PUXAPALAVRA

Umas curtas notas sobre o modelo "ango-saxónico".

Hoje em dia por efeitos dessa deriva liberal o modelo deixou de ter uma visão e uma doutrina. Associa elementos extremamente liberais com outros de carácter mais estatal como o salário mínimo estabelecido por Blair (de nível muito baixo, entenda-se, no contexto da economia do RUnido). A saúde é gratuita e pública, mas de qualidade medíocre. O sistema de reformas é misto: coexiste o sistema clássico com um sistema privado por capitalização.

O financiamento deste modelo é também assegurado pelos impostos, mas as relações sociais britânicas caracterizam-se mais pelo confronto do que pela negociação.

Concordo, no entanto, que não compete ao governo intrometer-se na gestão corrente e normal da CGD. Mas compete-lhe nomear e/ou reconduzir os gestores e, como tal, deve estar informado sobre o seu desempenho. E, no debate, este aspecto saldou-se negativamente.

O conceito de "modelo" implica um conjunto algo coerente de princípios e normas aplicáveis a um espaço o que, na realidade, não existe. Basta comparar o "modelo social sueco" com "o português" para perceber do que se está a falar. Registam-se, contudo, umas quantas práticas de índole social que distingue a Europa, para melhor, de outros espaços. Segundo, se se quiser falar de "modelo social europeu", a qual nos devemos reportar? Ao modelo social "nórdico", ao "alemão", ao "francês", ao "anglo-saxónico", ao "da Europa do Sul"? Complicado, não é?

O modelo "nórdico"

É característico deste modelo as relações colectivas fortes e orientadas para o pleno emprego, aliadas a um elevado nível de protecção social e elevados subsídios públicos.

Contudo, não se trata de um modelo estático e as populações têm sido conquistadas para a introdução de ajustamentos recentes, relacionados com o envelhecimento da população e as condições de trabalho, alguns subtanciais como o aumento da idade da reforma que passou na Suécia para os 65 anos e com incentivos a quem quiser permanecer até aos 67. Na Dinamarca, assiste-se à introdução de mecanismos da flexi-segurança, mediante uma combinação da protecção dos trabalhadores com as mudanças de emprego.

A protecção social, financiada pelo imposto, é universal e cobre o conjunto dos cidadãos e residentes. O largo consenso tem sido obtido na base de negociações com os parceiros sociais.

Não é que, afinal, as empresas do BPN adquiridas em Porto Rico não deram assim tanto prejuízo!

E assim soube-se, acabo de ler, que a Biometrics foi vendida por 35 milhões de euros, mas como quem a vendeu se desmemoriou, mandou registar "um dólar" apenas. Enganos toda a gente tem, é um velho ditado, e entre 35 milhões e um dólar percebe-se perfeitamente o engano!

E é em Espanha que o EL Solitário leva uma pena de 47 anos de cadeia!!!

Ladrões estão a enviar pelo correio uma carta com papel timbrado da TV CABO,onde consta que a empresa está a modernizar a sua tecnologia e que será necessária a substituição de equipamentos dentro da casa do assinante.

Vejam só até onde chegou a ousadia dos bandidos-inovadores! As próprias vítimas marcam o dia em que as suas casas podem ser assaltadas!!!

Comentário: após a divulgação desta forma inovatória de assaltar casas, é preferível aguardar desde já pela próxima novidade!

Um comportamento desta natureza, num estado democrático, merece, no mínimo, duas explicações.

A segunda prende-se com a atitude a tomar face a este acto, no mínimo leviano e irresponsável, o que dificilmente se aceita em instituições que se querem ver respeitadas. E também disso deve, no seu devido tempo, ser dado conhecimento público.

Como artista especializado em assalto a bancos, apanha 47 anos de cadeia, quase meio século de prisão. É obra. Em Portugal, um país de brandos costumes e de juizes muito devotos e generosos para com a pessoa humana, certamente nunca poderia ser aplicada uma pena desta dimensão, nem mesmo aos mais cruéis cadrastados.

Neste contexto e face a tão cruel pena, poderia pensar-se em negociar com o país vizinho - a cruel Espanha - a troca de uns tantos Administradores ou ex- Administradores de alguns dos bancos nacionais, como o BCP, o BPN ou o BPP, pelo El Solicitario, afectando por exemplo a pena global na proporção de 1: 7. Uma dupla aplicação do nosso espírito condescendente de caridade cristã: primeiro, proporcionando a redução significativa da pena de prisão para crime semelhante e, segundo, mais significativa ainda, porque o El solicitário, de certeza, lesou em menor escala os bancos assaltados.

Se, de facto, ficou provado em Tribunal que ele tentou corromper o vereador da CML, José de Sá Fernandes, a pena é de apenas de 5000 euros?!!!!!.

Digam-me por favor, porque vai o homem para já ser multado em 5000 euros? Certamente estacionou umas quantas vezes mal nos parques da BragaParques. Só pode ser!

A questão de regime uma outra clivagem importante, com alguma visibilidade logo nos primeiros anos de República, depois com a ditadura de Sidónio Pais, etc, foi sofrendo um certo adiamento.

Ora inspirado este movimento de Cruzada Nun'Álvares na própria personalidade e feitos do Santo Condestável, ficou assim projectado ao longo de 48 anos o impacto no PIB de mais este santo. Desta forma, esforcei-me por dar pistas ao autor do comentário anónimo no meu post anterior: A 26 de Abril Portugal tem novo santo.

Mas D. Nuno Álvares Pereira, certamente pela sua bravura contra os castelhanos e grande amigo do Mestre de Avis, lá se vai tornar no Santo Condestável a partir de 26 de Abril. E Portugal passa a ter no alforge mais um santo. Bento XVI, assim o diz, baseado certamente em imensos relatórios fundamentadores.

Mas deixo aqui um apelo a quem manda nos santos.

O povoamento do Alentejo, apesar de tão despovoado, muito ficou a dever a priores desta estirpe.

Num negócio de 38 milhões, nunca alguém se esquece que aí colocou a assinatura. Até consta que teve interlocutores amigos que vieram de Marrocos de jacto particular para tudo ser assinado, na santa paz. Não sei se houve brindes, a imprensa não diz, mas mostra o Expresso os documentos comprovativos com assinatura, preto no branco, do Dr. Dias Loureiro.

A crer no Expresso de Hoje Dias Loureiro mentiu à Comissão de Inquérito, pois não se lembrava a quando da ida ao Parlamento à Comissão de Inquérito de ter posto a sua assinatura num negócio absolutamente ruinoso para o grupo BPN: a compra de duas empresas tecnológicas em Porto Rico. Apenas um prejuízo de 38 milhões de dólares com esta aquisição. Para onde terá emigrado tanto milhão?!

Ainda hoje ouvi parte do Forum da TSF sobre este tema. E achei que os intervenientes tinham os pés na terra.

Por isso, aquilo que ouvi as pessoas defender, prendia-se com baixa de IVA nos produtos alimentares para bebés, na roupa, nos biberons, etc. Depois veio o ensino, infantários caríssimos, os livros. etc.

Seixas da Costa transitou de Brasília, onde pelos dados que tenho, fez um excelente trabalho. O mesmo se espera em Paris, e não tenho a menor dúvida disso.

O que a igreja está a procurar, como sempre o faz, é meter-se na política, dar o seu apoio aberto e franco às forças conservadoras, alegando falsamente tratar-se de uma questão religiosa sobre a quela deve marcar posição. Daí todo este combate Bispos querem voto contra quem defende casamento homossexual. Porque não veio para o terreno defender tão vivamente antes, em outros períodos eleitorais? O Bloco de Esquerda já tem esta posição há muito. Só agora porque é um partido maior que coloca a questão? É política directa. Constitua o seu partido, então. Era bem mais claro, embor corresse o risco de esvaziar outros. Agora apoiar outros de forma indirecta, é no mínimo pouco digno.

Mas, depois de tanto alarido e de tantas notícias durante o fim de semana sobre o SIS e Pinto Monteiro (?), os procuradores do processo vigiados ou não pelo SIS e o respectivo desmentido e agora também o Juiz do processo a se "solidarizar" com os procuradores indo na mesma linha de que teme estar a ser vigiado pelo SIS, o Zé Povinho ficou sem saber afinal o que decidiu o CSMP.

Por outro lado, a Drª Maria José Morgado anda toda dinâmica a dizer que escolheu as procuradoras mais experientes para investigar a fuga de informações neste processo (violação do segredo de justiça). Muito bem, não fez mais do que devia e também não precisa de estar sempre no écrã. Alíás, tem sido uma crise de superavites de procuradores (as) nos écrãs. Até parece que têm pouco trabalho.

Conclusão, ainda vamos chegar à conclusão de que é preciso montar um outro corpo de justiça paralelo para investigar e julgar a "actual justiça".