2006-10-31
Fidel Castro e o filme prova de vida
O filme - dizem as televisões - foi feito e distribuído pelas autoridades de Havana para provar que Fidel está vivo, a recuperar bem e em breve voltará ao seu posto de "comandante em chefe".
Mas... mas ninguém me tira da cabeça que aquele filme é uma maldadezinha feita pelos emigrados de Miami.
Um dia de energia e da Energia
Barroso veio à conferência DN energia apresentar os traços que vão enformar essa estratégia. A jornalista e directora adjunta, Helena Garrido, no
dn.editorial equipara a possível estratégia europeia da energia a um novo euro.Penso que se continua a ver a Rússia sob um preconceito antigo, do tempo da guerra fria, com uma Europa receosa de desagradar aos EUA, mesmo quando estão em causa interesses fundamentais seus como este da energia.
Porque dá a Europa tanto relevo à eventual entrada da Turquia na União e não minimamente equaciona cenários de uma possível entrada da Rússia? A Turquia mais Europa ou um dedinho americano?
Orçamento do MOPTC em discussão na AR
Como retirar 60 mil camiões da estrada?"
O que ganhava o País com isso?
Álvaro Teixeira afirma na entrevista que Portugal é a sucata da Europa, pois há empresas a importar camiões com dezoito, dezanove e vinte anos.
Também todos sabemos que internamente o sector é o caos. Mau transporte e serviço qualidade/preço, desorganização empresarial, etc. O acesso à actividade é um atraso de vida. Sector fundamental em termos de ambiente e de consumo energético que precisa de mudar.
2006-10-30
Ás vezes a economia tem cheiro
Para quem não se lembra a Dow Chemical é proprietária da Union Carbide é a responsável pelo acidente de Bhopal (Índia) que em 3 de Dezembro de 1984 causou a morte de, pelo menos, 15 000 pessoas. As famílias das vítimas receberam entre 300 e 500 dólares de indemnização e a Dow Chemical nunca assumiu as responsabilidades do acidente nem despoluiu a fábrica que continua a causar danos ambientais. Sobre este assunto podem ver a história do interessante hoax dos yes man.
Será que os organizadores deste fórum ignoram a história da Dow Chemical? Ou será que a economia justifica tudo?
O quadro edílico do Governo com a banca
Quando a austeridade imposta pelo défice ameaça as emagrecidas bolsas dos Portugueses e o fisco se esmera na busca do último cêntimo taxável é quase comovente ver como o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, protege a banca cobrando-lhe
apenas 18% de IRC em vez dos 25% cobrado às outras empresas.Não menos enternecedor é "um despacho do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, João Amaral Tomás, a confirmar que a banca não vai pagar o IRS e IRC que deveria ter retido sobre juros pagos a investidores em obrigações emitidas através de sucursais exteriores. O Governo alega a "boa fé" do sistema bancário na interpretação da lei" e dá-lhe ainda mais um tempo para promoverem a fuga aos impostos desses seus clientes das ilhas Caimão e outros templos do branqueamento de capitais, até Dezembro de 2006." Com os bancos o fisco amolece. Derrete-se mesmo. Porque será?
2006-10-29
97,2 %
"O Congresso do Governo"
Em 2004, quando disputou a corrida à liderança com Manuel Alegre e João Soares, o actual secretário-geral obteve mais de 28 mil votos, sendo eleito com uma percentagem de 81%.
Esta situação unanimista pode empanturrar de safisfação o PS mas é bem paradigmática da insuficiente vitalidade dos partidos de poder.
2006-10-28
Manholas (5)
Ai a popularidade!
A leitura da sondagem da Marktest, publicada no DN de ontem, deixou-me particularmente apreensivo.
Parece ter chegado a hora em que o povo começou a perder popularidade junto dos governantes.
Manholas (4)
Branco no Vermelho
Contava-se, entre os curiosos do marketing e da publicidade de outros tempos, uma piada exemplar. Depois de uma expedição espacial soviética ter iniciado a ciclópica tarefa de pintar a lua de vermelho, a Casa Branca demorou a reagir. O Presidente Norte Americano estava enclausurado na Sala Oval em aceso aconselhamento. Por fim, graças a uma fuga “orientada”, o plano Norte Americano transpirou. Não havia nada a temer quanto aos valores ocidentais. A próxima missão da NASA já estava selada. Transportaria as toneladas de tinta branca necessárias para, em cima do vermelho, desenhar o logo da Coca Cola.
Edificante, - não é?
Quem poderia, então, resistir à tentação de aproveitar este “ingénuo” concurso em demanda do melhor português de sempre, sem lhe tentar colar em cima o seu logo?
Manholas (3)
Pedro Nunes
A Sociedade Portuguesa de Matemática apela ao voto em Pedro Nunes. Está no seu direito. Quem, melhor do que um matemático, poderia preencher os quesitos de melhor português de sempre? Alentejano, cosmógrafo, inventor do Nónio, professor da Universidade de Coimbra…
Querem melhor?
Vou ali e já venho!
Miguel Gaspar, crítico de televisão do DN, acha que não nos devemos inquietar demasiado. Desvaloriza o “concurso” [ver aqui] e alinha naquela lenga-lenga de não devermos levar-nos demasiado a sério…
Pois, pois…
A Sociedade Portuguesa de Matemática está de parabéns. Compreendeu o falso carácter lúdico da iniciativa da RTP1. Evita assim quaisquer incómodos com o século XX, em cujo intervalo temporal o Manholas fez a vida negra, perseguiu, expulsou, prendeu, torturou, exilou centenas de portugueses e portuguesas, matemáticos e não matemáticos. Deslocando-se para o século XVI (que é claro também não foi há tanto tempo como isso…) fica de bem com toda a gente. Afirma a gesta matemática, fazendo render o seu capital simbólico, e esquiva-se a discussões estéreis.
Entre a pretensa ludicidade da linha desdramatizadora, e a feroz militância da seita estado-novista, os matemáticos continuam, felizmente, a saber fazer contas.
Do mal, o menos.
2006-10-27
EMEL "braço armado" da vereadora
Teremos agora os polícias municipais nos excedentes?
Então gracejei. Temos agora também a polícia em terrenos EMEL. O Homem sorriu e replicou, é verdade .
O ambiente aquece
Este mês de Outubro não tem corrido de forma nada simpática para o governo que muito tem feito por o merecer.
E assim anuncia medidas, embora vagas, para levar a banca a pagar maior taxa efectiva de IRC. As reacções não se fizeram esperar. Os partidos de esquerda lamam por pouco e duvidam da promessa do Ministro, a associação de bancos vem dizer que o sector é dos mais regulados, etc, etc.
Na realidade, como ainda hoje é anunciado, os 4 maiores bancos privados obtiveram de lucros de Janeiro a Setembro 1,4 mil milhões de euros de lucros, equivalente a uma subida de lucros de 20% face a igual período do ano passado. Se sobre isto apenas incidir IRC à taxa de 17,3% sabe pouco face ao esforço exigido ao país no equilíbrio das contas públicas. Mas não vou na demagogia de que a mercearia do meu bairro paga 25%de IRC. É falso porque pouco ou nada paga. A seriedade é uma coisa que não abunda.
2006-10-26
Manholas (2)
Por isso, não deixa de ter uma certa graça que a minha vizinha do rés do chão sonhe esta noite com a Deuladeu Martins e um dos meus amigos de infância se procure convencer de que também há (haverá?) um astronauta português, misterioso e incógnito.
A coisa ganhou um novo semblante quando a bambochata mimetizadora dos “concursos lá de fora” se transformou num braço-de-ferro com a nostalgia estado-novista.
Não foi por omissão nem por remissão do maior ditador do nosso século XX que a coisa deu no que deu.
A explicação mais profunda para este revivalismo em torno do Manholas encontra-se no facto de, entre nós, haver, por demais, quem sossegue refasteladamente nas teorias da inevitabilidade disto e daquilo, da irreversibilidade das “conquistas de Abril”, pensando, suponho, que a história é uma coisa do passado.
Os fãs do Botas não esperavam outra coisa!
Manholas (1)
António Oliveira Salazar
Não se falou de outra coisa.
Por outro lado, os que costumam ser claros e fluentes, meteram os pés pelas mãos, numa atrapalhação inusitada. Joana Amaral Dias empertigou-se com Ricardo Araújo Pereira -- a despropósito, penso; Luis Reis Torgal, foi na jogada de Maria Elisa, e meteu a agulha para a abundância historiográfica acerca do Estado Novo; Eduardo Lourenço parecia acabado de sair da cama, entre o estremunhado e o distraído, enfim…
Lídia Jorge, perto do fim, ainda caracterizou esta busca insana de um grande lusitano como algo que releva do mito, não da história. Luis Reis Torgal deve ter sorrido interiormente.
De que modo poderiam os mitos fugir da história?
BREVES lá de fora
Iraque: o bom governo
Coitado. Teve de dar o dito por não dito.
Alberto Fernandez, director do gabinete de diplomacia para o Médio Oriente (EUA) teve de se retractar por ter dito duas verdades: que a política para o Iraque do seu país (pela foto e o nome percebe-se que é latino-americano) era "arrogante" e "estúpida".
"Num email enviado aos jornalistas explicou: «Não representa a minha opinião nem a do Departamento de Estado, pelo que peço desculpas»" (Público de 2006-10-24, pág 16)
Poderia dizer que estava bêbado ou algo assim para tudo se tornar menos comprometedor. Quer para ele quer para os patrões.
Estultícia e bom senso
2006-10-25
Aberrante
As pessoas, parecendo que não interrogam-se. Vão nas manifs e pensam com os seus botões: para além da luta pelo tostão que também queremos o que eles querem mesmo é a Coreia do Norte?
Que Ministro naïf !!!...
Um deus tem comandado este e os governos anteriores: o deus do défice orçamental. Deixem essa tarefa para o ministro Teixeira dos Santos que a faz muito bem e não precisa de ajudantes. É o seu papel.
Agora, vir afirmar que a electricidade terá menor subida em 2008 e 2009 é ser naïf pela negativa. Quais as bases internas e internacionais? É pensar pouco. Saber fazer marketing é uma arte. Depois da baralhada do défice das tarifas, não cai bem esta forma pouco credível de falar sobre as tarifas eléctricas futuras. Há quem fade demais.
2006-10-24
Exigência despropositada e o caos nas escolas
"A dignidade dos docentes não se abate"
O aborto em Portugal visto de lá (2)
Para ele e os leitores do Puxapalavra aqui fica agora o link do que afinal era o editorial do El País de 2006-10-21 cujo texto completo vale a pena ler e de que aqui fica mais um extracto.
"LA FRONTERA DEL ABORTO"
"... Aquel resultado [do 1º referendo] fue la consecuencia lógica del deseo de los líderes de los dos grandes partidos (el socialista Guterres y el socialdemócrata Rebelo de Sousa, ambos profundamente católicos), que prefirieron dejar la consulta en manos de los radicales: por un lado los partidarios del sí ("la mujer es dueña de su vientre"), por otro los del no ("el aborto es pecado mortal"). "... cuando apenas 1.000 de las 20.000 portuguesas que abortan cada año lo hacen de manera legal y segura. El resto recurre bien a clínicas privadas ilegales, bien a clínicas legales españolas, en el mejor de los casos; y en el peor, a métodos caseros, llenos de riesgos: 11.000 mujeres ingresan cada año en urgencias declarando haber sufrido abortos espontáneos para evitar ser perseguidas judicialmente. Desde 2002, 40 mujeres y profesionales de la salud han sido procesados por abortos ilegales. El primer ministro, el socialista José Sócrates, decidido a poner fin a esta situación anacrónica, ha abierto esta semana la campaña por el sí con un discurso prudente pero firme, más pragmático que ideológico, orientado a favorecer el consenso. La oposición del PSD ha votado a favor del referéndum, lo que también habla a favor de la sensatez de su líder, Marques Mendes. ..."
A EMEL polícia
Um presidente a endividar a Câmara, a mandar avançar obras sem as devidas licenças... uma vereadora a querer transformar os fiscais dos parquímetros da EMEL em polícias, etc. Apenas não expliccitou se quer os fiscais/polícias de arma ou sem arma. Já agora se a senhora vereadora pretende com arma, dê-lhes pelo menos um treinozito e não se engane na compra de armas. Parece que isso está a acontecer em outras "armas".
Claro, a EMEL polícia vai passar a desempenhar funções da Polícia Municipal, isto é, vai multar os cidadãos estacionados em domínios que não são da EMEL. Não se ficou a saber se os polícias municipais, sim aqueles de farda, entram agora em férias permanentes. E já agora para quando os vereadores/as polícias municipais?
2006-10-23
Por este andar...
Duas ideias centrais da comissão Baker: retirada por fases das tropas americana e convite ao Irão e à Síria (onde se diz que já há contactos entre norte-americanos e sunitas iaquianos da rebelião) para participarem no combate à violência.
Por este andar ainda vão pedir a Sadam Hussein para ajudar a restabelecer a ordem.
O espectro da derrota no Iraque
A guerra nas Telecomunicações
Desconheço as razões de tal causa. O parecer da Anacom sobre o projecto de decisão no tocante à OPA da Sonae sobre a PT foi enviado na última sexta feira. Segundo a imprensa, esse parecer é "mais rígido" que as condições da AdC.
Vamos esperar para ver. Mas não seria nada mau que a Anacom, no mínimo, se pronunciasse contra a fusão TMN/Optimus, pois não vemos como se cria concorrência aumentando o domínio de mercado pelo menos nesta área.Os nossos olhos não são os da AdC.
Incompetência, Indiferença ou Compadrio?
De formas variadas, consoante cada banco, seja por arredondamento, seja pela quantificação dos dias que usa por referência, segundo a Sefin, associação dos consumidores de serviços financeiros. Esta forma diferente de cálculo dos juros "dá" milhões de euros à banca.
Agora que esta situação veio a público e a Sefin está a mexer-se há um certo incómodo nos meios financeiros e até já se fala que o governo até pode actuar.
Atenção, segundo os cálculos da Sefin trata-se de milhões....
Os Portugueses vistos de lá
2006-10-22
O aborto e a discriminalização
A partir do momento da concepção | 48 |
---|---|
A partir do momento em que há actividade cerebral | 15 |
A partir do mom. em q há possibilidade de sobreviver fora da barriga da mãe | 8 |
A parttir do momento do nascimento | 8 |
Sem convicção formada sobre o assunto | 14 |
Não responde | 8 |
A questão central que para muitas pessoas determina a sua posição contra a despenalização da IVG é a ideia de que a vida humana começa com a fecundação do óvulo e que desde esse momento temos uma criança, quiçá um cidadão. Curiosamente uma parte dos mais radicais "pró vida", são muito sensíveis à vida do embrião indiferenciado até aos 10 ou 12 meses mas muito pouco sensíveis à vida dos milhares de homens e mulheres sacrificados em guerras injustas como a do Iraque, ou às injustiças sociais que matam milhões de pessoas à fome ou por falta de cuidados de saúde. O que a torna uma espécie de "talibãs à portuguesa".
2006-10-20
Ainda a trapalhada das tarifas
Nenhum cidadão consegue perceber o que esteve para acontecer com aquela enorme subida de preços,
nem percebe o porquê da intervenção do governo nesta subida de 6%, até porque se associam os altos resultados da EDP à subida de preços e daí facilmente se infere da não necessidade. A situação não é mesmo nada o que parece.Os cidadãos não podem adivinhar que a este país tem faltado uma política energética, que as medidas são tomadas de forma aleatória e avulso e que, por tudo isto, temos um sector energético em situação complexa, mas, apesar disso, com elevados lucros.
O Cardeal Patriarca e o aborto
Por duas vezes, pelo menos, referindo-se ao referendo sobre o aborto, disse que a igreja católica não iria envolver-se na campanha, afirmando que o aborto era uma questão de direitos humanos fundamentais e não uma questão religiosa. De outra vez, no Parlamento, a quando do lançamento de um livro, referiu que a melhor opção para os indecisos era a abstenção.
Interrogo-me sobre o que terá levado a esta mudança de postura. Será que os restantes membros da conferência episcopal o terão pressionado? Na realidade, após estas declarações, o porta voz da conferência veio dizer que o aborto era uma questão não só humana mas também religiosa.
Cardeal em minoria na Conferência Episcopal?
“Os católicos devem votar claramente no não. O aborto não é uma questão da mulher [será uma questão dos padres?] e não é uma questão da política" [é uma coisa da religião, ao contrário do que disse, mal informado, o Cardeal Patriarca?] e deixou excessivamente claro que na campanha que se aproxima sobre o referendo relativo ao "aborto" a Igreja, o púlpito e as homilias não deixarão de estar muito activas.
O Cardeal Patriarca, entretanto, fez questão de emitir novo comunicado em que pede ao clero que não entre directamente na campanha e que deixe essa tarefa para os leigos.
A situação na Igreja portuguesa faz lembrar a de um Governo que não tem maioria no Parlamento. Aquele quer aprovar uma coisa mas esta aprova outra. Divergências. Tal como previ aqui.
Nota: o mau funcionamento momentâneo do Blogger impediu-me de perceber que tinha sido editado o mesmo post duas vezes. E não me permitiu fazer de imediato pequenas emendas que agora fiz.
2006-10-19
A pseudo guerra de civilizações
Apesar de tudo o que para aí vai na "Rua Árabe" de Maomés para cá e Maomés para lá, (muito mais política que religião) estou convencido que, ali em cima, a esquerda vence a direita.
Mas temos que dar uma ajudinha. Não pode ser assim como fazemos no Iraque ou no Líbano.
Estilos de comunicação governamental
A GNR com um pé na "Idade Média"
Surrealismo na Economia
2006-10-18
Vitória dos operários da Johnson de Portalegre
2006-10-17
Em defesa da vida Pela IVG
Albino Aroso, médico, ex-secretário de Estado do PSD, este ano galardoado com o Prémio Nacional de Saúde [Link DN]
2006-10-16
Marçalo Grilo e a escola
Para que a guerra aberta entre Ministério da Educação e sindicatos dos professores (o que quer dizer uma grande parte destes) se perceba e sobre ela se possa ajuizar é necessário que ao menos uma vez se diga o que sempre deliberadamente se oculta - quer pela ministra quer pelos sindicatos - e torna toda esta confrontação ininteligível:
A rebaldaria da avaliação dos professores para inglês ver e que permitia que todos, bons e maus, com o correr do tempo, chegassem a "general" tinha de acabar. Mesmo que 50 ou 60% tenham condições para chegar ao topo da carreira faz sentido que haja um quadro limitado (30% ou o que for) de acordo com as funções e cargos necessários à escola e não mais, ainda que haja lugar a algum reconhecimento suplementar do mérito desses excedentários.
A ministra tem dialogado e tem tido a cooperação dos professores sobre quase tudo o que está em causa. Excepto numa coisa: dinheiro. E os sindicatos dos professores - esses sim parece que estão dispostos a sacrificar o ensino - acham que o critério único de diálogo é o que conduza à defesa do salário. Estão, ao defender o vencimento, no seu legal e genuíno papel, não devem é dizer que se trata de alhos quando afinal é de bugalhos.
2006-10-15
Condoleza Rice
Concentrei-me no firme propósito de avaliar sem preconceitos a mulher que ali se apresentava. Como se eu tivesse acabado de percorrer os 13 biliões de anos de luz desde a IOK-1, uma galáxia para lá de todas as galáxias, ignorasse o Iraque, Abu Grahib, Guantânamo, o roubo da 1ª eleição de W. Bush.
Natural do Sul viveu os anos negros do racismo, do opróbrio do apartheid norte-americano em Birmingham. Se no caminho tinha sede os pais, "como todos os pais para preservarem os filhos da humilhação" - explicava Condoleza - diziam-lhe que bebia quando chegasse a casa para não ter de ir beber à torneira reservada aos pretos. Condoleza Rice descendente de escravos, era amiga das 4 meninas assassinadas na Igreja Baptista que os racistas fizeram explodir para travar as suas corajosas lutas pela liberdade, para pôr os pretos no seu lugar.
Depois a entrevistadora confrontou-a com o Iraque e o resto. E pronto, assisti, cada vez mais triste mas sem surpresa à defesa de todas as mentiras. Que sim sabendo o que sabe hoje faria o mesmo. Mas da mesma maneira? "Bom não podemos reinventar o passado" etc.
Que caminhos percorreu aquela mulher para acabar como uma dirigente política das forças retrógradas herdeiras das que tudo fizeram para não se libertar da condição de "escrava"? Que a aterrorizaram em menina, a segregaram na juventude.
É pena que Condoleza Rice não tenha escolhido o campo da luta que libertou os seus pais e avós e a si própria e se tenha integrado no campo ideológico dos herdeiros da Ku Klux Klan.
OÁSIS POR UM DIA
A crise, como bem sabemos, por tão longa e tão escura (excepto para os que sempre enriquecem com as crises) onde nem ao fim do túnel se tem enxergado a mais tímida luzinha, atirou os Portugueses para um estado de amortalhada inanição.
O ministro não conseguindo salvar a Economia tentou, e bem, salvar os Portugueses. Deu-lhes um fôlego. Alto aí! Não desfaleçam!! A crise acabou!!!
Mostrando dominar bem a teoria dos oásis de um consagrado mestre em Economia, ofereceu grátis, no meio do deserto, um dia de oásis.
2006-10-14
Islândia
Decisão errada
É uma decisão errada que parece querer colocar a liberdade de expressão da França ao nível da falta de liberdade da Turquia que criminaliza quem afirme o genocídio dos arménios. É pôr a França a caminhar para a Turquia em vez de pôr a Turquia a caminhar para a França.
É uma medida oportunista para captar os votos da comunidade arménia residente em França e que não ajuda em nada a resolver o problema que é "convencer" a Turquia de que assim não tem entrada na UE.
2006-10-12
Correia de Campos na Grande Entrevista
A grande manifestação
2006-10-11
"59 segundos"
Vi o último programa e achei-o de alto nível. Jornalistas, políticos, uma figura de destaque convidada.
A informação num Estado de direito democrático
Muita gente não pensa assim, de facto, e age ou diz que age exactamente ao contrário, porque lá no intimo não assume viver num estado democrático.
2006-10-10
O discurso do Presidente
Continuo a pensar, como então disse, que Cavaco Silva não deveria ter discursado na tomada de posse de Pinto Monteiro. Mas Cavaco Silva adora "meter manteiga a mais no pão" e não perdeu a oportunidade.
A questão que se coloca é o da oportunidade política de falar em tal acto
. Ao Presidente compete apenas dar posse; a escolha de nomes não é da sua autoria mas do governo. E sendo assim não está a extravasar os limites das suas funções?2006-10-09
Finalmente Alguém diz "Basta"
Toda a imprensa, rádio e TV, tem vindo a realçar que José Sócrates, sem nunca falar da personalidade de todos nós conhecida, "pelas suas boas maneiras", alguém a quem o actual Presidente da AR, há anos atrás, chamou de Bokassa, aquele que chamou de "senhor Silva" ao actual PR, afinal é um fora de lei explicando porquê. E percebeu-se e a razão é mui simples. Há regras de endividamento no OE que não foram cumpridas e como há penalizações para tais situações Teixeira dos Santos aplicou-as. Muito simples. Só não se percebe porque razão o fora de lei é chamado à pedra só agora.
Coincidências...
Então não é que Cavaco Silva tem o mesmo tipo de penteado que Sócrates e agora Pinto Monteiro vem reforçar o grupo? Será que a moda vai pegar?
Um crime repugnante
Desavenças entre Escolas de Gestão de Lisboa atrasaram acordo com MIT
2006-10-08
Más Notícias ...
Todos reconhecemos que são precisas obras de manutenção, em qualquer obra, para se preservar aquele patamar de qualidade universal de que gostamos e temos direito.
E então, com sempre sucede, porque razão durante o período de obras teremos de pagar, nos troços respectivos, a portagem?
Mas se até vamos pagar portagem para os blocos operatórios!!!. Apenas nos resta o consolo à partida de uma réstea de esperança num serviço em qualidade.
2006-10-07
Mulheres vencem machismo
LA SANGRE DERRAMADA
Dile a la luna que venga,
que no quiero ver la sangre
de Ignacio sobre la arena.
¡Que no quiero verla!
La luna de par en par,
caballo de nubes quietas,
y la plaza gris del sueño
con sauces en las barreras
¡Que no quiero verla¡
Que mi recuerdo se quema.
¡Avisad a los jazmines
con su blancura pequeña!
¡Que no quiero verla!
La vaca del viejo mundo
pasaba su triste lengua
sobre un hocico de sangres
derramadas en la arena,
y los toros de Guisando,
casi muerte y casi piedra,
mugieron como dos siglos
hartos de pisar la tierra.
No.
¡Que no quiero verla!
Por las gradas sube Ignacio
con toda su muerte a cuestas.
Buscaba el amanecer,
y el amanecer no era.
Busca su perfil seguro,
y el sueño lo desorienta.
Buscaba su hermoso cuerpo
y encontró su sangre abierta.
¡No me digáis que la vea!
No quiero sentir el chorro
cada vez con menos fuerza;
ese chorro que ilumina
los tendidos y se vuelca
sobre la pana y el cuero
de muchedumbre sedienta.
¡Quién me grita que me asome!
¡No me digáis que la vea!
No se cerraron sus ojos
cuando vio los cuernos cerca,
pero las madres terriblesl
evantaron la cabeza.
Y a través de las ganaderías,
hubo un aire de voces secretas
que gritaban a toros celestes,
mayorales de pálida niebla.
No hubo príncipe en Sevilla
que comparársele pueda,
ni espada como su espada,
ni corazón tan de veras.
Como un rio de leones
su maravillosa fuerza,
y como un torso de mármol
su dibujada prudencia.
Aire de Roma andaluza
le doraba la cabeza
donde su risa era un nardo
de sal y de inteligencia.
¡Qué gran torero en la plaza!
¡Qué gran serrano en la sierra!
¡Qué blando con las espigas!
¡Qué duro con las espuelas!
¡Qué tierno con el rocío!
¡Qué deslumbrante en la feria!
¡Qué tremendo con las últimas
banderillas de tiniebla!
Pero ya duerme sin fin.
Ya los musgos y la hierba
abren con dedos seguros
la flor de su calavera.
Y su sangre ya viene cantando:
cantando por marismas y praderas,
resbalando por cuernos ateridos
vacilando sin alma por la niebla,
tropezando con miles de pezuñas
como una larga, oscura, triste lengua,
para formar un charco de agonía
junto al Guadalquivir de las estrellas.
¡Oh blanco muro de España!
¡Oh negro toro de pena!
¡Oh sangre dura de Ignacio!
¡Oh ruiseñor de sus venas!
No.
¡Que no quiero verla!
Que no hay cáliz que la contenga,
que no hay golondrinas que se la beban,
no hay escarcha de luz que la enfríe,
no hay canto ni diluvio de azucenas,
no hay cristal que la cubra de plata.
No.
¡¡Yo no quiero verla!!
(In
Llanto per Ignacio Sanchez Mejias 1935)Federico García Lorca. Poeta. Um dos maiores de Espanha. Foi assassinado, no início da guerra civil, por estupidez. Por estupidez fascista.
Ao grito de "Muera la inteligencia! Viva la muerte!" os franquistas perseguiam os intelectuais que não fossem fascistas e estes eram quase nenhuns. Federico não lutava de armas na mão. Apenas fazia poesia e teatro de vanguarda. Para os fascistas isso era "arte degenerada". Era demais. Em 19 de Agosto de 1936 milícias franquistas assaltaram a sua casa em Granada assassinaram-no e atiraram o seu corpo a uma ravina na Serra Nevada.
Um reinventor do teatro?
Fotografia: Anders Thormann/ms-Nepal, Aarohan
Já ouviu falar em Augusto Boal? Se não, pode ver [aqui] e [aqui].
2006-10-06
Augusto Boal vota Lula
"...quero mostrar as razões do voto. Sou contra toda forma de desonestidade, em política e fora dela. Sou contra essa estúpida compra do dossier, - escândalo recente! - mas sou também contrário a que esse dossier, tão valioso (um milhão e setecentos mil reais), não seja aberto à cidadania e permaneça na sombra. Se, com justiça, os compradores são condenados, por que não abrir o dossier?
"... Devemos dizer bem claramente que a ética não é uma palavra vazia, a ética é baseada na própria prática, nas realizações. Ética é bolsa-família (programa de ajuda aos muito pobres - alimentação, saúde, escola para os filhos) para 44 milhoes de brasileiros, ética é ProUni (programa de bolsas para a universidade) com vaga nas universidades para 250 mil estudantes negros e pobres, ética é levar luz para três milhões de brasileiros, ética é a proposta de cotas, ética é a criação da rede de pontos de cultura... "Nota: extractos de email que recebi fonte conhecida.
Lula e FHC ou PT versus PMDB
Balanço dos mandatos dos presidentes | Lula | FHC |
---|---|---|
Operações contra corrupção, crime organizado | 183 | 20 |
Prisões pela Polícia Federal nestas operações | 2.971 | 54 |
Criação de emprego (postos de trabalho efectivos) | 6.000.000 | 700.000 |
Empréstimos para habitação (em reais) | 4,5 biliões | 1,7 bilões |
Salário mínimo (sm) em dólares norte americanos | 152 | 55 |
Aumento real do poder de compra do sm em 3 anos | 25,7% | |
Nº de família com "bolsa de família" (alimentação e escola) | 11,2 milhões | 0 |
Apoio à agricultura familiar Lula 2005/6 FHC- último ano | 7,5 biliões | 2,5 biliões |
Investimento em micro e pequenas empresas (reais) | 14,9 biliões | 8,3 bilões |
Investimento anual em saúde básica (reais) | 1,5 biliões | 150 milhões |
Acesso a água Nordeste:(pessoas-cisternas em milhares) | 762-152 | 0 |
Distribuição de leite no semi-árido (milhões de pessoas) | 3,3 | 0 |
Electrificação rural (pessoas beneficiadas) | 3 milhões | 2.700 |
Livros grátis para o ensino médio | 7 milhões | 0 |
Dívida externa (biliões de dólares) | 165 | 210 |
Fontes: IBGE, IBGE/Pnad ; ANEEL; Bovespa; CNI; CIESP; etc.
O Dr. Jardim entrou em desnorte ...
Não deverá ser por acaso que o Dr. Marques Mendes ainda não falou da lei das Finanças Regionais. Nem é, de certeza, por acaso que os deputados à AR pelo PSD/Madeira emudeceram, tão solícitos eram na defesa pública do Dr.Jardim.
Porque razão o Dr. Jardim encomendou um trabalho ao Prof. Augusto Mateus, cujo conteúdo não conheço a não ser o resumo saido ontem no DNMadeira, e o deixou na gaveta?
Há um momento de descrença geral e de apreensão. Indo um pouco mais longe, parece ter chegado o momento de ajuste de contas entre Jardim e o próprio PSD/nacional. Até Cavaco, como dirigente do PSD que foi, deve sentir-se aliviado porque ofendido e vilipendiado por Jardim. Ninguém se esquece do "Sr. Silva" do Dr. Jardim, um elemento a expulsar do PSD?
2006-10-05
E, agora, Dr. Jardim?
Dois tiros apenas e o homem KO. Se encontrasse uma porta. ... . O problema é para a população que, durante 28 anos, foi enganada por quem andou a gerir a Madeira, sem projecto de desenvolvimento e a prometer um futuro muito risonho. Criou uma economia movediça, sustentada em pés de areia, uma economia de consumismo, mas com um PIB elevado.
Segundo tiro - Aprovação da Lei das Finanças Regionais ontem em Conselho de Governo. Não será tanto a redução dos montantes a transferir do OE para o orçamento regional que preocupa o Dr. Jardim. Mas sim outros factos que esta lei contempla: o Governo da República deixa de ser "o avalista" do endividamento dos governos regionais e ainda a penalização no incumprimento da lei traduzido na redução imediata das transferências. Duas armas retiradas ao Dr. Jardim, que lhe foram essenciais, nestes 28 anos, da sua perdulária gestão da RAM.
E agora Dr. Jardim? Espera-o o caminho dos cortes dolorosos.
A sua posição de arrogância e inconveniência prejudicou muito a sociedade madeirense.
Enquanto o Cisne viaja, a globalização bate à porta da Costa do Marfim
Quando a globalização bate à porta dos pobres.
A incompatibilidade entre os valores associados à “precaução ambiental”, o “desenvolvimento sustentável”, e as variantes do capitalismo conhecidas até hoje, exprime-se com particular acuidade no relativamente recente caso de Abidjan.
[Discussão aberta pela BBC-News, aqui, e peças do NYT, ali e acolá]
Em linhas gerais, um navio de carga, transportando efluentes tóxicos, aporta a Amsterdão, em Julho passado. Destino: estação de tratamento de resíduos perigosos, resultantes da lavagem dos porões de petroleiros, - uma combinação de resíduos petroquímicos e de soda cáustica, donde se evaporam gases nauseabundos, agressores do sistema respiratório, da pele e mucosas, nariz, boca e olhos.
Ao tomar conhecimento do grau de toxicidade do material, o sindicato dos trabalhadores portuários e as autoridades de Amsterdão, depois da Trafigura -- companhia suíça proprietária do navio-tanque obtido de um armador grego num contrato de leasing, sob pavilhão canadiano -- ter recusado o preço reavaliado do tratamento daqueles resíduos, dado o seu conteúdo letal, interditaram a “mercadoria” e impuseram a suspensão da descarga.
Face ao aumento dos custos com o tratamento e queima dos efluentes, (de 15.000 para cerca de 300.000 dólares, mais taxas portuárias), o navio zarpa com a sua funesta “mercadoria”.
Após várias tentativas, noutros países africanos, aporta a Abidjan, na Costa do Marfim. Uma série de camiões cisterna, carregados com os resíduos, transportam os efluentes e começam a despejá-los em várias zonas, às portas da cidade.
Uma dezena de mortos, e 85.000 feridos, com equimoses na pele e inchaços na boca, olhos e nariz; hospitalizados, procurando urgente tratamento. Ao se aperceberem da mistura agressiva que estava a ser despejada às portas da cidade, os residentes organizaram-se, localizaram os camiões que continuavam a chegar e impediram-nos de continuar. Os motoristas de ocasião, debandaram, abandonando os camiões.
Lá em cima, regressando do seu periélio, o cometa “Cisne” atraía as atenções da NASA e de milhares de astrónomos no mundo inteiro.
Entendendo muito à sua maneira a “luta contra a pobreza”, as multinacionais consagram-se, por vocação, à luta contra os pobres.
É deste modo que a Globalização envolve a Costa do Marfim nas suas promissoras malhas, e bate às portas dos habitantes de Abidjan.
Oiçam-na bater!
2006-10-04
Quem trata da nossa saúde?
Uma boa intenção, uma boa iniciativa. Daí a que algo venha a acontecer!!! ... a vida já nos ensinou muito.
Se o PS o apoia, certamente, não o fez nas costas do actual Ministro da Saúde. E até acredito que, dentro de algum tempo, uns meses, comecemos a ver em placards de hospitais e centros de saúde uns "mapinhas" com alguma informação sobre os prazos de atendimento.
A comunicacão social vai questionar, fazer umas reportagens, dizendo que afinal o cumprimento da lei aprovada na AR não está a fazer-se e não está porque cada paciente o que quer e a isso tem direito é o dia e hora de ser atendido, nem que tenha de perder o dia todo no hospital ou centro de saúde.
Está encontrada a resposta. Só quebrando a rotina, responsabilizando as pessoas é que a cultura se muda e o social vem ao de cima.
Mas infelizmente não é o doente o centro de tudo.
Aznar e o PP querem à força a ETA nos atentados de 11 de Março
Segundo El País um dos vogais (eleito pelo PP) do Consejo General del Poder Judicial (CGPJ) fez queixa do Juiz Garzon ao Órgão de Inspecção para descredibilizar as suas conclusões e o GGPJ (maioria escolhida pelo PP) preferiu fazer o frete ao PP a defender a Justiça e recusou-se a defender o juiz Garzon apesar dos membros do órgão de inspecção presentes nos interrogatórios terem garantido ao CGPJ a correcção da investigação.
"Los peritos también admitieron que ese borrador de informe, que nunca llegó a ser oficial, lo volvieron a firmar 14 meses después de redactarlo para hacerlo pasar como oficial cuando su jefe preguntó por informes donde se relacionara a ETA y el 11-M. El PP y sus medios afines mantienen sin evidencia alguna que lo respalde la teoría de que ETA pudo participar en el atentado más grave de la historia de España."
[link]