2006-09-30
Mais muros
Havia o de Berlim. Há o da Coreia e o do apartheid em Israel. Agora querem erguer outro.
Imprensa de referência (2)
The New York Times today.
O título da notícia -- In Many Public Schools, the Paddle Is No Relic (Em muitas escolas públicas a palmatória não é uma relíquia) -- exprime uma subtil decepção. Muitos já consideravam os castigos corporais um arcaísmo, uma negação mórbida do carácter humanista e libertador da pedagogia.
Em Everman, no Texas, há quem entenda a coisa diferentemente. O professor da foto, Anthony Price, ostenta desafiadoramente o instrumento de agressão, afirmando (de acordo com a legenda): “It’s had a huge effect” (Isto teve um efeito enorme).
É desconcertante o rumo que as técnicas de aprendizagem retomam naquele Estado. Terá George W. Bush sido educado daquela maneira?
É que a educação deixa sempre marcas indeléveis.
Imprensa de referência (1)
Capa do DN de hoje.
Reparem que, com a outra nova tendência de “ilustrar” as manchetes com “bonecos” que aparentemente não se lhe referem, a imagem de Nelly Furtado, com o braço esquerdo esticado para os “Negócios da Marinha...”, e o direito para a foto que ilustra a notícia sobre os incitamentos ao suicídio na Net, imiscui-se, de facto, na mancha de conjunto, despertando leituras alucinantes.
A manchete principal, acerca das finanças públicas carecia certamente de um contraste atraente e sedutor.
Nelly, num "hulla-upa" imaginário, entre o top e os jeans, diz que está cada vez mais sexi.
Era mesmo esta a informação que nos faltava...
2006-09-29
As leis (anti-) terroristas
Eu, aliás, estou totalmente de acordo com o combate aos terroristas e com estas novas leis. Não são simpáticas mas são necessárias. Temos de prescindir de um bocadinho das nossas liberdades para defendermos a nossa segurança. A coisa é esta: liberdade total ou um mínimo de segurança.
Bem, estar de acordo estava, até há bocado quando o meu vizinho Antunes, que tem a mania de levantar problemas, se virou para mim e disse: olhe lá e se esse tal tipo do telemóvel e óculos escuros for você ou o seu filho?
Fiquei estupefacto.
Não estou a falar do Governo de Sócrates. Estou a falar do Governo do "nosso" presidente W. Bush que conseguiu aprovar no Congresso dos EU, ontem, leis que permitem isto que acabei de descrever.
" Democratic opponents of the legislation said their political position was driven by a substantive determination that the bill, which creates rules for interrogating and trying terrorism suspects, is fundamentally flawed and a dangerous departure from founding American principles. (NYT)
“The only reason to worry about the politics of it is if you don’t understand it and don’t have the guts to stand up and defend your vote,” said Senator Christopher J. Dodd, Democrat of Connecticut, who is considering a presidential race.
...It was a stark change from four years ago, when Mr. Bush cornered Democrats into another defining pre-election vote on security issues — that one to give the president the authority to launch an attack against Iraq. At the time, many Democrats felt they had little choice politically but to side with Mr. Bush, and a majority of Senate Democrats backed him.
... “After four years, the price we are paying is clear for saying to a president and an administration that we would trust you,” said Senator John Kerry, Democrat of Massachusetts, whose own vote on the war haunted his 2004 presidential campaign.
...“I fear,” said Senator Hillary Rodham Clinton, Democrat of New York, who is up for re-election this year and who is a possible presidential candidate in 2008, “that there are those who place a strategy for winning elections ahead of a smart strategy for winning the war on terror.” ...
A OPA da PT
Sobre os remédios que o Eng. Paulo de Azevedo considera "muito amargos", nada de especial. A separação de redes não espantou: o espanto seria a sua não prescrição.
Qualquer que seja a versão definitiva, vão operar-se mudanças significativas. A interrogação fica como ontem vários jornalitas e comentadores se interrogavam, porquê só agora a AdC toma esta posição?
Agentes da CIA, do FBI
".....
Respectfully yours
Não está a par do TLEBS?
O quê!? não sabe qual é o valor anafórico do conector nem o que é uma catáfora? Então não está a acompanhar a TLEBS? Assim, como pode fazer boa figura aqui no Puxa Palavra? Vá já ao Ciberdúvidas ou então vá directamente ao Min aqui ou aqui Lembrei-me de o avisar porque vi o assunto tratado hoje no DN.
O novo Presidente do STJ
2006-09-28
O Cardeal despenaliza o aborto?
Lugares comuns
O mais habitual dos lugares comuns está ligado à actividade profissional: os portugueses trabalham todos nas obras e as portuguesas são todas porteiras. Várias vezes me perguntaram se trabalhava nas obras, à mãe dos meus filhos perguntaram se era "a porteira da creche", por sinal a pergunta veio de uma portuguesa que não imaginava que uma conterrânea pudesse ter os filhos numa creche cooperativa. Este lugar comum também funciona ao contrário, no ínicio da minha tese um colega dizia-me espantado com o facto de um português ser investigador: "mas tu vives em França desde criança, não é?".
Outro lugar comum tem a ver com o físico: caricaturando um pouco, somos todos pequenos, morenos com bigodee os pelos a sair da camisa aberta, as portuguesas também têm fama de ter muitos pelos nas pernas.
No que respeita à lingua, falamos todos uma espécie de espanhol com muitos "ch", e temos apelidos enormes recheados de particulas "y" e "de".
Notícias avulsas de França
Jospin abandona: Após cerca de um mês de suspense Lionel Jospin decidiu não ser candidato à investidura do PS para as presidenciais de 2007. Do meu ponto de vista fez bem, não tinha muitas hipóteses e é muitos dos eleitores de esquerda não esquecem a desastrosa campanha de 2002. O caminho está livre para Ségolène Royal a quem as sondagens dão 52% na segunda volta. Tenho pena que a candidatura de esquerda que mais hipóteses tem de ganhar seja protagonizada por uma personagem com ideias claramente conservadoras em aspectos tão importantes como a educação.
Probo Koala impedido de sair da Estónia: o petroleiro que descarregou resíduos tóxicos em Abidjan provocando a morte de 9 pessoas e vários milhares de feridos foi finalmente confiscado pelas autoridades da Estónia; ao que tudo indica o que restava ainda da carga foi despejado no mar Báltico. Dois dirigentes franceses da empresa Trafigura que era proprietária da carga estão presos na Costa do Marfim. Vale a pena lerem as explicações da empresa, foram descarregar os resíduos a Abidjan pois em Roterdão era muito caro e segundo eles em Abidjan havia todas as condições de segurança.
2006-09-27
Os verdadeiros problemas económicos do País
Competitividade em Portugal baixa
Portugal no relatório de 2005 foi classificado em 31º lugar. No relatório ontem divulgado (2006) baixa para 34º. Não pontuou menos, mas outros países melhoraram e tomaram a dianteira.
Do mau desempenho do sector público todos ouvimos falar, conhecemos uns mais outros menos, inclusive não há empresário ou gestor que se preze que não diga mal publicamente e tem razão.
"O que é a "falência" da Segurança Social?"
2006-09-26
Yuppies do Beato
Votem na boa
Lula continua em alta apesar do orgia "mensalona" em que o PT e os seus próximos têm andado mergulhados.
Contudo como no bolso das camadas médias e populares tem caído ums migalhas do bom andamento da economia os respectivos eleitores fingem acreditar que Lula não sabia de nada.
O "curral" do dr. Jardim
A perturbação e um grande desnorte atormentam-no. E, assim, barafusta, ameaça tudo e todos, diz que nunca vai cumprir a nova lei das Finanças regionais, naquela sua linguagem de elevada "educação e civilidade" que todos conhecemos.
Demissão, uma saída airosa do "curral"?
2006-09-25
Invasão do Iraque negociada com Teerão
Dimitri Chostakovitch
O dr. Jardim é um pândego...
Lá pelas hostes do Governo Regional da Madeira anda um desnorte completo.
Jardim anda atormentado. Até consta que não dorme, certamente pensando que "os viciados" que formou vão agora bater-lhe à porta.
Mas ele é um pândego. Ainda está na "luta pela desinformação" e agora criou um instrumento de arremesso todo poderoso. Veio trazer à civilização ocidental um novo conceito de PIB, certamente para constar nos manuais. Até consta lá por Nova York que o Bush não desdenharia o devido apoio, não fossem os seus serviços técnicos e os da ONU lá sedeados.
É uma coisa que uns certos senhores inventaram para nos lixar a cabeça.
2006-09-23
Pior?, ...seria muito difícil!
"Obrigado por terem feito de mim uma lenda!"
Em vez de isolar os terroristas, Bush ofereceu-lhes campos de treino “real” de fácil acesso, uma destilaria global para o ódio e... a lenda de Bin Laden.
Pior?, ...seria muito difícil.
Mudança atrás de mudança
Pois, pois...
Mas nem tudo são más notícias.
Se o Congresso mudou de cidade, mesmo ainda antes de se efectivar, imaginem o rol de mudanças que se preparam...
Uma Verdade Inconveniente
Um pouco mais!
A classificação imposta (para “Maiores de 16”) faz pensar que a mudança de mentalidades não acompanha o “aquecimento global”.
Senhor Presidente ... não complique
Não pondere... não fale.... não complique o que já é complicado.
Tem muitos outros domínios para protagonismo. Deixe esta área erguer-se por si própria, bem precisa do ponto tão baixo em que se afundou. Deixe o novo procurador explicar-se no Parlamento por sua conta e risco. Não desequilibre até porque o próprio Ministério Público que queria um dos seus neste posto já anda na intriga.
Os crimes legais
Esta proeza, cometida por Sequeira Braga, presidente da dita empresa, no tempo de Santana Lopes, trata-se à face da lei vigente de um acto (consentido) legal.
Registe-se também que esta situação, segundo o Expresso, cria um grande mal estar na empresa.
Não sei se integrará o Compromisso Portugal, mas que já exerceu cargos importantes neste país já, tendo sido até Secretário de Estado.
Tendo este facto decorrido algum tempo atrás, porque só agora vem a público? Terá sido o aparecimento do SOL a empolgar o Expresso?
E já, agora, junto uma terceira, por que não procurem mais? Talvez prosseguindo esta démarche, por certos institutos e empresas públicas, encontrem mais casos. E não será que depois a Segurança social se ressente de tudo isto quando chega a altura das reformas?
Canaletto - Veneza, o Grande Canal
2006-09-22
Na saúde deste país...
Se a taxa moderadora, em termos conceptuais, tem por objectivo moderar o acesso das pessoas à saúde, ou seja, de uma forma prática fazer com que as pessoas não se apresentem aos serviços de saúde por dá cá aquela palha ou até sem palha nenhuma, como já assisti por mais que uma vez, gostaria de saber como se justifica pagar taxa moderadora quando alguém se apresenta a uma intervenção cirúrgica. Haverá algo aqui a moderar? Então senhor ministro, para falarmos a mesma linguagem, se isso está na forja como se diz, seja claro e ajuste o conceito. O poder é seu.
O triunfo da vulgaridade?
"Mas o único que verdadeiramente triunfa neste romance é o lugar comum, o cliché a vulgaridade." "Pude chegar a pensar, com as melhores intenções que ia ler uma espécie de comédia pois o 'assunto', imediatamente perceptível, parecia inclinar-se para o género e convocar até motivos clássicos do burlesco. Puro e benevolente engano. A narração leva-se a sério..."
Falava de banalidades e concluía com outras como se estivesse em profunda reflexão filosófica.
MS diz que uma plena compreensão do livro não exige mais preparação que a de "um finalista bem sucedido do primeiro ciclo do básico".
CompromissoPortugal?
Apito desdourado
Então gente que vivia (e vive) impunemente da burla ia agora demitir-se! Estão aí todos orgulhosos a rirem-se do pessoal, convencidos de que têm a Justiça sob controlo e de que são mais espertos do que nós. E têm quem os aplauda.
Pinto Monteiro, o novo Procurador Geral marca alguns pontos ...
Se antes da posse, não fosse o diabo tecê-las. (Estou a falar do diabo, diabo, e não do "diabo" celebrado pelo presidente da Venezuela há poucos dias na Assembleia geral da ONU, onde o Primeiro Ministro José Sócrates também falou, não de diabos nem de "diabinhos", que também os há, mas das parcerias UE-África que elogiou).
Espero dos partidos com representação parlamentar que agendem esta disponibilidade do procurador indigitado e que o Senhor procurador não vá à AR apenas dar uns esclarecimentos, mas dizer de sua justiça o que pensa do cargo que vai exercer e nos dê umas linhas enquadradoras de como pensa exercer as suas funções. Um discurso com conteúdo.
Ficam as expectativas.
2006-09-21
Excesso de honestidade
Porquê? Porque declarou ter mentido durante a campanha eleitoral ao ocultar um plano de austeridade "doloroso mas necessário".
É injusto. E prova que os húngaros estão atrasados em matéria eleitoral. Nós vamos mais adiantados. Sócrates nunca faria um disparate desses. E todos sabemos muito bem que apesar de ter dito o contrário (como lhe competia) ele sabia muito bem que ia aumentar os impostos. E Sócrates não só continua aí em sossego como em alta.
Já nos EUA, que vão muito mais adiantados que nós, há regras um pouco diferentes. Os candidatos (ou os eleitos) podem livremente mentir sobre questões políticas mas não, nunca! sobre a sua vida íntima. Que um presidente mande invadir o Iraque com base em mentiras, vá que não vá, agora que negue que andou "enrabichado" com uma secretária nos corredores da Sala Oval isso é que não! Isso é caso para impeachment.
Polémicas sobre a justiça
É mais que evidente que Sarkozy segue uma estratégia pré-eleitoral estando actualmente em fase de caça aos eleitores de extrema-direita (este episódio surge após um recrudescimento das expulsões de estrangeiros): o ataque aos juízes e a reivindicação de uma justiça mais repressiva é um dos temas preferidos de Le Pen.
Estas declarações deram origem a protestos da generalidade dos magistrados, seja da hierarquia judicial seja das organizações sindicais. Politicamente o primeiro ministro tenta acalmar a situação e a esquerda protesta veementemente. Pessoalmente penso que é cada vez mais necessário combater este tipo de estratégia eleitoral populista reafirmando os princípios de um estado de direito entre os quais a separação dos poderes e a presunçãode inocência.
Novo Blog
O novo procurador Pinto Monteiro
Este Homem (ou o próximo, os passados já não interessam) acede e ocupa um cargo da máxima importância, sem se saber minimamente nada acerca dele: nem o que pensa sobre a justiça, nem o que fez, nem se tem objectivos. É uma caixa negra.
Sobre a escolha de Pinto Monteiro certamente muito mais que meio mundo, neste país, já aderiu à dita, dadas as forças que intervieram na sua escolha.
Pelo que à falta de melhor, inclino-me para a tese de António José Teixeira. Pelo menos vá a AR e aí diga o que pensa da justiça e seu funcionamento.
Humor Negro?
A Educação na Suécia
Tópicos sobre a reforma de 1991, objectivos e resultados:
- Corte radical com o sistema centralizado passando a gestão do ensino, do primário ao liceu, para os poderes locais.
- Elevada capacidade da direcção da escola na contratação externa. Todos os professores aprenderam e sabem dominar o cash flow da sua escola.
- Progressão nas carreiras na base da avaliação. A idade deixou de ser uma referência para a atribuição salarial.
Objectivos
Resultados da reforma
2006-09-20
Um certo retrato da Função Pública
Na legenda, de cima para baixo, lê-se (mal) doutoramento, mestrado, licenciatura, bacharelato, cursos tecnológicos profissionais, 12º ano e por aí abaixo até "menos de 4 anos mde escolaridade".
Confusões matemáticas
Para mostrar a qualidade dos alunos que saem desta escola após o que corresponde ao nono ano de escolaridade português o director afirmou que: 78% dos alunos saídos desta escola têm notas superiores à média da classe do décimo ano em que se integram. Esta afirmação é totalmente vazia de conteúdo: seria interessante saber qual a percentagem de alunos que se situam acima da mediana da classe, mas a comparação com a média é totalmente inútil. Para ilustrar o que digo basta saber que é fácil construir uma distribuição de notas de uma turma para a qual 78% (ou uma outra percentagem qualquer) dos alunos têm uma nota superior à média.
Fiquei sem perceber se a confusão é propositada (em geral a média de uma classe é inferior à mediana devido à presença de alunos muito fracos), ou se é apenas mais um sintoma da falta de cultura matemática.
Quantos são os funcionários públicos?
Base de dados Adm Pública | 1999 | 2006 | Variação % | Variação |
---|---|---|---|---|
Funcionários públicos | 708.159 | 737.774 | 4,18% | 29.615 |
Administração central | 566.548 | 568.384 | 0,32% | 1.836 |
Madeira e Açores | 33.084 | 38.918 | 17,63% | 5.834 |
Autarquias locais | 116.066 | 130.650 | 12,57% | 14.584 |
O esforço para a redução do número de funcionários não chegou às autarquias locais e menos ainda às Regiões Autónomas.
Segundo informação de António Peres Metelo à TSF, hoje, (cito de memória) a proporção de funcionários públicos em relação à população activa em Portugal anda pela média da UE e fica-se por cerca dos 13%. A diferença, que atrapalha a gestão das finanças públicas entre nós, é que em relação ao PIB nós gastamos com os vencimentos dos funcionáorios públicos cerca de 14% enquanto a UE fica-se pelos 11 e a Espanha pelos 10%.
Como se vê não há um problema de excesso, em abstracto, do número de funcionários públicos em Portugal. O problema há muito identificado mas nunca resolvido é o do seu sub-aproveitamento e consequente má resposta da Administração Pública. Há razões múltiplas. Má estrutura e organização dos serviços que deveriam ser paulatina e permanentemente reformados para responder a objectivos bem concretos. Negligência na formação profissional dos funcionários. Ausência de avaliação do desempenho. Incapacidade de alguns responderem aos desafios das novas tecnologias.
O Novo PGR
Não sei avaliar este desenlace: estamos num país peculiar, onde as pessoas são, quase sempre avaliadas, na base de regras algo estranhas, muito pouco pelo seu real valor. Acreditando no DN de hoje, este juiz - conselheiro terá chamado "autista" à política do governo para a justiça, no rubro da contestação dos juizes e magistrados, embora tendo condenado a ideia de greve.
Aguardar pelo tempo ...
A educação no PUXA
Era bom que continuasse, sobretudo focando algumas experiências estrangeiras tipo Suécia que mudou há cerca de 15 anos toda a estrutura de ensino, conteúdos, dependências, funções, inspecção, avaliações de professores e de alunos, condições salariais, condições pedagógicas, etc e parece que com algum sucesso. pelo menos a Suécia posiciona-se nas primeiras filas do Ranking mundial. Veremos se o novo governo não vai estragar esta reforma e sobretudo a sua dinâmica, embora tudo leve a crer que não irá por aí. Irá mais deter-se na política fiscal.
Fiquei apenas sem perceber as bases que, na sua opinião, devem enformar as carreiras.
2006-09-19
A Educação vista dos "Prós e Contras"(4)
A Educação vista dos "Prós e Contras"(3)
O plano é avaliar com as escolas se têm condições e meios para o assim chamado contrato de autonomia e desenvolvimento. Celebrado este, ao fim de um ano é feita a avaliação dos resultados. Já teve lugar com êxito a experiência piloto com 24 escolas e agrupamentos de escolas. "O plano é ampliar a experiência a mais 100 escolas até ao fim do ano e a 300 ou 400 no ano seguinte até chegar a todas em quatro anos.
A Educação vista dos "Prós e Contras"(2)
A Educação vista dos "Prós e Contras"(1)
Prós e Contras
Uma mão leva a outra.
Gostei do post do João Abel Freitas -- “Os prós e contras de ontem” -- exactamente por ter assumido o carácter fragmentário que as nossas opiniões e reflexões assumem perante o tempo que flui e os sentidos que nos podem escapar. No comentário que fiz ao seu post, disse que subscrevia muito do que escreveu a este respeito (praticamente tudo) e adiantei o que me pareceu quanto à última parte do debate -- a da discussão atabalhoada acerca das propostas do Governo em matéria de Estatuto da Carreira Docente -- apontando, igualmente, o consenso favorável aos princípios enunciados pela Ministra, que marcou o programa, sendo certo que, aqui e ali, originou alguns exageros voluntaristas, já que Fátima Campos Ferreira formulou pessimamente algumas das suas perguntas.
Assim, resta-me acrescentar uma anotação acerca da moderadora do programa.
Fátima Campos Ferreira teve o mérito de animar um programa de grande audiência centrado num debate sobre temas de reputado interesse. Ganhou grande simpatia por ter emprestado, de início, uma moderação ágil, proporcionada (algo tímida, por vezes) e respeitadora dos espaços de liberdade dos debatentes. Lamentavelmente, está a perder as características de partida. Responde pelos convidados, corta abruptamente a palavra a quem não pôde completar raciocínios, opina desconchavadamente e escorrega para o humor trôpego. Estou a lembrar-me daquela piada seca sobre a indumentária da Ministra "vestida de Pai Natal"…
A questão é a de saber se Fátima Campos Ferreira será capaz de retomar o estilo que lhe conferiu notoriedade e escapar à prosápia e à presunção que se avolumam ameaçadoramente…
Espero que consiga, para bem do Programa e da nossa pachorra.
Os prós e contras de ontem
Pelo demasiado tempo de antena, prós e contras é um programa de e para "resistentes" que precisam de uma prévia preparação física.
Ontem estava curioso para ver como a Ministra da Educação se saia do confronto, após o seu último desastre na AR mas também de TV.
Pela informação obtida não dei por perdido o meu tempo. Mas não resisti até ao fim. Não pelo sono mas por um livrinho que me esperava.
O "Partido da Ética"
Uma vez no poder deitou a ética para "trás das costas" e enfronhou-se em escândalos sucwssivos como o "mensalão", o escândalo das "sangessugas" ligado às ambulâncias e outros mais.
2006-09-18
Isabel do Carmo. Israel e a Palestina
"... 2. Relativamente a raças, racismo e racistas, considero, de acordo com as posições teóricas de geneticistas e epidemiologistas actuais, que não há raças humanas, há grupos étnicos que podem ter características, aliás superficiais comuns e comunidades com características culturais também comuns. A espécie humana, sobreviveu graças a cruzamentos sucessivos ...
"3...Anti-sionista é ser crítico da formação de uma pátria judaica constituída sobre território de outros povos. Anti-semita é ser contra os semitas...
"6. 0 sionismo, tal como foi sonhado pelo seu fundador, Herzl, no século XIX (Theodor Herzl, L’État des Juifs, 1989) não tinha a ver com o que é hoje. Como comunidade a instalar chegaram a ser postas as hipóteses da Argentina e de Moçambique.
"8. Finalmente, será que temos que escolher entre a cólera e a peste, teremos que ficar encurralados entre o imperialismo EUA/Israel e o regime teocrático do Irão? Será que ao criticarmos o Imperialismo militar e político e a globalização económica temos que cair nos braços de fundamentalismos medievais e do terrorismo? Recuso essa escolha. Há outro mundo, o que não faz títulos de jornais, outros islamismos, outros israelitas. E necessariamente outros projectos..."
Os professores e a Educação
Assim o Estado, Teixeira dos Santos e Maria de Lurdes Rodrigues "riem-se" com o seu êxito mas alguns milhares de profesores "choram" sem saber que fazer à vida, incluindo aquelas centenas (ou chegará aos milhares?) de professores do ensino superior desempregados - uma classe pária - que tinham um vínculo precário e não têm (inconstitucionalmente) nem direito a subsídio de desemprego.
Nota para os aficcionados: hoje às 22h 30m, na RTP, há Prós e Contras a ministra da Educação, com ela presente.
Faz hoje 25 anos...
Passados 25 anos cerca de 42% dos franceses ainda defendem o restabelecimento da pena capital; este é um dos assuntos onde a clivagem esquerda/direita é mais visível na sociedade francesa com 89% dos eleitores de extrema-direita (FN, MNR), 60% da direita (UMP), 30% dos socialistas e 29% dos comunistas favoráveis à pena de morte (ver o artigo do Nouvel Obs).
Para terminar deixo-vos uma citação do discurso de Badinter de 17 de Setembro de 1981 no parlamento quando do ínicio dos debates:
"Demain, grâce à vous, la justice française ne sera plus une justice qui tue. Demain, grâce à vous, il n'y aura plus pour notre honte commune, des exécutions furtives, à l'aube, sous le dais noir, dans les prisons françaises. Demain, les pages sanglantes de notre justice seront tournées. A cet instant, j'ai le sentiment d'assumer, au sens ancien, au sens noble, le plus noble qui soit, le mot de ministère c'est le service, j'ai le sentiment de l'assumer. Demain, c'est l'abolition.
Législateurs français, de tout mon coeur, je vous remercie."
O que parece bem resolvido (2)
«Bon... les valeurs républicaines, vous savez...»
Em vésperas de Campanha Eleitoral para a Presidência da República, os franceses parecem mais preocupados com o “emprego” do que com a “cultura” e, do mesmo passo, menos angustiados com a “investigação científica” do que com as “desigualdades sociais”. A SOFRES elencou as primeiras quinze questões que os inquiridos para uma sondagem conjunta da Pèlerin/France-Inter, em Julho passado, gostariam de ver abordadas na campanha que se aproxima.
O quadro de resultados está disponível aqui.
Não deixa de ser curioso que, mais de dois séculos transcorridos sobre a Revolução Moderna, que consagrou um projecto de carácter civilizacional assente no tríptico Liberdade, Igualdade e Fraternidade, os franceses ainda se preocupem tanto com as “desigualdades sociais”.
Parece ter havido algo que não ficou lá muito bem resolvido…
A direita vence na Suécia
Nos últimos 74 anos a esquerda social-democrata governou a Suécia durante 65 anos contra 9 pela direita. Eis um dos segredos da prosperidade e da paz social.
A gestão das escolas
É minha opinião (ainda que possa vir a mudar) de que a eleição dos conselhos executivos nas escolas Portuguesas é contra producente e geradora de enormes distorções no exercício do poder.
Actualmente baseio-me na observação que tenho realizado "in loco", em conversas com o Pedro Ferreira acerca da realidade Francesa e da minha própria vivencia no trabalho que realizo em empresas e para a função pública.
O que penso actualmente é:
- Os conselhos executivos, ou pelo menos o seu presidente deveriam ser nomeados.
- Deveria existir uma carreira de chefia, com remunerações e progressões próprias.
- Seria condição essencial formação especifica (com a respectiva avaliação) em gestão escolar, podendo a elas concorrer professores ou gestores.
- Com tais chefias, mais autonomia de gestão seria dada às escolas.
Numa primeira fase irei tentar perceber o que se passa nos outros países da CE, em seguida tentarei ler algo sobre o exercício do poder eleito ou nomeado.
Alguém tem sugestões ?
O que parece bem resolvido (1)
Porque é que será que os médicos são mais a favor e os enfermeiros e farmacêuticos mais contra o encerramento das maternidades?
2006-09-17
A "excepção" de Sernancelhe
Carnaval das Escolas de Sernancelhe (os miudos até já estão habituados...)
Os apoiantes incondicionais das políticas do ME, aboletados nos seus confortos citadinos e, sobretudo, ideológicos, sobrevivem bem com o mal dos outros. Enquanto louvam os “progressos” que conseguem divisar nas escolas dos seus filhos, minimizam o despautério de uma política que vira as costas ao interior, depois de os seus arautos terem prometido exactamente o contrário.
Vimos as meninas e os meninos de pratos e talheres nas mãos, a encaminharem-se para escolas sem refeitório, preparados para comer na mesma “carteira” onde estudam e assistem às aulas.
Sei que é lá para Sernancelhe... Sabem onde é? Sim. No distrito de Viseu. Aquela terra que
Não se incomodem. Não se inquietem. Continuem a fingir que tudo está a melhorar e que Sernancelhe é apenas uma excepção. Fecharam “apenas” 17 das 21 escolas que existiam.
Apoiemos, pois, o Ministério das Escolas que têm melhorado!
Ainda o acordo da Justiça
Ela é explicada no parágrafo final da crónica de Filipe Luís na visão desta semana.
Como não está online passo a transcrever:
"Ao contrário do que disse (José Sócrates), este acordo não lhe foi útil por lhe dar a possibilidade de cumprir o programa do Governo
Conclui-se assim que o acordo foi uma operação de marketing.
Nesse caso a não inclusão dos outros partidos foi falta dos criativos da agência de imagem ou uma estratégia pensada para não dar qualquer importância aos pequenos.
Finalmente, chegou o SOL
Dou o benefício da dúvida. Mas francamente estava à espera de bastante melhor. E não era difícil. O quadro da concorrência, o Expresso, (até desapareceu, oportunamente, o "Independente"- é de pensar, que coincidência!) só se safa pela mudança de formato, pois no conteúdo o plano inclinado continua.
Irei comprar o SOL mais uns dias, a ver se no Outono desponta melhor, pois esta amostra não vem acrescentar nada ao panorama. Não se percebeu o modelo.
2006-09-16
Pirataria - Excesso de linguagem
Não admito que quem copia software, música ou filmes seja apelidado de pirata.
É um excesso de linguagem inaceitável. Sei que é assim no mundo inteiro, mas a sua utilização generalizada não faz dela legitima.
A cópia de bens intangíveis protegidos por copywright é ilegal e a sua prática é um crime. Até melhor solução aceito-o.
Ao usar esta linguagem está-se a tentar transmitir a mensagem de que a cópia ilegal é éticamente comparável às acções dos piratas que roubam violentamente, matam e raptam.
Este termo não é aceitável sequer para quem copia para vender e ganhar dinheiro e no entanto...
...a grande maioria das cópias é claramente motivada pela vontade de utilizar ou partilhar bens culturais, seja ela movida pela ganância de não querer pagar ou porque de outra forma a eles não se poderia ter acesso. Desta forma parece-me óbvio que tais práticas estão MUITO distantes do que a palavra pirata quer dizer.
É assim como quando uma mulher encorna o marido e se diz imediatamente que ela é uma puta...mas em pior.
Política (6)
«Tu aí! Porquê um pacto com Kerenski?»
João Tunes, meu querido amigo e blogo-companheiro, lançou-me um “novo” repto no seu Água-Lisa(6). Sugestivamente, chamou ao seu estimulante post “Em busca do Kerenski perdido”, o que, na tunesiana idiossincrasia, tanto pode alvitrar um “em busca do tempo perdido” com proustinianas reverberações, como “em busca do elo perdido”, para recordar o filme de Régis Wargnier, “Man to Man” -- “O elo perdido”, na adaptação portuguesa do título -- que mereceu, pelo menos, um post aqui no PUXAPALAVRA e que João Tunes comentou e desenvolveu no seu Água Lisa de então.
Poderia eu, ainda, especular sobre a figura histórica de Kerenski, mas não acho apropriado, por ter sido Mário Soares quem assegurou publicamente, nos idos de 75, que não seria o lusitano émulo de tal senhor, e também porque não quero cometer a injustiça nem a deselegância de comparar qualquer deles a José Sócrates.
O que me sobra então?
Duas perguntas ingénuas que João Tunes sacou do seu bornal ideológico faiscante e contundente:
- Desde quando o marxismo-leninismo é compatível com negociações e contribuições para pactos celebrados entre partidos burgueses?
- Em que medida a revolução é compatível com as regras e limites da democracia representativa?
À primeira pergunta, respondo: desde sempre.
À segunda, parece-me adequado reconhecer que, se é a medida o que se busca, deve-se entender que é na “medida mais ampla” que se encontra a compatibilidade.
Por fim, atrevo-me a desconfiar do ajustamento das perguntas, tendo em consideração as respostas sérias que já tinha ensaiado nos meus posts “Política (1)”, "Política (2)" e “Política (3)”.
Será que excluir o PCP do Arco Parlamentar, por via das suas supostas fixações M-L, “revolucionária” e outras, torna o Pacto da Justiça mais democrático?
Ou estaremos a predispor-nos a fazer do PCP o “elo perdido” de um fresco histórico em que os anjos e os demónios seleccionam das suas histórias de família o que mais lhes apraz, tendo deixado, em absoluto, de se reconhecerem como mulheres e homens, cidadãs e cidadãos?
Anoto, para “memória futura”, que aparte o “elo perdido” (PCP), os restantes “pigmeus” (BE e CDS) não mereceram qualquer objecção doutrinária. Ora. quando falei do Arco Constitucional, não estava a particularizar. Incluí, até, sectores do próprio PS...
Em todo o caso, bom fim-de-semana e aquele abraço!
Política (5)
«Maomé, afinal, não era boa rês»
Valha-lhe Deus!
2006-09-15
Abordagem Livre
Dois elementos do PUXA a se entusiasmarem pelo seu artigo é mesmo de muito peso. Uma coincidência a comemorar?
Mas não fique a Fernanda Câncio muito "convencida". Acho oportuno (espero que nenhum colega de Blog me imite) referir agora que a sua colega de bancada, (não é da bancada central do Sr. Fernando Correia, pessoa que também aprecio), entenda-se é da página Contra os canhões, a Ana Sá Lopes, também faz um excelente artigo Um pacto para o aborto oportuno nesta rentrée. Leiam porque vale a pena olhar para a postura da direita que temos.
Portugal, o Estado "laico"...
Lido o artigo será que vale a pena mais palavras?
Tarde ...muito tarde mesmo
Uma decisão tardia que não se compreende nem se desculpa.
Foi necessário a Air Luxor incomodar muitos passageiros, a Guiné-Bissau e S. Tomé e Príncipe cancelar as licenças de voo, para que a entidade nacional que superintende na Aviação civil acordasse.
Melhor escola mas...viver na ausência dos pais
Portugal dos Apitos Dourados
"... Este acaba, aliás por ser o pior reflexo do Apito Dourado: a sensação de que debaixo do Portugal formal, sério e democrático continua a existir impunemente um outro Portugal sórdido, velhaco e corrupto."
"... o que disseram entre si, o modo como actuaram fará com que não possamops deixar de olhar para muitos destes árbitros e dirigentes como pessoas com as quais não nos queremos cruzar na rua ou na vida. O simples facto de não perceberem isto e de, em conformidade, não se demitirem depois do que as escutas revelaram mostra em toda a plenitude o seu carácter"
(O negrito é do Puxa Palavra.)
"A esquerda benzida"
Ai... tal está a moenga...
Isto é uma vez sem exemplo. E espero que não tenham esquecido a camisinha.
(Texto da casa. Imagem de Jumento com o aval de Água Lisa)
Muerte de Antoñito el Camborio
cerca del Guadalquivir.
Voces antiguas que cercan
voz de clavel varonil.
Les clavó sobre las botas
mordiscos de jabalí.
En la lucha daba saltos
jabonados de delfín.
Bañó con sangre enemiga
su corbata carmesí,
pero eran cuatro puñales
y tuvo que sucumbir.
Cuando las estrellas clavan
rejones al agua gris,
cuando los erales sueñan
verónicas de alhelí,
voces de muerte sonaron
cerca del Guadalquivir.
*
Antonio Torres Heredia,
Camborio de dura crin,
moreno de verde luna,
voz de clavel varonil:
¿Quién te ha quitado la vida
cerca del Guadalquivir?
Mis cuatro primos Heredias
hijos de Benamejí.
Lo que en otros no envidiaban,
ya lo envidiaban en mí.
Zapatos color corinto,
medallones de marfil,
y este cutis amasado
con aceituna y jazmín.
¡Ay Antoñito el Camborio
digno de una Emperatriz!
Acuérdate de la Virgen
porque te vas a morir.
¡Ay Federico García,
llama a la Guardia Civil!
Ya mi talle se ha quebrado
como caña de maíz.
*
Tres golpes de sangre tuvo
y se murió de perfil.
Viva moneda que nunca
se volverá a repetir.
Un ángel marchoso pone
su cabeza en un cojín.
Otros de rubor cansado,
encendieron un candil.
Y cuando los cuatro primos
llegan a Benamejí,
voces de muerte cesaron
cerca del Guadalquivir.
Romancero Gitano (1924-1927)
Federico Garcia Lorca (1998-1936)