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2006-03-31

 

PRACE...(5)

Cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém. Era o que diziam os nossos antepassados. Como tudo muda, hoje talvez seja de inventar outro dito para os caldos de galinha.

O governo saiu-se bem neste seu primeiro minuto de jogo. Mas o tempo de jogo ainda está no começo.

Há uns bons anos que não tínhamos nesta fase do campeonato um projecto tão ambicioso de reforma.

Muitos serão os obstáculos. Eles já aí estão. As reacções são múltiplas. Qualquer mudança trá-las sempre.

Vamos ver se durante o jogo o governo se apresenta com ritmo e bem treinado.

Os indicadores de desempenho são muitos. Um Estado menos obeso e sobretudo amigo do cidadão e das empresas. Seria uma completa desilusão que apenas os nomes mudassem.

Mas uma grande mudança de fundo está programada. A mesma referência territorial para os vários ministérios, na base das 5 regiões -plano. É talvez uma das decisões desta reforma mais marcantes.

Pôr as delegações regionais dos diferentes ministérios referenciados ao mesmo espaço, certamente vão saltar as incongruências e contradições e fazer saltar a necessidade da articulação de políticas.


 

PRACE...(4)

Mas é isto o PRACE?

Nesta primeira fase, o PRACE é sobretudo um anúncio de Princípios (Modelo e linhas estratégicas) e da delimitação das macroestruturas por Ministério.

Pode discutir-se se não se poderia ter ido mais longe, por exemplo reduzindo o número de Ministérios.

Em minha opinião devia.

Mas foi uma opção política trabalhar sobre a estrutura existente, introduzindo princípios de racionalidade, designadamente esvaziando estruturas repetitivas ou desprovidas de qualquer sentido.

Terá sido tudo bem feito?

Sem uma análise aprofundada dos ministérios que melhor conheço, reconheco que mesmo após esta definição macro, muita coisa fica por fazer e de algumas estruturas é de temer pelo seu funcionamento. Por exemplo, o que será no Ministerio da Economia e Inovação - a Direcção Geral das Actividades Económicas?

Mas esperemos a fase micro, na base da qual se avançará com as leis orgânicas, para melhor clarificar algumas dúvidas que vão surgindo com a leitura mais atenta.

Mas os trabalhadores da AP central já têm questões para se interrogar, designadamente os dos organismos extintos.

Afinal, o que lhes vai acontecer e quando?

Quando serão, nem que seja temporariamente, supranumerários?

E uma pergunta de fundo fica: será que é mesmo possível uma reforma sem uma visão global de toda a AP?


 

PRACE...(3)

O PRACE, ontem anunciado, para além do início, pelo menos formal, da reforma da AP, na base de um modelo cujas linhas estratégicas estão no Prace (2), também parece ter sido fonte ou pelo menos ter aprofundado uma guerra entre Ministros, a acreditar nos jornais de hoje.

Não é oportuno numa altura destas, talvez em altura nenhuma, abrir fendas.

Isso das polícias pouco sei. Apenas sei uma coisa básica e de bom senso: as polícias têm de partilhar informação para o bom desempenho das funções.

Será que na base do bom senso não pode haver entendimento entre gente adulta e experiente?

Contar espingaradas nesta fase do campeonato, o país não agradece.

Por isso, Senhores Ministros das Polícias entendam-se.


 

Descanso à 2ª feira

Conheço um certo grupo de pessoas, para quem o país deveria decretar o descanso semanal à 2ª feira.

Já imaginaram o dispêndio de energias que é para esse grupo de pessoas que passou toda a sua vida, durante os fins de semana, a descobrir onde estará tal ou tal Ministro, tal ou tal Secretário a praticar tenis, natação ou simplesmente a almoçar/jantar, ou coisa parecida, para aparecer "como quem não quer a coisa", a insinuar-se?

Já pensaram quando não havia telemóveis o quão dificil era? Agora sempre há uma intimidadezinha com o empregado daqui, o funcionário dali.... e o telemóvel tem assim um preço incalculável. Confirmada presença ou melhor que vai estar ali, é só meter-se no carro e aparecer, porque a antecipação é um trunfo. E aí está o telemóvel a saber das marcações.

Não dá lucro? Olhe que dá. Quantas vice presidências, presidências, chefias de gabinetes, controllers financeiros, etc. terão sido "conquistados" nesses duros fins de semana? Então não são duros? É um tal esforço....

Um descansozito à 2ª só pode ser. Que país ingrato este que não premeia tanto esforço e artimanha!!!.

 

Olbinski, Rafal



Rafal Olbinski, pintor, designer, artista gráfico, nasceu em Kielce, na Polónia onde se graduou, na Escola Politécnica de Varsóvia. Em 1981 emigrou para os EUA onde se tornou famoso. É professor na School Visual Arts de Nova Yorque. As suas obras de arte têm sido capa das mais conhecidas revistas norte-americanas e europeias e famosos os posters relativos a óperas e também capas de calendários. Uma galeria de pinturas [aqui] ou [aqui].
Não vou dizer que é surrealista?!

2006-03-30

 

PRACE ...(2)

O PRACE tem um modelo, traduzido em 10 linhas estratégicas de acção.

O que significa que são estas as linhas estratégicas que vão nortear a concretização das mudanças a operar no aparelho de Estado.

São tão óbvias que a sua contestação se torna difícil e pouco credível. Aliás, pelo que seouve todos queriam a reforma. Não a conseguiram foi iniciar.

Nas 10 linhas básicas que se cruzam na reforma umas são mais de fundo, outras de carácter mais operativo/organizativo. Agrupando-as segundo estas duas tendências temos:

Linhas de fundo:
Linhas de operacionalidade:
(introduzi ligeiras alterações à 1ª versão)

 

PRACE...(1)

O PRACE...é o Programa de Reestruturação da Administração Pública Central do Estado hoje aprovado pelo governo e apresentado publicamente.

Começou com ele uma "revolução" no aparelho de Estado.

Até à data, todos os governos prometeram reformar o Estado. Mas de substancial muito pouco. Apenas umas tantas cosméticas mais próprias de um laboratório de 2ª. E não foi pela falta de bons trabalhos e livros brancos. Só que nunca sairam do fundo das gavetas.

Mudar o aparelho de Estado? Nada fácil. Exige coragem, determinação e um Modelo.

Este governo tem dado provas de que "mexe" nas coisas. As oposições já estão em campo, ao ataque. Muitas com dor de cotovelo. Algumas até, à direita, como hoje ouvi ao deputado Nuno Melo, têm o desplante de quase dizer que este governo os copiou e que só não fizeram eles esta reforma porque não acabaram a legislatura. Que ingrato povo, por não os ter deixado lá!!!.

A "revolução" da mudança está iniciada e vamos ver até onde vai. Muitos anos serão precisos. Mas também é preciso que se vá vendo como evolui a concretização.

A contabilidade dos organismos extintos não é bem o que conta.

Os resultados esperados são o que vai somar a favor ou contra. E o que se espera é um Estado mais eficiente ao serviço do cidadão e da empresa. Só assim se restitui a quem trabalha no Estado a dignidade a que tem direito.


 

DESENCONTRO...

.....de informação.... sobre a gripe das aves.

Tive, tenho, alguns problemas com o que estou a escrever...

A saúde é um mundo que não me é próximo, sendo-o, e bastante. Até diz o ditado que de "médico e louco...."

O mundo da saúde, ou talvez da doença, não é de fácil convívio. Gostaríamos, penso que todos, de ter mais respostas do que, na realidade, nos são dadas. E é de tal ordem que os técnicos da saúde não são olhados como seres "humanos". Estão acima. Mesmo para os ateus são quase Deuses.

Uma simples gripe é sempre um vírus ... um vírus no escuro.

A gripe das aves é aquele tema que veio intimidar, mas que está a cair no banal, o que pode ser grave.

E é esta parte que me preocupa. Vou tentar dizer como leio essa propensão para a banalidade do tema.

É que a toda a hora se "desinforma". E o desinformar pode não significar coisas erradas.

É o desenquadramento da informação. É a dessintonia entre informação e público receptor.

É a falta de senso, trazer para o público comum experiências técnicas em curso ainda sem conclusões e que não são apreensíveis. Ainda hoje o tema das vacinas que várias multinacionais têm em experiência mas que não são para a pandemia humana. Isto é desinformação e confusão. Até parece que é para preencher espaço noticioso.

Valha-nos o santo das pandemias neste caos. Não sei se há tal santo, mas quase acredito. ...

2006-03-29

 

Matisse no Hermitage

O Museu, os palácios e algumas das suas pinturas [aqui no Memórias]


 

Educação - Não esquecer as condições para professores

As medidas tomadas no âmbito da educação têm de ser rapidamente complementadas com a promessa da Ministra de dar condições aos professores para que trabalhem na escola.

Segundo sei essas condições não começaram ainda a chegar ao terreno, nomeadamente salas de trabalho e meios informáticos.

Quando se governa é fundamental dar andamento às medidas populares, não apenas às impopulares.

E o tempo está a passar.


 

O Hermitage em Lisboa

No último "Os Prós e os Contras" Fátima Campos Ferreira interpelou - à distância - a Ministra da Cultura : oiça lá! afinal qual é a estratégia do ministério para a cultura? Isabel Pires de Lima balbuciou umas frases de aquecimento visivelmente surpreeendida com a pergunta. E com razão porque pedir estratégia dá para botar figura entre ignorantes mas não para obter informação que interesse à grande audiência do programa. É uma palavra sonora usada a esmo. A ministra converteu a resposta ao que presumivelmente lhe teriam querido perguntar qual a política do ministério ou talvez quais os seus principais objectivos.
Falou IPL de várias metas mas quis sublinhar o protocolo de intenções assinado em Março deste ano, com o museu Hermitage, de S. Petersburgo. Ela teve de insistir para que a deixassem dar a informação porque FCF já não a queria ouvir e no fim, sem fundamento, acrescentou: muito bem, não quis responder à minha pergunta! A tal da estratégia.
Deu a ministra uma informação digna do maior relevo: que Lisboa vai acolher o primeiro centro Hermitage da Península Ibérica (há três, em Londres, Amesterdão e Las Vegas) a funcionar em 2010 mas previstas já mostras temporárias em 2007, 2008 e 2009 em Lisboa e outras partes do país. A ministra ainda quis explicar o que era o Hermitage mas FCF já não a queria ouvir nem nos deixar perceber se seria algum museu assim como (e sem desprimor) o Museu do Trajo. Ainda conseguiu IPL, já a sumir-se-lhe a voz, explicar que o Hermitage é um museu comparável ao Louvre.
Links [Ministério da Cultura] [Museu Hermitage]

 

O "SIS" Negócios

O SIS -Serviço de Informações abriu uma nova frente de trabalho - o SIS negócios, ou seja, a informação económica - e parece já ter produzido trabalho, segundo a comunicação social de hoje.

Ficou-se apenas por perceber, do que contam os jornais, se se trata de um trabalho no domínio da "informação defensiva" ou também da "informação de ataque".

Qual a mais valia deste trabalho?

Da reacção de algumas das entidades das áreas "aconselhadas", certamente via comunicação social (presumo): "software, moldes,energia, banca e até universidades, deduzi que esta nova (?) faceta SIS não foi tida muito "em conta" e até prestou-se a alguma interpretação de sentido, no mínimo dúbio.

Leiamos a este propósito o que disse Joaquim Cunha, presidente da Associação PME Portugal, ao DN: "Ao contrário de Portugal, a Espanha tem uma rede diplomática de captação de informação brutal. O Estado deve fazer o que os outros fazem: não só ajudar a proteger a informação das empresas portuguesas, mas também promover contactos e oportunidades de negócio no exterior."

Mas será que o SIS negócios tem futuro?


 

Ainda... Acerca dos Parques de Campismo

Ontem alertou-se aqui para a falta de segurança existente nos parques de campismo em Portugal e do perigo que isso representa para os utentes.

Um habitual comentador do PUXA, Rui Martins, chama a atenção e bem de que a DECO vem alertando desde há muito para este facto. E interroga-se sobre o papel de organismos públicos como a DGT.

O DN de hoje num artigo da jornalista Céu Neves - Cinco parques deveriam fechar - (não há link) comenta que é lamentável que nada tenha mudado desde o estudo da DECO de há seis anos. E citando a reacção de Teresa Bechior, técnica da revista Pro Teste da DECO, diz - se que se "nada mudou podemos dizer que a situação piorou".


 

O popular SU DOKU

Não sei se é tão popular assim. Pelo menos para mim é. Nem chego ao fim das notícias sem ir à última página. Ao jogo. Mas se o grau de dificuldade é muito fácil aborrece-me. Se é muito difícil demora imenso tempo e chego a meio e desisto.
A vida é um mar de contradições!
 

Autorização para matar

335 mil focas. "Dez mil a golpes de espigão e 325 mil a tiro". Por isso o DN titulava "Canadá debaixo de fogo...".
Debaixo de fogo, o Canadá? O que dizer então das focas?
 

A Helena Garrido

agora directora adjunta do DN. Os meus amigos todos me diziam bem. E então - já lá vai algum tempo - passei a ler as suas análises. E gosto.

(Erro corrigido. Obrigado JA)


 

O CANADÁ

"O Governo do Canadá tratou-nos como assassinos. Fomos acompanhados por um oficial da imigração até à porta do avião. Como bandidos. Sempre trabalhei e sinto-me muito humilhado."
Pedro Alves tem 27 anos e desabafou assim toda a revolta que lhe ia dentro...viveu seis anos no Canadá. Há dez dias soube que teria de fazer as malas e regressar a Portugal: "Consegue imaginar o que é ter dez dias para deixar tudo para trás?" Deixar uma vida. Amigos, carro, emprego. Teias sociais e afectivas desfeitas em dez dias." [link]
É claro que estão ilegais. O portuga, nosso irmão, para o Canadá, o berbere nosso primo, para a Espanha. Há regras, há a lei e umas e outras são para cumprir. Nós é que por hábito julgamos que não. Mas isto cheira-me a esturro. Fala-se em 15 mil, só os portugueses, que o Canadá quer expulsar. E de que maneira! Ora eles não chegaram ontem. Enquanto lhes soube bem, em dez, em oito, em cinco anos não deram por nada. Agora de repente zás. Expulsam em 10 dias. E trata-se de pessoas. Ou não?

2006-03-28

 

A economia cresce pouco. As desigualdades crescem muito!

Essa excitação toda que tem andado por aí com as OPA's, já foi dito que não tem nada a ver com a exuberância da economia. É mais concentração de capital, enriquecimento rápido para meia dúzia, umas migalhas se não alguns inesperados prejuizos para os que andam à babugem da bolsa e mais... desemprego. É um percurso normal na economia de mercado e mais ainda na economia globalizada. Nada de excessivamente exaltante, em todo o caso. Nem de "confiança na nossa economia".
Já disse, não sei se vezes demais, que Sócrates está, em geral, a governar bem e a tomar medidas corajosas e indispensáveis para o país tentar sair da cepa torta. Mas, como diria o outro, o problema é da economia stupid! E a economia sofre daqueles males todos que estamos fartos de ouvir. Entre eles o dos trabalhadores pouco qualificados mas, pior ainda (e isso ouve-se menos) dos nossos empreendedores não mais qualificados.
Apesar das idas à Finlândia ninguém está a pensar aqui, julgo eu, fazer uma revolução que nos atire para padrões próprios de tão baixas latitudes. Para isso teríamos que trazer os finlandeses ou então colmatar, do pé para a mão, o handicap de não termos aderido à Reforma no séc. XVI, de termos passado demasiado tempo a viver da mama das colónias e agora, no nosso tempo, não termos feito as reformas que se impunham durante o consulado de Cavaco Silva e a apostolado de António Guterres.
O essencial é fazer tudo para conseguirmos produzir alguma coisa que os outros queiram comprar, qualquer mercadoria que a Espanha não faça melhor, que os chineses não façam igual por metade do preço. O Governo está a fazer o que lhe compete melhorando "o ambiente" empresarial. Veremos agora o que fazem os empresários. Para além de OPA's!
Mas se é essencial, na governação, criar as melhores condições para produzir mercadoria vendável, Sócrates não pode descurar a coesão nacional e o fosso crescente entre os poucos muito ricos e os muitos muito pobres. E nesta frente em que talvez se criem 150 mil empregos mas me parece que se "criarão" 200 mil ou mais desempregados não se está a fazer tudo. E é indispensável fazer tudo!

 

Um "bicho-carpinteiro" observa José Barroso

José Medeiros Ferreira - professor universitário, deputado e "bicho-carpinteiro", nosso colega na web - é um político talentoso e um comentarista político que sempre leio com agrado. Pela inteligência, a argúcia, a fina ironia.
Hoje, no DN, Medeiros oferece-nos um retrato de Durão Barroso. Tons sépia e suave degradée, não deixa de nos mostrar com elegância, o que há de mais detestável nos políticos e na política. O que a traço grosso poderia ser uma imagem de horror, aparece quotidiano e confronta-nos com a indignidade com que temos de conviver e quase... nos resignar.

"Há políticos talentosos que fazem parte das suas carreiras graças a erros cometidos.
... Foi a errar na apreciação das provas sobre a existência de armas de destruição maciça no Iraque que o então primeiro-ministro alcançou a máxima avaliação pela Administração Bush e o apoio fundamental de Blair para ser presidente da Comissão Europeia.
Como se previu na altura nesta coluna, ele algum movimento faria durante a primeira parte do mandato na presidência para se aproximar mais do lado continental. Acaba assim de confessar, e logo em França, que errou e até se atrasou em relação a outros crédulos da procissão que Bush arrastou para o Iraque. A escolha da França para o proclamar é, no entanto, grossa. Porém não tem sido essa ausência de nuances uma ajuda para Durão Barroso na sua consagração ocidental? E há alguma guerra que tenha começado pela verdade? Pode sempre contestar o ex-maoísta."

 

Parques de Campismo - Segurança

A Deco fez um estudo em que avalia os parques de campismo na base dos seguintes 4 critérios:

As conclusõses vão no sentido da insegurança dos parques de campismo em Portugal.

E recomenda o fecho dos parques da Figueira da Foz, Praia do Pedrógão, Orbitur Valverde, Montegordo e Camping Albufeira.


 

Mini Maratona de Lisboa

No domingo fui à meia maratona de Lisboa. Aproveitei e levei a familia.

Voltei a gostar muito do ambiente. Velhos e novos, mulheres e homens, com ou sem familia. 35000 pessoas aproveitaram para sair do marasmo do dia a dia e ir passear com vista para Lisboa. Uns correram, outros andaram. Tudo muito satisfeito.

Esta corrida é uma excelente desculpa para falar um pouco na questão do desporto de massas.

Todos concordam que o desporto é fundamental para o desenvolvimento da sociedade: cria pessoas mais saudáveis ; reduz os custos de saúde ; torna as pessoas mais felizes e consequentemente ajuda na produtividade e a prazo nos resultados globais.

O desporto em Portugal tem vindo a evoluír, no entanto não é ainda um fenómeno em que todos participem. Já estivemos mais longe mas ainda temos um longo caminho para andar.

O que se vai passando nas cidades é a proliferação de ginásios pagos a peso de ouro dentro dos quais as pessoas suam enquanto ouvem música em altos berros.

É importante tratar este assunto de forma diferente desde o desporto escolar (que tem pouquissimas condições) até às actividades fisicas dos idosos.

A politica actual é também aqui a do liberalismo em que esta questão deve ser auto regulada pela oferta privada.

Eu discordo e acho que o papel do estado é fundamental a promover uma dinâmica de partilha dos recursos existentes entre as colectividades, entidades públicas: escolas, centros de dia, etc e privadas : ginásios, sociedades desportivas.

O que quero com isto dizer é que recursos escassos - pavilhões, piscinas e outras infraestruturas desportivas - devem poder ser aproveitados até à última por todos e não existir como em grande parte do País um sistema burocrático que faz com que os equipamentos públicos sejam geridos como instrumentos de micro poder de quem sobre eles tem a tutela.

Deixei propositadamente para hoje as minhas impressões porque hoje vai ser um dos dias dos "desportistas"...de bancada, já que a fazer desporto são só 25 (11+11+3) e já vai sendo altura de se perceber que desporto não é só futebol.
 

Afogados em papel. O fim?

"O programa identificou 333 medidas - diz Agostinho Leite no Jornal de Negócio digital - que passam imediatamente à prática, sendo que, dois terços das medidas apresentadas visam eliminar papel e certidões. Em detalhe, 109 das 333 medidas enquadram-se no âmbito de "eliminação de papel/desmaterilização" e outras 100 visam a "eliminação de certidões".
Por outro lado, 81 medidas estão dentro do objectivo de simplificação/desburocratização", 21 visam a "facilitação do acesso aos serviços públicos", 15 têm, como objectivo a "Consolidação de regimes jurídicos" e as últimas sete a "Desregulamentação".

"Seis objectivos principais:

I Eliminação de certidões
Reforço dos canais de comunicação dentro da Administração e de partilha da informação pública, no respeito dos direitos dos cidadãos, nomeadamente em matéria de protecção de dados pessoais.

II Eliminação do papel/desmaterialização
Aproveitamento das facilidades oferecidas pelas tecnologias da informação e da comunicação para eliminar os antigos circuitos do papel, facilitando o acesso e diminuindo os custos de gestão.

III Simplificação/Desburocratização
Combate à complexidade dos processos, fazendo a sua reengenharia, reduzindo o volume dos documentos e a rigidez das práticas administrativas.

IV Desregulamentação
Eliminação dos controlos e dos constrangimentos prévios, desnecessários ou desproporcionados, desenvolvendo o princípio da confiança e da responsabilização.

V Facilitação do acesso aos serviços públicos
Articulação dos diferentes organismos públicos que actuam no âmbito do mesmo procedimento, numa lógica de integração de serviços e de partilha da informação.

VI Harmoção e consolidação de regimes jurídicos
Melhoria do acesso e da compreensibilidade das leis e regulamentos, reduzindo custos de interacção com os cidadãos e as empresas e no interior da própria Administração. "


 

A revolução SIMPLEX

Ainda que restrita ao universo da simplificação administrativa, com a diminuição de custos para o Estado e o cidadão, com o aumento da celeridade, com os serviços do Estado a "falarem" entre si, retirando ao cidadão o trabalho e os custos de ir de serviço em serviço informar o que a seu respeito se alterou no outro... ainda que restrita ao universo da simplificação administrativa o que se irá passar será uma verdadeira revolução.
Nada que não aconteça já nos países mais evoluidos, em particular nos nórdicos, a sublinhar o nosso atraso.
Não é apenas um grande alívio para o cidadão. É fundamentalmente um novo "ambiente" para as empresas e a economia libertando-as de um emaranhado de burocracias ultrapassadas e de perda de tempo. De muito tempo.
Está portanto de parabéns José Sócrates, o Governo, e toda a equipa da UCMA coordenada por Maria Manuel Leitão Marques.
O texto completo do Simplex está disponível [aqui].

2006-03-25

 

O QUE é uma Semidemocracia?

Se é semi...é porque falta tanto quanto o que há para vir a ser "coisa inteira".

O exemplo mais acabado de semidemocracia que hoje li era atribuído ao "Império/Coutada" de Alberto João Jardim - a Madeira, que até vai distribuir bandeirinhas da autonomia a todas as famílias, a quando das comemorações dos 30 anos de Autonomia a 1 de Julho.

Este conceito é de pessoa insuspeita, o politólogo António Costa Pinto, apoiante público de Cavaco Silva nas eleições presidenciais.

É interessante esta opinião Semidemocracias. Não será isto o défice democrático de que tanto se falou com muita guerra pelo meio?


 

CPE

No seu blog Causa Nossa Vital Moreira publica um artigo, assinado por Élio Oliveira, com o título Correio dos leitores primeiro emprego que faz algumas afirmações que me chocam pelo carácter injusto. Diz em suma o artigo que o CPE é um mau contrato mas que os jovens franceses se enganam de combate acusando-os de imobilismo.
Aconselha o autor do artigo os jovens franceses a manifestarem pela melhoria da qualidade do ensino superior citando uma classificação atribuída à OCDE (na realidade realizada pela Universidade de Xangai) na qual as Universidades francesas estão muito mal classificadas. Esquece-se que um movimento muito menos mediático exige exactamente a melhoria do ensino superior e da investigação, no que respeita à investigação o ponto alto foi a demissão da quase totalidade dos directores de laboratórios para exigirem condições de trabalho que motivem e atraiam jovens investigadores. O sistema universitário francês tem certamente muitos problemas mas, na minha área de competências, fornecemos uma formação de qualidade em ligação com as empresas e muitos estudantes acabam por emigrar para Inglaterra ou Estados Unidos por falta de oportunidades em França.
Da leitura do artigo pode também deduzir-se que não se contratam jovens qualificados devido à excessiva rigidez das leis laborais. Na minha opinião, que é partilhada por muita gente em França, o CPE (e o CNE) representam uma regressão do direito do trabalho ao nível do que se praticava no século XIX: durante dois anos o despedimento é totalmente arbitrário sem qualquer possibilidade de recurso. O que muita gente não compreende é que no código do trabalho existem actualmente disposições que permitem despedir por incompetência, desadequação ao posto de trabalho ou por razões económicas. Existem também contratos a prazo ou à tarefa que permitem às empresas adaptar a mão de obra às variações sazonais do mercado de trabalho.
No caso particular dos meus alunos (pós graduação em Matemática Financeira) só posso compreender a revolta, desde que a formação existe (há cerca de 6 anos) mais de 80% dos alunos arranjam emprego ao fim de 6 meses, o que esta lei propõe é que troquem um contrato estável pela possibilidade de serem despedidos a todo o momento durante dois anos.
 

Cavaco e a regionalização do País


No tema Regionalização do DN de hoje, o artigo do jornalista Filipe Santos Costa O papel de Cavaco na oposição às regiões merece leitura, para se perceber a postura do Presidente quando e se este problema se desencadear.

 

A expressão "regionalização técnica"

... apareceu e foi muito usada pelos intervenientes nas jornadas parlamentares do PS em Viseu e com especial ênfase por Nunes Correia, o ministro do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional. Não só pelo cargo que exerce, mas talvez mais por se reconhecer mérito nestas áreas a Nunes Correia e a toda a sua equipa de Secretários de Estado, o uso desta expressão deve fazer-nos reflectir.

Para Nunes Correia "o problema da regionalização é mais técnico do que político" e entende que a lógica de funcionamento Estado Central - Poder Local está a repercutir-se negativamente na "racionalidade territorial"...

Tentando ler o que diz o Ministro. As autarquias têm vindo a construir os seus "elefantes brancos" na base do seguinte raciocínio: se o meu vizinho tem e, sobretudo, se obtiver fundos, porque não devo ter eu também? De facto aqui entramos na total irracionalidade... e é o que tem acontecido.

 

Desencontro de culturas?

"Quando pensamos saber todas as respostas, vai a vida e muda todas as perguntas... "

Ele estava a pôr flores no túmulo de um parente, quando vê um chinês pôr um prato de arroz na lápide ao lado. Vira-se para o chinês e pergunta:
- Desculpe, mas o senhor acha mesmo que o seu defunto vem comer o arroz?
- Sim - responde o chinês - e geralmente à hora a que o seu vem cheirar as flores!

2006-03-24

 

Pedra Filosofal

Ontem à noite na RTP memória ouvi a pedra filosofal de António Gedeão cantado por Manuel Freire.
Já todos devem conhecer o poema e a intrepretação. Eu já o ouvi milhares de vezes, no entanto mais uma vez me tocou. Existem coisas que por mais que se conheçam nos continuam a encantar.
Pode ser que também a vós tenha o mesmo efeito.
Lá vai:
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Pedra Filosofal

Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.

eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.

Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa-dos-ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
pára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.

Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida,
que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.

In Movimento Perpétuo, 1956
 

Um pouco de cor para o regresso da primavera

Não pretendo competir com o Raimundo e os seus excelentes posts. Mas para celebrar a passagem à hora de verão apeteceu-me juntar um pouco de cor ao Puxa Palavra.

A foto é a de um mosaico de Marc Chagal.
 

Reflexões após uma semana de trabalho

Desde há alguns dias que aderi à moda do MP3, agora quando venho trabalhar não fico atrás dos outros e lá vou ouvindo uma musiquinha. Já experimentei vários estilos e concluo que a música clássica não serve para todos os contextos, no metro não dá, a pé é melhor nas ruas com pouco movimento, questão de nuances...
Interessante é a mudança na maneira como a música muda a visão que temos da paisagem urbana. Hoje saí para o Quartier Latin ao som de Mahler com um céu cinzento e até as pessoas na rua parecem mais preocupadas. Experimentei também Andy Warhol e Velvet Underground no enorme nó ferroviário subterrâneo dos Halles, e a azáfama dos passantes ao som de "RUN RUN RUN" parece um filme.
 

O mal-estar europeu

O dn.editorial de hoje é uma interessante reflexão/visão de João Morgado Fernandes sobre a Europa na última década, que vale a pena ler.

Destaco para aguçar o apetite da leitura, a seguinte passagem: " O mais curioso é que, quando olhamos a última década, percebemos que, cada um ao seu ritmo, cada um com as suas prioridades, todos os países foram fazendo internamente pequenas revoluções, na lei e nas práticas, na economia e na estrutura social."


 

Os Custos da Burocracia Portuguesa

Li num jornal hoje que Portugal negoceia com a OCDE apoio técnico na medição dos custos da Burocracia em Portugal.

Ora estes custos são de vários níveis:

Seria interessante que o levantamento fosse feito de forma crítica, ou seja, que os técnicos que vão participar nessa avaliação, com a metodologia da OCDE, não se esquecessem de contabilizar também os custos que a máquina burocrática da UE impõe ao País.

Uma sugestão que sejam ensaiados uns quantos estudos de caso em algumas autarquias e serviços autonómos.

Se o estudo se fizer, já agora que seja o mais completo possível e seja bem publicitado. Os números deverão ser interessantes e ao mesmo tempo horripilantes.


 

País "suspenso" das medidas de reforma da AP

Na próxima segunda feira, teremos pela boca do Primeiro Ministro o anúncio de 400 medidas para a reforma da Administração Pública.

Há expectativas altas para alguns, há as dúvidas de eficácia para outros, há os que acreditando se questionam sobre o processo de as implementar, há o não acreditar de que alguma coisa seja a valer (mais uma reforma anunciada!), há os curiosos e ainda os que, antes de as conhecerem, já estão contra (a classe política na oposição, que embora com nuances já as condena).

Confesso. Tenho algumas expectativas e dúvidas, mesmo antes de as conhecer a não ser pelo que tem transpirado cá para fora. Uma reforma da AP implica uma filosofia global e é aí até agora nada transpirou ... Há indícios que um dos "eixos" base seja o da simplificação da vida dos cidadãos e das empresas nas suas relações com o Estado e aqui o governo começa a dar provas de credibilidade, com as várias medidas que anunciou e tem em implementação, com resultados à vista como o da empresa na hora.

Mas certamente que não se ficará por aqui. E que outros eixos vão sustentar a reforma?

Espero ver clarificados na exposição de José Sócrates na segunda feira e não seria de mais exigir-lhe que fossem ditas quais as traves mestras que sustentam estas medidas e a reforma do Estado.

Perceber a filosofia é fundamental para aceitar ou rejeitar as medidas.


2006-03-23

 

A Agenda Política

Por uma questão de "agenda política" o PS e o governo não vão aprovar uma proposta do BE relativa à simplificação dos divórcios (ver dn).

Posso estar de acordo com vários tipos de argumentos para não aceitar uma proposta:
Não é admissível que os nossos políticos argumentem com algo que pode ser tão abstracto como "agenda política". Ainda mais dando a entender que se trata de uma questão de protagonismo (como se pode ler nas entrelinhas da afirmação "A agenda política do Bloco é destinada a satisfazer o seu eleitorado.").

O PS já sofreu na "pele" este tipo de comportamento sectário muitas vezes e contra ele sempre se manifestou (como por exemplo quando no tempo de Durão Barroso propôs o cartão único).

A mentalidade tem de mudar também no governo e no partido do governo.
Quando existe uma proposta de um adversário deve fazer-se um esforço maior para conseguir implementá-la (se com ela se estiver de acordo).

Isto não quer dizer que defenda o pensamento único. Antes que se devem guardar as energias da discórdia para as questões que realmente nos dividem.

Só assim se conseguirá criar uma dinâmica positiva que nos leve a todos os Portugueses mais além.
 

A quadratura do Iraque

Vi a parte final da "quadratura do círculo". Pacheco Pereira que obviamente defendeu e continua a defender a invasão do Iraque pelas mesmíssimas razões da Administração Bush, sem confundir as razões com os pretextos, isto é o petróleo e a projecção estratégica, com as balelas das armas de destruição maciça (ADM) ou da democracia, a certa altura, falando como que em petit comité, descaiu-se a dizer que já o vice-presidente Cheney (aquele com quem ninguém quer ir caçar patos) advertia, antes da invasão, que não era boa ideia justificá-la com as ADM, (que fatalmente se revelaria, mesmo aos cegos, que não existiam) mas com a democracia.

Também Lobo Xavier, se deu ao trabalho de explicar que nem tudo estava mau no Iraque. Só lhe ocorreu a realização de eleições. Mas em que condições? Em que clima de liberdade de expressão? Aquelas em que os xiitas foram votar no candidato xiita, os sunitas no candidato sunita e os curdos no candidato curdo? Mas mesmo que fossem "livres e justas" eu ponho o caso em nós Portugueses. Imaginemos que uma imaginária potência islâmica (sendo Portugal um barril de petróleo) para derrubar o ditador Salazar invadia o país e nos deixava no caos do Iraque. À fome, sem água, sem electricidade, no meio do terror generalizado. Imaginemos que um qualquer berbere numa Quadratura do Círculo, explicaria nas Arábias, que em Portugal nem tudo era mau. Tinham sido feitas umas eleições (sob a vigilancia do exército invasor).

Pacheco Pereira aduziu mais um argumento para explicar que aquela mortandante diária não era contra os americanos mas lá entre eles. Este sim foi um argumento que me estava a tocar fundo quando de repente me lembrei... e se os militares norte-americanos estivam tão indefesos, tão expostos como os civis. Tão à mão de semear?

Jorge Coelho ao menos não esteve com papas na língua. Chamou os bois pelos nomes e tratou o assunto com uma frontalidade que salvou a conversa. Um marciano nem perceberia que estavam a falar do mesmo assunto.

Fico triste (mas só um pouco!) ao ver intelectuais e políticos do gabarito do Pacheco Pereira e do Lobo Xavier a dizer estas coisas.

2006-03-22

 

Selo automóvel - A falta de objectividade dos media

Quem ouviu a TSF ou viu televisão hoje pensou que o governo teria feito uma enorme trapalhada passando o selo automóvel a ser obrigatoriamente registado na internet, com pagamento posterior no multibanco e finalmente recebido por correio.

Afinal não era bem assim. Parece que o governo criou um grupo de trabalho. Essa seria uma das hipóteses mas nada estava decidido (ver diário económico).

Alguns jornalistas (aliás tal como outros profissionais de outras áreas) são de uma enorme incompetência e mancham a sua classe. Deviam ser apontados a dedo quando cometem estes erros grosseiros.

De qualquer forma vou comentar o sistema actual, a hipótese falada e fazer a minha proposta (lá por não ser especialista tenho o direito a dar uma opinião).

No sistema actual:
Na hipótese levantada:
A minha solução:

 

Para onde vai a Agricultura Portuguesa?

Era interessante fazer-se alguma luz sobre o futuro agrícola deste país. Para onde queremos ou devemos ir?

Um estudo muito recente, muito falado, diz, segundo tem noticiado a comunicação social e também vi na TV o senhor Ministro do ramo confirmar, que apenas 20% dos solos portugueses têm aptidão agrícola competitiva.

O grande "celeiro" português (designação do tempo fascista), o Alentejo, fica quase todo fora destes 20%. Um grande problema pois sempre se veiculou a ideia de que Alentejo era agricultura e até o Alqueva nasce muito dessa ideia. Assim, é cada vez mais urgente descobrir os fins múltiplos deste empreendimento .

Mas fico à espera que algum grupo rapidamente apareça a dizer: cá está o estudo das celuloses -papeleiras.

Por outro lado, com a adesão à então CEE, milhares de milhões de Euros voaram para a agricultura, para quê? Sempre pior que antes.

Se exceptuarmos o vinho onde se realizaram progressos significativos e pouco mais, o país cada vez consome mais produtos agrícolas não produzidos no País. Resumindo, passou-se este tempo a queimar rios de dinheiro, a "especializar" um país no " arranca e dessarranca" de culturas agrícolas ao sabor dos tempos.

Será que é desta que se vai caminhar para uma estratégia de agricultura segundo as nossas características e mercados?

Será que é com os agricultores a manifestar-se, segundo entendi após algum esforço, sem razão, porque se o governo ceder ao que eles querem hipoteca os próximos 5 anos de fundos agro-ambientais, aplicando-os de forma nociva?

No entanto vejo, com alguma preocupação, pessoas com responsabilidades políticas como a deputada Ana Draco a defender e a apoiar as posições da CAP.

No mínimo era de ter dúvidas se estas reivindicações a serem satisfeitas iriam no bom caminho.


 

Afeganistão e a Justiça talibã

Um afegão muçulmano converteu-se ao cristianismo. Foi à 16 anos e vivia na Europa. Voltou ao Afeganistão para tentar recuperar os filhos.
Denunciado pela família enfrenta a Justiça do novo regime "democrático" que assente na sharia e o quer condenar à morte se não renunciar à nova fé.
Como explicará W. Bush aos seus amigos, fiéis como ele, da Igreja Evangélica, a Justiça democrática que Rumsfeld implantou no Afeganistão?

2006-03-21

 

Um exemplo a seguir

Bertrand Delanoë o presidente da câmara municipal de Paris decidiu seguir uma política de transparência total em relação à habitação social. A habitação social é um dos assuntos polémicos de Paris, vários escândalos ligados à atribuição de apartamentos sociais provocaram uma enorme polémica e contribuíram para a mudança de maioria nas últimas eleições autárquicas.

Assim dentro de algumas semanas todas as operações imobiliárias parisiences poderão ser consultadas através da internet. Um exemplo a seguir.

Podem ler a entrevista de Bertrand Delanoë aqui.
 

Tentativa de branqueamento?

O actual presidente da Comissão Europeia e ex- primeiro ministro de Portugal, Dr. Durão Barroso, admitiu recentemente numa entrevista à RTL, que decidiu apoiar a intervenção dos EUA no Iraque com base em informações erradas.

Registo algumas dúvidas sobre a sinceridade destas declarações, por razões várias.

Primeiro, a quando e nos meses que antecederam a intervenção, a contestação à existência de armas de destruição maçica era grande. Para além dos movimentos políticos anti-guerra, havia o parecer de que essa existência não estava confirmada de vários peritos especialistas na matéria. Depois não se criaram as condições para uma investigação séria por parte da ONU por influência clara dos países apoiantes da guerra.

Segundo, porque razão Durão Barroso, só três anos depois, vem admitir essa situação? A prova da não existência de armas de destruição maciça já é consensual há muito tempo.

Não será que aderir aos "novos" argumentos de Bush para continuar a defender a intervenção não se coaduna com a sua posição de Presidente da CE? Não estaremos face a um recuo meramente de "tacticismo"?

 

"A desumanização da medicina"

Com aquele título Isabel do Carmo publicou ontem (Público 2006-03-20) um artigo muito interessante para o qual infelizmente só há link para assinantes. Uns extractos:

"...Quanto mais se avança na compreensão da psicossomática como entendimento do funcionamento do corpo humano e das suas patologias, mais se avança também na robotização da Medicina e na mecanização de diagnósticos, terapêuticas e estruturas institucionais. De tal modo que aquilo que poderia ser um progresso pela aplicação da técnica pode transformar-se num retrocesso de consequências irreparáveis."...

"Por este motivo, a relação médico-doente é tão importante. Ao colher a história clínica, ao ouvir as queixas, o médico não está só a inventariar dados para o diagnóstico. Está a ouvir ... E ter alguém que o oiça talvez seja a primeira terapêutica para o doente, independentemente do alívio físico do sintoma. Por isso há investigadores que chamam a isto a "médico terapêutica". ...

"É bom que haja critérios de diagnóstico, protocolos, orientações terapêuticas pré-estabelecidas. Mas... não chega. Estes avanços coincidem e não por acaso, com grande elevação dos custos na Saúde. Os custos da Saúde acabam todos nas farmácias, na indústria e nos bancos."

"A tendência é para a parafrenália técnica ir dominando e o doente é "visto" o mais rapidamente possível.Veio dos EUA a moda de contabilizar oficialmente o tempo máximo (15 minutos, 18 minutos) e estendeu-se à Europa.

"O doente não pode ser dispensado porque afinal é o objecto de toda esta cadeia de montagem, mas convenhamos que tem que ser reduzido a abrir pouco a boca. A existir, mas calado e sem ouvir explicações."


 

O Muro de Berlim e as Armas de Destruição Maciça de Sadan Hussein

Ontem no Público, José Manuel Fernandes, faz num artigo de opinião o "Deve e haver da invasão do Iraque" e diz a certa altura:

"Sabemos hoje que Sadam não escondia armas de destruição maciça. Pelo menos elas não foram encontradas"

O director do Público, três anos depois, lá bem no fundo, ainda tem uma certa dúvida!
Está pior que o PCP que levou só dois anos a admitir que o Muro de Berlim tinha sido derrubado


2006-03-20

 

Bush em perda crescente por causa do Iraque

Segundo uma sondagem da CBS News da semana passada 70% dos americanos (republicanos e democratas) consideram que uma guerra civil está em curso no Iraque.
* Apenas 15 por cento dos inquiridos acredita que a estratégia dos EUA será bem sucedida,
* contra 47 por cento que entende a vitória como pouco ou nada provável.
* 67 por cento não acha que o país ficou mais seguro.
* E 59 por cento diz ter chegado o tempo da retirada.

Rita Siza, de Washington, enviou para o Público de ontem um página inteira de notícias devastadoras para a política de guerra de W. Bush de onde retirei aquelas linhas. Mas quem apenas leia o título "América ainda questiona o seu presidente" concluirá, com aquele "AINDA", o contrário do que a notícia informa. Isto é que é saber escolher títulos! Aposto dobrado contra singelo que o título foi feito na redacção do Público! Onde José Manuel Fernandes ainda anda desconfiado sobre a ausência das armas nucleares de Sadam Hussein.

 

Mão de Obra Sénior

A questão dos recursos humanos merece a maior atenção e estudo de todos os dirigentes.
Nunca é de mais afirmar que a mão de obra constitui a grande riqueza de um pais e das empresas, para ver se isso não se esquece.
O DN comenta uma investigação sobre o trabalho sénior que pode ler Excluir mão-de-obra sénior é um erro para as empresas.

2006-03-19

 

De Viena para Los Angeles




Ao fim de uma longa disputa jurídica, cinco quadros de Gustav Klimt, foram entegues agora a Maria Altman (90 anos), herdeira e sobrinha de Ferdinand Bloch, pelo Governo austríaco que não se dispôs a pagar por eles os 300 mil dólares que aquela exigia.
Ferdinand Bloch era um industrial vienense rico, mecenas e judeu. Antes que Hitler o enviasse para as câmaras de gás fugiu, em 1938 para os EUA. Os nazis não o apanharam mas ficaram com os seus cinco quadros de Klimt, que até há pouco permaneceram no Palácio Belvedere, em Viena.

Entretanto o Los Angeles County Museum of Art (LACMA) vai, junto com outro espólio seu da mesma época, expor aqueles quadros onde se destaca o retrato de Adele Bloch-Bauer I, "um dos três exemplares que sobreviveram do estilo mais conhecido de Klimt, marcado por intensos dourados". O ano passado, em Julho e Agosto, durante a onda de calor, o Museu Leopoldo em Viena ofereceu bilhetes grátis aos que entrassem nus (ou quase) para verem a exposição: "A verdade nua: Klimt, Schiele, Kojoschka e outros escândalos", mostra retratos de nus feitos por esses artistas que percorreram o país, chocando muita gente." [aqui ]. Dados biográficos de Klimt [ aqui].

 

Opa do Malandro (3)



Tempo Memorial

Temos de nos preparar (todos!) para um balanço corajoso. Depois da terraplanagem aos «direitos adquiridos» que o Primeiro Ministro anunciou, com apoio e aplauso de muitas e desvairadas gentes (bem ou mal intencionadas, logo se vê…), o que ficou dessa fúria niveladora?


Tirando os «culpados do costume», quem é que viu, de facto, os seus direitos atingidos ao ponto de se poder considerar prejudicado?


 

Opa do Malandro (2)



Tempo a Propósito...

Luísa Bessa lembra, no Jornal de Negócios de sexta-feira passada [ Gato por Lebre ] a expressão popular que Cavaco Silva utilizou lá pelos anos oitenta do século ido, para «denunciar» a especulação financeira que aquecia na Bolsa de Lisboa. O actual Presidente da República, consta, ficou tão traumatizado por lhe assacarem as culpas de ter precipitado o «crash», que já assiste impassível, agora, a malandrices como a que a citada articulista relata a propósito do anúncio da LP Brothers (?) ter anunciado a «intenção de lançar uma OPA ao título Media Capital».

Terá sido por as acções do BCP terem subido a seguir ao anúncio de Paulo Teixeira Pinto anunciar a intenção de lançar uma OPA sobre o BPI?

E agora, Sr. Presidente?


 

Opa do Malandro (1)



Malandro Imemorial

Tempo marcado por OPAs e contra OPAs.
«Queres-me comprar?» - diz o Ulrich do BPI.
«Eu já te digo!»
«Não perdes pela demora!» (Vira-se, amofinado, para Pinto, do BCP)
«Sou eu quem te vai comprar a ti

Um governante, entrevistado na onda das OPAs, põe a cassete no leitor:

«Bom. Isto só mostra que o mercado está a retomar dinamismo, e que o ambiente de confiança está a regressar à economia portuguesa

Francamente!...


 

Gustavo Klimt. Viena, 1862 - 1918



Admirador do "Simbolismo", da Art Nouveau, da Art-Deco Gustav Klimt em breve deixaria para trás a formação artística tradicional para se tornar um pintor vanguardista precursor do expressionismo.
Foi, com Franz Matsch, Max Klinger, Kolo Moser, Adolf Böhm, Ernst Stöhr e outros, um dos iniciadores do movimento Secessionista Vienense.

Klimt iria mais que uma vez escandalizar o convencionalismo artístico da capital do império Austro-Húngaro - uma Viena a caminho do ocaso do seu magnificente explendor.
É alvo de crítica feroz por causa das suas arrojadas composições monumentais para a Universidade de Viena : a Medicina, a Filosofia e a Jurisprudência.

A mulher, o erotismo, o sexo, percorrem a sua obra em especial nos últimos anos da sua vida. O sua rotura com o convencionalismo e o puritanismo hipócrica valeram-lhe acusação de artista obsceno e, com as suas obras "pornográficas", perverter a juventude vienense.


 

O ESTADO DO MUNDO

350 mil franceses (segundo os organizadores) manifestaram-se ontem em Paris, e um milhão e meio por toda a França contra a reforma laboral. No centro do confronto o CPE. O contrato do primeiro emprego, pelo qual o Governo quer dar às empresas carta branca para despedir, sem justa causa, os jovens com menos de 26 anos.
Se o primeiro ministro Villepin não ceder na mesa das negociações aos sindicatos estes ameaçam prosseguir a "negociação" na próxima 5ª feira com uma greve geral.



Um problema de comunicação

O Governo francês diz que o Contrato do Primeiro Emprego é para aumentar o emprego. Os estudantes, os jovens franceses em geral, talvez por não lerem a portuguesa e conceituada revista Atlântico e ignorarem a produção teórica do Compromisso Portugal não estão a perceber que para aumentar o emprego o Governo francês queira fazer uma lei para facilitar o desemprego.



Os números da Polícia

Nas manifs de França, segundo as gazetas, os organizadores falaram em 1 milhão e 500 mil manifestantes, os jornalistas franceses em 1 milhão, os jornalistas ingleses (!) estimaram em 1 milhão e 200 mil. Mas a Polícia estimou apenas em meio milhão. Será por o seu patrão ser Nicolas Sarkozy? Só em parte, porque cá, apesar de António Costa não ser nenhum Sarkozy a Polícia também poupa nos números. Excepto nas manifs da PSP.



Mário Mesquita

propõe hoje na sua habitual e a sempre excelente crónica do Público de Domingo, a figura de regente para dignificar o papel de políticos como Marques Mendes e o actual presidente do CDS, Ribeiro e Castro, que têm a ingrata mas indispensável tarefa de aguentarem os partidos enquanto estão na oposição e os verdadeiros presumidos chefes não estão para os aturar.

A ideia tem piada. Mas a coisa assim como está também tem as suas virtualidades. Enquanto os auto-presumidos líderes, os Marcelos, os Borges, os Portas esperam descansados pelo momento oportuno para dar o salto oportunista, a POLÍTICA alheia a cálculos, prega-lhes a partida e premeia os que de outro modo não passariam de regentes.

Veja-se o caso de Marcelo Rebelo de Sousa que enfastiado, entregou o PSD ao Durão Barroso a pensar no interregno de águas paradas de Guterres e depois, de repente, zás... eleições e não lhe deu tempo a correr com Durão e a voltar ao palco. E até serviu para dar o Governo a Sócrates. Com o sacrifício aos deuses, pelo meio, do infeliz e imolado Pedro Santana Lopes.



Aquilo na BIELORUSSIA

continua impassívelmente "soviético". Pelo menos as sondagens dão 85% ao camarada Lukachenco e não me admirava nada que ainda acabe eleito com 90% dos votos. Depois admiram-se das revoluções "laranja" como na Ucrânia e outras repúblicas ex-soviéticas. Mesmo que com financiamento do tio Sam.



A propósito de "carniceiros"

até estou de acordo. Que assim se diga desse, como do de Bagdad e etc. O que intriga é só se considerarem carniceiros os que prejudicam os "nossos" negócios. E de nunca serem carniceiros alguns que, por exemplo em Washington ou Londres, para acautelar os seus negócios fazem ainda maior carnificina.


 

A corrupção e as cartas de condução

Esta praga já vem de anos muito longínquos. Quem não se lembra de ouvir falar e conhecer casos de alunos que iam de Lisboa e Porto para terras do interior e das ilhas porque não só tinham assegurada a passagem no exame de condução, como até lhes ficava mais barata a carta?!!!

Esta faz-me lembrar uma outra situação com os exames do 12º ano, quando muitos alunos iam para o Liceu de Santarém porque aí tiravam-se boas notas e assim o acesso às universidades ficava facilitado.

A raiz de tudo é sempre a mesma. Este país, por razões "educacionais", (educação aqui tomada no sentido mais amplo possível sem exclusão de nenhum domínio) anda sempre à "coca do facilitanço". Penso que até se interiorizou que não é com trabalho e rigor que a malta se safa na vida. A"dignificação do trabalho" é uma ideia pouco arreigada. Por isso, há que criar e/ou entrar em esquemas.

E na realidade a economia paralela (gosto mais da designação de "subterrânea") prolifera e prolifera dentro da "mais legal". Daí que os valores à volta de 20%´com que por vezes se estima o seu peso ....devam ser outros.

Pensava eu que a corrupção nas cartas de condução já estaria mais controlada. Afinal nada disso. É a própria DGV que, com os seus dados, vem dizer que está em crescendo e o próprio presidente da associação portuguesa das escolas de condução admite ao DN de hoje que "sempre houve situações de corrupção no seu sector".

Mas agora, a esta área acresce a dos inspectores dos centros de inspecção que se dizem pressionados pelos patrões para deixar passar os veículos inspeccionados, de grandes firmas.

Se a isto se juntar o caos que continua a reinar nas multas, chegamos a um "panorama" bem completo.

Não será que muitas das mortes nas estradas portuguesas se devem também a este caos no sector?


2006-03-18

 

Cavaco Silva em Belém (2)

Vasco Pulido Valente (Público de 2006-03-18, sem link):

"Pese embora a José Manuel Fernandes, quando se tratou das nomeações para o Conselho de Estado, Jorge Sampaio fez precisamente o contrário de Aníbal Cavaco Silva. Queria que os partidos reopresentados na Assembleia da República... estivessem também representados no Conselho de Estado. Ofereceu por isso, um lugar da sua quota pessoal ao presidente do CDS e outro ao secretário-geral do PCP...

O CE, sendo consultivo, não decide nada, mas na mediada do possível deve representar a opinião do regime e do país. Deixar de fora o CDS ou o PCP diminui como e óbvio, sua eficácia e o seu valor, e contribui poara isolar o Presidente.
...A comparação com Sampaio (José Manuel Fernandes que me desculpe) volta aqui a ser reveladora. Sampaio não foi buscar uma dúzia de lunáticos ao formigueiro da extrema esquerda para o ajudarem. E por um bom motivo. Um pequeno grupo de zelotas, para não dizer pior, acaba frequentemente por influenciar (ou envenenar) a atmosfera ideológica de uma instituição.

...Essas criaturas [os conselheiros de Estado escolhidos por Cavaco] chegam com um passado, encarnam causas, trazem uma agenda e exercem funções de algum alcance. Não são o dourado de uma porta. São uma franja da direita irreformada e irreformável, que o dr. Cavaco instalou no centro da política."



Vítor Dias (Público de 2006-03-17):

"....E é por isso que queremos escrever preto no branco e claro como a água que não nos sentimos nada felizes nem reconfortados, bem pelo contrário, por ver chegar à Presidência da República uma personalidade como Aníbal Cavaco Silva.

Porque, contra a corrente da amnésia e do relativismo político e para além de cruciais razões de futuro, não nos esquecemos de que, há 21 anos, a sua ascensão a líder do PSD e depois a primeiro-ministro se alicerçou no truque de fazer crer que um "novo PSD" tinha começado com ele e que para trás não havia nem história nem responsabilidades do seu partido e na suprema mistificação de ainda haver ministros do PSD no Governo do Bloco Central e, em simultâneo, conseguir fazer uma campanha eleitoral de crítica devastadora à acção desse Governo, mesmo quando os ministros em exercício do PSD estavam a seu lado nos palcos dos comícios.

Porque não nos esquecemos que gastou uma década inteira a fazer invariavelmente uma perversa campanha contra "os políticos" e "a política", sempre protegido pela insistente rábula de que, na chefia do governo, era apenas um submisso escravo do interesse nacional e um economista e professor universitário que só o destino, o acaso ou o amor ao país tinham empurrado para a vida política.

...Porque não nos esquecemos que foi com Cavaco Silva no cargo de primeiro-ministro que os compradores do Totta em apenas três anos tiveram os lucros suficientes para compensar o que tinham pago pela aquisição daquele banco nacionalizado e também não esquecemos...(artigo completo aqui)


 

Fico numa fúria

Vou a postar e sai-me isto. Poooo...aaarrree!!



 

Puxa Palavra intermitente

Desde 5ª feira de manhã, 2006-03-16, que o blog tem tipo períodos em que não é possível aceder-lhe. Parece que se trata de problemas do Blogger onde está alojado. Num dos comentários ao post (por agora inacessíveis através do blog) sobre a pintora Isabel Magalhães feito pela própria artista ela diz que:
"Durante a tarde, e numa das tentativas para entrar no seu blog, recebi uma informação do Blogger sobre manutenção/reparação... e um pedido de desculpas dado que o puxapalavra é um dos blogs atingido por esses trabalhos."
Também a nossa visitante já habitual e amiga S colocou lá um comentário por enquanto invisível do exterior.
As tentativas de acesso deparam com indicação de erro ou acesso proibido. Não sendo próprio pedir desculpa quando a culpa não é nossa pedimos em todo o caso compreensão e que não desistam de nos visitar.

2006-03-17

 

Alqueva, suplício de Tântalo

José Sócrates, anunciou hoje que a conclusão do projecto global de Alqueva, no Alentejo, vai ser antecipada em dez anos, para 2015, atendendo à prioridade nacional atribuída pelo Governo ao empreendimento.
"...O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro durante a inauguração da Barragem e da Central Hidroeléctrica de Pedrogão, no concelho da Vidigueira, Beja, equipamentos integrados no projecto global de Alqueva.
«Vamos pôr à discussão pública o novo POAAP, que prevê já a possibilidade de construção de alguns empreendimentos turísticos que mantém elevados padrões ambientais», revelou, de acordo com a Lusa. [link]
O POAAP, Plano de Ordenamento das Albufeiras de Alqueva e Pedrógão "foi elaborado de modo a definir as linhas estratégicas de gestão das albufeiras e sua zona envolvente. O POAAP, (preâmbulo da Resolução do Conselho de Ministros n.º 95/2002, de 13 de Maio, que o aprovou,)teve um carácter preventivo, sendo que essa decisão tinha subjacente o facto de a concretização de um plano de água ao longo de 100 km do vale do Guadiana introduzir profundas transformações no território" [link]
Dar utilidade à água do Alqueva é mais que urgente para não sofrermos nova humilhação, como a do ano passado, em que o Alentejo sobreviveu entre dois perigos: o de morrer de sede e de morrer afogado. Em tanta água... inútil.

 

Terrorismo de Estado e humilhação por uns votos


Ehud Olmert substituiu interinamente, como primeiro ministro, Ariel Sharon, e "por defeito" é o candidato do Kadima, o partido que aquele criou, às próximas eleições para o Knesset o parlamento de Israel. Sem o carisma de Ariel, temeroso dos resultados, Olmert decidiu mostrar que pode ser tão brutal ou tão terrorista como o seu émulo já fora para agradar ao eleitorado de extrema direita que se inclina para o seu rival do Likud.
Para isso deu ordem às tropas israelitas para tomarem de assalto a prisão palestiniana de Jericó, na Cisjordânia. Tiroteio, carros de combate e bulldozers ameaças de soterrarem os presos sob os escombros arrasaram parte da prisão e levaram os presos que entenderam para serem julgados por Israel. Não sem antes os humilharem obrigando-os a sairem meio nus, em cuecas para "se perceber que não traziam explosivos".
O moderado presidente da Autoridade Palestiniana interropmpeu a visita à Europa e acusou o Governo americano e inglês de cumplicidade com o "crime vil" e com a "humilhação ao povo palestino". Estes governos, representantes da cristandade junto dos lugares santos, protestaram a sua inocência mas Olmert que quer os votos, disse que os tinha consultado. De modo que a retirada dos guardas americanos e ingleses que custodiavam a prisão, 10 minutos antes da chegada do exército israelita, que até então era tida por uma "plausível" coincidência, passou a ter uma explicação oficial.
Às vezes penso se não será por coisas destas que se torna tão fácil incendiar os ânimos daquelas gentes contra "a liberdade de expressão" ou seja o que for do respeitável Ocidente?

2006-03-16

 

Isabel Magalhães

pintora e bloger. O seu curriculum pode ser conhecido [aqui] e imagens das suas belas pinturas


podem ser vistas no seu blog ISABEL MAGALHÃES e algumas num layout com fundo a preto onde as cores ganham maior brilho [aqui] .
Isabel Magalhães, que não conheço pessoalmente, está na web ainda em vários outros blogs [aqui] ou [aqui] .

Aconselho uma visita senão às suas obras, o que seria incomparavelmente melhor, ao menos às suas imagens através daquelas ligações.


 

Sobre o DN... e as siglas dos nomes

Os meus Links aqui no PUXA têm privilegiado o DN por uma razão muito simples. Ainda hoje o fiz. Por várias vezes as notícias a que faço referência são objecto de análise em outros jornais. Mas nos dois que mais leio só o DN continua acessível na NET e francamente espero que não caia na tentação do seu concorrente O Público.

Não percebi ainda as vantagens "económicas " dos órgãos de comunicação cercearem o acesso via NET. Certamente num país em que pouco se lê, esta linha não vem trazer grandes contributos para mudar os hábitos de leitura. Mas há cabeças inspiradas com ideias "deslumbrantes". ...

Outro motivo me tornou leitor mais assíduo do DN: o aumento significativo da sua qualidade.

Independente de se gostar ou não da linha editorial, são sensíveis as melhorias na abordagem dos temas e da informação onde destaco os temas económicos. Aqui passamos do dia para a noite ou melhor dito o caminho é o inverso. Há um sair das trevas.

No meio desatas mudanças, contudo, ainda não percebi a "política" das siglas.

Consigo perceber e bem a filosofia quando na mesma página um jornalista tem um artigo assinado com o nome porque é conhecido e depois em artigos de menor dimensão apenas a sigla.

Mas não consigo entender quando vem só a sigla, o que não identifica o jornalista autor.

Não é de somenos importância. Acho mesmo que, para um segmento de leitores no qual me incluo, é interessante saber quem escreve, porque gostamos de ir fazendo opinião sobre os autores. A continuar "esta anarquia" mais cedo ou mais tarde o DN vai sentir-se obrigado a ter uma "secção de siglas".... Por outro lado, é de bom tom "o seu a seu dono". Também não entendo porque na NET muitos artigos estão sem autor.


 

Ser Fogosa - uma boa condição para ser freira

O mundo já não é o que era, sobretudo na vizinha Espanha ... é o que se costuma dizer com algum humor, quando se toma conhecimento de que algo de diferente, mas que causa algum espanto, aconteceu ou está a acontecer.

Vem isto a propósito da seguinte notícia desenvolvida hoje no DN "Gostas de homens? Então talvez sejas a freira perfeita!" sobre as formas de contacto com jovens raparigas na procura de vocações por algumas organizações religiosas e com o patrocínio das hierarquias da igreja.

Estou para aqui a imaginar a reacção de Sua Excelência D. Teodoro de Faria, Bispo do Funchal se alguma congregação religiosa regional pusesse no seu site a frase : "Gostas de homens? Então talvez sejas a freira perfeita"

 

Novos passes carregáveis no multibanco

Os novos passes para os transportes públicos que se carregam no multibanco são uma boa medida implementada pelas empresas públicas de transportes.
Poupam tempo aos utentes na medida em que aumentam a rede de distribuição. Automatizam muito trabalho até aqui realizado manualmente. Aumenta-se a funcionalidade da rede da SIBS que é uma mais valia relativamente a outros países.

Na primeira fase, milhão e meio de Portugueses passarão a ter a sua vida mais facilitada.

Pode, no entanto chegar-se mais longe adicionando a funcionalidade do passe ao novo cartão do cidadão.
Esta medida poderia não ser obrigatória porque os turistas ou estrangeiros residentes em Portugal têm direito a ver um passe emitido.

Desta forma os ganhos seriam:

2006-03-15

 

A mexer com a saúde...

Será Correia de Campos um ministro com visão?

Que está a mexer com tudo quanto respeita à saúde parece não haver dúvidas... E já "comprou" e bem umas tantas guerras. Quem não se lembra da da associação das farmácias ?!

Mas para uns, Correia de Campos age determinado fundamentalmente pelo objectivo: redução do défice. Para outros, o objectivo é o de aumentar a qualidade da saúde a prestar em Portugal.

Correia de Campos é um dos vários ministros muito determinado deste governo e sabe aonde quer chegar.

Não é incompatível avançar, ligando os dois objectivos: melhor saúde e lançamento de um caminho para um modelo de financiamento equilibrado do SNS.

O que existe é insustentável: gastos incontroláveis que não aproveitam a ninguém (em alguns casos, a uns quantos) e péssima prestação de muitos dos serviços de saúde.

É o caso das 9 maternidades que vão fechar até ao final deste ano.

E vão fechar porquê?

Dois tipos de razão:

Estes fechos não são aplaudidos pelos autarcas respectivos. Não o podiam ser. Mas o interesse do país e da segurança está acima até porque desse fecho não resulta qualquer problema para os utentes porque existem alternativas e de melhores condições.

Resta apenas uma questão: o de assegurar e planear o funcionamento dos meios adequados de transporte.

A sociedade portuguesa com esta dinâmica fica já a aguardar por novas "mexidas" na sáude, desde que guiadas por melhor prestação de saúde e redução de gastos.


2006-03-14

 

Ricardo Lagos e Michelle Bachelet

Ricardo Lagos é o presidente cessante do Chile.

Ricardo Lagos é também socialista como Bachelet e alcançou o poder, em Janeiro de 2000, por uma diferença de apenas 31 000 votos.

Bachelet, a nova presidente do Chile, parte com uma margem bem mais confortável.

O que terá levado um país profundamente católico como o Chile a escolher uma mulher socialista, agnóstica e mãe solteira?

A quando da posse de Lagos muitos eram os que vaticinavam que o seu mandato não duraria mais do que o de Allende.

Afinal, cumpriu e deixa a presidência com um apoio popular da ordem dos 75%.

Esta estabilidade que Lagos conseguiu criar no Chile veio facilitar a eleição de Bachelet, mas as mudanças económicas porque o Chile está a passar e a melhoria de nível de vida do seu povo terão sido os factores determinantes desta vitória.

Juntando as profundas reformas na educação, saúde e justiça, em curso torna-se animadora a rota que percorre a sociedade chilena . E o povo percebeu e apoio a sua continuação.

Com a subida de Allende ao poder, a bolsa e os mercados entraram em colapso, com Bachelet tudo segue na calma, até porque as previsões dos economistas apontam para uma elevada crescimento da eonomia chilena e elevadas taxas de investimento.

R. Lagos dotou o Chile de acordos de livre troca com os EUA, UE e China, uma taxa de desemprego de 8% e uma taxa de crescimento de 6%.

Bachelet beneficia desta herança forte, mas existe a esperança de que aprofunde esta rota e a solidifique.

Criar riqueza e montar os mecanismos da sua distribuição é bem aceite e desejado pelos povos.

Será que o Chile de Lagos e Bachelet poderão dar algumas boas práticas, ao lado da Finlândia e Suécia para a governação do nosso país?


 

Ave prevenida...


Não sei se me estão a perceber!


 

4,3 mil milhões de euros

... É o que pagará o BCP pelo BPI, caso a OPA, ontem lançada, seja bem sucedida.

Não são claros os objectivos desta OPA, apesar de Paulo Teixeira Pinto (PTP), o actual presidente do BCP, bem se ter esforçado por fazer passar a mensagem de que se trata de uma operação para dimensionar o BCP, numa perspectiva de criar as condições para uma internacionalização bem "sustentada".

Helena Garrido no dn.editorial de hoje desenvolve este aspecto da OPA, questionando-se porque razão, então, o BCP "não quis ultrapassar os quatro mil milhões de euros na oferta para comprar o BCR da Roménia", um país/zona de grandes potencialidades neste domínio.

Helena Garrido tem uma frase mortífera para PTP " o que fez correr Paulo Teixeira Pinto é assim muito pouco racional, ainda".

Já Sérgio Figueiredo ontem num comentário à TSF admitia como plausível esta OPA ser uma reacção a uma possível OPA sobre o próprio BCP.

Tudo possível. O tempo o dirá.

Chegaram as OPA's.

Explicar que elas decorrem da estabildade política da eleição do Presidente Cavaco é, no mínimo, um "desvio de visão". Mas há quem diga e daqui até Fátima é so um passo.


 

MIchelle Bachelet presidente do Chile

Uma Presidente assim, com este rosto aberto, jovial e franco não pode deixar de inspirar simpatia e confiança. Independentemente do resto e só para me cingir ao aspecto, compará-la com rostos carrancudos é como comparar um dia de sol radiante com um dia de chuva. [Breves dados biográficos]
Tomou posse no Sábado, em Santiago do Chile, e na investidura não conseguiu esconder a comoção.
O Presidente da República no Chile é simultaneamente o chefe do Governo e ela já o constituiu. São vinte ministros. Dez mulheres e dez homens. O Ministro da Defesa, o da Planificação, o da Economia, o da Saúde, por exemplo, são... adivinhe! São mulheres.
Os secretários de estado são trinta e dois. Desasseis homens e desasseis mulheres. Secretárias de Estado mulheres são, por exemplo, a da Justiça, a da Marinha, a do Desporto, a da Agricultura, a das Finanças. O critério não foi, como se vê, as pastas mais "femininas" para as mulheres.



A passagem de testemunho de Ricardo Lagos para Michelle Bachelet contou com um grande números de chefes de Estado e governantes estrangeiros nomeadamente Condolesa Rice ou a vice-presidente do Irão, mas a presença mais espectacular foi a de Evo Morales, pois foi a primeira vez que um presidente da Bolívia veio ao Chile, países que mantém relações tensas (com duas guerras pelo meio e a perda de territótio e de acesso ao mar pela Bolívia). Evo Morales teve direito a um comício num estádio, organizado a pedido de sindicatos e organizações populares de esquerda. Emocionou-se quando os presentes começaram a gritar "acesso ao mar para a Bolívia". Disse que nunca esperou ouvir uma palavra de ordem daquelas, da boca de chilenos)


2006-03-13

 

Educação - Mais uma medida que se impunha

O ME quer criar provas nacionais para avaliação de conhecimentos e competências.
Mais uma medida óbvia do Ministério da Educação.
Já ouvi os principal argumento contra dos sindicatos e de alguns amigos que são professores:
Concordo que por dominar a matéria não é necessáriamente bom professor.

No entanto nenhum professor poderá ensinar correctamente a matéria se não a dominar.
Ou seja : Dominar a matéria é uma condição necessária mas não suficiente para ser bom professor.

Seria de facto bom existir também uma forma de avaliar a capacidade pedagógica de um professor.

Actualmente a seriação, avaliação e acesso à carreira é efectuada com base apenas nas notas da faculdade.
Desta forma ocorrem situações caricatas como alunos de 12 na faculdade mudarem a meio do curso e passarem a ser alunos de 18, passando à frente dos seus colegas originais que eram alunos de 15.

Desta forma, e comparando com a situação actual será sempre menos injusto a avaliação dos conhecimentos que nenhuma avaliação.

2006-03-12

 

A (in) Transparência no MNE

Isto do MNE não é coisa "a que ligue muito", porque sempre o achei com falta de massa crítica, sem ofensa por pessoas mui qualificadas que por lá existem, como em todo o lado. Falta estratégia, princípios de uma verdadeira cooperação e aplicação de muitos dos seus executantes.

Limitando-me a coisas bem simples como simplemente "ouvir" os consultores portugueses a trabalhar no estrangeiro, quando se prestam a isso, é coisa desprezível para os nossos diplomatas. Que maçada!!!. É a minha experiência vivida, quando "ingenuamente" me predisponha a isso.

Não sei se esses tempos estão em mudança, pois houve uma fase da "diplomacia económica", tentativa de superar pelo menos na comunicação a "diplomacia do croquete".

Mas agora o que me diz a informação é que o MNE está a passar por uma fase algo agitada em matéria de (des)colocação de conselheiros e adidos no estrangeiro que não abona muito em seu favor, tanto mais que parece ser grande a abundância de afilhados. Hoje o DN traz uma pequena nota nada abonatória da transparência deste processoFreitas corrige listas de colocações do MNE


 

Memória da guerra colonial

Aqui ao lado, no MEMÓRIAS, postei uma segunda memória da guerra colonial de A. Marques Lopes. Recomendo a sua leitura a quem queira conhecer a guerra colonial que durante 13 anos lançou a juventude portuguesa numa guerra bárbara e injusta e que socavou os alicerces do regime fascista português.



Reunião do povo. Ilha Formosa, Guiné [link]

2006-03-11

 

Portugal e Espanha: Evolução das Políticas

Dois anos após o dia negro em Espanha - o 11 de Março de 2004 - que, de menos negro apenas tem estar na origem da mudança do xadrez político, ao contribuir de forma determinante para a eleição de Zapatero, é no mínimo curioso que os dois países peninsulares evoluam na política de formas diametralmente opostas.

Em Espanha, caminha-se por um forte acentuar das diferenças ideológicas (teórica e prática) entre os dois principais partidos do xadrez político e em Portugal pela diluição da ideologia entre as forças políticas desses mesmos quadrantes.

Marina Costa Lobo (MCL) publica hoje no DN um artigo muito interessante sobre este tema Uma península duas políticas.

Os nossos analistas políticos têm matéria de sobra para reflexão.

Como diz MCL "as questões económicas em Portugal assumem o primeiro, segundo e terceiro lugar das preocupações dos partidos e dos eleitores, devido às condições económicas em que vivemos, marginalizando outras que são cada vez mais centrais em democracias mais ricas".

Será que, com esta sua afirmação, quererá dizer que as graves questões económicas do país dão origem a uma certa postura de bloco central?

Não haverá mesmo soluções diferenciadas para os problemas económicos entre esquerda e direita moderadas?

A diferenciação situar-se-á apenas em medidas sociais?


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