2004-10-31
O EXPRESSO DO ARQUITECTO
Mais papel, mais papel, Jaime Nogueira Pinto. "Politizar a Política". Ele está numa ponta e, em geral, eu estou na outra. Mas leio. E para dizer a verdade desta vez não desgostei. Quando se diz verdadeiramente alguma coisa a leitura agrada.
"...Bush limita-se a cultivar a velha tradição "idealista" americana, recorrente ao longo da história e vigorosamente ressuscitada com o 11/9: uma crença na democracia e na liberdade como forma de harmonia universal..." , "A "revolução Bush" se merece o nome, não passa de uma aplicação - mais violenta concedo - do património idealista que os Estados Unidos sempre cultivaram..."
Desculpem lá mas do que é que o homem está a falar? Ainda pensei que era no gozo mas não. Falava a sério. Lembrei-me de Franklin.
Franklin D. Roosevelt interpelado acerca de um dos mais ferozes ditadores dos 10 ou 15 que o Tio Sam tinha por conta na América Latina disse:
VOTO SECRETO: O MAL AMADO
Álvaro Cunhal explicou que lá fora metade dos partidos comunistas elegiam o CC com o braço no ar e outros tantos, mais coisa menos coisa, com voto secreto. Revelou com superior "fair play" a um CC que bebia as suas palavras que uma solução ou outra solução cabia sem ofensa no centralismo-democrático do correcto marxismo-leninismo. Acrescentou, no entanto, como não quer a coisa, que também se pode ter em conta a tradição dos partidos.
Os 193 membros do CC, treinados como estavam, perceberam de imediato que uma coisa era igual à outra mas...
COMPLETO SÓ AQUI NO MEMÓRIAS DO PRESENTE
2004-10-28
Que cenaça !!!
A única curiosidade é a de quanto tempo demorou o ensaio a dois. Até porque as perguntas eram lidas e como tal até para bem da estação (da sua produtividade)havia que não gastar tempo desmedido com o ensaio.
Os políticos do Mundo...e os condutores?
Isto vem a propósito e na sequência do comportamento, aliás, banal de uma condutora (poderia ser condutor), novinha, talvez simpática, embora não fosse essa a cara que ostentava. Talvez viesse atrasada e isso conta ou então o encontro com o namorado não tivesse corrido da melhor maneira. É a vida que, pensando bem, tem muitos dissabores e alguns mesmo muito pesados, sobretudo porque muito injustos. E acho que ainda nenhum filósofo filosofou o bastante sobre as agruras da vida e não espere do senhor Buttiglione, filósofo encartado do Vaticano, grandes saidas, porque a sua filosofia anda por outras bandas: o pecado. Somos todos muito pecadores. Se não é por uma coisa é por outra,o pecado espreita. Talvez umas cartas mais entre o Cardeal e Prado Coelho e a gente aprenda o pecado que pode ser.
Bem, sou condutor e, vendo bem, também não me olho. Certamente com a vida a correr mal, devo fazer destas e doutras. Pior. Às vezes estamos numa que o poder bater desopilha.
Mas afinal o que aconteceu com a condutora, menina simpática? Entra a matar, sabendo que não tinha direito e que estava a jogar na sorte e talvez, admito, pouco consciente de que perigava outras pessoas.
E os políticos perigam?. Não e sim. O artigo de Jorge Coelho no DN de hoje sobre "o utilizador-pagador" que li logo pela manhã é uma atitude das tais não e sim, de que não gostei.
E não gostei porque, tendo Jorge Coelho bastante razão, perde-a porque baralha, por razões de pura política e de combate algo cego, domínios que não podem nem devem ser baralhados, porque não estão nos mesmos eixos, em termos do princípio que invoca.
Não estão ao mesmo nivel em termos de princípio, a saúde, o ensino, as auto estradas e muito mais coisas. A saúde, os serviços basicos como a água, a electricidade etc, etc, colocam-se a um nível abrangente em termos sociais, tanto assim é que, hoje, já se pagam portagens em várias auto estradas. Porque pago LX-Porto e outras? Não vejo ninguém refilar. Sendo franco, acho que há Scut's que não devem pagar por razões específicas. A decisão do governo foi precipitada porque desconhece quanto custa pagar e age por demagogia e por uma filosofia norteadora cega e não pelos interesses do país, nem pelo princípio do utilizador-pagador.
Por conseguinte, a resposta não pode ser nem cega nem apressada. Há um caminho a percorrer para chegar ao poder e francamente espero que este governo tenha o seu veredicto. Seja apeado. Mas francamente, com alternativas alicerçadas, não com respostas de joelho.
Estas não servem um projecto de relançamento do País.
A "independência" das TV privadas
A directora do Independente, Inês Serra Lopes, também foi "explicar" o que se passou à RTP 2 (ou terá sido à SIC Notícias?). Tudo espremido desculpabilizou de uma assentada o Governo e Paes do Amaral. As causas desta embrulhada - explicou - não vem de pressões do Governo nem do patrão da Media Capital mas do facto da RTL ter entrado no capital social desta e esta ter um figurino apolítico. Por isso e mais não sei quê o seu antigo patrão Paes do Amaral, vai correr com José Eduardo Moniz que seria um protegido de Marcelo!
Mas não aconteceu ter vindo um tal ministro Rui Gomes da Silva estrondear contra a falta de "contraditório" e contra "o ódio ao 1ºM" vertido por um tal energúmeno chamada Marcelo acampado na TVI? Terei ouvido mal?
Um efeito colateral do caso Marcelo é o de expor à exacção da plebe a crença na excelência de tudo o que é media privado.
Interrogo-me se os apóstolos da privança a todo o custo da comunicação social não seriam mais timoratos se em vez de os media privados irem sempre cair, como se sabe, na mão dos grandes grupos económicos fossem, por exemplo, cair sempre no regaço de sindicatos ou de grupos de cidadãos sem qualquer expectativa de reformas à la CGD.
Enfim dúvidas...
2004-10-27
Parlamento Europeu assume-se
Era demais um homem como Butiglione numa Comissão Europeia, com ideias tão contra natura nos tempos de hoje. Daí o "chumbo" desta CE ser duplamente positivo pela rejeição de ideias e porque decorreu de uma posição atravessando várias correntes políticas.
Acho, ao contrário de várias outras opiniões que ouvi, que a Europa saiu reforçada com esta posição. O PE, organismo decorrente do voto do povo, assumiu-se. Um bom indício no futuro.
Que isto sirva para Durão repensar melhor e não ter demasiado em conta opiniões/posições como as do Senhor Berlusconi.
2004-10-26
Clinton e Kerry em Philadelphia
"If one candidate's trying to scare you and the other one's trying to get you to think," he said, "if one candidate's appealing to your fears and the other one's appealing to your hopes, you better vote for the person who wants you to think and hope."
"Se um candidato tenta assustar-te e o outro procura que penses, se um candidato apela aos teus medos e o outro apela às tuas esperanças deves votar no que quer que tu penses e que tenhas esperança."
O SONO DA RAZÃO
2 de Novembro de 2004 é um dia decisivo para o mundo.
Ele será seguramente muito diferente se ganhar Bush ou se ganhar Kerry.
Os grandes eleitores que escolherão o presidente dos EU, segundo o palpite do NYT, repartem-se assim:
Goya "O sono da razão produz monstros"
2004-10-25
GUERNICA em BAGDAD
Mandali: 49 recrutas do novo exército iraquiano chacinados.
Baghdadi: 19 polícias mortos e 47 feridos.
Quartel-general do exército americano em Camp Victory: diplomata Ed SEitz do Departamento de Estado morto com um morteiro quando dormia.
Picasso, Guernica
Iyad Allawi, o 1º ministro escolhido pelo Pentágono, não parece estar a conseguir levar a termo o que a Administração americana esperaria dele. Ninguém esperaria, excepto o Império, que nunca percebe porque não é amado nos seus actos imperialistas, que tenha o aplauso da população mas que ao menos tivesse a aceitação mínima que permitisse impor alguma ordem no país, na economia, na administração, pôr fim ao caos e ao terror generalizado.
O personagem parece ser do género truculento, é pelo menos opinião de George Soros e não está, a ter sucesso na difícil tarefa de serzir a manta de retalhos que é o Iraque "libertado". O Iraque sunita, o Iraque chiita, o Iraque curdo, o Iraque das tribos, o Iraque democrata, o Iraque laico, o Iraqui da Al-Qaeda e dos mil grupos terroristas.
A vitória de Bush será fonte de grandes perigos para o mundo. E para a democracia e a liberdade na América. A aliança de grandes interesses, da indústria do petróleo e dos armamentos com as seitas religiosas fundamentalistas deu o resultado explosivo que está à vista e que tomará maiores proporções se estas forças conseguirem eleger W. Bush.
No Iraque parece que ninguém quer umas forças armadas e uma polícia criada pelo exército americano cujo principal objectivo é o de garantir a tutela do Iraque pelos EUA, por umas décadas, enquanto houver petróleo. Mas a situação não está fácil e o que certos papagaios nacionais, sustentados a milho painço por Washington, julgaram ser um 25 de Abril parece-se mais com uma infindável Guernica em Badgad
Ainda o Orçamento 2005... e as famílias beneficiadas
A imprensa de hoje (Público/economia) diz que "cerca de 3,6 milhões de famílias vão pagar menos IRS em 2005" e, pelo menos que eu tenha visto, a SIC já, citando a fonte, fez eco deste número.
Bom, dois comentários. Era bom conhecer bem os fundamentos deste valor e exigir ao MF o estudo de impacto real sobre os contribuintes das medidas que vai tomar. Segundo, saber, no mínimo por escalões, a quanto monta essa "teórica" baixa de impostos. Quantos cêntimos? quantos cafés/ano?
Uma nota final. Apesar deste "ruido" provocado, o que se constata pelos números do OE é que o IRC em percentagem baixa nas receitas globais e o Irs mantém-se, subindo até marginalmente. Isto não quererá significar nada? Os mesmos a contribuir?
Até quando as famílias não deverão ser contempladas com uma filosofia fiscal de base semelhantes à das empresas? As famílias também têm para viver, que suportar custos de funcionamento do seu lar (alimentação, serviços domésticos, agua, luz, etc. etc.). Porque razão estes custos não são deduzidos ao rendimento das famílias? Não se estaria com esta filosofia a introduzir um factor de maior justiça fiscal?
2004-10-23
Orçamento 2005.....notas avulso
Andando um pouco para trás em matéria orçamental, registe-se que, quando a coligação PSD/PP tomou o poder, o seu grande alarido foi o de esbanjamento e despesismo do governo de Guterres, com toda aquela cena de encontrar o valor do défice de 2001. O Banco de Portugal é chamado para dar consistência, ao número mágico de -4,1%. porque, como várias vezes foi referido, esse valor era avalizado pelo governador Vítor Constâncio, conotado com o PS.
É bom de ver, no entanto, como se portou o défice em termos reais nos exercícios seguintes, ou seja, sem venda de património (e presume-se sem esbanjamento e despesismo). Os números de Manuel Pinho, em artigo de hoje no Expresso, dão-nos o seguinte panorama:
Anos | Saldo Orçamental |
---|---|
2001 | -4,1 |
2002 | -4,1 |
2003 | -5,4 |
2004 (E) | -4,8 |
2005 (P) | -4,2 |
Elucidativo não é?
Ainda um outro dado, o rácio evolutivo da dívida também tem vindo a deteriorar-se e em 2003 ultrapassou 60% do PIB – outro número que vai ser importante agora na EU, como eram os 3% antes para o saldo orçamental.
Centrando-nos agora numa curta apreciação do orçamento de 2005 e não repetindo o que já foi dito as notas a deixar são:
Os parâmetros base deste orçamento são bastante frágeis quando não antagónicos como o da taxa de crescimento do emprego (presume-se líquido) e o da produtividade e crescimento do PIB. Não há uma política subjacente articulada para atacar a não competitividade relativa do país. temos um OE orientado para o aumento das injustiças fiscais. Alguns exemplos disto: o peso do IRS praticamente não mexe e o peso do IRC baixa significativamente face ás receitas fiscais totais. Onde fica o combate à fuga?
O peso das despesas para as funções sociais do Estado (saúde, educação, segurança social, etc.) desce entre 2004 e 2005. O montante das transferências para o SNS também acusa uma baixa.
A finalizar, uma diferença substancial deste orçamento face aos de Durão. Estamos face a um OE expansionista que, como comenta Nicolau Santos hoje também no Expresso é uma política errada, exactamente como as que os governos de Guterres praticaram com os resultados que se conhecem. Mas, por outro lado, é um OE claramente PP porque tenta chegar a certos nichos do eleitorado do PP, como os antigos combatentes, pensionistas, embora com verbas tipo esmola.
2004-10-22
Até onde vai a liberdade de expressão em Portugal?
"Nasci e tenho vivido num pequeno concelho (Pombal) do Litoral-Centro (Distrito de Leiria). Não milito em nenhum grupo partidário. Sou um simples cidadão nascido seis anos antes do 25 de Abril de 1974.
E como cidadão, ingénuo a pensar que haveria liberdade de expressão e de opinião, criei em Julho passado um "blog" na Internet que pretendia ser um espaço de reflexão e de debate de ideias, com críticas construtivas, sobre que está a acontecer na minha Terra.
Nomeadamente sobre a actividade da respectiva Câmara Municipal e outras instituições. Esse "blog" num espaço de dois meses registou mais de 6.700 visitas, tendo sido comentado em grande número por outros cidadãos/munícipes.
A respectiva autarquia, presidida pelo social-democrata Eng. Narciso Mota, nunca usou o princípio do contraditório. Apesar de reconhecer que alguns dos temas abordados tinham a sua veracidade, alterou alguns procedimentos, dando razão ao que por lá se escrevia. Reconhecendo que o "blog" era incómodo para o Poder (leia-se, Câmara Municipal), o senhor presidente entendeu que a melhor forma de usar o "contraditório" era acabar com o mesmo. Vai daí, entrou em contacto com a direcção/administração da empresa onde eu trabalhava e denunciou a sua existência, fazendo ver que o "blog" era "gerido" em horas de expediente.
A direcção da empresa de imediato, e justificando que aquela situação lesava a relação institucional com a Câmara Municipal, até porque necessitava desta para legalizar algumas situações pendentes, despediu-me.
Isto, não argumentando com falta de profissionalismo ou de produtividade. Mas sim, porque o senhor presidente da Câmara assim os contactou para o efeito. Esclareci a situação e comprometi-me a eliminar de imediato o "blog", o que foi feito e aceite. Precisamente um mês depois, e pelo meio alguns encontros realizados entre o presidente da Câmara e a direcção/administração da empresa, fui novamente confrontado com o despedimento. E perante duas opções: instauração de processo disciplinar ou demissão voluntária, optei pela segunda.
Ou seja, a intervenção do senhor presidente da Câmara Municipal de Pombal neste processo é um facto. Tanto o é que um dos seus vereadores afirmou perante algumas pessoas "já acabámos com o blog"
Esta situação é notoriamente idêntica à que aconteceu com o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa. Na sua proporção, obviamente. Mas, com um senão... o meu futuro. Estou desempregado, com duas crianças de 20 meses para criar, casa e carro para pagar. E esposa também desempregada.
E tanto mais que, ainda há dias, ouvi da boca de um eventual empregador: "reconheço que és a pessoa indicada para o meu projecto, mas quando o senhor presidente da Câmara soubesse, caía o Carmo e a Trindade. E eu não quero ter problemas com esse senhor".
É triste que 30 anos depois de uma revolução, ainda haja quem de uma forma nojenta e vergonhosa, censure as vozes discordantes para que estas não expressem livremente as suas opiniões".
Rua Paul Harris, nº 13 - 1º Esq
3100-502 Pombal
Telef.: 236213594 - 936354363
E-mail: orlando.cardoso@zmail.pt
2004-10-21
As Farpas de Ontem e de Hoje
Podia ter sido você a escrever isto. Hoje! Mas foi Eça de Queiroz, em 1871. Com Ramalho Ortigão lançou nesse ano o primeiro livrinho mensal, As Farpas. E ontem foi festejado o lançamento da sua primeira edição completa [Ver aqui]
"Quereis saber a razão por que os nossos pensamentos mais escrupulosamente dignos não podem aparecer onde aliás aparece tanta ideia abjecta, tanta mediocridade maligna, tanta petulância perniciosa? É porque no estado de depressão moral em que se acha a imprensa e a tribuna ninguém ousa publicar senão metade da sua opinião. (...) O homem de mais recto juízo e de mais completa honra não se atreveria a declarar-se publicamente tal qual é. Recearia comprometer-se. Comprometer-se é a vaga, mas permanente ameaça constantemente levantada pelo espírito da época sobre todas as determinações radicais. Comprometer-se quer simplesmente dizer: que os ministros nos demitam dos nossos empregos, que os centros políticos nos expulsem, que os partidos nos reneguem, que os frequentadores do Grémio ou do Martinho deixem de cumprimentar-nos e que alguns dos nossos conterrâneos discutam nos periódicos a nossa vida pública e a nossa vida privada, ou que meramente nos espanquem à esquina das nossas ruas".
O Tamanho da Coisa
Atchim, Aaaaaahhh Atchim
Tentações
Pelo seu lado o ministro da Presidência, Nuno Morais Sarmento que tutela a Comunicação social, sustentou com garbo, para gaudio do deputado Santos Silva e demais oposição no Parlamento, que deve ser o Governo a "definir um modelo de programação da RTP" e que "deve haver limites à independência" dos operadores públicos de comunicação social impostos pelo Governo [ver Público de hoje] o que ofenderia e muito a Constituição e a própria Lei.
Becos e auto-estradas
A política do ambiente em Portugal, nos últimos dois anos, tem vindo a conduzir o País para um beco de onde não vai ser fácil sair. Objectivos da maior importância para o nosso desenvolvimento sustentável deixaram de estar no centro das preocupações governamentais, e as estratégias e programas anteriormente em curso para prosseguir esses objectivos perderam dinâmica ou foram levianamente abandonados.
Esta é o tema do meu artigo publicado hoje no "Diário Económico" e que pode ser visto, na sua totalidade, aqui ou no ALFORGE.
2004-10-19
Eleições Madeira – Breve Flash
Pouco se falou da perda de deputados pelo CDS/PP (1) e Bloco de Esquerda (1) nas eleições regionais.
Compreender a queda do CDS/PP é fácil. Os madeirenses nunca gostaram de Paulo Portas e muito menos da coligação PSD/PP.
O BE herdou a máquina e o líder da UDP (Paulo Martins, um dirigente histórico e quase com tantos anos de Assembleia Regional como Jardim de Governo), que desde 1976 consegue uma representação parlamentar (média de 2 deputados) por legislatura. A “fusão” da UDP no BE dividiu os militantes madeirenses da velha guarda UDP, agarrados ao peso da sigla e não aceitaram o encarte de figuras intelectuais que nada tinham a ver com as suas lutas insulares. Estes não perdoaram essa perda de identidade e terão optado, nestas eleições, por votar CDU. Daí os comunistas passarem a terceira força política no Funchal.
A euforia no PS/M é bastante compreensível pois ganhou 6 deputados. Um balãozinho de oxigénio que pode, com trabalho e coesão, encher e vir a rebentar sobre a cabeça de Alberto João, que já não é o que era.
Alberto João ganhou perdendo. Perdendo porque em termos relativos baixa, apesar de tanto betão espalhado e, perderia mais se não tivesse havido um aumento de inscritos (fruto do regresso de emigrantes, sobretudo da Venezuela). Sem isso teria perdido um deputado.
Esta foi a vitória mais penosa para o líder madeirense.
E sobre Alberto João leia aqui o seu perfil
2004-10-18
As eleições regionais - algumas evidências
Os resultados das recentes eleições regionais permitem evidenciar muitos aspectos interessantes da nossa vida política, como tem sido sublinhado pela generalidade dos analistas, comentadores e participantes em muitos fóruns promovidos pela comunicação social. Gostaria de sublinhar aqui alguns desses aspectos.
O primeiro, é que estes resultados traduzem e reforçam a ideia de que a actual maioria legislativa a nível nacional, assente na coligação entre o PPD/PSD e o CDS/PP, está em franco declínio e conta, cada vez mais, com a oposição, a desconfiança e a falta de apoio dos eleitores.
O segundo, é que, ao invés deste declínio, o PS evidencia uma forte dinâmica de crescimento e é visto, cada vez mais, como o Partido mais bem colocado e preparado para governar o País e para ultrapassar a acentuada crise financeira, económica, social e ambiental em que estamos mergulhados.
O terceiro, é que a aliança do PPD/PSD com o CDS/PP vale menos, em termos eleitorais, do que a soma dos dois partidos, evidenciando a falência, a curto prazo, desta coligação de direita, o que pode conduzir mesmo ao desaparecimento do CDS/PP e à derrota da ala mais direitista do PPD/PSD.
O quarto, é que Carlos César conseguiu reforçar a sua maioria, ultrapassando mesmo a maioria alcançada por Alberto João Jardim, governando com respeito pela regras democráticas e sem insultos, diatribes, ameaças e atentados aos legítimos direitos dos seus críticos e opositores.
O quinto, é que Alberto João Jardim, apesar de governar a Madeira com um elevado nível de despotismo e tudo fazer para silenciar, intimidar ou limitar indevidamente a acção dos seus críticos e opositores, já não consegue evitar a erosão crescente do seu poder.
O Ventríloquo e a sua Marionete
O ministro dos Assuntos Parlamentares Rui Gomes da Silva afirmou hoje estranhar o silêncio da Alta Autoridade para a Comunicação Social (AACS) em relação aos comentários de "ódio" e às "mentiras e falsidades" feitas pelo ex-presidente do PSD Marcelo Rebelo de Sousa aos domingos na TVI.
O resto e também o caso das embaixadas consultadas pelo Gaginte do 1ºM por fora do circuito do MNE e o caso da lei que o Governo quer fazer só para uma pessoa para calar a empresa de Rui Oliveira e Costa que não faz sondagens boas para o Governo
Antes de participar na cerimónia de posse da concelhia do PSD-Viseu, o ministro disse sentir-se "revoltado com as mentiras" e com as "falsidades" que são proferidas todos os domingos "por um comentador que tem um problema" com o primeiro-ministro" Pedro Santana Lopes.
Rui Gomes da Silva referiu que, em 2002, a AACS emitiu pareceres críticos sobre os debates semanais de domingo na RTP, entre os actuais primeiro-ministro, Pedro Santana Lopes, e secretário-geral do PS, José Sócrates, alegando a não participação de outras forças políticas na discussão.
"Agora, que não há rigorosamente qualquer contraditório [com Marcelo Rebelo de Sousa na TV], estranho que a Alta Autoridade para a Comunicação Social esteja em silêncio", declarou o ministro dos Assuntos Parlamentares.
[Continua aqui no In Extenso num dossier que reune outras informações]
2004-10-17
"Ela não pagou as quotas!"
O Governo tem condições para governar?
Ao Primeiro Ministro, se não lhe falta legitimidade jurídico-constitucional, falta-lhe legitimidade política, o que não é pouco. Além disso, e por causa disso, é incompetente e irresponsável, e não tem autoridade nem capacidade para liderar e coordenar o Governo. Passa a vida a dizer uma coisa e o seu contrário (como no caso da manutenção da GNR no Iraque, depois de terminada a actual missão), e a definir orientações que depois não são seguidas (como no caso da transferências de Ministérios para várias zonas do País). Quando é apertado, ou assobia para o lado (como no caso do afastamento do Director da PJ da Madeira), ou ensaia uma fuga para a frente (como no caso das taxas moderadoras do Serviço Nacional de Saúde). Faz afirmações que depois são desmentidas pelos Ministros (como no caso do fecho da refinaria de Matozinhos), e não põe ordem nos Ministros que fazem atentados graves à democracia (como no caso da diatribe do Ministro dos Assuntos Parlamentares a propósito dos comentários de Marcelo Rebelo de Sousa) .
A Ministra da Educação é um autêntico caso de estudo: há milhares de professores por colocar, há milhares de professores mal colocados, há milhares de escolas que não estão a funcionar regularmente por falta de professores, mas ela teima em dizer que está tudo bem.
O Ministro dos Assuntos Parlamentares é o que se viu.
O Ministro da Defesa diz que o Orçamento de Estado para 2005 é p'ró avô e p'ró bébé e destaca o abaixamento do IVA nas fraldas como uma medida inovadora e da maior importância para as famílias.
O Ministro do Ambiente diz que vai haver racionamento de água no Algarve.
O Ministro das Obras Públicas quer pôr o pessoal a pagar portagens nas SCUTS, mas ainda não sabe em quais, quando, nem em que condições.
O Ministro da Cidades acabou com o POLIS dizendo que o vai substituir por outro programa, mas não tem ainda nenhum novo Programa para apresentar.
E podia continuar muito mais com a lista.
Como se pode dizer que este Governo tem todas as condições para governar?
"Uma ilustre desconhecida"
Lembram-se dos corrosivos ataques políticos que Manuel Maria Carrilho fez a José Sócrates no decorrer da campanha eleitoral para S-G do PS?
Pois bem, depois de eleito com 80% de votos directos dos militantes socialistas, Sócrates manteve a confiança política na direcção do grupo Parlamentar do seu partido e assim pudemos ver sentado ao seu lado, no Parlamento, na primeira fila da bancada socialista, Manuel Maria Carrilho.
Como vão as coisas no PSD/PPD de Santana Lopes? Pois vão assim:
«Fui tratada pelo meu partido como uma ilustre desconhecida. Ninguém me conhece na minha secção, fui riscada dos cadernos eleitorais [para o próximo congresso do partido] e, agora, não posso votar nem ser eleita»
diz Manuela Ferreira Leite, no Expresso de ontem .
Isto faz a diferença entre um partido que vive com naturalidade a vida democrática e um partido democrático, o PSD, mas em perigosa deriva anti-democrática sob a direcção dum "parvenue" que não tem manifestamente condições para as funções em que foi investido e que que tem vindo a dar excessivas provas da sua incapacidade de aceitar vozes discordantes.
2004-10-16
Um orçamento...de fraldas
E o senhor Ministro Paulo Portas ficou tão entusiasmado com este golpe de asa do senhor ministro das Finanças que foi logo a correr para Aveiro, contar aquela historiazinha. Temos um orçamento p'ró Avô e pr'ó bebé.
Mas o senhor ministro estava inspirado. Este é um orçamento especial para as famílias. Acreditem, não estou a dizer nada que não se tenha passado. Eu vi o senhor ministro na Tv a falar desta grande novidade.
Podemos assim ter fraldas ao pequeno almoço, ao almoço, ao jantar e à ceia, para compensar os aumentos de preços da gasolina quase todos os dias, o da electricidade que vem aí, o da água, o dos tranportes, o dos produtos alimenteres, o das rendas de casa e tudo o mais, muito acima do nosso aumento salarial.
Mas esta é uma medida "estruturante" enquadrada em...nada, uma medida avulso, daquelas só ao alcance dos génios.
2004-10-15
Diz que meteram baixa mas não meteram
É a Escola Básica Nº 1 de Odivelas, na Rua Espírito Santo Nº 14 (santos de casa não fazem milagres!!) Fui lá. Li os cartazes de A4 e, para espanto de um transeunte que me olhou como se olha para jornalista, tirei notas para cima do jornal que levava e assim trazer tudo direitinho para o blog.
Parece que o burburinho da (des)colocação de professores continua por esse país afora.
Será mesmo uma calamidade mais 4 anos de W.Bush?
Sobre o Iraque, independentemente do que Kerry pense sobre o assunto, nenhum se apiedou (tão religiosos e piedosos se afirmaram a propósito dos seus concidadãos!) daqueles povos martirizados do Iraque. Ninguém diz uma palavra sobre a brutal agressão por razões exclusivamente imperialistas e interesses sectoriais (companhias de petróleo, indústria do armamento, Pentágono) sobre os horrores a que submeteram a população que manifestamente não entrou nos seus cálculos defender.
Os "red neck" não querem saber disso. Vão todos votar no W. Bush. Informa-me um amigo meu "emigra" americano vários anos que culpa os "farmers" do interior, pescoço tisnado pelo sol, pela eventual reeleição de Bush.
Um amigo meu, cujo nome não exponho à execração pública no blog, não vê com maus olhos a reeleição de Bush. A sua tese é que Kerry sobre o Iraque também deixará muito a desejar e acabará por ter de servir, ainda que em menor grau e outras maneiras, os apetites imperiais dos autores da agressão acabando por atrelar a Europa à ignomínia imperial. E assim Bush acabará por fracassar e enfraquecer a nova Roma.
Não sou desta opinião. Acho que mais quatro anos com os proto-fascistas dos neo- conservadores de Bush a comandar a hiperpotência americana será uma calamidade para todo o mundo. As notícias de que no Pentágono a obcessão são os jogos de guerra sobre "Nair" ( O Irão) e que a sua invasão é inevitável são um péssimo presságio. Ou mais do que isso. E Vocês que acham?
Agora até na "Zona Verde"
Ontem foram mortos 2 oficiais, 1 soldado e 4 civis norte-americanos. Morreu ainda um número indiscriminado de pessoas mas daquelas que não contam... para Bush e seus prosélitos de cá. Muitas mais pessoas (dessas, claro!) estão a preparar-se para morrer porque Iyad Allawi, o homem do Pentágono com funções de Primeiro Ministro interino do Iraque já avisou as gentes de Faluja que ou entregam Zarqawi e os seus homens ou então é inevitável uma operação de grande envergadura em que cirurgicamente, os libertadores arrasarão de forma equitativa quarteirões inteiros da cidade rebelde. Depois anunciam centenas de rebeldes e terroristas mortos. Dos 6 meses aos 80 anos de idade.
O que é novo é que 5 dos mortos que acima referi estavam abrigados na "Zona Verde" (antigo complexo residencial de Sadan agora complexo residencial blindado de americanos e companhia).
O país foi lançados no desespero, no caos e no terrorismo mas, alto lá, nem tudo é mau, ou pelo menos não era, até ontem, há coisas que funcionam, o bunquer da "Zona Verde" e os petróleos!
Isto de os americanos se terem preparado para o pós-invasão, exclusivamente para o petróleo, para mim é um verdadeiro mistério . É que num debate, na rádio (TSF?) entre Miguel Sousa Tavares e Pacheco Pereira, semanas antes da invasão, este sustentava, face à insistente e provocatória interrogação do primeiro que os EUA não iriam lá por interesse!
Mas desde quando alguém se orienta pelo PP, perguntar-me-ão! Ora há alguma gente que se orienta e eu próprio ouço-o e lei-o com atenção. E muitas vezes com agrado. Não ia atender opiniões de Luís Delgado e outros, como diria Vital Moreira, ventrílocos do Pentágono ou do dueto Santana-Portas.
2004-10-14
Limpar a nódoa é cada vez mais urgente
"Este governo não cairá porque não é um edifício, sairá com benzina porque é uma nódoa."
Eça de Queirós
No caso presente, como a nódoa é muito grande, devíamos abrir uma subscrição para arranjar fundos para comprarmos um bidão grande de benzina a oferecer ao Presidente da República, para ver se ele limpa rapidamente a nódoa.
2004-10-13
Miguel Sousa Tavares afinal fica.
MST fica a saber que tem toda a liberdade para dizer o que quiser, como aliás Marcelo já tinha, mas que se pisar o risco, as garantias de Moniz valem pouco e as de Pais do Amaral vamos a ver. Ficará MST, mesmo contra vontade, mesmo contra o seu modo de ser, apesar do seu apego à liberdade, instintivamente condicionado a avaliar em cada frase se Santana e Pais do Amaral a aguentam?
Entretanto MST revela que das conversas com aqueles senhores "conseguiu confirmar que de facto existiram pressões governamentais para Marcelo deixar o comentário dominical" Ver Público de hoje [aqui].
Está com certeza a referir-se a outras pressões que não aquelas que o "Ministro" Rui Gomes da Silva anunciou brutalmente à comunicação social. Porque a essas pressões todo a gente assistiu.
Santana Alérgico a Liberdade de Expressão
As pressões bem sucedidas de PSL para calar Marcelo não são um caso isolado. Santana, activista da extrema direita na sua juventude é useiro e vezeiro em tentar calar pela força os seus críticos.
António Dias Ferreira, comentador desportivo acusou anteontem Santanas Lopes, (Público de hoje) quando era presidente do Sporting, em 1975, de ter pressionado a RTP para o afastar do programa Jogo Falado porque não aguentava bem as críticas que ele lhe fazia. O coordenador do programa, no entanto, veio dizer como Pais do Amaral, que não sentiu as pressões de PSL.
O Sr. Santana Lopes, quando presidente da C M da Figueira da Foz, perseguiu António Tavares director do jornal Linha do Oeste e ia arruinando o jornal com o corte de relações da Câmara Municipal com o Jornal proibindo-lhe os anúncios institucionais, cortando-lhe a informação, afastando a publicidade de privados temerosos do poder local, suposta tentativa de controle accionista do jornal por um amigo de Santana, José Braga Gonçalves, da Universidade Moderna, presentemente preso. Toda esta sanha persecutória por causa de um editorial em que a se criticava a Câmara.
"Se ele não suporta a crítica de um pequeno jornal de província como é que ele vai suportar os críticos de comunicação nacionais" diz António Tavares. Público de hoje [aqui]
Santana Lopes chefe de um perigoso governo de opereta, apesar de alguns ministros que não merecem tal sorte, já deu muitas provas de que lhe está "na massa do sangue" a sua inconformidade com a convivência democrática e a liberdade de expressão. Santana é feito daquela massa com que se fazem os ditadores. Só não atingirá tal desiderato porque nem a nossa integração na UE nem provavelmente hoje os Portugueses o permitiriam. Além do Presidente da República! Claro.
Cluster Automóvel em Risco?
Não sou eu, mas o Secretário Regional para a Indústria e Inovação da Junta da Galiza quem de viva voz o diz.
Os factos. Em 2002, o CEIIA - Centro para a Excelência e Inovação da Indústria Automóvel decidiu avançar com projectos estratégicos para impulsionar e consolidar o sector automóvel em Portugal. O projecto P3 da Pininfarina associado à criação do Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto (CEDP) sedeado no Porto constituiam as pedras basilares.
Os contactos com a Galiza intensificaram-se e o CTAG - Centro Tecnológico do Automóvel da Galiza (CTAG) decidiu associar-se com o CEIIA num projecto conjunto a apresentar ao progarama comunitário Interreg.
Acontece que os atrasos na concretização deste projecto pelo lado português são de tal ordem que estão a pôr em causa a concretização do projecto, em especial a criação do CEDP.
Ora, as regras comunitárias impõem o fim deste ano como prazo limite para a justificação de despesas do investimento, diz o Secretário Regional Galego que se mostra apreensivo com o não cumprimento. Caso isso aconteça, a Galiza também não pode beneficiar dos apoios dado o projecto ser conjunto. Resta dizer que em alguns empresários portugueses a apreensão e o desespero são também uma realidade.
As perdas. O sector português do automóvel perde talvez a sua última oportunidade de se tornar uma indústria robusta, de estender a sua cadeia de valor nomeadamente para montante do que existe, pois este projecto incide sobretudo na relação com os desenhadores. Mas não só. Outras oportunidades como o fecho de portas a novos investimentos e a novos clientes e ainda uma perda em termos de alta qualificação do trabalho, para além de prejudicar a articulação com Galiza, uma região avançada na área automóvel.
2004-10-12
Da Propaganda do 1ºM ao Antigo Egipto
O programa - percebia-se - queria pôr bem à frente dos nossos olhos que as conquistas da Mulher de nossos dias pela sua emancipação não passava de luta por direitos, poderes e igualdades perdidas vão mais de 3 mil anos.
Mais tarde, mas ainda na XVIII dinastia, outras rainhas esposas de faraós igualavam altos poderes de oferendar e conversar com os deuses. É o caso da bela Nefertiti imortalizada por imagens que ilustram ao longo de 3 milénios a antiga arte egípcia, a antiga arte grega ou a recente e ocidental arte europeia.
O faraó seu marido, Amenhotep IV, antecipou com ela, Nefertiti, mais de mil anos o monoteísmo que depois veio e nos vem governando, desde Cristo e Maomé, substituindo o culto de Amon e outros deuses pelo deus único Aton, "O Sol".
Deixaram Tebas e criaram, 380 km ao Norte, na margem oriental do Nilo, uma nova capital Akhetaton e que agora, em tempos de Al Corão e Irmãos Muçulmanos, burcas e escravidão feminina, se chama Tell el-Amarna.
O próprio faraó mudou o seu nome de Amenhotep IV para Akhetaton, o que então podia querer dizer "Glória de Aton".
A nova religião monoteísta representava uma vigorosa luta do faraó contra os crescentes e julgados excessivos poderes dos grandes sacerdotes de Amon. E Nefertiti, cujo nome, se aceitarmos uma duvidosa tradução abrasileirada (sem ofensa) quer dizer "A bela mulher chegou" e que se fosse eu a traduzir diria "Eis a Beleza feita Mulher", foi uma grande lutadora ao lado de Akhetaton.
Sete séculos depois os Núbios, gentes dos fundos do actual Sudão, onde fica o trágico Dafur de nossos dias, vieram por aí acima e governaram cem anos o Egipto. E as mulheres, ao que se julga saber, continuaram a enjeitar as subalternidades futuras e mantiveram-se fortes ao lado daqueles faraós de tez nubio-tropical.
Mais uma do Governo de PSL: o fim do programa POLIS
Após dois anos e meio a dizer que o Programa POLIS era excelente para melhorar a qualidade de vida nas cidades e para as suas populações e que, por isso, iria ser continuado, a maioria PSD/PP acabou com ele!
Claro que Arnault informou logo que a requalificação das cidades até aqui integradas no programa POLIS iria continuar, mas com um programa diferente, só que se esqueceu de dizer qual era. Provavelmente, foi porque PSL ainda a ver se o vislumbra nas estrelas!
Quanto mais tempo teremos que suportar este (des)Governo?
Outra vez as "Conversas em Família"
A "conversa" teve dois objectivos essenciais:
- primeiro, responder às críticas e alertas do Presidente da República, designadamente no que se refere à questão da liberdade de opinião (caso MRS) e à situação económica do País, apesar de tais críticas e alertas serem, muitas vezes, propositadamente confusas e ambíguas;
- segundo, criar uma visão ilusória de optimismo no plano económico, contrária à que vinha sendo transmitida por Bagão Félix, com vista a apoiar a candidatura do PSD /PP nas eleições regionais dos Açores.
Mas a realidade é, infelizmente, outra. Por isso PSL não falou em questões concretas, importantes e actuais como, por exemplo: o aumento que se continua a verificar no nível de desemprego; o facto do Tribunal de Justiça Europeu ter condenado Portugal por, à luz das Directivas Europeias, considerar que o Código do Trabalho recentemente aprovado era lesivo dos direitos dos trabalhadores; a trapalhada e incompetência do anterior e do actual Governo no que respeita à colocação dos professores, matéria que continua por resolver de forma satisfatória; ou o silenciamento de MRS e a alegada ligação deste silenciamento com a satisfação de interesses particulares ilegítimos.
O silenciamento de MRS
Embora reconheça grandes qualidades a MRS no que se refere à inteligência, cultura geral e política, capacidade de trabalho, poder de comunicação, etc. sempre achei, também, que as suas análises políticas são, muito frequentemente, tendenciosas, ideologicamente de direita, nuns casos, ou visando a defesa da política de direita, noutros casos. Mesmo quando ataca, por exemplo, PSL ou outro político de direita é porque acha que esse político não está a seguir uma orientação correcta do ponto de vista dos interesses ideológicos ou materiais da direita. E, dadas as suas inegáveis qualidades, consegue, para muita gente, fazer passar as suas análises políticas por isentas e objectivas.
No entanto, do meu ponto de vista, a questão importante no caso do silenciamento de MRS é precisamente esta: o silenciamento de MRS. Por outras palavras, a questão verdadeiramente relevante é o atentado grave, ilegítimo e injustificado ao exercício do direito de opinião, pelo facto dessa opinião ser considerada oposta aos interesses particulares de quem a silenciou.
Tudo o mais me parece relativamente pouco relevante: se MRS aproveitou a oportunidade para se vitimizar e se isso serve os seus interesses, quaisquer que eles sejam; se quer ser simpático à esquerda para arranjar apoios alargados numa eventual candidatura a Belém; se é apenas movido por qualquer incompatibilidade ou ódio de estimação a PSL; se o formato do programa televisivo não era o mais correcto, pouco importa face à repulsa que o atentado à liberdade de expressão nos deve merecer.
2004-10-09
MRS versus PSL (Previsão do 1º round)
Ao agendar para a próxima segunda-feira uma comunicação ao País, P. Santana Lopes (PSL) quer ver se consegue precipitar uma jogada de Marcelo Rebelo de Sousa (MRS). PSL tem dois trunfos importantes que poderá jogar se MRS não sair da toca do mutismo. Pode deixar rolar a cabeça do «desastrado» Gomes da Silva, puxando-lhe o tapete; e pode jurar, a pés juntos, que, para além das «pressões» públicas que ele (PSL) considera legítimas, nada mais houve.
Está claro que houve pressões, de vários tipos - o que, longe de ser novo, é corrente e geralmente admitido como parte integrante do métier - mas, na maior parte dos casos, não podem ser provadas. São das tais artes «tão peritas/que não podem sequer ser bem descritas», como dizia a Sofia de Mello Breyner. MRS virá, então, logo que considere ter o seu silêncio feito as devastações desejadas, (de preferência umas horas antes da comunicação de PSL), dizer que tomou aquela atitude porque achou graves as pressões públicas e privadas do Governo, apesar de não poder dar todas por provadas. Não se tratou de nada de específico entre a Media-Capital e ele (há laços de «amizade» e de «parentesco» que o ligam a Paes do Amaral), porém aquilo que se viu e se soube, foi de molde a impôr-lhe um procedimento de excepção. Apontará o ambiente criado pelo Governo como indício ameaçador da «Liberdade de Expressão», mais do que nomes e factos concretos.
O Paladino das liberdades prosseguirá, comentando e preparando-se para a próxima refrega.
O Governo terá de pagar (e bem) uma factura pesada.
Entretanto, a «oposição» mais radical continuará (compreensivelmente) a vir de «dentro» do PSD.
O primeiro «round», ao soar do gongue, terá muitas gentes à volta, insatisfeitas com os «esclarecimentos» dos contendores e, a varrê-lo olimpicamente com um olhar ameaçador mas institucionalmente contido, Jorge Sampaio.
Aqui, no PUXA-PALAVRA, continuaremos, comovidamente, a achar que quem se põe a pau com o angélico MRS está apenas possuído por um ódio cego e abstruso contra a direita e os seus protagonistas. Donde, entre uma visão sectária (contra a direita) e um gesto solidário com todas as vítimas da censura à liberdade de expressão, eu vou pela adivinhação, oooops, perdão, - pelo método dos cenários...
2004-10-08
Candidaturas à Direita. O leque estreita-se.
A posição de Rui Gomes da Silva envolve a responsabilidade do Governo porque de um ministro político se trata.
É de nos questionarmos sobre a teia que este governo está a urdir. A parceria PSL/Portas funciona bem, com uma influência determinante do segundo. A linha mais social-democrata do PSD está em grande perda, correndo o risco de ser corrida da "matriz partidária" e na forja avança uma aliança/fusão (?) claramente de direita, sob o manto de uma demagogia de medidas enganadoras. Que formas poderá tomar, é cedo, mas no terreno já está em marcha.
A informação existente mostra até que esta posição de Rui Gomes da Silva foi bem planeada e já ensaiada em diferentes campos por outros dirigentes e como não teve a devida resposta, o terreno apresentava-se adubado para a sementeira.
A potencial candidatura de Marcelo, essa, depois de todo este caso e do que ainda virá aí, pois falta clarificar muita coisa, também terá de remover muitos escolhos.
Não será de pensar que a actual força no poder aposta mesmo em Santana? Não terá sido montada toda esta trama exactamente para começar a abrir caminho?
Marcelo nos "espaços"
Uma mensagem para o Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa:
em coerência com a luta que eu e outros travamos antes do 25 de Abril contra episódios deste género, tem o Senhor Professor Doutor, se o Dr. Balsemão não lhe tiver já escancarado as portas da SIC, o meu modesto espaço de blog (leia-se no Causa Nossa - espaço Ana Gomes) à sua disposição. Mesmo, ou sobretudo, quando entenda criticar-me, como já sucedeu.
Com o maior carinho e admiração.
Li, reli esta declaração assinada pela Deputada Ana Gomes e senti um certo calafrio. Algo que me incomodava. Mas, meu Deus, estou a sentir-me um pouco mal. Remoia, remoia cá por dentro e não econtrava razões para este meu mal estar. À defesa decidi ir tomar uma pastilhinhas. Nada, nada, mesmo nada e assim passei uma noite algo enrolada.
Até que hoje ao ler o Inimigo Público uma luz começava a desenhar-se lá muito ao fundo do túnel que não o do Marquês porque esse é o de Santana (mas no de Marcelo) e então percebi (afinal não era o bloco central em marcha) mas uma aliança de Ana com o IP; ambos a pôr o espaço aos pés de Marcelo.
2004-10-07
ESTILOS (III)
Atrás de onda, onda vem. O mar, ninguém o detém.
Carlos Carvalhas anuncia que não permanecerá no cargo. Fará isso supor que se, pelo contrário, quisesse ficar, o deixavam? Talvez. Desde que ficasse como esteve. Poderia ele continuar como esteve? Parece que já não o deixavam... O que é isto? A espuma dos dias. O que traz a maré? Um baú fechado em meados do século passado, guardado por uma fracção tanto mais poderosa quanto mais reduzida em número, em influência social, política, e em novas perspectivas. O que explica a força do PCP, para além do lastro histórico inigualável, é o carácter embrionário do BE e a aversão do PS à crítica do capitalismo tal como o seu mal disfarçado desprezo pelas causas dos excluídos, dos que vão ficando sem voz nem quaisquer outros recursos. Os excluídos tendem a não se entusiasmar (demasiado) com os «choques tecnológicos» e, é claro, não são susceptíveis de «arrastar o centro».
Por debaixo da espuma dos dias, há sempre a força das marés.
Novas fronteiras
2004-10-06
Fumo Branco no PCP?
Acho que Jerónimo de Sousa é a boa escolha. E já não era sem tempo. É uma escolha clarificadora. Carvalhas só servia para branquear, confundir e empatar.
O momento eleitoral para revelação de um acontecimento tão grave como é sempre a substituição de um secretário-geral no PCP, como bem disse Manuel Correia no post que antecede este, é prova de malquerença e guerreia entre os membros do corpo eleitoral pêcêpista, os membros do Secretariado do Comité Central em primeiro lugar, os membros da Comissão Política em segundo lugar. Em caso de ausência de consenso o corpo eleitoral alargar-se-á ao Comité Central. De contrário este apenas ratificará e os delegados, em congresso, aclamarão com entusiasmo.
A escolha de Jerónimo de Sousa, a confirmar-se, devolverá, o PCP à direcção de um operário. Desde a morte de Bento Gonçalves, em 1942, no campo de concentração do Tarrafal, em Cabo Verde, que o PCP andava a ser dirigido por intelectuais: Álvaro Cunhal, Júlio Fogaça enquanto Cunhal esteve preso, entre 1949 e 1960, de novo Cunhal após a fuga do Forte de Peniche em Janeiro daquele ano e depois por Carvalhas.
ESTILOS (II)
Edvard Munch - O Grito (Quadro roubado)
1. Carlos Carvalhas decidiu anunciar que não continuará a ser Secretário geral do PCP depois do próximo congresso, a realizar já em Novembro. «Amigos» e adversários vieram testemunhar, através dos media, o «apreço», o «respeito», a «admiração» que nutriam por ele. Tudo aceitável e admiravelmente bem integrado na liturgia política nacional. Porém, como de costume, ficou algo inexplicado. Quem aconselharia um dirigente político a anunciar o abandono de um cargo em plena campanha eleitoral? Ninguém? Acharão os comunistas que uma mensagem desta ordem ajuda à campanha das regionais? O mistério prosseguirá provavelmente, e a opacidade continuará, não apenas a propiciar, mas a encorajar toda a espécie de especulações que por aqueles lados parecem continuar a substituir a discussão política. Estranhas formas de reforçar a esquerda!
2. Marcelo Rebelo de Sousa anunciou que vai abandonar o comentário dominical na TVI. Sobre o modelo do programa (colado e confundido com as notícias) e o formato (charla individual não contraditada) correram rios de tinta e de bytes, chamando a atenção para o despautério ideológico. Muitos limitaram-se a assobiar para o ar, alegando que a qualidade da análise do Professor contrabalançava os inconvenientes apontados ao modelo e ao formato. O costume.
Mas agora, o Governo PPD/PSD-CDS/PP, após alguns arrufos que vieram crescendo nos dois últimos meses, arreeou a bronca. O ministro Gomes da Silva meteu o carrão, ameaçando recorrer à Alta Autoridade para a Comunicação Social. O Conselho de Administração da Media Capital, proprietária da TVI, foi sensível ao pungente ministerial queixume. Após reunião com Marcelo, o assunto ficou resolvido. Marcelo afasta-se.
Entre a liberdade de expressão e a distância que a gestão financeira das empresas de comunicação social respeitam em relação às respectivas direcções redactoriais (passando por cima dos Conselhos de Redacção) está tudo nos manuais marxistas. Governo, sistema financeiro e actores políticos dão-se as mãos para tentar fazer a demonstração que está tudo à venda, muito pior do que a caricatura que os radicais de esquerda costumavam fazer.
É «O Grito» roubado.
Não há dúvida. Como recordava há uns anos atrás um velho dirigente comunista, às vezes, Deus escreve direito por linhas tortas.
Marcelo Rebelo de Sousa, um despedimento de luxo da TVI ?
Este governo não perdoa e actua. Parece que se está a entrar numa deriva à italiana. Os Berlusconis cá do bairro estão a assenhorear-se do poder por todos os meios e isto antes da central de informações estar em funcionamento. O que não será depois?
(Re) voltando às SCUTs...
Já aqui escrevi que sou defensor do princípio do utilizador/pagador nesta matéria específica, o que já me rendeu até o epíteto de liberal da parte de para quem o Estado é tudo. Bem ou mal gerido, bem ou mal assente em princípios estruturantes, de um modelo de sociedade.
Para mim, o princípio do utilizador/pagador não é um princípio universal. Também já aqui o disse. Por exemplo, na saúde, são outros os princípios orientadores que devem enquadrar o SNS, embora para muita gente (certamente menos liberal do que eu !!!)este princípio apenas não deve ser aplicado porque há grande fuga aos impostos. Para mim, acentuo, essa não é a base de rejeição deste princípio no SNS.
Deixando o campo de princípios, penso que mais uma vez o governo de Pedro Santana Lopes decidiu sem trabalho de casa, a sério, e global. E vejamos. As explicações vão sucedendo, a conta gotas, consoante as contestações, incluindo as do PSD.
E já agora quero perguntar: é só o poder de compra das regiões que interessa?
E a competitividade de uma região nacional, tipo Algarve, face às regiões de Espanha?
E as vias alternativas para o cidadão nacional?
E por fim porque não foram ouvidas as opiniões nem concertadas as decisões com os governos das regiões da Madeira e dos Açores que rejeitam liminarmente as portagens nas SCUTs? Estamos como na China: um Regime dois sistemas?
A sensação é a de que tudo se desnrola muito sobre o joelho.
2004-10-05
O Reitor da UN. Católica e o Pecado da Noite
Não gostaria e, certamente muitos mais como eu, de regressar a uma política de educação e a um tempo tendencialmente de proibições quando me parece que o que está em causa é um desafio bem mais educativo: o de passar a mensagem e a construção de uma sociedade de responsabilização das pessoas e de cada pessoa individualmente. A uma jovem ou a um jovem de 17/18 anos outra coisa não é possível do que se lhe exigir que passem a assumir os seus comportamentos.
Não estará o Senhor reitor a desviar a sua análise de causas bem mais profundas a que urge responder social e políticamente?
Não encontrei nenhum estudo que aponte para o convívio nocturno o insucesso, mas tenho encontrado muitos em que se referem a deficiente preparação anterior, a desmotivação ou desilusão pelo curso, o ambiente social e familiar, a falta de perspectivas de futuro.
A um investigador impôe-se uma certa fundamentação científica das opiniões e parece não estar provado que os alunos que saem à noite são bem menos sucedidos que os outros.
Mas ainda bem que há liberdade de opinião, mas para um Reitor e da Católica o espaço não é de concorrência.
ESTILOS (I)
João Paulo Teixeira respondeu bem à pergunta que deixei ao Raimundo Narciso, depois dele ter assinado o post «PS Pioneiro». Se foi coincidência, melhor. Prova que a blogosfera é propiciadora de verdadeiros e falsos cruzamentos dialogais. Mas o comentador faz algo que o enobrece face ao novo SG do PS: responde; dá trela; mostra-se disponível.
Obrigado João Paulo Teixeira. Apesar de dizer que
«Em comunicação, existe uma coisa que se chama "declaração". Não há mal nenhum. Há-de haver muitas ocasiões para o lider do PS falar.»
Sempre convirá que o estilo autoritário a que alguns tribunos nos habituaram - do género «falo ao público quando quero; respondo quando me dá na gana!» - não quadra lá muito bem com o dever cívico e democrático dos homens que assumem, de livre vontade, cargos públicos e que, por isso, deveriam estar «sempre» disponíveis para esclarecer a populaça, quer através dos jornalistas, quer de outros modos.
Quanto ao risco das gaffes, sempre lhe digo: se o político for de dá-las, dá-as sempre, mesmo falando pouco.
Cordialmente.
2004-10-02
Privilégios para os mesmos...os Deputados
Este choque/indignação assenta em quê?
Não estou contra uma política de abertura de creches.
Exactamente estou chocado porque não existe essa política e, no entanto, os privilégios continuam a privilegiar os mesmos, os senhores deputados. e a imprensa sem qualquer comentário ainda se dá ao luxo de informar que a creche vai ter um horário flexível, dado o regime de funcionamento da AR. Tudo bem. Mas quero ser poupado. Estarei só neste desabafo?
O Programa Ídolos...na SIC
Era preciso um programa de natureza política como este. É pena, porque aí a volta a dar é de 360. Tudo o que alerta para o novo, acompanhando a evolução e os comportamento, precisa-se.
2004-10-01
Humor...à sexta.
Hoje, mais um número "impecável", de que não resisto transcrever alguns títulos. Não sei se isto é canónico, mas só os títulos chegam para levantar o nosso humor.
Um, pouco canónico:
IGREJA DIZ QUE COLOCAÇÃO MANUAL DE PROFESSORES É PECADO.
Vamos aos melhores (a selecção é pessoal):
-FURACÃO "CELESTE" FAZ EVACUAR A CAIXA
-CELESTE CARDONA JÁ IMPORTOU PARA A CGD A ÚNICA MEDIDA QUE COLOCOU EM PRÁTICA NAS PRISÕES: O BALDE HIGIÉNICO
-SISTEMA INFORMÁTICO COLOCOU CARDONA NA CAIXA SEM ERROS
-SISTEMA INFORMÁTICO DO GOVERNO FUNCIONA PERFEITAMENTE. conseguiu nomear milhares de boys e mesmo Celeste Cardona
-JOÃO SOARES VOLTA PARA CASA DOS PAIS
-ALEGRE CANDIDATO NO IRAQUE "Homem sem medo" já tem apoio de Donald Rumsfeld
-SÓCRATES FAZ PS MUDAR DE COR
-"EU TAMBÉM PODIA TER PAGO METADE DO IRS", "Entrevista" ao presidente Jorge
Sampaio
- NOBRE GUEDES QUER DEMOLIR A SUA CASA NA ARRÁBIDA se não mandarem demolir as dos vizinhos, é ele que sai.
-técnico informático condecorado no 10 de junho