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2008-12-30

 

Os equívocos dos estatutos das regiões autónomas

Os estatutos das regiões autónomas são o verdadeiro símbolo do regime autonómico dos Açores e da Madeira conquistado em 1976.
Não vamos discutir agora o BI. Vamos ao presente. E o presente anda cheio de equívocos.
A iniciativa de revisão dos estatutos sempre foi da exclusiva competência dos parlamentos regionais. Assim DECIDIRAM os vários deputados da Assembleia da República. A proposta sai das Assembleias Legislativas da Madeira ou dos Açores, normalmente votada por unanimidade, e dá entrada na AR. A partir daí há negociações entre os vários partidos até à votação final em São Bento, posteriomrnete promulgada pelo Presidente da República. Portanto, neste campo, não há nada de novo...no novo Estatuto dos Açores.
As únicas alterações existentes a partir de agora é que os artigos emanados pelos parlamentos regionais e que se mantiverem na lei, votada pela AR, não podem ser mudados nas revisões seguintes por proposta dos senhores deputados da Assembleia da República. Neste caso, são os deputados dos Açores que decidem se querem mexer ou não nesse artigo mas em sede de revisão no respectivo parlamento regional.
É este o "medo" de Cavaco Silva. É que na Constituição em vigor não há qualquer referência a este "acrescento", daí as implicações com o artigo (novidade total) que obriga o Chefe de Estado a ouvir o governo regional, ou seja, o executivo (este ponto também não consta da Constituição), a par das consagradas audições do Conselho do Estado e dos partidos representados nas assembleias legislativas da Madeira e dos Açores (legislativo), numa situação de dissolução dos parlamentos regionais.
Mas porquê o governo regional, se o presidente desse governo e respectivos secretários podem não ter saído das listas de candidatos do partido vencedor?
Por outro lado, quando se diz que a autonomia politico-administrativa regional «não afecta a integridadeda soberania do Estado» diz-se, também, que «exerce-se no quadro da Constituição». Ora, no meu entender, não pode substrair nem acrescentar princípios.
A minha dúvida é se esta baralhada toda - a Constituição é ou não a Lei Fundamental? - e que foi muito mal gerida por Belém e por São Bento, não abra caminho a outras aventuras.

Se consultarmos a Constituição, revisão em 2004, e lermos bem o capítulo reservado às regiões autónomas (o que poucos devem ter feito) e compararmos, por exemplo, os artigos referentes à "reserva relativa de competência legislativa" da AR (165ª) com o artº 227º, "poderes das regiões autónomas", ficamos completamente baralhados, dada a quantidade de excepções. É um bom exercício à Portuguesa. Tudo feito para alimentar conflitos.

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Agarrar 2009 pelos cornos


Estou farta do ano 2008. Na ilha chove como nunca. O céu cai-nos em cima da cabeça, cinzento, pesado. A humidade deverá ter atingindo uns 80 a 90%. Qualquer dia crescem fetos nos braços dos madeirenses e cogumelos nos miolos.

Nas ruas turistas encasacados e de sandálias com meias (são nórdicos, só podem ser) vagueam pelas ruas. Há folclore, bandas de música, uma aldeia com quiosques onde se vendem os produtos naturais, entretenimento para as crianças na placa central junto ao Teatro, muitas luzes, hóteis a abarrotar, supermercados cheios (comeram tudo em três dias), enfim...tudo preparado para a grande bebedeira do fogo de artifício que cai do anfiteatro deste vale profundo e largo que é o Funchal.

O mar tem a cor da terra e as ondas parecem querer engolir os mastros que surgem ao largo. Todos os anos é o mesmo. Não há como fugir. Mas pelo menos ninguém bate tampas de panela. Já não é mau.
Mas há uma saída. Um aeroporto e um avião, um porto e um barco que ruma a Portimão.

Estou preocupada com o meu país. Com a nossa vida. A aparição ontem de Cavaco Silva não ajudou em nada a regar esta grande azinheira que é Portugal. Fico angustiada quando ouço as conversas das gerações que nasceram na democracia. O chão foge-lhes por debaixo dos pés.
Das previsões, gostei sobretudo das palavras do Procurador Geral da República. Mais crime violento. Até Zandiga sabia que desemprego e exclusáo social dão gelamonite.
Mas julgo que não somos totalmente parvos. Também sabemos que a crise tem servido muita gente. Justifica tudo e mais alguma coisa, incluindo más gestões, aldrabices, corrupção, más políticas, manutenção de privilégios para alguns (leia-se corporações) e facturas pesadas para outros. E não venham com tretas porque a malta já percebeu mais do que julgam.
Acho que 2009 aterrará de mansinho carregado de promessas de todos os lados (as campanhas eleitorais são sempre assim) e faço um esforço enorme para acreditar no passo de mágica que é rasgar a última folha de um calendário.
Amanhã quando o 9 substituir o 8, juro que vou agarrá-lo pelos cornos. Dê lá por onde der.

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Encerrar assunto "Açores"

Em anteriores postes sobre este tema do Estatuto, várias vezes me pronunciei que reconhecia ao Presidente Cavaco Silva alguma razão, não querendo entrar nos domínios da Constitucionalidade que não é o meu forte, embora me pareça que alguns dos artigos aprovados contêm pelo menos inconstitucionalidades formais.

O assunto está encerrado e ainda bem, apesar de algum partido poder suscitar a inconstitucionalidade sucessiva e já houve quem queira ir por este caminho. É um direito.

Em mina opinião o Presidente Cavaco Silva, em todo este processo, cometeu vários erros políticos, a começar pela primeira comunicação ao País, feita fora de tempo e sem que o País estivesse minimamente informado sobre o assunto. Algum elitismo completamente desnecessário.

SEgundo, pelo meio, houve a situação Madeira bem grave a não ser que à Madeira tudo seja visto como uma situação de palhaçada, até o normal funcionamento da democracia, e a tudo se fechem os olhos. Sobre a Madeira, Cavaco Silva nada disse.

TErceiro, os partidos, apesar das dicas agressivas que iam trocando entre si, assumiram posições inconsequentes com excepção do Bloco de Esquerda e PS, o que não se percebe senão como jogo político, mas mesmo esse algo escondido.

QUarto, o Presidente Cavaco Silva que arranca mal no processo inclusive nas suas relações com o Tribunal Constitucional foi perdendo espaço de actuação e acaba por sair derrotado. Acho que fez bem em promulgar, não sei se tinha outra saída mas seria forçar demasiado a barra, até porque continua a pôr a tónica nos seus poderes, que sendo "molestados" são mais de natureza procedimental e não no conteúdo esse sim afectando/reduzindo a actuação da AR. E aqui francamente não percebo. Acho que o estatuto aprovado torna menor a actuação da AR agora face aos Açores e futuramente face à Madeira que vai aproveitar a oportunidade e naturalidade com toda a razão.

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2008-12-29

 

Estatuto Politico Administrativo dos Açores. E quando for a Madeira?


O dr. Alberto João Jardim diz que não quer para já uma revisão do Estatuto Político Administrativo da Madeira (completamente desactualizado face à revisão constitucional de 2004), preferindo uma nova revisão constitucional. Ou seja, o lider madeirense quer o mesmo que o lider açoriano mas vertido na Lei Fundamental que é para não correr o risco de insconstitucionalidades futuras. Espertinho. Daí o seu silêncio. Deixou o PS (e todos os partidos, incluindo o PSD abstensionista), alinhar com César. Agora tem fundamentos para "impôr" numa revisão, caso esta avance em 2010,os princípios consagrados no Estatuto Açoriano. Quem é que vai dizer não?

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Vou pôr-me a jeito...

Ando há uns tempos a pensar num "escrito" sobre a crise, um "escrito" em contra-ciclo. A isto chama-se atear a fogueira, não propriamente a da inquisição, essa fica com a igreja que ainda não resolveu nem assumiu todos os males que provocou, ou seja, em termos reais, preparo-me para levar com uns comentários pouco jeitosos e muito jocosos.

Vamos então lá ter com a crise. A questão que coloco do ponto de vista do cidadão/consumidor que todos somos, é a dos efeitos generalizados que me parecem errados e forçados, quantas vezes apenas por razões políticas. Não estou a referir-me, como é evidente, àqueles que beneficiam sempre das crises para acumular muito, ou seja, uns tantos grandes magnatas.

Na minha leitura da crise, há um vasto leque de pessoas que não estão em perda de poder de compra. Há grandes incertezas para onde esta crise irá, há medo generalizado, mas na realidade impactos gravosos só têm recaido sobre os que não têm emprego ou que o têm perdido, em muitos casos, por causa da crise.

Agora sobre os que não se enquadram nesta situação e, felizmente são muitos, a situação não piorou porque o aumento de preços não tem evoluído a ritmo acelerado, bem pelo contrário. Para esta camada da população, o custo de vida não tem sofrido alterações significativas.

Para as empresas, a situação é bem mais complexa: o preço do crédito aumentou, o acesso ao mesmo está mais dificultado, para além dos mercados se terem contraído.

Generalizar, como tem sido feito pela grande maioria dos analistas é viciar a leitura dos factos, pelo menos até ao momento.

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Hoje, é dia de São Cavaco, falar...

... Sobre as Autonomias. Ou, mais concretamente, sobre o Estatuto dos Açores.

Algumas expectativas. Espera-se que do lado bom, venham elas. E para mim o lado bom é a promulgação do Estatuto. De novelas e telenovelas sociais e políticas já temos quanto basta. Que São Cavaco já não esteja tão indignado por ter de consultar mais um ou outro órgão que nada acrescenta, é verdade, mas que, em termos reais, também nada lhe tira.

De País é que temos pouco, porque a grande maioria dos políticos faz dele a sua novela.

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2008-12-28

 

«Por agora não» (?)

A aviação israelita continua os raides aéreos contra a Faixa de Gaza, pelo segundo dia consecutivo, e esta tarde bombardeou o sector de Rafah, onde acredita existirem mais de 40 túneis sob a fronteira com o Egipto.

Testemunhas no local, citadas pela AFP, relatam que caças israelitas largaram mais de 20 bombas ao longo da fronteira, levantando espessas nuvens de poeira e fumo na zona. Há informações de pelo menos dois mortos e 22 feridos neste ataque, o mais recente de uma nova vaga lançada esta manhã pela aviação israelita, elevando para perto de 290 o número de mortos em dois dias de ofensiva contra a Faixa de Gaza.

“A Força Aérea atacou mais de 40 túneis encontrados do lado palestiniano da fronteira. Acreditamos que esses túneis são usados para o contrabando de armas e explosivos e mesmo para pessoas que são enviadas para missões terroristas em outros países da região”, explicou Avital Leibovitch, porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF), em declarações aos jornalistas.

O responsável garantiu que os pilotos dos caças “atingiram directamente estes alvos”, a fim de evitar vítimas civis, mas pouco depois as agências internacionais noticiaram que dezenas de palestinianos tentaram forçar a passagem no posto fronteiriço de Rafah, único ponto de ligação com o país vizinho. Para dispersar a pequena multidão, a polícia egípcia chegou a disparar tiros para o ar.

O Hamas, movimento que controla há ano e meio a Faixa de Gaza, não esconde a existência destes túneis (mostrados já em várias reportagens televisivas), sublinhando que esta foi a forma encontrada pelos palestinianos para ultrapassar o bloqueio israelita ao território. Mais do que armas, afirma, os túneis (que Israel calcula em cerca de 200) são usados para fazer entrar mantimentos no território, onde habitam cerca de 1,5 milhões de palestinianos.

“Rockets” atingem cidade a 30 km da fronteira
Apesar daquele que é já considerado o mais violento ataque israelita contra a Faixa de Gaza desde a Guerra dos Seis Dias (1967), as forças do Hamas e de outros grupos armados conseguiram disparar cerca de 80 “rockets” contra o Sul de Israel desde o início da ofensiva, 40 dos quais durante o dia de hoje.

Dois destes projécteis, que o diário israelita Haaretz identifica como “rockets” Katyusha, de fabrico soviético, explodiram junto a Ashdod, cidade no deserto do Negev, situada a 30 quilómetros da Faixa de Gaza. Apesar de não ter provocado vítimas, este é o disparo mais longínquo alguma vez conseguido pelos palestinianos, estimando-se que os “rockets” tenham percorrido entre 35 a 37 quilómetros desde o local de lançamento.

Foi para pôr fim a estes disparos, retomados após o fim dos seis meses de trégua, no passado dia 19, que Israel lançou a operação surpresa na manhã de ontem. O Hamas, que terá perdido 150 militantes nos bombardeamentos, avisou que vai vingar os seus mortos, retomando as operações suicidas contra Israel e pedindo à população palestiniana para começar uma terceira Intifada (sublevação popular contra a ocupação).

Apesar dos apelos internacionais ao fim da violência, como o que foi lançado esta manhã pelo Conselho de Segurança da ONU, e dos protestos que estão a encher as ruas das principais cidades do mundo árabe, Israel não aponta um prazo para o final da ofensiva e, esta manhã, mobilizou 6700 reservistas, antecipando uma possível ofensiva terrestre contra a Faixa de Gaza.

Contudo, a ministra dos Negócios Estrangeiros, uma das mais fortes candidatas ao lugar de primeiro-ministro nas legislativas de Fevereiro, deu hoje a entender que não está a ser preparada uma invasão em grande escala. “O nosso objectivo não é reocupar a Faixa de Gaza”, território que Israel abandonou em 2004, declarou Tzipi Livni, durante uma entrevista ao programa “Meet the Press” da estação norte-americana NBC. Questionada pela também americana Fox sobre uma possível intervenção para derrubar o Hamas em Gaza, a chefe da diplomacia respondeu: “Por agora não”.

Fonte: várias agências citadas pelo "Público".
 

"A Novela da Esmeralda"

Nestes diazitos de descanso aqui pela minha terra, das notícias que chegam para além das bombas de Israel, das gripes que entopem os hospitais no Continente (até parece que não há um plano de emergência para situações destas), com relevo para Lisboa, a "novela" mais saliente é a de Esmeralda. Tenho dificuldades em entender a quem interessa ou tem interessado a tinta que tem feito correr!! Certamente a criança bem confusa deverá estar e assim irá continuar, por mais quanto tempo?!

Muita gente certamente por bem se envolveu neste caso. Não duvido.

A Justiça, que nos ajudou a confundir, entrou em sucessivas contradições, quase em colpaso.

A comunicação social, mais a escrita que a televisiva, que já percebeu que para este meio de comunicação a situação está esgotada, continua a autoalimentar-se e a alimentar a novela.

Será que ninguém põe cobro a isto e que deste caso nada irá decorrer, mesmo nada, que sirva para outras situações futuras?

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2008-12-27

 

Faixa de Gaza

Mais mortes no terreno. Dizem as notícias: mais 50 palestianianos foram abatidos pelos rockets israelitas. Como resposta a ... dizem os israelitas.

É sempre de perguntar por muito mais que se saiba, desde o muro que impede a vida normal aos palestianos, ao fecho de fronteiras, etc,etc.

A unidade de conta mais sentida e mais usada neste território pelas famílias bem como em outros como Iraque, Afeganistão,... infelizmente deveria ser o número de mortos. E as nações nada fazem de positivo... por este flagelo.

2008-12-26

 

Um sector económico que a crise não afecta.

Segundo o jornal em linha rue89 o sexo não é afectado pela crise actual, antes pelo contrário. Podem ler aqui que "Uma embalagem de preservativos fica mais em conta que uma ida ao cinema... em economia chama-se efeito de substituição".
 

Millenium BCP inspira-se no Titanic?



Não sei quem foi o autor desta campanha. Gosto do marketing criativo mas este é demolidor. A imagem transmite insegurança, deriva, balseros irresponsáveis...ou serão sobreviventes de um desastre estilo Titanic? Até vejo "o melhor", ou seja, a ponta do iceberg. A vida, realmente, inspira-nos.

2008-12-25

 

Dia 25 de Dezembro

Um dia esquisito. ... Não é nada e é um pouquinho de tudo. As pessoas na sua maioria passaram a véspera em família ou em amigos. Foi o meu caso. Mas rompi com a tradição. Não comi bacalhau. Combinámos "uma mais de tapas". Diga-se de passagem. É muito mais convidativo. Depois a 25, muitos dormem muito. É a ressaca da véspera. Tomar um café é um problema, por exemplo, em Lisboa, só mesmo a Mexicana.

Gostaria de saber esta forma de estar da Mexicana, desconheço se é a história antiga da sua frequência predominante, anos 60, que explica.

Depois, outros vão viajar, reencontrar famílias, outros mundos. É o meu caso. Daqui a pouco vou para a minha Ilha muito bonita. Apesar de governada por um ditadorzinho, que gostaria algum dia muito de vir a ser um DITADOR, mas a idade não perdoa e já não chega lá, mesmo com a sua "patroa" a sugerir que certas coisas se fazem suspendendo outras certas coisas, a Madeira não deixou de ser bonita e, atenção nem todos são da mesma cepa, há algumas excepções, e não devemos confundir a realidade. E há quem confunda.

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2008-12-24

 

O príncipe e a arte moderna


Um senhor que eu não conheço que dá pelo nome de Charles-Emmanuel de Bourbon-Parme, príncipe sem reino, descendente de Luis XIV o rei-sol pôs um processo à administração do palácio de Versalhes por "profanação e falta de respeito pela memória do seu ilustre antepassado". Tudo isto por causa do lavagante da imagem e outras criações de Jeff Koons que estão actualmente em exposição no referido palácio.
 

Um pouco de publicidade

Para quem se interessa pela crise financeira publiquei recentemente dois artigos no 5dias.net:
Madoff: para além da burla e Será que mereço o TPI?.
 

Os sapatos atirados a BUSH

Pena foi que, no encontro das Lages nos Açores, um jornalista português não tenha tido a ousadia de atirar sapatos aos 4 protagonistas: Bush, Blair, Aznar e Durão Barroso!!. Tinha sido a cobertura mundial e a safa da nossa indústria de calçado, que segundo ouvi ontem, da boca do representante da APICCAPS, não está em crise. No entanto, a Aerosoles, uma das grandes empresas nacionais de nome e aparentemente até há pouco muito sólida, enfrenta problemas estruturais graves de viabilidade. Desmesurada ambição não sustentada. O governo anda a fazer tudo e bem para salvar o que pode. A minha única dúvida é se algumas das decisões de salvamento estarão minimamente alicerçadas ou se não se transformarão em meros adiamentos para uma crise bem mais profunda dessa unidades económicas. Há pelo menos algumas decisões de que temo as consequências. Actuar, sim, mas com algumas precauções.

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A crise e o FMI

"É preferível que se relance a economia através do aumento das despesas públicas em vez da diminuição das receitas. Dito de outra maneira, a construção de pontes ou a renovação de escolas será mais eficaz que as reduções de impostos pois as pessoas terão tendência para constituir poupanças de precaução. Se se diminuir os impostos ou aumentar as transferências é preferível centrar os esforços nas populações vítimas do desemprego ou endividadas. Essas têm mais necessidades e vão consumir contribuindo assim para relançar a actividade económica."

A citação acima não provém de nenhum texto de um qualquer programa de esquerda mas sim de uma entrevista de Olivier Blanchard economista chefe do FMI. Por aqui se vê que a crise actual mudou muita coisa, entre elas parece que a ortodoxia económica do FMI é uma das vítimas.

Só é pena que o mesmo típo de análise não se tenha aplicado no passado às economias africanas e sul americanas às quais se aplicaram receitas exactamente opostas causando danos sociais que levarão muitos anos a resolver.


2008-12-23

 

Opus "Day" e Copus Night

Acho extraordinário que revistas semanais de informação "pesquem" a fotografia de Alberto João Jardim para capa elegendo-o, a par de outros nomes nacionais e internacionais, como uma das figuras que se destacou em 2008 (não sei porquê..ele não fez rigorosamente nada e tudo o que disse tem barbas de décadas) e esqueçam Carlos César, o presidente da região autónoma dos Açores, que ganhou uma maioria absoluta e criou um Estatuto Político Administrativo, primeiro ponto de discórdia entre Belém e São Bento.

Provavelmente, existem várias justificações. O dr. Jardim vende-se para o bem e para o mal. Cada vez menos, é certo, mas a imagem criada ainda faz espuma. Escancara a porta de tal maneira que leva na cabeça com as canas dos foguetes que rebenta.

Mas alguém sabe, por exemplo, o que se passa no parlamento açoriano? Alguém conhece o regime de incompatibilidades dos seus deputados, alguém se preocupa que os jornais regionais e nacionais não cheguem às nove ilhas?

Há uns anos, quando Mota Amaral era lider do governo dos Açores, contava-se uma anedota engraçada e que, passados tempos, continua a suportar a legenda em relação à Madeira. Ei-la.

"Qual é a diferença entre a Madeira e os Açores?, perguntava-se.
Resposta: "Mota Amaral professa a Opus Day (Dei) e Alberto João Jardim a Copus Night".

Esta comparação crivou os madeirenses. E assim continuamos...como se uns vivessem bêbedos e outros beatificados...andam já 30 anos.
 

Mário Soares: faz balanço de 2008 ...

... intitulado O ANO EM QUE TUDO ACONTECEU. Aqui fica o registo.

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Estatuto dos Açores ainda com muita tinta por correr..

... A não ser que Cavaco Silva ouse encerrar o assunto, esquecendo algumas "trincas", promulgando-o.

A imprensa de hoje diz que Cavaco Silva até pode não o promulgar por falha grave na Constituição e nada lhe aconteceria.Francamente não acredito nesta hipótese. Seria demasiado temerária esta decisão. Inclino-me mais para que Cavaco o promulgue deixando o ónus do recurso eventual da fiscalização sucessiva para o PSD, um risco face ao PSD/A.

Estamos no Natal e, de facto, seria bom encerrar este capítulo que nem sempre trouxe muito de digno.

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2008-12-22

 

Um casal a três ...

... masculino. Não pensem nada de mal. Um simples jantar a três, um casal com um convidado homem. Já assisti exactamente ao contrário: um jantar a três com uma convidada mulher e, pensando bem, quase tudo foi igual. Uma subordinação/enfoque no (a) convidado (a).
Estive a apreciar as atitudes, entre dar um olhar ao desafio do Benfica com o Nacional e esta parte social do restaurante, onde sou quase comensal.
Apesar de não ser sociólogo, registo contudo a quase ausência de participação na conversa e de algum ar de enfado do elemento masculino do casal formal, pois tudo se centrava e centrou no convidado e do elemento feminino para com o convidado.

Interessante, mas merece leitura, pois os comportamentos ora masculinosora femininos são do mesmo género.


 

A corrupção ainda vai no adro..

... E provavelmente nunca se apanhará o fio à meada. PJ investiga ligações entre ex-CTT e BPN.

A propósito, aconselho a leitura de um livro muito relacionado com este tema McMáfia: o crime organizado sem fronteiras. Neste período de prendas, porque não este livro?

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Notícia pouco abonatória para o PS ...

Antigo n.º 2 de Ferreira Torres, em Marco de Canavezes, Norberto de Melo, escolhido pelo PS para candidato à presidência deste Município.

Para alguns militantes e dirigentes como Francisco Assis a escolha ofende e é inaceitável, porque antes da estratégia, entende estão princípios.

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2008-12-21

 

Representante Máximo da Entidade Reguladora da Comunicação Social ...

... censura jornalista que sabia à partida lhe poderia colocar algumas questões incómodas.

Azeredo Lopes é o presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) e vetou um jornalista do Expresso que integrava uma equipa que o ia entrevistar.

As razões do veto prendem-se com o facto do jornalista, em escritos anteriores, ter questionado os subsídios que Azeredo Lopes recebe, na qualidade de presidente da ERC, apesar, segundo li, os escritos obedecerem ao princípio do contraditório.

Estranha atitude de um presidente de uma Entidade reguladora da comunicação social - tendencialmente mais próximo de uma censura que de uma regulação. Porque não aproveitou para explicar o tema do desaguisado, se acha que o Jornalista abordou mal a questão dos subsídios que recebe?

Todos nós ficaríamos mais satisfeitos e a par da matéria.

Felizmente que a maioria dos jornalistas portugueses parece ter uma ética bem melhor que a do presidente da ERC.


2008-12-20

 

Medida Inédita nos Transportes Públicos para 2009

Pela primeira vez em 30 anos, este governo sob proposta do Ministro Mário Lino, decidiu manter os preços dos bilhetes e dos passes sociais. Uma medida positiva e de grande alcance social e tecnicamente acertada e justa socialmente.

Na realidade, se o preço dos combustíveis têm decrescido fortemente, esta medida de manutenção dos preços aponta para uma adequada distribuição pelos utentes e pela economia dos benefícios dessa evolução.

Acusar-me-ão, eventualmente, com este aplauso à medida tomada, de não estar a ser isento, porque se trata de um amigo até com participação no blog, embora se tenha autosuspendido quando assumiu o cargo.

Mas será que por vir de uma pessoa amiga, a medida deixa de ser excelente?

Venham muitas mais medidas desta natureza, de outros ministros, que as aplaudirei. Ainda há dias, concordei aqui com Teixeira dos Santos, quando disse que banco que não cumprir as regras das garantias, dadas pelo governo, o estado retira-lhas.


 

Morreu a referência da fotografia madeirense




Numa viagem ao Porto Santo, quando o filho, o jornalista Vicente Jorge Silva, filmava na ilha dourada, encontrei o senhor Jorge a bordo do ferry. Um bando de mulheres e homens de um lar de terceira idade, em excursão organizada, cantava a "Primavera das Flores". Deprimente. Nesse momento, o senhor Jorge meteu-me o braço e convidou-me a tomar um café. O objectivo era passar no meio daquela gente.
«Deus me livre fazer parte daquilo. Vou mostrar-lhes que ainda posso ter uma conversa com uma rapariga nova. Pode ser que abram os olhos», disse por entre um sorriso divertido. Lembro-me, sobretudo, da disponibilidade que nutria pelos jornalistas inexperientes.
Jorge Bettencourt Gomes da Silva, decano da Fotografia madeirense e sócio nº 1 do Club Sport Marítimo, morreu ontem. Tinha 95 anos. Nascido a 6 de Outubro de 1913,foi um dos grandes impulsionadores e defensores do património fotográfico na Madeira, descendente de uma família dedicada à fotografia nascida pelas mãos do seu bisavô, 7 anos após a notícia da sua descoberta pela Academia Francesa.
Neste momento, recordo-me de outro fotógrafo, o Raul Perestrello,também já falecido, que guardava toneladas de fotografias em caixotes e que de olhos quase fechados encontrou a Helena Marques (então jornalista do DN do Funchal) a entrevistar o Hemingway de passagem pela Madeira. Foi um privilégio conhecer estas duas figuras.

Foto: DN-Funchal
 

Cahora Bassa - "os espíritos" autorizaram a construção da barragem

No reino de Joana . Muito interessante a leitura deste artigo. Nele se espelha o contraste do que seria e ainda é o ambiente de luxo construído em redor de Cahora Bassa e as condições de vida rudimentares do povo Madema, de que Joana é rainha, a rainha do Songo, vila da província moçambicana de Tete, onde a barragem está implantada.

2008-12-19

 

O plano de OBAMA para o relançamento da economia

Le plan de relance de Barack Obama approche les 850 milliards de dollars.

Atenção, contudo, pois até Bush afirmou anteontem que abandonou os princípios da economia de mercado, mas para salvar a economia de mercado, que acolhe e se regoziga com BPN's, BCP's e BPP's e tutti quanti há por esse mundo além.

Atenção, é bom haver mercado, grupos económicos, empresas tecnologicamente evoluídas, actividades fortes e pujantes reivindicadoras, só que com isto apenas não se vai longe. Sem "rede" leva a situações como a que estamos a viver hoje.

 

The "Dona Branca" Economy

Este título é roubado a um amigo meu que, sob esta forma criativa, me informou deste artigo de KRUGMAN, último prémio nobel da economia The Madoff Economy, saído hoje.

Vale a pena ter uma rede para troca de informação. Felizmente sou bem municiado e quase sempre estou em dívida.

Para qem consultor este artigo, há no fundo dele mais uns quantos sobre o mesmo tema a que pode aceder.

 

Estatutos dos Açores (2)

As notícias da comunicação social de hoje trazem-nos a nova de que, afinal, nenhum partido vota contra os estatutos e apenas o PSd se abstém.

Que tanto golpe de rins!!

Será que os cidadãos estiveram minimamente com atenção a este processo?!

Espero que tenham sido só uns poucos os atentos, porque após tanta guerrilha de palavra, acusações ao PS de afronta a Cavaco para satisfazer Carlos César, Esta (des) coerência de votação daria que pensar e, em nada, prestigia a classe política.

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O novo "velho" presidente do PSD

A drª. Manuela Ferreira Leite, depois de muitas peripécias bem sinuosas acabou por entronizar o Dr. Santana Lopes, na qualidade de candidato do PSd à Camara de Lisboa, o que significa que Ferreira Leite, contra a sua vontade ou não, entra de férias até depois do próximo acto eleitoral autárquico. Palco de bandeja a Santana.

Pensava eu, ingenuamente, que o acto de abdicar em favor de ... era um fenómeno mais sintonizados com a natureza de regimes monárquicos. Afinal, andava desactualizado. Manuela Ferreira Leite inova nesta matéria e faz o seu acto monárquico em favor de Santana.

Desconhecemos, no entanto, as origens de tamanha decisão na medida em que condes e marqueses do PSD não aprovaram, embora calando-se, tal acto. Nas monarquias, contudo, o acto de abdicar tinha contornos atingíveis por qualquer cidadão minimamente informado.

2008-12-18

 

Educação: em França tambem se reforma

Tal como em Portugal também por aqui a reforma da educação é uma prioridade governamental e um tema de conflito entre o ministro e os sindicatos. Entre os dois países há pontos comuns mas também diferenças.

Nos pontos comuns nota-se o posicionamento de confronto frontal com os professores e um discurso anti sindical que é comum ao governo Sarkozy e ao governo Sócrates, um exemplo extremo pode ser visto aqui e poderia ser facilmente transposto para muitos cronistas portugueses. Outro ponto comum é o discurso da economia e do combate ao desperdício, algumas medidas parecem copiadas como a obrigação de um professor substituir um colega ausente mesmo que não seja da mesma disciplina.

Em relação às diferenças a reforma francesa é mais marcada ideologicamente à direita: proibição dos métodos ditos "globais" de ensino da leitura, regresso aos valores da disciplina, abolição do ensino unificado, possibilidade de ser aprendiz a partir dos 14 anos.

Do meu ponto de vista as realidades do sistema Francês e do sistema português são muito diferentes. O ensino Francês é globalmente bom para uma parte importante dos alunos, infelizmente não fornece soluções a uma parte dos alunos em grande dificuldade. Contrariamente a Portugal a qualidade da grande maioria dos professores é bastante boa. Na área que conheço, matemática, isto deve-se em grande parte à existência de um exame de acesso à carreira que valida os conhecimentos dos futuros professores (independentemente do diploma) e a capacidade que têm para expor (a oral é uma aula face a um júri). Em França é urgente resolver dois problemas: o dos alunos em grande dificuldade e o da qualidade dos programas especialmente os científicos.

Mais especificamente no ensino da matemática a França tem bons professores mas necessita de programas mais rigorosos e de uma organização mais flexível com possibilidade de acompanhamento de alunos em dificuldade. Portugal precise antes de mais de instituir uma cultura de rigor no ensino da matemática abandonando alguns excessos do "tudo pedagógico". Tal como no ensino da música, para se poder tocar um instrumento tem que se passar pela aprendizagem da leitura de uma pauta e pelos exercícios repetitivos que criam os automatismos, também na matemática é necessário passar pelos exercícios ditos "mecânicos" para progredir.

Na minha opinião ambas as reformas pecam pelo mesmo defeito: a falta de diálogo. Sem a participação de uma parte importante dos professores qualquer reforma está condenada.
 

A Banca não gostou do aviso de Teixeira dos Santos

A crise financeira mundial trouxe várias alterações de comportamentos e impacto no campo das ideias, a que os políticos nas "suas guerras" nem sempre têm sabido corresponder. Houve uma "aceitação" generalizada de uma maior intervenção dos Estados, uma atenção especial aos investimentos públicos e, no caso concreto do Governo português, intervenções em 2 bancos de natureza diferente. Se, no caso do BPN, a nacionalização foi acertada, o que se pode questionar e é a minha opinião, se a nacionalização não deveria ser de todo o grupo para salvaguardar de forma mais sustentada as respectivas contrapartidas dessa intervenção, já no BPP a polémica tem o seu lugar.

Mas houve uma intervenção mais geral para todo o sistema financeiro, a garantia de 20 mil milhões, com o objectivo dos bancos se refinanciarem e, desta forma, proporcionarem liquidez às empresas e famílias.

Há indícios que, para além do agravamento das condições de financiamento, os financiamentos obtidos pela banca tendem a ter aplicações "desviadas" dos objectivos da garantia do Estado. O Ministro das Finanças fez uma ameaça aos bancos que se desviem do trajecto das garantias, retirando-lhes esse apoio.

Concordo com o Professor José Reis, quando hoje diz no DN o seguinte: "as declarações do Ministro das Finanças são, por isso, ajustadas, pertinentes e inquestionavelmente inovadoras.Não restam dúvidas que os bancos, deixados na sua cómoda posição de agentes dominantes, recebem os confortos mas não os retribuem com esforço ou consciência (não vale a pena recordar os desmandos oprtunistas que todos conhecem)".


 

Estatuto dos Açores

Ao longo deste processo sobre o Estatuto Autonómico dos Açores, várias vezes escrevi que Cavaco Silva tem alguma razão em termos formais mas não de substância e que poderia ter havido um encontro de posições (Presidente-Governo) que permitisse limar essas arestas a contento.

Só que acho que Cavaco trabalhou mal para esse encontro de opiniões. Desde logo, a forma desabrida e imprudente como no Verão nos "chateou", é o termo mais linear, quando nos veio falar do assunto com tanta pompa. Parecia que o Mundo tinha desabado sobre este infeliz Portugal. Segundo, a forma como tem tratado este assunto dos Açores versus o que faz com a Madeira, onde a sua subjugação a Jardim tem sido total. Foi na Madeira que a democracia esteve formal e temporariamente suspensa pelas arbitrariedades do PSD/M.

Neste contexto, até o PSD viu-se aflito para marcar postura e a abstenção de voto amanhã é a prova disso, bem como a posição de Paulo Rangel na conferência de líderes PSD não forçou dois terços para ficar ao lado de Cavaco . PSD não pode acompanhar Cavaco, isolado pelo voto nesta questão.

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2008-12-17

 

Praças offshore... e conteúdos "semânticos"

Ontem ou anteontem, encontrei na estante um livro recente, 2004, Le Capitalism Clandestin e pus-me a reler umas quantas passagens. Nos dias que correm, torna-se interessante esta diferenciação "semântica", sobre offshore em línguas diferentes.

A dada altura encontrei esta nuance diferencial sobre o conteúdo de offshore. O autor a questionar-se e a opinar sobre a expressão inglesa "Tax haven" versus "Paradis fiscal", expressão francesa.

Para o autor "tax haven" é uma expressão bem mais próxima do sentido original que a de "Paradis fiscal", pois esta última é limitativa da apreensão do verdadeiro conteúdo de offshore.

"Tax haven" significa "porto fiscal" que, no século XVII, designava os lugares, cidades portuárias, muitas vezes estabelecidas em pequenas ilhas, que aceitavam recolher os piratas e, sobretudo, o fruto das suas pilhagens, dando-lhes protecção. O sentido original de "tax haven" não é assim o de uma zona que atrai o cliente pela taxa de imposto mais baixa. Pelo contrário, ela respeita aos lugares/praças que, contra uma determinada remuneração, oferecem protecção aos depósitos das pilhagens. "Paradis fiscal" inverte, em parte, o sentido da procura.

Desde 1998, na base de um relatório das Nações Unidas sobre esta temática diz-se que as praças offshore "comercializam" a sua soberania.

 

PSD não vota!

O PSD de Ferreira Leite já tinha muito medinho de Alberto João Jardim. Agora, caiu-lhe na rifa outra: Berta Cabral. Mota Amaral lá disse: Manuela, se vai satisfazer os desejos do Senhor Presidente, nós lá nos "AÇures" - linguagem local de S. Miguel - de que eu sou o representante mais graduado e ainda mais, fundador do PSD - mas a minha amiga Berta é que manda - decretamos o corte de relações entre os PSD's (zinhos).

A drª Ferreira Leite, de coração partido e chorosa, é claro, não pode ir no corte. Ventrículo para um, ventrículo para outra, tudo bem ali repartidinho, abstenção. Apenas o fogacho do deputado Paulo Rangel, que até parecia trazer toda a cavalaria para S.Bento, afinal fica sentado. Poupe mais a sua garganta neste tempo de refriagens.

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2008-12-16

 

Uma reflexão a fazer - se ...

Que benefícios para o País advirão, numa perspectiva de esquerda, se as diferentes esquerdas se empenham a fundo em retirar a maioria ao PS de José Sócrates? Entenda-se, no concreto não há outro PS, quer o congresso de Fevereiro seja mais de convenção à americana ou mais de debate filosófico sobre "a matriz" do PS.

Esta é uma questão vital. A retirada da maioria não poderá ser um risco, para uma governação do País à direita (PSD+CDS)?

Será indiferente às esquerdas ter o PS ou a direita no governo, apesar de várias das políticas do PS serem de facto de direita?

Se ainda a perda da maioria absoluta significasse uma maioria relativa e esta viesse a favorecer uma governação mais à esquerda!! Haverá alguma forma disso acontecer ou é maior o risco de ganhos da direita em posição maioritária?

Haverá alguma forma de por de pé uma alternativa à esquerda sem PS e PC?

Há que analisar profundamente experiências e comportamentos anteriores. Mas há que registar que, em círculos pequenos de pessoas, estas questões e dúvidas são "preocupantes".


2008-12-15

 

Cenarizar o panorama político português

Não quero entrar muito por aí. As incertezas ainda são muitas e a informação muito imprecisa e o tempo de construri algo no tempo eleitoral escasseia

Apenas se pode averbar que quem não está a perder neste processo, ou melhor dito, começa a ganhar terreno de foma substantiva é o Bloco de Esquerda.

Lá vai trabalhando, como aliás é dever das organizações políticas, aproveitando as oportunidades que se abrem com uma agenda aberta, o que lhe permite amealhar muitos descontentamentos.

Ainda é cedo para ver como a situação avançará, mas cada vez mais a maioria absoluta do PS parece estar a esvair-se.

E o que vem aí com os médicos pode mesmo ser o toque de finados para essa maioria, já não tendo em conta a evolução Alegre.

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Altas Figuras respeitadas da Wall Street

É de desconfiar delas ... Madoff era uma dessas figuras. Foi preso na última quinta feira, acusado de um negócio "tipo D. Branca". No negócio que montou ele pagava altos juros espoliando os depósitos dos novos clientes que ia atraindo. Madoff era um especialista na gestão de grandes fortunas, tendo sido antes da Administração do Nasdaq.

Segundo uma autoavaliação, o impacto da burla do financeiro Bernard Madoff, já confessada, atinge 50 mil milhões de euros.

Os efeitos da burla espalham-se pela Europa. O sistema financeiro de Espanha é muito atingido. De Portugal, ainda nada se sabe, mas de certeza que não ficará virgem.

Há que desconfiar desta gente muito respeitada da alta finança.

Por cá também já temos os nossos respeitados, embora por enquanto só com um em prisão preventiva.

Até a lei é lenta, ampliando-lhes o tempo de respeito.

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2008-12-14

 

Dar mais Esquerda à Esquerda

A esquerda não é tirana, ou sendo mais preciso, não o deveria ser, embora tenha esse grande pecado com os seus, no seu curricula. Cada esquerda pensa que é Ela a esquerda. Ela e só ela, embora às vezes disfarce. Por isso, dificilmente se entendem. Esperemos que este longo ciclo tenha um fim, melhor diria, estivesse a chegar a um fim.

Como elemento de esquerda que penso ser, certamente também pecarei no mesmo estilo. Tenho dificuldades em dialogar sobre certas áreas "que penso ter certezas e conhecimento" e que é preciso, entendo eu, mudar radicalmente para bem da comunidade. Por exemplo, a Administração Pública".

Estive hoje num "mundo da esquerda". Estive a assistir ao painel de economia do encontro das esquerdas na Cidade Universitária. Concretizando de forma estereotipada: a esquerda de Manuel Alegre, Carvalho da Silva e Francisco Louçã.

Interessante pelas pessoas, por algumas ideias, algumas muito à antiga. Ainda se anda, em alguns casos, a pensar que entrar na CEE, hoje UE, foi o descalabro para este nosso País, então tão atrasado. Mas a memória escasseia!

O painel de economia, de uma forma geral, correu bem, fora a linguagem predominantemente universitária, de algum modo inacessível, penso para muitos dos presentes. Por outro lado, estranhei que tendo o governo de José Sócrates anunciado ontem uma série de medidas no campo da economia, elas não tenham sido minimamente abordadas.

Ideias de que gostei, certamente por coincidirem com as minhas. É um vício, concordar connosco. O Estado estratega, como ideia estruturante do modelo de desenvolvimento de esquerda, em que o desenvolvimento do País deve ser orientado para uma distribuição da riqueza em benefício de todos, de forma graduada atendendo ao nível participativo (isto digo eu).

O Estado estratega versus Estado regulador, que pouco é e sem estratégia mínima de base nada vale. Veja-se entre nós o papel regulador da Autoridade da Concorrência nos preços dos combustíveis.

Foi a ideia que mais me disse, embora precise de grande refinação. Sobre o papel do Estado, o que se disse achei confuso e pouco exequível e nada consensual. na maior parte dos casos não se passou de generalidades.


2008-12-13

 

A condição de ...

Estou a pensar muito francamente que, neste País, não posso ser o único a não reivindicar "uma condição de... "

Pois, fui muita coisa na vida, ou em linguagem mais chã na "puta vida", de certeza, sem interesse nenhum para o País, mas fui. Vejam lá, até fui um injuriado - milhentas vezes - pelo ilustre Dr. Alberto João Jardim. O homem descarregou sobre mim algumas das suas infelicidades. (Trata-se de um "bom homem", na expressão humorística do meu amigo Tó).

Logo, posso colocar-me na condição de ... " vítima da Autonomia da Madeira".

É verdade, mas a ir por aí nos tempos que correm, com Sócrates no poder, é uma aposta de risco.

O melhor francamente era ser vítima da Autonomia dos Açores. Toda a adrenalina sobre Cavaco Silva. Até a Drª. Ferreira Leite hesita. Anda aflita. Ela já não diz coisa com coisa. Mas se o PSD se parte, como diz Mota Amaral, pelo apoio a Cavaco, até Alberto João Jardim a vence em qualquer batalha. Coisa nunca Vista.

Bom, o meu caminho é. ... Estou a favor da grande autonomia dos Açores contra Cavaco. Ele até foi meu assistente de Finanças, mas era um grande chato e um grande beato. Apesar de achar que Cavaco tem razão "nas mercearias", não na substância, acho que o homem nunca viu muito para além das formalidades e nisso é exímio e como tal deveria cumprir-se a condição de... . Vou ser contra, para ter um "camarada de peso": Mota Amaral. Que pinta, é um ex- de Jaime Gama, (a 2ª figura do País). Logo vou de Mota não hesito.

Afinal, não quero, porque nunca vi discutida a questão das autonomias ou do Estado uno ou plural.

Assim, prefiro este outro caminho: o da minha autoavaliação e aí ninguém me bate. Sou quase Jesus Cristo. Ensino o caminho das pedras e as pessoas não se afogam, pelo menos, se for num ribeiro de pouca profundidade.

"Ter uma condição de ..." penso que só neste país, por mais inútil ou até prejudicial que seja a toda a comunidade, essa condição de ... dá direito a reivindicar uns "tustos". Será asim que se escreve? Depois o respectivo ministro diz que dá e não dá exactamente aquilo que disse que daria, mas não faz mal. Acaba por pingar sempre algum.

Mas que raio ... fico a pensar na condição de... já há a condição de militar. A condição de professor. A condição de médico. A condição de juiz e embora próximo a condição de Magistrado do Ministério Público. De Polícia. De GNR. De Enfermeiro. De Adminsitrador de banca. De Banqueiro. Este dáva-me um jeitão, mas já não vou a tempo. Há tantos, tantos candidatos. É choruda.

Começa a haver pouco espaço. Tenho de ver. Mas pode ser, por exemplo, a condição de intriguista e outros istas. ... Há que fazer um dicionário e então porque não a condição de fazedor de dicionários ... Quanto me dará o Minstro da Cultura? Bem, aqui para ele me dar algum, tenho de lhe dar primeiro eu e a dobrar.


2008-12-12

 

Crise na Media Capital

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) vai comunicar à Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) o processo desencadeado pelo grupo Media Capital com o objectivo de dispensar um vasto grupo de jornalistas e outros trabalhadores ao serviço das suas rádios, em particular no Rádio Clube Português.

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Ronaldo e o bailinho da Madeira




Como eu compreendo a arrogância do Ronaldo! Um dia desaparece mas, neste momento, é humana e psicologicamente compreensível. Há um anúncio genial do totoloto. Uma voz de aeroporto chama os passageiros pelo número dos voos e desatina. Goza com todos para terminar com um grito. Agora é a minha vez. Vou-me embora. Vou viajar. É o poder do dinheiro? É, sim senhora. Compra quase tudo, incluindo, por vezes, a liberdade de não depender de ninguém. Como entendo a "Dona" Dolores que de imagem nada sabe. Nem um corte de cabelo a jeito, nem uma roupinha de marca que esconda os altos e baixos da cintura larga. Que sentirá esta mulher quando hoje do alto da sua "mansão" olha para a baía do Funchal ao fundo e o mar ao largo, depois de ter vivido parte da infância num orfanato, um casamento com álcool partilhado nos becos favelados de Santo António, sem escola nem educação refinadas?
Que sentimentos saltam quando uma mulher passa da condição anónima da pobreza para os paços dos lambe-botas só porque o filho conquistou o mundo?
Cala-se ou deixa que o deslumbramento lhe inunde o corpo e a alma gritando aos sete ventos que, finalmente, existe e sempre existiu, vendo de cima os banqueiros, governantes e vips falidos, aos salamaleques engolindo sapinhos pirosos?
É de gritos. E dá gozo ver algumas cenas sobretudo aquelas em que o poder político regional tenta colar a imagem do craque ao «sucesso da governação», como se Ronaldo fosse mais um túnel, uma via-rápida. Mas o Ronaldo saíu desta cidade insular aos 11 anos e sabe que nada deve à Madeira.

Só quem conhece algumas zonas da ilha para compreender do que falo.

2008-12-10

 

Os deputados têm de ir à terra


Nem todas as sextas-feiras são santas. Mas a sexta passada foi abençoada porque fazia ponte para um feriado religioso. E como não há lisboetas, todos têm raízes na província ou nas regiões autónomas, é muito natural que queiram ir à terra assar castanhas, ver a neve ou o mar. Não há castanhas, nem mar, nem neve em São Bento. Só paredes com retratos antigos, alguns deles a lembrar quanto fomos heróicos em Africa. E o povo compreende as saudades e a dor de cabeça que é passar o início de um fim de semana prolongado a discutir avaliação de professores. Ainda se o tema fosse incompatibilidades, ética e deontologia...enfim...teorias.
Mas se há pessoas que admiro são aquelas que assinam presenças e piram-se. Acontecia em algumas greves, sobretudo da função pública (inclui professores) mas ao contrário dos deputados. Não apareciam (contava a ausência para a estatística do sindicato) mas no dia seguinte colocavam a rubrica no livro do ponto.
São Sócrates tem um deus qualquer que o protege contra as asneiras do PSD, espécie de partido católico não praticante. Não ponham umas velinhas à santa!
 

Coincidência obtusa e algo estranha

A comunicação social informa Pedro Silva Pereira reúne-se hoje com Alberto João Jardim.

Desde há muitos anos, que no seio das diferentes correntes de oposição ao governo de Jardim se regista um certo desconforto pela forma de relacionamento Governo PS-Governo Regional, apesar de toda a animosidade aparente.


Foi assim com os governos de Guterres, menos, é verdade, com o de Sócrates (até há quem diga que Sócrates foi o único que enfrentou Alberto João, não lhe dando o que ele queria, pois dos outros obteve sempre "tudo").

Mas o que mais choca ainda à oposição e ao PS em particular é a postura individual de vários membros ou quadros do governo quando em visita. Parece que, no meio do mar, se sentem indefesos e perdem todas as referências fazendo ou cedências ou elogios desmesurados. Temos presente o que aconteceu com Gama, mas também antes com Almeida Santos e bem mais grave e este facto não é imputável ao PS mas ao Presidente da República a triste visita oficial de Cavaco Silva na comemoração dos 500 anos da cidade do Funchal que "se esqueceu" de ir à ALR, ou ainda recentemente, quando a democracia esteve suspensa pelo episódio da bandeira nazi, desfraldada na ALR não quebrando o mutismo.


Esta reunião com Pedro Silva Pereira em tempo de debate do orçamento regional é mais um episódio desconfortável para o PS e oposição. Quando toda a oposição se bate contra Alberto João por ele só estar no Parlamento aquando do discurso do Secretário Regional das Finanças e depois no encerramento quando fala, é algo que vem de encontro às atitudes de Jardim. Será que outra data não havia?! É tão a despropósito que parece combinado. Vão lá saber-se os desígnios.

2008-12-09

 

Reina acalmia por Belém

Hoje, pelo menos até esta hora, a comunicação social, pelo menos a que costumo ler ou ouvir, não referiu nenhuma alegada atropelia no campo dos Conselheiros do Presidente.

É um descanso pois Dias Loureiro não tem deixado de estar debaixo de fogo, nestes últimos tempos, parece que com algum merecimento do próprio, o que tem dado origem a comentários de diversas personalidades incluindo o anterior Presidente, Dr. Jorge Sampaio.


 

Afeganistao controlado pelos Talibãs

Talibãs controlam cerca de 75% do Afeganistão. É uma notícia dada com base num relatório de um "think tank" independente, mas que Cabul rejeita Selon un rapport controversé, les talibans contrôleraient près des trois quarts de l'Afghanistan.

2008-12-08

 

Sarkozy inventa novo ministério

Foi recentemente empossado o novo ministro do plano de relançamento da economia, trata-se de Patrick Devedjian que era até agora secretário geral da UMP, o partido de Sarkozy. Trata-se de um ministro sem verdadeiro ministério mas com a responsabilidade de coordenar com outros membros do governo a aplicação dos 24.000.000.000 € que Sarkozy quer utilizar para salvar a economia francesa.

2008-12-07

 

Dias Loureiro acumula

Dias Loureiro tentou vender . Mais uma notícia, com algum desenvolvimento, "abonatória" do Conselheiro de Estado, nomeado pelo Presidente, que, aliás, numa de grande altruismo veio à SIC dizer que dá a cara em defesa de quem trabalha na Valor Alternativo que está a ser investigada por alegado envolvimento em fraude fiscal.

2008-12-06

 

MEO DEUS!


Já uma pessoa tem de viver com a rinite alérgica e a gripe de mudança de estação para ter de aturar o toque do telemóvel com chamadas desconhecidas da PT.

Não sei o que me passou pela cabeça no dia em que, simultaneamente, aderi e desisti do MEO (televisão, internet e telefone fixo). Vieram os técnicos mas chegámos todos à conclusão que o serviço não correspondia às minhas expectativas. Eram fios cinzentos por todo o lado, as paredes eram demasiado grossas e não davam garantias de que o sinal chegasse onde eu queria...enfim...o melhor era mudar de casa. Como isso não está nos meus planos...disse não ao MEO.

Os técnicos informaram a hierarquia telefonicamente. E como não houve negócio, nada assinei. Achava que o assunto estava arrumado. Mas não.
E aqui começa o desfiar do rosário.

Dias depois recebo uma chamada da PT. "Então não quis o MEO?" Não. "E não quer agendar para outra altura?" Não. Essa informação já foi transmitida à vossa empresa. DESISTI, percebeu?


Perdi a conta das vezes que tive de repetir a frase.
A verdade é que a minha louca iniciativa já vai para dois meses e hoje pela enésima vez recebo novo contacto telefónico. Número Desconhecido no écran.
Atendo com o nariz entupido e a testa quente. Ouço o que não queria.

«Fala da PT...solicitou um serviço MEO...»

Minha senhora, por amor de Deus, eu já disse aos seus cinco, seis ou sete colegas que não quero o MEO.
"Pois... mas o seu nome está na base de dados como cliente".
Tirem-no.
"Eu posso deixar essa informação aqui... mas não lhe garanto nada. Vá a uma loja PT e peça para que o problema se resolva".

Finalmente,alguém reconhece que tenho um problema. Eu insisto.
Desculpe, mas quando requisitei o serviço não fui a nenhuma loja PT, fi-lo por telefone...portanto...não tenho de ir a sítio nenhum.

«Mas é o melhor que faz...porque enquanto constar da base de dados...»

E quem gere a base de dados que não actualiza as informações?
«Não sei...eu sou só uma comunicadora», respondeu.

Nem eu. Talvez, ninguém saiba.Mas uma coisa podem ter a certeza. O COMANDO É MEU!
 

A Ciência Económica vai nua?

O documento assim intitulado e que transcrevi em poste anterior abaixo, da autoria de 5 professores universitários de várias Escolas do País ou como lhes chama Vasco Pulido Valente (VPV) "os cinco (João Ferreira do Amaral e companheiros)", no Público de ontem (sem link possível), recebeu deste analista, algo pouco inspirado ou eventualmente falho de assunto, uma crítica à VPV, onde ainda os chama de missionários que "não percebem, ou não confessam, que a essência do problema (leia-se crise financeira que afecta a economia) não está nesta ou naquela teoria" (subentendi, teoria económica). E avança que (a crise) está no facto "de a economia não ser, por nenhum critério, "uma ciência". Pois, "se o fosse não haveria agora crise".

Fico ansioso pelo debate entre os 5 economistas e VPV. Seria interessantíssimo para nossa elucidação.


 

PSD deu "borla" ao Governo

Afinal, S. Bento, a "alinhar" na auto-avaliação, chumbou no exame.

30 deputados do PSD em 75 (em autoavaliação, certamente!) não compareceram e a proposta do CDS para suspender a avaliação dos professores foi a votos. Teria sido aprovada com a presença dos deputados faltosos do PSD para fim de semana prolongado, como é hábito, face a alguns deputados do PS terem votado favoravelmente. Isso não aconteceu por falha dos deveres dos deputados e o Governo respirou.


2008-12-05

 

Combate à crise

DR 236 SÉRIE I de 2008-12-05

Lei n.º 64/2008
Assembleia da República
«Aprova medidas fiscais anticíclicas, alterando o Código do IRS, o Código do IMI e o Estatuto dos Benefícios Fiscais, tendo em vista minorar o impacto nas famílias dos custos crescentes com a habitação, e cria uma taxa de tributação autónoma para empresas de fabricação e de distribuição de produtos petrolíferos refinados».

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Dias Loureiro, cada dia, com perfil mais apurado para Conselheiro

"Dias Loureiro O amigo libanês e o genro de José Maria Aznar". Este é um dos títulos com que o Público de hoje mimoseia Dias Loureiro. Atenção, não é um título do IP. ... É mesmo do corpo do Público que, aliás, lhe dedica várias páginas de prosa sobre as suas vastas e importantes relações internacionais. As afirmações aí trazidas e se demonstrados os factos indiciados, certamente quem sabe se não poriam o Dr. Dias Loureiro em dificuldades perante a justiça?

Mas quem é esse seu amigo libanês?

Abdul Rahman El-Assir é referenciado como "traficante de armas" e foi ele quem abriu as portas a Dias Loureiro em Marrocos - diz o Público. Recorde-se ainda que na entrevista que Dias Loureiro deu à RTP há duas semanas referiu que tem excelentes contactos em Marrocos. Aí está.

O perfil de Dias Loureiro para Conselheiro de Estado, cada dia que passa, com estas notícias tão abonatórias que se vão amealhando, está a ficar cada vez mais apurado.


2008-12-04

 

"A Ciência Económica vai Nua"

... Eu diria: Nua e muito nua. A crise deu cabo da "ciência" económica que se anda a ensinar nas nossas escolas como em todo o mundo.

Ainda bem que um grupo de Professores de várias escolas de economia deste País se associa para lançar um grito conjunto!!.

Eis o texto, ontem saído no Público, sob o título: "a Ciência Económica vai nua".

Os tempos de crise tornaram-se tempos de acção inovadora, inesperada, imprevista. Por todo o mundo tem-se observado um movimento por parte dos governos que tentam estabilizar a situação e revertê-la. Predominam políticas conjunturais mas, caso singular à escala global, assiste-se à tomada de iniciativas coordenadas para consertar uma arquitectura financeira internacional demasiado permeável a falhanços sistémicos.

Começa, por isso mesmo, a ser altura de reflectir sobre as lições que a própria teoria económica deve retirar desta experiência, a qual, infelizmente, está ainda longe de ter terminado. A teoria económica dominante é profundamente insensível à realidade. Constitui, em geral, uma abstracção desatenta e trata os acontecimentos difíceis como um problema que não é dela. Na melhor das hipóteses, esforça-se por demonstrar, perante a turbulência e a crise, que não se passa nada de anormal e que os problemas se reduzem erros humanos ou pormenores transitórios, passageiros, sempre devidamente previstos.

É das escolas de economia e gestão de todo mundo, sobretudo dos Estados Unidos, que tem saído uma boa parte dos operadores dos mercados financeiros e gestores de topo que lentamente acumularam decisões insustentáveis culminando na actual crise. Esta crise é também por isso um colapso teórico, uma falência de um modo de ver. A má teoria é, evidentemente, um elemento central da crise.

A realidade é o verdadeiro teste, por vezes doloroso, das ideias. E, neste momento, é o rigor e a relevância da realidade que deve falar mais alto do que as premissas e os modelos ainda em vigor nos manuais de economia.

A teoria económica convencional pressupõe, mais do que demonstra, que os agentes optimizam e os mercados harmonizam. A ideia de "mão invisível" é uma expressão usada uma só vez por Adam Smith, o filósofo celebrado como o pai da ciência económica, nas muitas páginas de A Riqueza das Nações. No entanto, Smith começa o seu livro por sublinhar a importância crucial da organização e do conhecimento, algo que os manuais modernos preferem ignorar. E importa lembrar que, para além deste, ele escreveu outro grande livro: A Teoria dos Sentimentos Morais. Muito boa gente acha que só o primeiro é ciência, é economia.

Os livros-texto que hoje dominam falam de racionalidade e de equilíbrio, abstracções insensatas que a prova empírica contesta com violência. Teorias deficientes têm, pois, ocupado o lugar das mais prudentes, das mais capazes de perceber que o económico não é uma esfera autonomizável do institucional, do político, do social, do psicológico. No passado era mais fácil encontrar manuais mais pluralistas e sensíveis às estruturas institucionais da realidade, mais baseados em lições retiradas de padrões históricos e não somente em deduções lógico-matemáticas. O ensino dominante não tem municiado os estudantes para conhecerem o mundo real e para o interpretarem, para saberem que comportamentos emergem, que sistemas institucionais se confrontam, que valores estão em crise e quais os que se reforçam.

Não é, portanto, ousado supor que no ensino da economia e da gestão tudo ainda continua como dantes, alheio a uma crise talvez descrita como mera mas rara anomalia, numa atitude fechada e defensiva face aos desafios do pensamento crítico. No entanto, não podemos esquecer que os operacionais dos mercados têm sido formados neste contexto intelectual. Ou seja, dificilmente o ensino da economia e da gestão não estará implicado nas causas da crise.

Com estes acontecimentos as teorias que sabem acolher a incerteza, a dinâmica da evolução estrutural e, sobretudo, a noção de que a economia funciona de um modo complexo, da qual fazem parte os mercados mas também numerosas outras instituições, poderão assumir maior protagonismo. Ganha peso a convicção de que os comportamentos económicos, em vez de serem o resultado óbvio de respostas a incentivos, são sempre comportamentos limitados, provisoriamente ajustados às circunstâncias e aos contextos. Quer dizer, são comportamentos humanos.

Há, portanto, necessidade de responsabilidade e realismo crítico no ensino das ciências económicas e empresariais, esses campos em evolução e sempre politicamente carregados. Algumas editoras têm aliás procurado reflectir a procura por maior pluralismo no ensino da economia. Referimo-nos, por exemplo, às abordagens neo/pós-keynesianas, evolucionistas e institucionalistas - um portfólio de perspectivas para lidar com um mundo económico complexo, multidimensional e persistentemente surpreendente. É urgente que a academia as tire da sombra e lhes atribua o devido destaque.


João Ferreira do Amaral (ISEG), Manuel Branco (Universidade de Évora), Sandro Mendonça (ISCTE), Carlos Pimenta (Universidade do Porto), José Reis (Universidade de Coimbra)

 

Atletas olímpicos contra Vicente Moura

Os atletas olímpicos não querem Vicente Moura na Presidência do Comité Olímpico de Portugal (COP), precisamente porque entendem que ele "não se tem portado à altura dos atletas". Queixam-se de que, em Pequim, foram abandonados quando precisavam de apoio. Foi isto o que entendi da conferência de imprensa de ontem, onde Nelson Évora, o "nosso" ouro, teve a seguinte expressão senti-me numa "viagem de nau sem comandante"

Ao contrário, a maioria das federações nacionais estão na disposição de apoiar a reeleição de Vicente Moura.

Não será que estas federações deveriam ter o mínimo de respeito pela opinião dos atletas?

2008-12-03

 

Há roubos que são crime e outros não

Um homem foi preso e humilhado. Roubou comida de um supermercado. Meteu carne congelada da América Latina entre a camisa rasgada da construção civil e a barriga lisa. Foi apanhado pelo segurança privado, homem histérico, alertado por uma dama pura de cabelo pintado às riscas que o empurrou para a câmara frigorífica. Mas antes a gritaria louca já acontecera. E ele quase despido de mãos no ar, mãos cruzadas atrás das costas. Cena de filme. Mulheres vestidas de branco a pingar sangue das luvas de plástico, acabadas de empacotar um bovino qualquer em postas, empurram as outras com cheiro a peixe que saltam do balcão ainda com o espadarte cor-de-rosa da cultura da água se expõe inteiro de olhos baços. Corre-se e grita-se. Parece que há uma rede enorme de malha fina que nos quer apanhar a todos. Não se sabe bem a razão da correria, nem por que se grita tanto. Há tiros? Não. Há crianças pasmadas, gente parada, estátuas de rua por segundos. Um assalto? Não. Só mais uma triste história de fome de um triste desesperado com salários em atraso atraído por este Portugal de sonho.
Conhecia-lhe a cara. No Verão vivia e dormia no banco de um jardim municipal, com sanitários disponíveis, uma flora endémica e bem cuidada, e vizinhança bem cotada. Para além de um teatro centenário, uma sucursal do BPN. E ele que até tinha contrato de trabalho e arrastava bem o falar português. Chamava "senhora"...e pedia "desculpa" antes de repetir..."senhora...tenho filha e mulher... eles não pagam». A gente sabe. Então não sabe. Ele é que já nem sabia quem era o patrão porque as sub-empreitadas eram tantas que perdera-lhes a conta. Recebia apoio de uma Igreja (não católica). E um dia entrou em coma alcoólico com Vodka marado. Caíu. Ficou numa cadeira de rodas. Sem direito a nada. Não quis voltar à origem. Por vergonha. Desapareceu.
 

Toda a oposição contra o plano de salvamento do BPP

Toda a Oposição mas com nuances. ... A oposição de direita (PP e PSD) têm dúvidas e querem saber do governo informações precisas sobre o plano. A oposição de esquerda (Bloco e PCP) acham despropositada ou ilegal a actuação, com o Bloco a pedir a suspensão imediata do plano.

Nesta actuação do governo comandada pelo BP de Vitor Constâncio há várias interrogações a colocar. A primeira e de fundo é a seguinte: quando rebenta o problema, criou-se a ideia pelas intervenções de Vitor Constâncio e do próprio Ministro Teixeira dos Santos que era assunto arrumado: deixar cair, na base de que era um banco pequeno, um banco dos ricos e com fraco impacto no sistema. Passado muito pouco tempo, ouve-se dizer que Vitor Constâncio está a negociar com a Banca Portuguesa na tentativa de salvar o BPP da falência. E aqui surge a pergunta mais natural deste mundo: O que fez mudar as agulhas da análise?

Acho que as bases de mudança, se as houve, fundamentadas ou não fundamentadas, tipo modelo "moeda ao ar" na escolha de campo, deveriam ser tornadas públicas.

Uma vez decorrido este processo polémico (em termos políticos e socio económicos) de salvamento do BPP também nada foi dito, embora haja especulação jornalística, sobre as bases seguras desta operação, falando mais claro, que garantias reais são dadas ou existem para que os bancos "avalistas" não saiam prejudicados da operação?

Porque, caso contrário, é "a pescadinha de rabo na boca". O Estado avaliza os bancos que, por sua vez, avalizam o BPP em dificuldades, que, por sua vez, estão a pedir aval do Estado. Conclusão, em caso de azar (garantias insuficientes), e apesar de uma engenharia financeira diferente, concebida no BP, o dinheiro sairá sempre dos cofres do Estado e para onde?. Todo o cidadão tem legitimidade de se interrogar sobre esta questão.

2008-12-02

 

Sobre as relações Dias Loureiro - Presidente Cavaco Silva

A LÓGICA CONSPIRA CONTRA DIAS LOUREIRO. Vale a pena ler este artigo

 

Vale de Azevedo acusado em mais quatro processos

Tenho receio que a justiça portuguesa se esgote apenas com Vale de Azevedo, tanto mais que ele está longe e poderá continuar!

Correndo o risco de Londres já não ser o sítio ideal para viver e da sua mansão recentemente adquirida nos arredores de Londres não poder ser por si usufruida por muito mais tempo, Vale de Azevedo já deverá andar com os seus advogados a pensar certamente que américa latina escolher para futuro.

Escolha depressa e trate de arranjar um cantinho para os amigos que, certamente, também vão levar ainda mais ao esgotamento da justiça portuguesa, por exemplo no caso BPN em que Oliveira e Costa está a pretender com grande generosidade mostrar que foi ele sozinho a praticar tamanhas atropelias - tantos milhões que ainda hoje não se tem a ideia de quanto nos vai custar a nacionalização. Que bom coração!!!

2008-12-01

 

A Procuradora Cândida Almeida Incomodou muita gente ...

A Procuradora Cândida Almeida esteve ontem no Programa - Discurso Directo - DN/TSF, em entrevista com João Marcelino e Paulo Baldaia.

Foi tudo menos meiga, tecendo críticas à AR no que toca ao inquérito BPN e sobre a "operação Furacão" no que se refere à PJ.

Sobre o inquérito decidido pela AR interroga-se dizendo que "gostaria que a opinião pública dissesse se preferia saber essas, digamos fofoquices, entre aspas, e peço desculpa pela palavra, ou se gostaria ver justiça feita e os criminosos condenados, e os inocentes inocentados". Sobre a operação Furação disse ter havido factos "anormais" que levaram ao afastamento do processo da PJ.

Tudo isto é matéria suficiente para rastilho de polémica. O PS já veio manifestar o seu desacordo com a Procuradora, embora não se lhe deva dar grande crédito, pois foi o último reconvertido ao inquérito. Já quanto à PJ a situação é, no meu entender, mais grave, porque sendo a principal polícia de investigação fica-se perplexo com o sucedido e sobretudo porque nenhuma luz foi avançada sobre as razões.


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