2007-01-31
A IVG na Europa
A Europa está um horror. Um açougue. Não consideram assassinato, nem crime a mulher interromper a gravidez até às 10, às 12 e, no caso extremo da Suécia, até às 18 semanas.
Exigem, é certo, várias condições (como aconselhamento prévio, tempo de reflexão após aconselhamento médico ou psicológico) ou certos pressupostos. Mas mesmo assim os homens deviam castigar as mulheres. E não castigam...
Paula Sá, no DN revela a desgraça que vai por essa Europa ímpia. Não admira, a situação vem de longe, desde o século XVI, com o protestantismo, a desobediência ao Papa, a recusa da Inquisição. E uma desgraça nunca vem só. Começaram antes de tempo com as modas da democracia, quando o povo ainda não estava preparado. E agora é o que se vê. Quem faz cá falta sei eu. Mas não digo!
E hoje o Tribunal Constitucional...
Ariztia. Una vieja historia . Acrílico em tela. 2000... deu razão no «caso Esmeralda» ao «casal adoptante» que quer manter a tutela da menina e que assim poderá contestar a sentença de Torres Novas que atribuiu o poder paternal ao pai biológico. No acórdão, a que a agência Lusa teve hoje acesso, os juízes do TC consideram «inconstitucional» a decisão do Tribunal da Relação, datada de 2004, que recusa a pretensão dos «pais adoptantes» em discutirem o poder paternal. [link]
Nuns dias sequestrador,
noutros bom samaritano [Fernanda Câncio]
É a Shilpa Shetty
A tal atriz indiana que foi alvo de insultos racistas no Big Brother dos Famosos, inglês, que deu grande polémica nos media do RU e da India e que saiu vencedora. A coisa chegou aos Comuns a Tony Blair, a Gordon Brown, colocou-a à frente do favorito, o irmão daquele preto branqueado, Michael Jackson e promete render milhões à Shilpa. Se isto não foi tudo muito bem combinado...
Os Grandes Portugas
Bem se pode ralar Vasco Pulido Valente com o estado do país fazendo fé no concurso da RTP "Os Grandes Portugueses" porque Salazar levaria a camisola amarela e Álvaro Cunhal ia-lhe colado à roda traseira o que era prova provada de que assim não vamos lá.
Agora vêm aí as gazetas todas a denunciar o truque dos salazaristas. Mandam o numerozinho que corresponde ao voto no manholas por SMS para o telemóvel do incauto cidadão a dizer: por favor ligue-me para o nº tal e coisa (com os 9 dígitos bem escarrapachados) e o bom do nosso portuga sempre a querer ajudar o seu semelhante (ou a pensar se será alguma gaja boa) apressa-se a ligar. E... já está. Ouve, para consolo, uma vozinha simpática a dizer do outro lado: toma lá que é para aprenderes, acabas de votar no Botas.
Resta agora conhecer o truque dos "camaradas" que puxa Cunhal para o pelotão da frente.
Ora agora digo eu: assim não vale. Porque, além da má imagem para o país, isto dá cabo das crónicas do Vasco.
A Câmara Municipal
A Câmara de Lisboa está um susto. Tomba, tomba, mas não cai! Fui espreitar do outro lado. Pois claro! Estavam lá a segurá-la.
- O PSD?
- Não, o PS e o PCP.
2007-01-30
Prós para aqui e prós para ali
Um momento forte do debate de "Os Prós e os Contras", ontem, foi aquele em que Vital Moreira disse que a criminalização da mulher por abortar não corresponde aos sentimento geral das pessoas e como até os Juizes gostariam de fugir de processos desses.
Isto teve uma reacção habilidosa de Aguiar Branco que interrogou Vital Moreira sobre que dons lhe permitiam saber qual o sentir do povo.
Ao que o professor de Coimbra replicou: quem é que aqui na sala já fez ou quer fazer uma investigação para descobrir ou acusar criminalmente uma mulher por ter feito aborto. O Sr. Dr. fez ou faz ou quer fazer?
Breves da campanha do referendo
A Europa vai toda com o passo trocado. Felizmente nós não. Levamos o passo certo com a Polónia e a Irlanda.
Na Europa, além de Portugal, só aqueles dois países (sem falar em Malta que tem 300 Km2 e 400 mil habitantes) criminalizam as mulheres por abortarem, mesmo até às dez semanas. Os três países onde é maior a influência do catolicismo mais conservador são os únicos que diabolizam criminalizam as mulheres.
É claro que podia ser mera coincidência. Mas, ouvindo dos púlpitos, sobre a matéria, o clero local ficamos esclarecidos sobre o peso do dogma na opção pelo NÃO.
O que está mal é quererem impôr aos outros as suas convicções nem que seja com o Código Penal e a repressão, como sublinhou, ontem, Vital Moreira n' Os Prós e os Contras.
No Pelotão da frente.
Em quase tudo Portugal vai na cauda da Europa. Mas a campanha mais fanática do NÃO quero-nos convencer que por criminalizarmos as mulheres que abortam, vamos gloriosamente na vanguarda enquanto que quase toda a Europa, que deixou , há décadas, de enviar as mulheres para a cadeia por aquelas razões vai, atrasadinha, na rectaguarda da civilização.
Os Prós e os Contra
sobre a pergunta no Referendo
"Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras dez semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?"
Sabe-se que há muitas sensibilidades do lado do NÃO. Como aliás do lado do SIM. E que várias sensibilidade do lado do NÃO se distinguem do main stream da sua campanha que é a da intimidação moral e religiosa.
O debate n' Os Prós e os Contras confirmou o que já se vinha notando: a campanha do NÃO privilegia a confusão. Não quer discutir o que está em discussão. E foi ao ponto de negar a evidência. Ao ponto de negar que o referendo seja sobre a despenalização apesar de ele se reduzir a uma pergunta precisa e estritamente sobre a despenalização.
O NÃO trazia várias lebres, peões de brega, ou inocentes a sacrificar para esta corrida e deixou-lhes o papel de desviarem o assunto da conversa, fazendo o ingrato papel de pouca seriedade ou o do tontinho.
Fernando Santos que poderia ter tido uma boa prestação se falasse do que sabe, por exemplo de futebol, acabou por fazer uma triste figura. "Que o que interessa é a vida". "Querem deitar fora as nossas primeiras 10 semanas". "A despenalização é uma falsa questão".
A campanha do NÃO utilizou um jovem que revelou ser de família pobre, que a mãe teve de o entregar ao cuidado de uma instituição. E agradeceu à mãe ela não ter feito aborto e o deixar viver. Que é mentira que isso provoque infelicidade. Ele é feliz.
Um outro membro da plateia do NÃO, tratou de outro tema. O da discriminação entre pais e filhos. Tinha esse papel por ser preto? Que no referendo os do SIM discriminam o filho em relação à mãe. Para satisfazer a mãe matam o filho e por aí fora.
O ex-ministro da Justiça de Santana, Lopes Aguiar Branco, o principal esteio do NÃO, não se inibiu de usar da mais rasteira, manipuladora e caricata argumentação negando a evidência da própria pergunta do referendo.
Manipulações e visões esquemáticas também se revelaram em participantes da bancada do SIM.
Houve prestações de elevado nível. Com destaque para Vital Moreira. Mas também para o médico Constantino Sakellarides, o sociólogo José Manuel Pureza na primeira intervenção, e outras. Surpresa para muitos terá sido a presença no lado do SIM de Vasco Rato e com uma intervenção acutilante.
Na última intervenção que foi de Vital Moreira, foi dito, nomeadamente, mais ou menos o seguinte:
Se a repressão penal do aborto fosse um sinal de civilização a Europa estaria na caudada da civilização e o Irão e a Arábia Saudita estariam à cabeça da civilização.
A civilização europeia constitui uma tríade que passa pelos direitos humanos, Estado de direito e democracia. Na Europa todos esses valores se associam à não repressão penal do aborto. A repressão penal do aborto significa que uma parte da sociedade não prescinde de criminalizar com o Código Penal aqueles que não consegue convencer a compartilhar os seus valores. E usa o poder repressivo do Estado para defender posições de intolerância, fundamentalismo e radicalismo valorativo. Não se questionam os seus valores nem todo o proselitismo do mundo para os defenderem. Não devem é ter a seu favor o Código Penal e os outros terem de pagar por isso.
ASSIM NÃO garante o CHARLATÃO
Um clic na imagem e... O professor Marcelo saltou para o YouTube. O pior (para ele) foi que uns metros atrás, cofiando os bigodes e espiando-lhe as pegadas, ia o gato. O GATO FEDORENTO.
"Os filhos do Código Penal"
«Mães à força»
Ficámos a dever a Vital Moreira, ontem à noite, no "Prós e Contras" (RTP1), a síntese das sínteses relativamente ao que está em questão no próximo dia 11 de Fevereiro. Daí em diante se, por absurdo, o “Não” ganhasse, poder-se-ia dividir os tipos de maternidade em duas grandes categorias: de um lado, os filhos desejados, antes ou depois da concepção; queridos e aceites pela mãe, antes de mais, pelo pai, e pelo mundo. Do outro lado, os filhos da ameaça, do medo, da chantagem, da delação e da imposição medieval que te obrigará a viver de acordo com os valores que o Estado te impõe. Isso mesmo: “Os filhos do Código Penal”.
Desta vez, a escolha ainda é mais simples.
2007-01-28
Deve-se pensarTRÊS VEZES antes de se iniciar uma guerra
No Iraque a guerra alimenta-se de 100 americanos mortos por mês e de 100 iraquianos mortos por dia. Lança as cidades no caos e os seus povos na guerra civil.
O resultado mais simples e talvez já sem alternativa para esta guerra é destruição de um país assente numa civilização de 5.000 anos, mas com poucos anos de história e um equilibrio étnico e religioso muito frágil. É a tragédia de milhões de pessoas e uma sementeira de ódios e dificuldades por muitas décadas.
Que dirão disto os apologistas nacionais que nos anunciaram a guerra do Iraque como uma acção missionária e redentora?
O perigo do gigante atolado
A guerra que os Estados Unidos levaram ao Iraque é uma guerra perdida para a hiperpotência. Ninguém sairá vitorioso. A não ser, talvez, o terrorismo a quem ofereceram um vastíssimo campo de recrutamento - os milhões de muçulmanos atingidos ou legitimamente indignados com a agressão - e um campo de treinos - o Iraque.
Há quase dois milhões de deslocados e perto de 700 mil mortos. Um país quase destruído e talvez irrecuperável devido à escalada da guerra civil proporcionada pelo caos e clivagens antigas.
A Administração Bush que depois de uns momentos de glória interna quando a maioria dos americanos acreditou no triunfo fácil do estilo à "cowboy do Texas" para governar o mundo, prepara-se agora para bater o recorde de Nixon como o pior presidente dos EUA.
Chegou-se a uma situação que não oferece à superpotência, nem ao Ocidente nem ao Médio Oriente, nenhuma solução boa. Nenhuma saída airosa. Restam dois caminhos. Uma tentativa desesperada de ganhar a guerra com o sério risco do seu alargamento a todo o Médio Oriente, arriscando a entrada nele de Israel e do Irão e a eventual utilização de armas nucleares ou uma retirada controlada apoiada numa ampla e hábil envolvente política, que reduza ao mínimo os custos políticos e os perigos do terrorismo e dos fundamentalismos "vitoriosos".
Bush ainda explora a primera solução. Sair por cima ou com essa aparência. Mas como não tem forças militares disponíveis (nem votos, nem muito mais dinheiro do que aquele que o Congresso agora na oposição está na disposição de consentir) ensaia incidentes políticos arriscados com o Irão, faz bluf que pode criar uma situação incontrolável. O segundo caminho é o que foi proposto pelo Grupo de Estudo, Republicano/Democrata, dirigido pela dupla James Baker III/Lee H. Hamilton. Mas esta solução, com os vários cenários, implica, mesmo com todos os disfarses possíveis, a derrota humilhante da Administração Bush e dos seus ideológos neo-cons.
As lideranças norte-americanas são useiras e vezeiras no desprezo pelo prévio conhecimento da história, das sociedades e povos onde querem meter o bedelho. Quando prevalece a arrogância simplificadora e a convicção de que o revóver e o dólar tudo pode resolver ou esmagar, a imprudente, jovem e fogosa América, desdenhando da experiência da história e do respeito que todos os povos merecem engendra tragédias à Iraque. Um segundo Vietnam.
Eu voto SIM
"Como se sabe, a interrupção voluntária da gravidez apenas se mantém criminalizada em quatro países da União: Polónia, Irlanda, Malta e Portugal. Em todos os outros países da União existem quadros legais variados, mas que têm como preocupação combater o aborto clandestino e respeitar a privacidade de uma decisão que é sempre difícil." [
aqui].
Hoje, Domingo, às 15 horas, no Altis, em Lisboa, vão falar disto.
"Se o aborto fosse uma questão de homens há muito tempo que o assunto estava resolvido. Alguém os está a imaginar à espera que uma comissão decidisse se eles tinham ou não de continuar grávidos?!" Helena Matos [aqui]
Aumentar a população
É a propósito do que disse um Senhor Padre (ou seria um Bispo?) da Beira profunda (disse, e muito bem) que também ele estaria a favor do SIM para não se prenderem as mulheres mas que se deve votar NÃO por isto e por aquilo e também porque impedindo o aborto eram mais 20 e tal mil portugueses por ano a ajudar ao aumento da população. Tão necessário, valha-nos Deus.
Aqui o meu amigo Antunes saiu-se logo com esta. Oh, vizinho ponha lá no seu blog, ponha, ponha, ponha: porque é que ele não defende então que os padres casem? Era uma boa ajuda ao aumento da população!
Tive que o admoestar. Oh meu amigo, estamos a tratar de assuntos sérios.
Querer SIM e votar NÃO? Não será absurdo?
Marcelo Rebelo de Sousa e uma significativa parte dos propagandistas do NÃO no referendo, têm vindo a dizer que são contra a criminalização da mulher que aborte. Que também não querem que as mulheres que abortem vão para a cadeia.
Ora o referendo - se o SIM ganhar - é precisamente para isso. Para DESPENALIZAR a mulher que aborte nas condições indicadas na pergunta. Mas contrariando o mais simples bom senso aquelas luminárias - ajuizando-nos parvos - aconselham a que se diga NÃO mesmo quando se quer dizer SIM à despenalização.
Podia-se admitir que tais pessoas não estão no seu juízo. Mas há maldosos que pensam que se trata de refinados hipócritas e de uma táctica - a da confusão - para ver se conseguem que apesar de a maioria dos portugueses não querer a criminalização do aborto eles votem... a sua criminalização.
2007-01-26
Sátira aos Homens com gripe
ANTÓNIO LOBO ANTUNES
(Sátira aos HOMENS quando estão com gripe)
Pachos na testa, terço na mão,
Uma botija, chá de limão,
Zaragatoas, vinho com mel,
Três aspirinas, creme na pele
Grito de medo, chamo a mulher.
Ai Lurdes que vou morrer.
Mede-me a febre, olha-me a goela,
Cala os miúdos, fecha a janela,
Não quero canja, nem a salada,
Ai Lurdes, Lurdes, não vales nada.
Se tu sonhasses como me sinto,
Já vejo a morte nunca te minto,
Já vejo o inferno, chamas, diabos,
Anjos estranhos, cornos e rabos,
Vejo demónios nas suas danças
Tigres sem listras, bodes sem tranças
Choros de coruja, risos de grilo
Ai Lurdes, Lurdes fica comigo
Não é o pingo de uma torneira,
Põe-me a Santinha à cabeceira,
Compõe-me a colcha,
Fala ao prior,
Pousa o Jesus no cobertor.
Chama o Doutor, passa a chamada,
Ai Lurdes, Lurdes nem dás por nada.
Faz-me tisana e pão de ló,
Não te levantes que fico só,
Aqui sózinho a apodrecer,
Ai Lurdes, Lurdes que vou morrer.
Recebido de um amigo. Não conhecia mas subscrevo o comentário que vinha junto (tal e qual)
Sombras ainda mais negras sobre a Câmara de Lisboa
Santana Lopes falou e disse o que lhe ia na alma: "sobre a venda dos terrenos tive sempre dúvidas jurídicas", apesar do parecer jurídico favorável dos serviços competentes da Autarquia. Por isso, enviei os contratos a quem de direito para serem averiguados.
Santana Lopes foi vago, mas pareceu-me ter ouvido ele dizer que a venda de terrenos (que fiquei sem saber quais, Parque Mayer?) se deu na vigência da Presidência da Câmara de Jorge Sampaio. Isto terá sido assim? E sobre esta parte do processo também há dúvidas? Ou foi mesmo barro atirado à parede para baralhar? O fel da demissão de PM?
Era importante esclarecer este episódio, porque senão muita nuvem e muita gente a ser enlameada.
Por outro lado, Santana Lopes não quis pronunciar-se sobre a situação de Carmona e da sua condição para continuar presidente. Mas percebia-se que vontade não lhe faltava e endereçou a responsabildade para quem o escolheu, Marques Mendes, mostrando alguma mágoa por não ter sido ele o escolhido, "ele que muito lhe custou ganhar a Câmara" - disse.
O Avózinho simpático
...mas inconsequente. Numa do deixar andar, do apagar fogos aqui e ali para corrigir alguns excessos verbais de alguns Bispos e Padres menos sintonizados com a diplomacia eclesiástica, no nada resolver, mas no querer insinuar que de prisão nada, estão contra (mulheres presas por aborto, a maior indignação) ou de algo parecido, para as mulheres que decidem correr os riscos de abortar neste rectângulo à beira mar plantado. Agora, sair para ir mesmo aqui ao lado na Clínica dos Arcos fazer o aborto em condições de saúde seguras já nada nos diz o nosso bem disposto avózinho, (reconheço esta designação de avozinho é formalmente pouco adequada, mas "encaixa bem" na figura). Ir a Arcos é banal, assente e aceite para quem tem posses.
Mas o nosso avozinho ia avançando. Quase se mostrava indignado (cardeal sabe) sobre o porquê de penalizar as mulheres que abortam em todo o tempo, insinuando, que os defensores do "sim" são conservadores, limitativos, por conseguinte, há que contrariá-los.
Também acho que este sim é limitativo e embora vote no sim militantemente, entendo que era de ir mais além na despenalização. Mas, apesar disso, não emparceiro com o D. José. Seria deixar tudo na mesma. Há que dar passos: são 10 semanas vamos nelas.
Vi a Judite de Sousa um pouco aflita com o D. José. O homem, ou melhor, o cardeal ia-lhe dando sempre a volta, e ela incapaz de questionar: então concorda que se despenalize a mulher que aborte em qualquer altura? Porque no "despenalizar" disse um bispo que votaria sim
Acho isto tudo interessante e de uma hipocrisia sem limites.
Se ir para o céu é isto, Senhor D. José, tem de vir mais vezes convencer dos méritos desse "seu" céu, porque me parece que os fiéis tendem a diminuir, por desconfiança da bondade. O inferno desta terra começa ,apesar de tudo, a parecer bem melhor. E já agora alguns direitos a conceder à mulher que, na sua igreja, não são mais do que "escravas" do Senhor (lá de cima) exigem um "sindicato reivindicativo" para minorar este estatuto.
ora, aí está uma área nova para os sindicatos.
2007-01-25
Uma correcção ao post anterior sobre a Câmara de Lisboa
Ao contrário do que esta manhã dizia a comunicação social, o Vice -Presidente da Câmara de Lisboa, Fontão de Carvalho, não foi constituído arguido. Contudo, durante a tarde e noite, vários analistas políticos admitiam que mais alguns arguidos estarão na calha.
De concreto, este processo já originou uma suspensão de mandato da vereadora Gabriela Seara.
Este processo, esperado há algum tempo, começa a fazer muitos cacos e a tornar dificil a acção da vereação PSD em minoria e com grandes problemas internos, pois há vereadores incompatibilizados que não falam com o Presidente. É obra.
Com tudo isto Lisboa está a perder ou como hoje dizia o Arq. Ribeiro Teles "os investimentos estão à solta"
Suspeitas de Corrupção na Câmara Municipal de Lisboa
De há muito que se falava de relações "pouco próprias" entre alguns elementos da Autarquia e a Bragaparques. Pelo meio, houve aquele "caso de rambo" com Ricardo Sá Fernandes para chegar ao vereador irmão, de que ainda pouco se sabe. Finalmente, há arguidos, incluindo segundo a comunicação social, o vice presidente Fontão de Carvalho e a vereadora Gabriela Seara. O jurista Jorge Remédio, o negociador da permuta de terreno, na qualidade de assessor do então presidente da Autarquia Pedro Santana Lopes, também figura entre os arguidos.
Como munícipe, segundo "uma lei tendencial da nossa justiça", só me resta esperar para conhecer a casa de advogados que vai impugnar tudo isto na base de uma ilegalidade processual.
Isto no campo da justiça.
No campo da política, era de esperar alguma coerência do PSD para verificar se foram motivos de conteúdo ou pessoais que estiveram na origem dos casos Valentim Loureiro e Isaltino Morais. No outros partidos, já sabemos, não há motivo para antecipar eleições. Ficamos foi sem perceber para que há motivos.
2007-01-23
Voos rasteiros
O relatório de Claudio Fava do PE revela que pelo menos 1.245 voos operados pela CIA sobrevoaram ou fizeram escala em países da UE. A Portugal cabem 91 escalas em aeroportos nacionais a que Ana Gomes, que cumpre o seu dever de averiguar e não o de encobrir, acrescenta 17 escalas nos Açores e mais 77 voos sobre território nacional.
Mas afinal do que trata a Comissão? De matéria menor? Tão simplesmente de abuso de direitos fundamentais dos cidadãos por um Estado que se arvora acima da lei e da soberania dos outros Estados. É sobre isto que o ministro dos NE parece não se ter esforçado muito em investigar e avalizou não só o seu Governo mas também o de Barroso e de Santana Lopes colhendo assim o significativo aplauso da bancada do PSD e do CDS na AR.
As fontes nacionais não esclarecem o suficiente mas, mais tarde ou mais cedo, os americanos encarregar-se-ão de publicar tudo e nos explicar com pormenores o que fizeram e como fizeram sem deixar de relatar a boa colaboração dos governos amigos.
O pai adoptivo condenado a 6 anos
Tanto insistiu que lá fui ver Os Prós e os Contras a casa do meu vizinho Antunes. Que o Whisky era excelente. Escocês! Mesmo escocês.
A Fátima Campos esteve bem e talvez por isso até me pareceu mais bonita. O problema é que acabou agora, às 10 p'rás 2 da manhã.
Era o caso da menina, com 5 anos, adoptada. Quase adotada, quando apareceu o pai biológico, que alguém lá chamou de "produtor" exigiu a filha e 30 mil euros de indemnização. O caso tornou-se mais complicado.
Como se sabe, o tribunal, com a duvidosa sentença de sequestro, porque o pai adoptivo não entregou a criança ao pai biológico, condenou-o a seis anos de prisão e está preso.
Despedi-me já à pressa por causa da hora mas o Sr. Antunes ainda me agarrou pelo braço e perguntou:
- Que lhe parece aquela condenação a 6 anos?
- A Justiça é que sabe - rematei eu para abreviar, já meio a dormir.
- Pois olhe o que lhe digo é o seguinte. O tribunal, por estupidez e ignorância, queria cometer um crime.
- ?
- Sim, tirar a criança à verdadeira família onde está bem e entregá-la a um desconhecido. E como se viu contrariado pelo pai adoptivo que impediu o crime, por arrogância, cometeu outro.
- Como assim?
- Meteu o homem na prisão. Seis anos. Que é isto se não um crime?
- Vamos mas é dormir. Amanhã pensamos melhor no caso.
2007-01-22
Justiça e Fuga (2)
Mais um episódio ... "de bem com a nossa justiça"
Afinal, o retomar do processo "Apito Dourado", agora sob a alçada da Procuradora Geral Adjunta, Drª Maria José Morgado, começa a trilhar os mesmos carris de descrédito de outros. Uma iniciativa interna, entenda-se dentro da equipa, transpirou logo. Não sei se foram os advogados dos indigitados no processo ou se foram outros, o veiculo da divulgação do despacho de Maria José Morgado. A verdade é que o despacho foi conhecido, foi publicitado na íntegra e antes dessa publicação noticido pelo Jornal Público. É demais
Seja como fôr o descrédito vem aí. Há um propósito claro de descredibilizar. É a forma simples de tudo se ir arrastando e depois tudo se reduzir a pouco ou nada. O caminho do nada já está em marcha.
Nota-se uma falta de vontade nos diferentes e diversos órgãos do poder, ligados à justiça, de pôr cobro a estes desmandos.
2007-01-20
Justiça e Fuga
A justiça portuguesa andará a proporcionar "fugas à si própria"?
Ao ler e ouvir a comunicação social de hoje só pode ficar essa ideia. Afinal, a "operação furacão" será mais uma sem consequências. Há matéria criminosa, branqueamento e fuga aos impostos, mas que não irá longe por erros de processo. As grandes "casas da advocacia" vão invocar esses erros para suscitar que todo o processo seja inválido e certamente vão obtê-lo.
Tenho sérias dúvidas de tudo isto. Será que as leis têm buracos por todos os lados? Será mesmo assim? Não acredito em tantos processos derivados de um deficiente domínio do entendimento das leis, pelo que é de questionar: será que não haverá, no meio de todas as peripécias, desleixo e conluios? A dúvida começa a ganhar terreno.
2007-01-19
Inspirar-se em João César das Neves
João César das Neves é professor de economia na UCP = Universidade Católica Portuguesa. É adepto do não ao IVG. Até aqui nada a opôr. Cada qual, em consciência, deve bater-se pelo que entende.
César das Neves afirmou ontem que despenalizar o aborto é equivalente a torná -lo "tão normal como o telemóvel". Aborto, se despenalizado, é para César das Neves = ao uso do telemóvel. Convenhamos!!
Será que o ilustre economista é crente no que afirma? Ou tal afirmação é apenas um fait divers de campanha? Se o fosse, estaria a trair as suas profundas convicções religiosas. É preciso o uso de semelhantes faits divers para convencer alguém da causa que defende? Ou será que, em campanha, vale tudo?
Comecemos pelo que está em causa neste referendo.
O referendo, como eu o entendo, visa dar às mulheres, que desejem interromper voluntariamente a gravidez, dignidade, ou seja, que deixem de ser tidas como criminosas e, por outro lado, acesso aos serviços do SNS para uma prática segura.
César das Neves "fabricou" umas estatísticas internacionais para poder afirmar que a descriminalização da IVG leva a um aumento do número de abortos. Não é isso o que consta de vários documentos de entidades internacionais dignas de crédito, como a OMS.
Esqueceu-se de referir o número de abortos clandestinos existentes, porque não o sabe, nem ningúem, quantos são os abortos agora praticados. Esqueceu-se, certamente porque isso o não sensibiliza, de falar dos graves riscos de abortos feitos em vão de escada. Esqueceu-se que as estatísticas, essas sim, mostram que vão muitas portuguesas abortar ao estrangeiro. Eu não condeno isso. Quem pode que vá enquanto temos esta lei que criminaliza. Certamente muitas amigas suas já o fizeram, discordando da sua equivalência ao telemóvel!!!
"Um sucesso histórico"
Muitos de nós estamos à espera deste Um sucesso histórico de que Jacinto Lucas Pires nos fala hoje na sua crónica e bem.
Mas com eventuais dirigentes políticos europeus como Sarkozy - que defendem uma posição constitucional de tipo minimalista - não vamos lá.
O sucesso histórico que se espera só pode vir a ser uma realidade se a Europa souber negociar e bem com os seus vizinhos e, em primeiro lugar, a Rússia (a negociação implica a consolidação de uma óptica de cooperação) e, se fizer o "desmame" face aos EUA. A Europa não tem estratégia própria face aos EUA, o que é mau primeiro para si, não passa de uma entidade subalterna e segundo é mau para o mundo. A autonomia necessária perante os EUA não consiste numa política de confronto, implica o mesmo espírito de cooperação referido antes.
Aqui como lá ...
A imprensa portuguesa de hoje revela que o reforço do Belenenses, José Luís Garcês, ontem apresentado ao público foi condenado no seu país, em 2002, a 20 meses de prisão por tentativa de homicídio, sendo a execução da pena suspensa por ordem do Presidente do Panamá.
Afinal os jogadores de futebol de algum relevo são pessoas fora de lei porque impunes. Também cá Luisão apanhado com um grau alcoólico elevado nada sofreu. Mas não foi o único pois há antecedentes com jogadores de vários clubes. Luisão foi só o mais recente de que se ouviu falar. Não vale a pena questionarmo -nos sobre a lei e os agentes de aplicação da lei. desde a polícia aos tribunais. A lei não é igual para todos. Na nossa democracia subsiste uma minoria com lei própria: a de prevericar sem custos
.
Sobre o IVG
Relembrando Natália Correia..."O acto sexual é para ter filhos", disse na Assembleia da República, no dia 3 de Abril de 1982, o então deputado do CDS, João Morgado, num debate sobre a legalização do aborto.
Em resposta, Natália Correia escreveu um poema, publicado no Diário de Lisboa dois dias depois, que fez rir todas as bancadas parlamentares, sem excepção e, levado à interrupção dos trabalhos parlamentares.
Eis o poema, que me foi relembrado por email por duas pessoas amigas:
"Já que o coito - diz Morgado -
tem como fim cristalino,
preciso e imaculado
fazer menina ou menino;
e cada vez que o varão
sexual petisco manduca,
temos na procriação
prova de que houve truca-truca.
Sendo pai só de um rebento,
lógica é a conclusão
de que o viril instrumento
só usou - parca ração! -
uma vez. E se a função
faz o órgão - diz o ditado -
consumada essa excepção,
ficou capado o Morgado."
( Natália Correia - 3 de Abril de 1982 )
2007-01-18
No regresso da visita à India ...
E na confusão/trapalhada da visita à China (sim ou não motivada pelas palavras do Presidente Cavaco Silva), segundo o jornal Le Monde, o grupo indiano TATA está cada vez mais interessado na Europa. Depois de ter comprado a siderurgia britânica e a sua filial de telecomunicações VSNL, anunciou, anteontem dia 16 de Janeiro, a compra de uma sociedade francesa, Cipris, a fim de trabalhar o mercado europeu das PME.
A Cipris vai tornar-se numa divisão da VSNL. A Cipris é um operador virtual, que tem como objectivo imediato servir 36 000 PME europeias dos sectores agroalimentares, turismo, têxtil, o que, segundo o gabiente de estudos IDC, significa um mercado potencial de mais de 10 mil milhões de dólares para 2007.
Refira-se que, cinco anos atrás, a VSNL era uma empresa pública indiana de fraca ambição, hoje é lider mundial, tendo como seus principais concorrentes as americanas Verizon e ATT.
Até onde pode ir a fantasia?!
Li hoje no DN, como muitas outras pessoas certamente, em letras bem gordas, as mais gordas da 1ª página, exactamente isto: "Seguros automóveis vão baixar de preço".
Não acreditei. E, depois de ler melhor, nem precisei de ler o texto todo no DNeconomia. Bastou-me ver as linhas a seguir, em letra mais miúda, afinal não é nada assim. O DN poderia ter sido um pouco mais objectivo. Não lhe ficaria nada mal.
Afinal do que se trata é da associação empresarial do sector admitir baixar o preço dos seguros durante o ano em curso por dois motivos. Uma redução do número de acidentes (embora a época natalícia tenha abalado esta tendência) e uma difícil recuperação económica. Não é porque o sector esteja mais competitivo. Não. As companhias de seguros estão a ser atacadas, por um sentimento de compaixão para com os seus subscritores de apólices. Será, neste contexto, de se alegrar com um aprofundamento da crise, pois assim podemos ter seguros ainda menos altos.
O rosto do NÃO. Do Não trauliteiro.
Esta gente da Acção Família e outros extremistas do NÃO ou defendem penas acima de 20 de anos de prisão para as mulheres que abortem ou então são uns hipócritas e não acreditam que se trate, como dizem, de um crime de assassínio friamente premedidatdo. Ainda por cima de um filho "antes mesmo de dar o primeiro gemido", como debitam na sua manipuladora propaganda.
2007-01-17
Com a ajuda da santinha... não vale.
Os leigos católicos da Acção Família - Público de hoje - distribuem pelo correio dois milhões de panfletos em que nos garantem saber que: "Nossa Senhora chora por milhares de inocentes que podem perder a vida no Iraque digo, antes mesmo de darem o primeiro gemido" "Dizer que não está de acordo com o assassinato brutal de inocentes no Darfur , digo, no ventre materno" é o que a "Santíssima Virgem espera de si".
"Descubra o que pode acontecer em Portugal no ano em que se comemoram os 90 anos das aparições de Nossa Senhora de Fátima" Abrenúncio
Informa mais o Público que o panfleto, não perde, e bem, o sentido comercial do momento e muito piedosamente aproveita a excelente oportunidade para promover a venda de "um estojo do Terço da Vida e o Livro do Rosário da Vida com meditações para rezar o terço em desagravo ao referendo, que só por si já constitui uma ofensa a Deus".
Não seria melhor preparar já as fogueiras da Santa Inquisição?
IRS dos pobres
Este ano a declaração de IRS não inclui a declaração de "manifestação de fortuna" deixando mais folgados os que enriquecem ilicitamente ou simplesmente fogem aos impostos.
O DN diz que interpeladas as Finanças teve a resposta de que há a possibilidade de obter os dados através de consultas a várias bases de dados. Mas... e aí está a resposta a revelar-se " resposta de mau pagador". É que as bases de dados e o seu acesso já existiam antes daquela, tida por importante, medida de combate à fuga ao fisco. Aliás isso mesmo o secretário de Estado sublinhou:
"Ainda em Fevereiro do ano passado, [por] um despacho do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, João Amaral Tomaz - na sequência de erros dos serviços da DGI - reafirmava a obrigatoriedade da declaração. No mesmo despacho, realçando o valor da declaração como fundamental para o combate à fuga e fraude fiscal, o secretário de Estado chamava a atenção para a possibilidade "do recurso à avaliação indirecta da matéria tributável" nos casos em que exista uma "divergência não justificada" de, pelo menos, "um terço entre os rendimentos declarados e o acréscimo de património". Que raio se passou de relevante de há um ano para cá para tal mudança? Não foi, com certeza, a missa de acção de graças do director-geral dos impostos, Paulo Macedo. Essa parece que foi para manter o tal ordenado. Também não parece estar relacionada com a reforma dourada oferecida a João Cravinho em Bruxelas (para não andar, para aí, a chatear?), pois ontem ele disse que deixava o dossiê de combate à corrupção prontinho amanhã, no Parlamento, antes de partir.
Despacho do conselho de gerência do Puxa (glosando O Jumento): Interrogue-se o Sócrates.
QREN
Ontem foi o dia de apresentação do QREN, pelo Primeiro Ministro, numa sessão pública, cheia de "pompa e circunstância" e com muitos convidados de vários matizes.
O QREN, como se sabe, é o Quadro de Referência Estratégico Nacional, um documento, ou para ser mais preciso, um conjunto de documentos para entregar nos serviços da Comissão Europeia, os quais, uma vez negociados e aprovados, permitem a Portugal aceder aos fundos comunitários no período 2007-2013.
O montante de fundos comunitários ascenderá a cerca de 21,5 mil milhões de euros.
O Primeiro Ministro, no seu discurso, afirmou que é necessário corrigir os erros do passado e apostar neste novo programa em áreas antes negligenciadas, tendo referenciado três domínios em que as insuficiências (estratégicas e de concretização) foram bem notórias no passado e que traduziram na:
Incapacidade de "identificar com suficiente clareza e sentido de urgência a natureza dos nossos principais défices estruturais. E eles situam-se claramente no domínio da qualificação dos nossos activos e na fragilidade da nossa cultura técnic e científica."
Insuficiência selectiva "no apoio ao investimento verdadeiramente modernizador e com potencial de multiplicação".
Incapacidade de acompanhar o investimento realizado com a melhoria dos factores envolventes, os chamados "custos de contexto".
De futuro, subentende-se do discurso, estas falhas serão "atacadas".
Para José Sócrates, o QREN é um instrumento "de mudança e de opções claras", constituindo assim uma nova oportunidade para a sociedade e economia portuguesa.
Três características, pelo menos no papel e em palavras, diferenciam este novo quadro comunitário dos anteriores.
Uma clara opção pela concentração, ou seja, reduziu-se o número de PO (programas operacionais). Pode daqui resultar (se não se incorrer nos vícios do passado) uma melhor gestão e uma melhor escolha de opções de investimento.
Uma aposta na selectividade, ou seja, em programas e projectos estruturantes.
"Fazer as boas escolhas políticas. Pôr os recursos no sítio certo. Neste QREN, como já foi dito nos anteriores, a prioridade é a qualificação dos recursos humanos. Mas há agora uma diferença fundamental. É que, neste, estão lá os recursos necessários para passar do discurso à acção".
A estas características do QREN já houve reacções críticas. Era bom que o governo, sem desconfigurar o programa, desse atenção ao que vai sendo dito e, acima de tudo, escolhesse gente competente para os postos que lhe compete designar, para bem gerir estes muitos milhões, porque selectividade e boas escolhas são bem precisas, quase diria são mesmo investimento estruturante.
Lá estarei, Caro Amigo
.....
Também está aqui e
aqui.
2007-01-16
O Iraque. Soma e segue
Mais dois enforcamentos em Bagdad. O meio irmão de Saddam Hussein, Barzan Al-Tikriti, por erro ou vingança, foi decapitado. As imagens também ajudam a acirrar o sectarismo. Capuzes e fardas laranja de Guantânamo.
Xiitas deitam foguetes e sunitas armadilham carros. Condoleza Rice, no Egipto, lamentou a falta de dignidade. Num enforcamento?
Assim vão os esforços da Administração Americana para a reconciliação no Iraque.
Drama entre um SIM e um NÃO
A menina Lurdes, agora já uma senhora ( o nome não é verdadeiro), ex-vizinha e nossa amiga, anda muito angustiada. Vai ter de abortar. Se não for acima das suas posses vai a Badajoz. Diz ela, numa agonia e muito em segredo e só porque queria informar-se disso de Badajoz. Que não tem alternativa!
Tentei dissuadi-la, mostrando-lhe quão maravilhoso é ter mais um filho. E preocupado também com a baixa natalidade do país.
Que falo assim porque não sou eu que vou ter o filho. Nem carregar a cruz de não ter meios para lhe proporcionar uma vida decente.
Para compensar o remorso, a Lurdes e o marido andam na campanha do NÃO. Já a avisei. Ainda vai presa, se vencer. No referendo.
Contra uma ordem dos médicos confessional
"Segundo o Público, o provedor de Justiça, emitiu um parecer em que defende que o Código Deontológico da ordem dos médicos [um código confessional que emparelha com as concepções do bispo de Bragança, aqui em baixo expostas, sobre a IVG e o aborto. Nota do Puxa] não suscita nenhum problema ao considerar como «falta deontológica grave» a prática de aborto pelos médicos." - afirma Vital Moreira, no Público de hoje, e que mais adiante diz:
"Como entidades públicas que são, as ordens profissionais são necessariamente aconfessionais. Por esse motivo elas nunca podem considerar como deontologicamente ilícito e disciplinarmente punível, aquilo que o Estado ele mesmo, não considera punível."
Deixo aqui um euro - início de um passa-boné - para angariar fundos para o Dr. Pedro Nunes, actual bastonário da OM, criar uma ordem de médicos nova, privada, de adesão voluntária e com a deontologia que lhe parecer, católica, budista, muçulmana ou qualquer outra.
Fidel Castro
Segundo alguma imprensa europeia ( Le Monde, El País, ... ), Fidel encontra-se "em estado muito grave".
Contra o aborto somos todos
"
O bispo da diocese de Bragança-Miranda considera que o aborto "é uma variante da pena de morte"... " Para o demonstrar recorre à execução de Saddam Hussein, com a qual "toda a gente ficou horrorizada".Com bispos destes, que pedem meças aos seus pares, ayatolas, mais radicais, do Irão, bem pode a Joana Amaral Dias, citada aqui em baixo, pelo João Abel, esforçar-se em afoitar o cardeal patriarca. Com colegas como António Montes Moreira, bispo de Bragança, está bem aviado.
Mas não desesperemos, a Igreja, daqui por duzentos anos (nessa altura, tudo isto, é apenas História da Antiguidade) pedirá desculpa às mulheres, vítimas (hoje) da necessidade de abortar, e que hoje a Igreja condena, como criminosas, ao repúdio, à prisão e ao inferno. Ou só ao purgatório?
Pedirá então desculpa. Como hoje faz relativamente à Inquisição. Claro que nem tudo é, ou foi, sempre mau na Igreja-instituição. Mas que foi, de um modo geral, um permanente travão ao progresso, quase sempre aliada e suporte da direita e mesmo da extrema-direita, lá isso foi. E é. Deus seja louvado!
2007-01-15
Carta a José Policarpo
É um texto inteligente, de elevada profundidade e em escrita bem simples, feito em estilo de carta, de Joana Amaral Dias, dirigido ao Cardeal de Lisboa questionando-o sobre as posições que ele tem vindo a assumir sobre a Interrupção Voluntária da Gravidez. Carta a José Policarpo
Seria um progresso (não esperado) que José Policarpo rompesse o seu "monólogo" e argumentasse.
2007-01-14
Vacinas para gripe das aves? Vendeu-se tudo.
Por esta altura, de acordo com os planos, já deviam ter morrido de gripe das aves, mais de 60 mil portugueses. Ou será que, com o nosso proverbial desleixo, estamos a deixar tudo para o fim?
Também há a tal hipótese... bem imaginada aliás: que o alarme era indispensável para o negócio das vacinas. Mas talvez não. Parece que a semana passada morreu na Indonésia, um desgraçado qualquer, com a tal gripe ou outra parecida.
2007-01-13
SIM OU NÃO
A pergunta é: "Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras dez semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?"
Se o SIM ganhar o que acontece?
As mulheres que fizerem aborto, naquelas condições, não vão para a cadeia nem são consideradas criminosas.
Se o NÃO ganhar que resulta: que, com excepção das situações já hoje previstas na lei, são consideradas criminosas e vão para a prisão.
- Resume-se tudo a isto?
Não. Em termos práticos a questão principal resume-se àquela alternativa mas sobre o assunto há uma infinidade de questões: de saúde pública, de carácter psicológico, de direito, de carácter religioso, de grau civilizacional, de retórica.
- Actualmente, relativamente a esta matéria, estamos mais atrasados ou mais avançados, em termos civilizacionais, do que a a maioria dos países ocidentais?
O que sei é que esses países, que estavam como nós hoje estamos, despenalizaram há muitos anos a interrupção voluntária da gravidez.
- As mulheres (e os maridos) que defendem o NÃO se forem confrontadas com uma gravidez indesejada o que fazem? Estou certo que, tendo em conta o ênfase "moral" de uma grande parte da campanha do NÃO, 99 % não interrompem a gravidez.
(Resposta alternativa: Boa pergunta. Tente responder você mesma (o).
Lei das Finanças Regionais
Como se esperava, o Tribunal Constitucional, por elevada maioria, decidiu que a lei da iniciativa deste governo para as regiões autónomas, no que se refere às regras das transferências financeiras, era constitucional.
Como se esperava também, Alberto João Jardim reagiu segundo o seu estilo e linguagem.
Atenção: Alberto João Jardim está "fora de si", não pela alteração da lei anterior que ele nunca cumpriu. Ele está fulo porque esta revisão retira-lhe o aval do Estado à dívida que ele sempre foi acumulando e o governo central sempre foi pagando. E este governo parece querer estancar, até o estado das finanças públicas a isso obriga
Francamente, até Teixeira dos Santos está a ser benévolo com Alberto João porque poderia ter reduzido de uma só vez as transferências por incumprimento e não o fez.
Há quem entenda que este aperto ao perdulário Alberto João prejudica a população madeirense.
E pode prejudicar pois Alberto João pode/vai fazer cortes nas despesas sociais e não nas sumptuárias como nas elevadas verbas que dá ao futebol profissional, etc.
2007-01-12
Contra os canhões
À sexta feira, como já referi no PUXA, o DN publica uma página "Contra os canhões" da responsabilidade de Ana Sá Lopes e Fernanda Câncio.
Independentemente de nem sempre estar de acordo, os temas são quase sempre actuais e abordados de forma interessante.
O cardeal do dia seguinte de Fernanda Câncio é uma peça que caracteriza bem as vacilações de D . José Policarpo e os saltos de trampolim para dizer o contrário do que começou por dizer sobre o IVG, deixando-se sucumbir sob o peso dos seus pares e, finalmente e "o dia do cão e o fogo de artíficio na Madeira" de Ana Sá lopes (não lincável) e uma peça de bom humor que poderia ter por título "o desastrado" Luis Marques Guedes. Vale a pena ler tudo, mas estas encheram -me as medidas.
Ao arrepio de tudo
O Presidente Bush, com o aval da sua equipa, decidiu enviar mais 20 000 soldados para o Iraque. Interrogo-me como uma personalidade "tão conceituada" pela argúcia, entenda-se, como Rice, alinha numa decisão deste teor.
Bush não soube ler nem o sentimento da maioria do povo americano, recentemente expresso no voto, nem o parecer da comissão que ele próprio criou para "rever" a estratégia de actuação no Iraque.A escalada da guerra continua. Que farão os democratas? Deque instrumentos dispõem para minorar os efeitos deste tremendo erro? A não autorização de verbas?
2007-01-11
Falando um pouco das expectativas da economia portuguesa
O Banco de Portugal (BP) divulgou, muito recentemente, a sua previsão para o crescimento do PIB nacional em 2007.
Na base de certos pressupostos que vamos comentar, o BP aponta uma taxa de crescimento de 1,8%, coincidente com a do governo. Lá mais para a Primavera e depois em Outubro, assistiremos, quase de certeza, a novas previsões. É o usual no comportamento destas instituições nacionais e internacionais e estas previsões tornam-se referências importantes no mundo dos negócios e do trabalho.
A taxa de 1,8% significa uma moderada recuperação da economia portuguesa e ainda insuficiente para a convergência com a média comunitária que se prevê seja de 2,2% no ano em que há pouco entramos.
Esta situação significa que a economia portuguesa entrou no 6º ano consectutivo de não convergência com a economia europeia. Mas o cenário não pára aqui. Mais um ano pelo menos, o de 2008, continuará a ser de não convergência pois a previsão do BP aponta para um crescimentode 2,1% contra 2,2 ou 2,3 na zona euro.
A questão que falta dirimir agora é a da falibilidade destas previsões.
É uma verdade de La Palisse dizer-se que as previsões são sempre falíveis. Os especialistas de previsões (economistas ou outros) são exímios a prever o passado. O futuro, esse anda e andará sempre arredio. Mas o conhecimento lá vai evoluindo e tudo vai melhorando. Daí as previsões serem tendencialmente mais ajustadas.
De qualquer modo, é fundamental fazer e divulgar previsões e algo menos habitual entre nós, é fundamental construir cenários de desenvolvimento a longo prazo e dar-lhes atenção. Se isso tivesse acontecido no passado e por que não dizer no presente (repito o dar atenção, pois algum trabalho de cenarização houve) talvez a nossa economia não tivesse batido no fundo (e será que já bateu?!).
Estou a desviar-me do essencial. Voltemos entãoaos pressupostos subjacentes nas previsões apresentadas pelo BP.
De forma sintética, no tocante à evolução do preço do petróleo, as previsões assentam "na hipótese técnica de uma mautenção do preço em 2007, seguida de um aumento de cerca de 5% em 2008". Refira-se que, em 2005, o preço subiu 40% e 20% em 2006.
No tocante à taxa de juro, a previsão assenta/admite "uma ligeira subida no inicio de 2007 e uma virtual estabilização a partir de então".
Na relação euro/dólar "a hipotese técnica implica uma apreciação do euro, em termos efectivos de cerca de 3% em 2007" e, em 2008, uma evolução "nos níveis médios de 2007 ".
Mas aqui está uma fragilidade. O BP refere que o crescimento das exportações não vai ser suficiente para garantir a aceleração, mesmo moderada, da economia portuguesa, pelo que o consumo privado terá de acelerar bem como a aquisição de casas pelas famílias.
Por outro lado, o relatório do BP apresenta um estudo onde revela que Portugal tem vindo a perder quota de mercado nos produtos de alta tecnologia desde finais de 60.
Relacionando tudo isto, devemos estar prudentes quanto ao seguinte: no curto prazo, há factores de grande vulnerabilidade nestas previsões, o que não inviabiliza que os resultados possam até ser melhores, basta acontecer algo de muito favorável para a economia portuguesa, na economia mundial. Mas a longo prazo, a preocupação deve ser maior. Ainda estamos muito longe do modelo consistente sobre o qual é preciso dar a volta à economia. Atrasámo-nos muitos anos na nossa inserção mundial dinâmica. Fomos lá por absopção. Os nossos empresários e o Estado jogaram na defensiva, por falta de conhecimento. Não nos podemos esquecer de que quem exporta ou produz competitivo para reduzir importações são os empresários, que não estão a dar grandes cartas.
O Inferno gerido empresarialmente
Recebido de um amigo
Uma aula de Gestão Empresarial em brasileiro
Foi tudo muito rápido. A executiva bem-sucedida sentiu uma pontada no peito, vacilou, cambaleou. Deu um gemido e apagou. Quando voltou a abrir os olhos, viu-se diante de um imenso portal. Ainda meio zonza, atravessou-o e viu uma miríade de pessoas. Todas vestindo cândidos camisolões e caminhando despreocupadas. Sem entender bem o que estava acontecendo, a executiva bem-sucedida abordou um dos passantes:
- Enfermeiro, eu preciso voltar urgente para o meu escritório, porque tenho um meeting importantíssimo. Aliás, acho que fui trazida para cá por engano, porque meu convênio médico é classe A, e isto aqui está me parecendo mais um pronto-socorro. Onde é que nós estamos?
- No céu.
- No céu?...
- É.
- Tipo assim... O céu, CÉU...! Aquele com querubins voando e coisas do gênero?
- Certamente. Aqui todos vivem em estado de gozo permanente.
Apesar das óbvias evidências (nenhuma poluição, todo mundo sorrindo, ninguém usando telefone celular), a executiva bem-sucedida custou um pouco a admitir que houvesse mesmo apitado na curva. Tentou então o plano B:
convencer o interlocutor, por meio das infalíveis técnicas avançadas de negociação, de que aquela situação era inaceitável. Porque, ponderou, dali a uma semana ela iria receber o bônus anual, além de estar fortemente cotada para assumir a posição de presidente do conselho de administração da empresa. E foi aí que o interlocutor sugeriu:
- Talvez seja melhor você conversar com Pedro, o síndico.
- É? E como é que eu marco uma audiência? Ele tem secretária?
- Não, não. Basta estalar os dedos e ele aparece.
- Assim? (...)
- Pois não?
A executiva bem-sucedida quase desaba da nuvem. À sua frente, imponente, segurando uma chave que mais parecia um martelo, estava o próprio Pedro.
Mas, a executiva havia feito um curso intensivo de approach para situações inesperadas e reagiu rapidinho:
- Bom dia. Muito prazer. Belas sandálias. Eu sou uma executiva bem-sucedida e...
- Executiva... Que palavra estranha. De que século você veio?
- Do 21. O distinto vai me dizer que não conhece o termo "executiva"?
- Já ouvi falar. Mas não é do meu tempo.
Foi então que a executiva bem-sucedida teve um insight. A máxima autoridade ali no paraíso aparentava ser um zero à esquerda em modernas técnicas de gestão empresarial. Logo, com seu brilhante currículo tecnocrático, a executiva poderia rapidamente assumir uma posição hierárquica, por assim dizer, celestial ali na organização.
- Sabe meu caro Pedro. Se você me permite, eu gostaria de lhe fazer uma proposta. Basta olhar para esse povo todo aí, só batendo papo e andando à toa, para perceber que aqui no Paraíso há enormes oportunidades para dar um upgrade na produtividade sistêmica.
- É mesmo?
- Pode acreditar, porque tenho PHD em reengenharia. Por exemplo, não vejo ninguém usando crachá. Como é que a gente sabe quem é quem aqui, e quem faz o quê?
- Ah, não sabemos.
- Headcount, então, não deve constar em nenhum versículo, correto?
- Hã?
- Entendeu o meu ponto? Sem controle, há dispersão. E dispersão gera desmotivação. Com o tempo isto aqui vai acabar virando uma anarquia. Mas nós dois podemos consertar tudo isso rapidinho implementando um simples programa de targets individuais e avaliação de performance.
- Que interessante. ..
- Depois, mais no médio prazo, assim que os fundamentos estiverem sólidos e o pessoal começar a reclamar da pressão e a ficar estressado, a gente acalma a galera bolando um sistema de stock option, com uma campanha motivacional impactante, tipo: "O melhor céu da América Latina".
- Fantástico!
- É claro que, antes de tudo, precisaríamos de uma hierarquização de um organograma funcional, nada que dinâmicas de grupo e avaliações de perfis psicológicos não consigam resolver.
- !!!...???... !!!...??? ...!!!
- Aí, contrataríamos uma consultoria especializada para nos ajudar a definir as estratégias operacionais e estabeleceríamos algumas metas factíveis de leverage, maximizando, dessa forma, o retorno do investimento do Grande Acionista... Ele existe, certo?
- Sobre todas as coisas.
- Ótimo. O passo seguinte seria partir para um downsizing progressivo, encontrar sinergias high-tech, redigir manuais de procedimento, definir o marketing mix e investir no desenvolvimento de produtos alternativos de alto valor agregado. O mercado telestérico, por exemplo, me parece extremamente atrativo.
- Incrível!
- É óbvio que, para conseguir tudo isso, nós dois teremos que nomear um board de altíssimo nível. Com um pacote de remuneração atraente, é claro.
Coisa assim de salário de seis dígitos e todos os fringe benefits e mordomias de praxe. Porque, agora falando de colega para colega, tenho certeza de que você vai concordar comigo, Pedro. O desafio que temos pela frente vai resultar em um Turnaround radical.
- Impressionante!
- Isso significa que podemos partir para a implementação?
- Não. Significa que você terá um futuro brilhante, mas se for trabalhar com o nosso concorrente. Porque você acaba de descrever, exatamente, como funciona o Inferno...
Amadeu Sousa Cardoso
Se ainda não foi à Fundação Gulbenkian, em Lisboa, ver a grande exposição de Amadeu Sousa Cardoso, então tem de despachar-se, que ela fecha já a 15.
O primeiro Nobel português
Para saber mais sobre o livro é ir ao blog Egas Moniz ou então à universidade de Coimbra
Inquérito parlamentar aos voos da CIA
O PS chumbou o inquérito parlamentar proposto pelo PC sobre os voos da CIA.
Face ao alarido que este tema tem merecido dos órgãos de comunicação social muito alimentado pelo "dinamismo" da deputada PS, Ana Gomes, que já tem um "montante significativo" de voos arrolados, considero que a inviabilização foi politicamente negativa.
Anote-se que este é um problema importado do PE, mais ajustado a quem tem pouco que fazer. Será mesmo que não há agenda de temas mais importantes?
Não tenho dúvidas nenhumas que vários voos da CIA atravessam o país, sempre atravessaram e vão continuar, na base de certos acordos e tratados internacionais. A questão fundamental não se coloca, portanto, na discussão e arrolamento dos voos mas nos acordos que os permitem e por isso só me interrogo do porquê deste alarido agora.
Mas face a tanto alarido o inquérito deveria ser aceite, realizado e conduzido, segundo uma metodologia de realização em dois tempos
Primeiro tempo e de substância: uma análise aprofundada dos tratados, acordos etc, que "consentem" a realização desses voos e das condições legais internacionais em que se fazem.
feito este enquadramento, então avançar para o concreto no sentido de então se apurar se houve voos fora do permitido e em que condições.
Um inquérito, assim produzido, tornava-se pedagógico e com informação para inclusive se ajuizar das fragilidades dos tratados. Caso contrário, seria tema apenas de "exploração política" para uns tantos sábios.
2007-01-10
É o Corporativismo, stupid
No programa Antena Aberta, de ontem, conduzido por Eduarda Maio, discutia-se o despacho do ministro da Saúde que proibe os médicos que trabalhem para o SNS de poderem exercerem, simultaneamente, funções de coordenação ou direcção de serviços de saúde do sector privado. A medida parece fazer sentido. Por duas razões.
Uma: é que no privado não há "baldas" e aos bons ordenados têm de responder altas performances, muita atenção e muito trabalho. Nestas circunstâncias terá o médico ainda 35 horas semanais disponíveis para o SNS? E se o tempo escacear não tem tendência a fazer menos horas ou a chegar ao hospital do SNS à hora que a sua principal fonte de remuneração permitir? E não havendo control (a não ser o velho livro de ponto que se assina quando se quiser ou a vigilância, quando não a cumplicidade, do colega director de serviço do SNS) como garantir que o director de serviço da clínica privada cumpra rigorosamente o seu contrato com o SNS?
Outra: preocupado e concentrado nas suas responsabilidades privadas que disponibilidade ainda terá para tratar com tempo, atenção e cuidado os doentes que o esperam (frequentemente várias horas) no hospital público?
Afirmar este previsível comportamento do médico não é aviltar a classe. É o que é normal suceder com os homens e as mulheres. E os médicos não são santos, nem ninguém pretende que sejam. São profissionais, tão consciosos como os profissionais de muitas outras profissões.
Como reagiam os participantes no programa?
Da parte que ouvi, da forma mais previsível. Os utentes achavam bem. Os médicos achavam mal. Os representantes dos partidos, o costume. Aproveitaram para apoiar ou atacar o Governo querendo saber pouco ou nada do objecto da pergunta.
Por exemplo: Bernardino Soares, líder do grupo parlamentar do PCP e responsável pela área da saúde disse, mais ou menos, que a medida em si seria boa, mas como não passa de poeira para os olhos lançada pelo ministro que com ela quer fingir que é de esquerda para a seguir privatizar o SNS, a medida é péssima.
E o bastonário da ordem dos médicos, Pedro Nunes? Discorda totalmente da medida. E como até a considera ilegal "recomendou aos médicos que não informem o SNS do que fazem cá fora". E, é claro, está contra o controlo do tempo de trabalho dos médicos nos hospitais públicos porque os médicos sendo pessoas de total entrega à sua missão trabalham no SNS - diz ele - muito mais que as 35 ou 42 horas contratualizadas e além disso são pessoas sérias, acima de toda a suspeita.
"o primeiro direito dos médicos é não ser enxovalhado publicamente."
Com alguma perplexidade concluí: todos os trabalhadores deste país, do mais modesto operário ao mais categorizado especialista, que têm de cumprir horários, fixos ou flexíveis, têm estado a ser publicamente enxovalhados. Que país!
2007-01-09
As "marcas" dos "betinhos" ...
Há por aí, segundo me dizem, umas tantas marcas de "betinhos". Para não continuar ignorante lá fui procurando saber de mansinho as ditas ... mas não vou fazer propaganda. Almoços grátis... só mesmo por crava.
Quem quiser entrar na confraria dos "betinhos" que se esforce um pouco. Há em muitas ruas e centros comerciais em abundância. Mas quem quiser ser mesmo "betinho" a sério, tem de ver onde compra, pois há para de 1ª e de 2ª.
O "conceito de betinho" tem contornos escorregadios e parece ostentar alguma oscilação. Mas quem ouvir a Ana Bola, logo percebe. os "betinhos saem muito daquele naipe das tias da Linha e de outras partes (é certo). Há excepções quer na linha quer nos filhos de tias, quer os que não são filhos de tias e são da confraria. Assim, não ofendo ninguém. É um pouco como alguns ministros, que estão contra e com a guerra do Iraque.
Mas tudo isto vem a "despropósito" das "despromoções". Porque será que muitas das lojas dos betinhos estão com 60 e 65%? Que terá acontecido? Será que nos querem fazer cometer algum pecadilho? É de ver...
2007-01-08
Agora têm de contar comigo também
Nancy Pelosi, a nova speaker do Congresso dos Estados Unidos
"A New Direction for America"
"The New Direction for America advances the right priorities – to make our nation safer and our economy fairer; to make health care and college more affordable; to energize America with energy independence; and to guarantee a dignified retirement for all Americans. These initiatives – the product of a united Democratic House Caucus working together with our Senate colleagues - are our priorities for the 109th Congress. We are committed to building an America where all families can live and prosper in diverse, safe, and vibrant communities."
Flash curto, eventualmente chocante!!
... Flash inofensivo, politicamente incorrecto!!.
Há vários anos frequento um restaurante de bairro. Boa comida, pessoas simpáticas, frequência variada, preços acessíveis (relativos à carteira de cada um).
Só não gramo mesmo aturar os "patos bravos" que, de vez em quando ali arribam, e, menos ainda, as damas que os acompanham, fazendo "beicinho" de enjoadas pela companhia para certos clientes, mas não deixando as "grandes cortesias" na gaveta, depois de se pavonearam pela sala, "aos patos bravos" pagantes.
Mas interessante é o espectáculo e a conversa quando não vêm acompanhadas.
O mundo é um enigma!!
Escândalo na Igreja
Sua Santidade O Papa, considerou intolerável que o novo arcebispo de Varsóvia, monsenhor Wojciech Wielgus tivesse colaborado com a polícia secreta do regime comunista, obrigando-o à renúncia. Não deve ter sido fácil gerir este dossiê a quem se alistou como voluntário nas tropas SS, nazis, que tinham, entre outras nobres missões, a de levar a cabo o holocausto dos Judeus.
2007-01-07
Ainda o caso José Veiga, João Pinto, Sporting
A ser verdade, o que alguma imprensa noticiou, que o Gabinete de Advogados de José Veiga e João Pinto é, afinal, o mesmo, é de questionar acerca de quem terá aconselhado João Pinto a dar agora uma versão radiacalmente diferente daquela que antes dera na PJ. E os objectivos últimos de tudo isto, quais serão?
Não há lei que puna a mentira nos processos de investigação criminais?
Vai ser aplicada? Se não há ou se não se aplica, Portugal é um país surreal.
À boleia do Raimundo...
... que abaixo fala sobre o "corporativismo mais primário" dos médicos, aproveito para chamar a atenção para
as cumplicidades dessa mesma classe (e não só como diz a autora) no
dn.editorial
Sobre o discurso do Presidente
Nuno Brederote Santos, na sua crónica de hoje no DN, dá uma visão do discurso de Cavaco Silva interessantíssima As saturnais do Ano Novo que está nas antípodas da análise que o Expresso fez pela pena da jornalista Ângela Silva (sem link). Vale a pena confrontar.
Paula Rego
Na próxima quinta-feira, a Fundação Gulbenkian vai revelar em primeira mão, o tríptico Vanitas, que encomendou à pintora Paula Rego e vai ficar em exibição no Centro de Arte Moderna, em Lisboa.
"O corporativismo mais primário"
É João Miguel Tavares no
DN. Eu fui ler.
"A nebulosa demissão dos 19 directores de serviço no Hospital Pedro Hispano e as declarações do bastonário da Ordem dos Médicos sobre o novo sistema de controlo da assiduidade fizeram mais pelo desprestígio da classe médica do que uma dezena daquelas operações para retirar as amígdalas de onde se sai sem uma perna. Portugal tem excelentes médicos, até acima da qualidade média do país, mas a classe tem tiques de prima donna e uma queda incontrolável para o corporativismo mais primário."
Uma posição vertical, se faz favor
Se os próprios Estados Unidos não se preocupam demasiado em esconder a tortura e o trânsito por aeroportos de vários países, como acontece com Portugal, de pessoas raptadas ou presas, muitas vezes ilegalmente, em vários continentes, por que raio há-de o Governo português de fazer essa tarefa suja de esconder o que não lhe pertence esconder? Colocando Portugal na aparente posição de país de soberania limitada.
Talvez o Governo não esconda, ou não queira esconder, o que haja de ilegal nos voos da CIA. Mas que se empenha em não querer saber o que se passa ou passou é o que ele mostra exuberantemente com as piadas de José Lello ("vá-se queixar ao Ministério Público") e de Carlos César ("É uma posição [a de Ana Gomes] semelhante à fé em relação à visão dos pastorinhos" [de Fátima]) ao trabalho da deputada do Parlamento Europeu da comissão que investiga os voos da CIA, Ana Gomes. [Ver Ana Gomes e Vital Moreira em Causa Nossa] Alguém lhes explica que dão a impressão de comportar-se não como pessoas com o seu estatuto e responsabilidade mas como a de funcionários subalternos da Administração americana.
2007-01-06
Pedro
Santana Lopes está triste. O ex-presidente Sampaio, interrogado, na entrevista que concedeu à RTP, na quinta-feira, sobre os lamentos do ex-primeiro ministro, não disse nada. Ou antes, disse que não estava para andar por aí às cotoveladas.
Sarsfield Cabral, antiamericano?
Ao analisar, hoje, no DN, a situação dos Estados Unidos decorrente da sua irresponsável aventura iraquiana, Sarsfield Cabral, mostra-se decidido a entrar no subversivo clube dos antiamericanos: "Impressiona a inconsciência face ao desastre anunciado. Mas quem falava de desastre era considerado traidor ou, se fosse estrangeiro, antiamericano. Esta espantosa irresponsabilidade levou à maior derrota do Ocidente depois do triunfo na Guerra Fria, com o colapso do comunismo. Uma derrota de consequências mais graves para os EUA e para todos nós do que a debandada do Vietname.
A invasão do Iraque foi uma resposta ao 11 de Setembro. Os americanos queriam desforrar-se, humilhando os islâmicos radicais e mostrando que não são impunemente atacados no seu território. Tratava-se de restabelecer o prestígio e a credibilidade dos EUA com uma afirmação de força. Saddam estava a jeito. Quase quatro anos depois da invasão, os EUA estão enfraquecidos e sem credibilidade. Arriscam-se a deixar no Iraque um Estado falhado, viveiro de terroristas e factor de desestabilização em todo o Médio Oriente. E Washington perdeu autoridade moral em matéria de direitos humanos, desde logo na tortura."
A primeira eleição de W. Bush, assente em golpes fraudulentos, mostrou logo o que aí vinha: uma Administração corrupta e aventureira com tiques confessionais e de cowboy do Texas. Uma catástrofe para o Ocidente que os EUA, pelo seu poderio, lidera.
No Iraque arrisca-se não apenas a não conseguir nenhum dos objectivos proclamados mas a conseguir o contrário deles.
Uma rubrica ser...i...íssima
De vez em quando, rir dá saúde. Uma boa gargalhada, dizem os entendidos (não quero ofender os médicos, por não os mencionar em exclusivo, neste preciso momento, porque estão muito concentrados "numa" contra o Ministro, aquela da liberdade de não ter horário, atender o cliente 3 horas depois e, por isso, não estão "desinibidos" para produzir grande ciência do futuro), alivia as dores e as agruras da vida, que são muitas. ...
Pelo que, à revelia dos meus amigos do PUXA, decidi inaugurar esta rubrica, cuja seriedade intrínseca é inegável e imbatível.
Umas quantas dicas de pensamentos de reflexão profunda para nos fazem alegrar. As fontes de aprofundamento destes riquíssimos bem dizeres já vos indico. O seu a seu dono.
1ª dica: Rui Costa engasgou-se numa passa e pára três semanas. O Oliveira do Bairro que se cuide, pois viu a sua vida piorar.
2ª dica: Iceberg gigantesco foi rebocado para o minibar de Madail (sem comments).
3ª dica: Nuno Gomes e Kikin terão de usar "burka" no Dubai.
4ªa dica: La Feria proibido de fazer revistas que gozem Rui Rio.
5ª dica: Órfãos da "Bancada Central" não sabem para onde telefonar depois de beberem.
6ª dica: Motorista de Manuel Pinho vai por ele às reuniões (este é um pensamento de alto gabarito).
7ª dica: Moratti garantiu a Figo todo o petróçeo que encontrar debaixo do banco de suplentes do Inter.
E agora estas sobre o aborto.
8ªdica: Papa comprou mulheres que abortam as armas de destruição massiva.
9ª dica: Bento XVI coloca bBadajoz no Eixo do Mal (visão geo estratégica - onde se localiza a clínica dos arcos?).
10ª dica: Papa compara mulheres que abortam a armas de destruição massiva.
Dez teses, 10 mandamentos. Uma vez desenvolvidas, um canudo equivalente ao 2ºciclo do ensino superior, ou seja, o grau de Mestre. O método de desenvolvimento: valorização se equilibrada a mistura de sal e pimenta, (aceitam-se outras ervas aromáticas). Objectivo: entupir o Guiness de produtos genuinos do intelecto nacional. Mariano Gago será informado, com toda a lisura, deste negócio paralelo e eventualmente perante tanta audácia e criatividade não tem saída, vai remodelar o seu programa e seguir outros rumos para assegurar um segundo mandato. Fontes genuinas: IP e outras fontes amplificadoras
O que os Homens e as Mulheres estragam ...
... (entre outras coisas) o mundo do futebol.
O futebol é um desporto muito bonito quando bem jogado. E há bons jogos e muito bons jogadores.
Mas é também um daqueles domínios transversais às diferentes sociedades, onde tudo se move "no mais perfeito escuro", onde a "desnatação" de dinheiro é uma norma. Há os "apitos dourados" em todo o mundo, uns mais penalizados nuns países que noutros, mas é sobretudo o "mundo dos negócios" ligados de que os apitos dourados são uma componente forte, o mais "misterioso".
A ideia que tenho é que quase sempre foi assim. Desde o tempo do "intocável" Eusébio, sobre cujo processo de transferência muito se comentou então, e de que, porventura, o dito pouco beneficiou, até as transferências de milhões de Zidanes e Figos, tudo deixa tudo "encoberto".
Isto vem a proprósito do caso, direi corriqueiro, José Veiga, João Vieira Pinto, Sporting.
Quantos casos destes não terá havido em Portugal?
Era interessante as Finanças apurarem o montante de impostos pagos, decorentes das transferências de jogadores, por exemplo, nos últimos 10 anos, em que Rui Costa, Figo, Baia, Simão, Cristiano Ronaldo, Quaresma, Maniche, Deco, José Mourinho, etc, mudaram de clube. A fuga foi de certeza elevadíssima. Quem beneficiou?!
Mas João Pinto, Veiga e Sporting foram "apanhados". João Pinto foi falseando a "verdade" ele lá saberá o porquê e agora com a última sua "verdade" parece ilibar parcialmente José Veiga e envolver o Sporting no processo.
A sensação que me dá, não sendo frequentador destes bas fonds, é que terá havido uma certa "parceria" entre todos, com maior ou menor grau de conivência, e desfeitos "alguns casamentos de conveniência", a coisa complicou-se.
Era bom que este caso se esclarecesse minimamente e sobretudo que se pusesse alguma ordem para futuro.