé. Não creio que seja má fé. O escritor Mário de Carvalho — numa frase particularmente feliz — escreveu uma vez que há pessoas que confundem o «Manuel Germano com o Género Humano» (cito de cor). Penso que aconteceu isso com «a Zita»: confundiu a história da sua relação com a UEC com a história da UEC. É natural. Mas é também natural que quem não se reconheça nessa história apresente as razões porque o Género Humano não se reduz ao Manuel Germano." [versão integral aqui]
____________
Sem me referir às opiniões políticas, quem não conhece nada do que Zita Seabra relata toma a sua narração por plausível. Quem conheça só uma pequena parte aceita que a maior parte do livro respeitará os factos. Quem conhece metade toma a outra metade por provavelmente fidedigna. Mas não há quem tenha conhecido de perto alguma parte do que Zita Seabra descreve no seu livro Foi Assim que não encontre um sem número de erros factuais e outras tantas descrições da vida da UEC e do PCP como se estas organizações girassem em torno de si. Ora nelas a notoriedade que atingiu resultou em larga medida do trabalho de outros e a ascensão no aparelho, quer da UEC quer do PCP, resultou quase sempre de avaliações (não era caso único, longe disso) onde falecia a ponderação do mérito e sobejava o favoritismo.

Estas considerações não excluem, claro está, o legítimo apreço que merece a sua renúncia a uma vida que se lhe apresentava fácil e feliz para se dedicar à luta pelos seus ideais em condições dificílimas e repletas de perigos. Estas considerações não excluem, claro está, a injusta perseguição de que foi vítima, por tentar exprimir a sua voz discordante num partido onde a liberdade de opinião existe apenas até onde não confronte as sacrossantas posições da Direcção e o seu intocável poder. Como aliás revelo pormenorizadamente no meu mais recente livro de memórias "Álvaro Cunhal e a dissidência da Terceira Via" e onde o processo da expulsão de Zita Seabra é abundantemente relatado. Com rigor.


 

Por qué non te callas?! (3)

Às vezes, umas quantas imagens ajudam...


 

Por qué non te callas?! (2)


Ainda a hora do almoço não tinha soado e já o telefone tocara duas vezes. Outros tantos amigos, monárquicos, reagiam ao meu poste anterior, fazendo questão de lembrar 2 coisas:

1) Que a relação de Espanha com as antigas colónias americanas, depois da guerra de Cuba, foi predominantemente marcada por um grande pragmatismo, uma presença cultural profícua e um equilíbrio admirável no plano diplomático. De onde, as tensões de pendor colonialista que eu insinuo, não se coadunam com as excelentes relações existentes. Quer a Coroa quer o Governo são bem recebidos e considerados em qualquer país da chamada América Latina. Os ressentimentos passaram à história.

2) No quadro dessas excelentes relações culturais e diplomáticas, a irritação do rei, no modo como se traduziu, nomeadamente com a expressão castelhana "Por qué non te callas?!", não assume carácter ofensivo, mas apenas um marcar de posição inteiramente compreensível naquelas circunstâncias. O silêncio de Juan Carlos ou de Zapatero só poderiam ser interpretados como aquiescência. Chávez entalou, por assim dizer, os espanhóis entre um silêncio comprometedor e a manifestação, formal ou informal, de um desacordo que os demarcasse das alfinetadas que infligiu a José Maria Aznar, designadamente os termos com que o apodou (fascista, etc.).

Agradeço os comentários. Devo mesmo acrescentar que estou de acordo com ambos. Suponho, no entanto, que nenhum deles atinge o cerne da posição que expressei no meu poste anterior. Nele sustento, para abreviar, que os títulos não se devem confundir. Nem nas cimeiras, nem nos media. Porquê? Porque se um "pedido" de Sua Real Majestade é (em geral) uma "ordem" para os seus súbditos, numa cimeira, entre chefes de estado, a precedência monárquica perde qualquer estatuto de excepção. Dito isto, o que fica para apreciar é uma troca de propósitos informal, à revelia da boa ordem dos trabalhos que a presidência da cimeira deveria coordenar, dando ou retirando a palavra aos participantes.

A confusão verbal entre títulos (pedir ou mandar?) não deve prolongar-se na confusão entre estatutos.

A reacção do Rei e do 1º Ministro de Espanha, são compreensíveis.

A simpatia dos media pelos apartes reais em desfavor dos apartes populares, já me deixa de pé atrás. Não me parece que o favorecimento de uma das partes acrescente, um mícron que seja, ao equilíbrio dos critérios no exercício de informar.

 

Por qué non te callas?! (1)

O Rei de Espanha chegou-se à frente, na cimeira Ibero Americana, a decorrer em Santiago do Chile, e perguntou a Hugo Chávez, Presidente da Venezuela: "Por qué non te callas?!". Alguns dos observadores presentes (jornalistas incluídos) acharam que Juan Carlos de Borbón estava a "mandar calar" o Presidente da Venezuela. Daí o título do DN de hoje: "Juan Carlos manda calar Chávez e gela cimeira"(p. 21) depois da colorida informalidade da chamada de 1ª página "Rei Juan Carlos perde a cabeça com Chávez"

O PÚBLICO ajeita a prancha da titulação na mesma onda - Cimeira Ibero-Americana. Juan Carlos manda calar Hugo Chávez e abandona o plenário. Certamente para se redimir, na página 20, mais circunspecto, revela que "Juan Carlos pediu a Hugo Chávez para se calar na sessão plenária da Cimeira Ibero-Americana".

Esta diferença entre "mandar" e "pedir" que anima a arte de titular e constitui a projecção ideológica de mundividências dispares, disfarça mal um alinhamento anti-Chávez que, na circunstância, reconhece ao rei um sonoro direito à indignação, apesar de, na diplomática ocorrência, ter passado por cima da autoridade da Presidente da Sessão, Michelle Bachelet (também Presidente do Chile). Quer isto dizer que há informalidades admissíveis e outras que não o são, com base em critérios que não lembram ao diacho...

À informalidade e destemperança do acto, respondeu Hugo Chávez com o protesto do direito que lhe assistia de dizer mal de Aznar quantas vezes quisesse. O Rei saiu, pouco depois, da sala onde decorria a cimeira, tendo regressado mais tarde, para assistir à sessão de encerramento. É claro que em matéria de representação internacional, Chávez teve também de enfrentar os protestos de Zapatero, que acorreu em defesa do bom nome de José Maria Aznar, espanhol, politicamente seu distante, mas igualmente merecedor de deferência institucional. Ao discordar dele, Chávez deveria ter-se recordado de que o dirigente do PP fora eleito pelo povo espanhol.

Todas estas argumentações e incontinências verbais não acrescentaram nada ao que sabemos sobre o mundo. Todavia, acentuaram os traços de meia dúzia de aspectos que teimamos em não enfrentar. As tensões do passado continuam a condicionar as vozes do presente. Chávez, tão pródigo em apartes e dixotes como o "nosso" Alberto João Jardim ou qualquer deputado da Assembleia da República em boa maré, não pode deixar de ver em Aznar um dos "demónios" que estendeu a Bush a passadeira para uma das mais estúpidas, inconsequentes e irresponsáveis guerras do novo milénio. A cimeira dos Açores, (Bush, Blair, Aznar e Barroso) que justificou e precedeu de algumas horas a invasão do Iraque, dificilmente poderá ser esquecida.

Um pouco mais atrás, na impressão que o passado nos deixa, está o império espanhol.

Face ao proverbial exibicionismo de Chávez, Juan Carlos de Borbón, magnânimo na sua real informalidade, deveria também ter-se lembrado disso.

Quanto mais não fosse porque, nesse preciso momento, era uma republicana que ocupava a presidência da sessão.

Que um castrista, como o efervescente Chávez, se agite, interrompa e barafuste, nada traz de inesperado ao concerto das nações. Agora que um rei desautorize uma senhora e interpele, fora da ordem, um outro chefe de estado, já a coisa fia mais fino.

Há títulos que não se devem confundir.

2007-11-10

 

Sol de inverno

Lavram por aí, segundo as rádios, 7 incêndios sem controlo. Quatro, se bem anotei, queimam sem cerimónia, a Peneda-Gerês.
É terrível para o nosso mais belo parque florestal e para o país. Mas também para a vitoriosa imagem do MAI. Passado o verão o ministro veio ufano cantar vitória. Desde que há estatísticas, desde o remoto ano de 1980 que não ardera tão poucos hectares de floresta. Rui Pereira, vi-o eu, com estes que a terra há-de comer, explicar na televisão que o facto se devia não à chuva que deu cabo do verão e da praia, mas às excelentes e precavidas medidas que o seu ministério atempadamente tomou. Eu acreditei.
Com o Inverno radioso de sol, os fogos voltaram e queimam floresta, hectares e o recorde do MAI. Vai uma aposta em como agora a explicação para a contrariedade é a das irresponsáveis condições atmosféricas?

 

Quinta por uma Linha (2)


Os actos aparentemente mais gratuitos e, por isso, quase vazios, oferecem inesperados espaços e oportunidades de realização e de significação. A cumplicidade criativa vence quase sempre as desconfianças mais fechadas e conservadoras.
Estou a divertir-me à brava com o que cada um de nós faz/fez com esta "cadeia" que seguiu do Pedro para o Samuel, passando aqui pelo Puxa-Palavra, (Manuel e Raimundo, até ver) acrescentando algumas linhas [gerando, em todo o caso, sempre múltiplos de cinco] a uma das mais heterodoxas e fragmentárias antologias literárias de que há memória.

A ludicidade não foi completamente banida das relações sociais.

Ninguém calará a voz da ... (uups!), isto é, ninguém conseguirá reduzir a amplitude da cumplicidade criativa!

;-)

2007-11-09

 

Quinta coluna Linha

O que faz vivermos neste mundo sem fronteiras... Lá de Paris o Pedro Ferreira mobilizado a partir de Lisboa, desinquieta-me aqui, escondido [julgava eu] num bairro posto a recato e pronto, lá tenho eu que escrever a 5ª linha da página 161 de um livro à minha escolha para não quebrar a cadeia e evitar alguma abismal catástrofe, divertimentos para as quais os deuses estão sempre prontos.

Felizmente tenho aqui mesmo à mão uma 5ª linha de um excelente livro (a bem dizer é o que de melhor já se escreveu sobre o nosso primeiro grande Nobel, que eu conheça) e que diz o seguinte:

"A angiografia cerebral, que foi descoberta e em grande parte desenvolvida por Egas Moniz, constitui sem dúvida uma contribuição científica significativa. A angiografia é usada diariamente num grande número de clínicas neurológicas e neurocirúrgicas de todo o mundo e mostrou ser um método de diagnóstico praticamente indispensável... [Olivercrona 1949]."

Não cabe numa linha? Podem conferir aqui.

_________________
Nota: Estão aqui a dizer-me que tenho de mencionar mais cinco bloggers para a cadeia não se quebrar. Indico então os mais chegados: Cleópatra (porque é, inegavelmente, a mais bonita. Além de fina estratega), Hilary (pela pachorra em querer ser presidente dos EUA só para se vingar de Monica), Tutankamon (porque com a abertura do sarcófago se tornou very in), Confucio (porque tomo-o por um santo) e the last but not the least: Sócrates (Não, não estejam já todos a aplaudir. É o grego!)

 

O melhor para as crianças

A Filipa e a Carla não param. Organizam e vendem espectáculos de marionetas para escolas, bibliotecas, organizam festas de aiversário e outras para crianças, em suas casas ou no seu espaço, vendem jogos, paciências, decorações, objectos de arte que elas próprias fazem. Não se importam nada que as contractem e comprei os seus serviços ou artes.


"Outra das razoes pelas quais quisemos criar este blog, - dizem a Filipa e a Carla num dos seus dois blogs [festas aqui] e [objectos decorativos jogos aqui] - é pelo facto de sermos mães... e como mães queremos o que todas as mães querem… o melhor para os nossos filhos.Desta forma uma das coisas que vamos colocar neste blog são informações sobre locais, livros, passeios, workshops, e tudo o mais que seja interessante ..."

 

Quinta por uma Linha (1)

Em resposta ao apelo que Pedro Ferreira nos fez alguns postes atrás ( ver a Quinta Linha), e depois de ter, em vão, tentado inventar um critério qualquer que permitisse iludir-me quanto à estruturação do caos, fui-me ao policial da Ruth Rendell, A árvore das mãos, (Lisboa, Caminho, 1985) e copiei a 5ª linha da página 161:

»»O camião de mudanças, || cheio de mobília dos Goldschmidt, chegaria a Spring Close pouco || depois do almoço.««

Agora sinto-me melhor. Não quebrei a cadeia. Constato que, certamente por isso, a ordem das cousas pouco se alterou. A crendice mantém as suas vantagens.

Pelo meu lado, convido a associarem-se a este verdadeiro tratado de literatura global, Samuel, (do Cantigueiro), Margarida (nossa bem-vinda debatente), António Vilarigues (de O Castendo), Joana Ribeiro (a ver se é desta que se deixa enfeitiçar pela blogosfera), e Bárbara Gil (misteriosa personagem, que vai, de blogue em blogue, semeando singulares comentários).

Escrevam, nos vossos blogues, o que se lê na quinta linha da página 161 de um livro à vossa escolha. Os que não têm blogue próprio, podem enviar para aqui, que nós publicamos.

Por uma razão ou por outra, - que o mesmo é dizer: por isto e por aquilo, - aqui fica o desafio ao sentido de responsabilidade e ao humor sustentável.

Por favor não quebrem (ainda) a cadeia.

2007-11-08

 

25 000...


O número acima é a quota de expulsões estabelecida por Sarkozy para 2007. Esta é uma das medidas desejadas pelo presidente e executadas pelo seu fiel Ministro da Identidade Nacional e da Emigração, Brice Hortefeux. A criação de um ministério com um nome tão sui generis causou na altura uma certa agitação: Simone Veil ou Patrick Weil disseram, para quem os quis ouvir, o que pensavam. Após alguns meses parece que a França se habituou à existência de tal ministério que faz hoje através do seu chefe o balanço da sua actividade.

A ideia de estabelecer um número de estrangeiros a expulsar também já não causa grande polémica, discute-se hoje mais como vai o governo fazer para atingir os 25000 tendo, a dois meses do fim do ano, expulsado "apenas" cerca de 18000 pessoas. A mim que não sou jurista nem versado nos procedimentos administrativos a ideia choca-me, uma expulsão é decidida pela justiça que é teoricamente independente do poder político. Será que alguém aceitaria estabelecer um número mínimo de multas por excesso de velocidade? ou um número de condenações de políticos por corrupção?

A foto (de minha autoria) é do Fort de l'Écluse que protegia a fronteira francesa das invasões dos Suíços...

Etiquetas: ,


 

Quinta linha

O António Figueira mobilizou-me para um daqueles desafios tipo "chain-letter", tenho pois que transcrever aqui a linha 5 da página 161 de um livro à escolha. Como não sei bem o que arrisco se quebrar a cadeia, pelo sim pelo não aqui vos deixo a linha 5 da página 161 da edição de 1979 de "Gödel, Escher, Bach: an ethernal golden braid" por Douglas R. Hofstadter:

in the pair of buttons which were pressed, for the pair of buttons seem to be mere triggers

Pelo que compreendo terei que nomear mais umas vítimas inocentes:

Os meus co-bloguers do Puxa-palavra: Raimundo Narciso, Manuel Correia, João Abel de Freitas e Lester Burnham. Nomeio também o meu co-bloguer do bitites Fernando Fernández.

2007-11-07

 

Para a frente e para a rectaguarda (12)


O saldo de popularidade de José Sócrates baixou drasticamente.No mais recente Barómetro da Marktest, a trajectória do 1º Ministro encaminha-o para os níveis actuais em que se encontram Luís Filipe Menezes e Paulo Portas.
Alguém faz ideia das razões que podem explicar uma tão abrupta descida em tão pouco tempo?
Passo em revisão as políticas do Governo, os cortes, encerramentos, redução de direitos, arrogâncias, teimosias, autoritarismos, Simplex e Tratado de Lisboa. Concluo que não deve ter sido por nada disso.

Desde Fevereiro que José Sócrates não faz senão descer...

Nada, no entanto, está completamente perdido. Em tempos de sacrifícios para os que menos têm e bom proveito para os mais afortunados, os líderes da esquerda ganham maior popularidade. Parecem, aos olhos dos membros dos painéis em análise, a tábua de salvação que poderá, através do protesto e da acção política de oposição, minimizar a desgraça que se abate sobre a maioria.

Uma visão simplista dos resultados, sugere que as popularidades tendem, neste momento, a criar feixes distintos. Uns, em baixo; outros em cima. Exactamente na ordem inversa da legitimidade democrática adquirida no último acto eleitoral para a AR. Falta, apenas, saber se o PS embarcou, sem apelo, no rotativismo centrista, ou se reflecte, uma vez por outra, acerca da sua denominação.

É de supor, apesar de tudo, que alguém se lembre disso...

 

Para a frente e para a rectaguarda (11)

Às vezes, o melhor, é ir pelo lado mais simples. No inquérito que o PÚBLICO trouxe hoje acerca do que é ser comunista nos tempos que correm, não havia maneira de falar dos ideais, da génese teórica, e do balanço histórico, contornando o principal partido dos comunistas em Portugal.

Na área do PCP há a assinalar que, em contraste com o desassombro de Ruben de Carvalho, Urbano Tavares Rodrigues, que referiu expressamente que ser comunista é ser do partido, deixa escapar uma curiosa expressão: "Não me arrisco a dizer muita coisa" [cf. Caderno P2, "O que é ser comunista", aqui], ao passo que o Secretário Geral do PCP, Jerónimo de Sousa, não encontrou tempo disponível para conversar sobre o assunto.

Uma interpretação precipitada destes sinais, poderia levar a supor que falar sobre o comunismo (ou do que é ser comunista) autoriza os protagonistas na razão inversa das suas responsabilidades. Todos falam, excepto o Secretário Geral do maior partido comunista de Portugal; um destacado intelectual do PCP não quer arriscar muito; e todos os outros entrevistados falam à vontade acerca do que pensam do assunto.

Fica-se com a ideia de que, desinstitucionalizado, o comunismo é melhor.

This page is powered by Blogger. Isn't yours?