2006-07-31
Mais Um Adiamento ...
Pela simples "aquisição" de um selo do carro, a ideia de "eficácia" promovida esvaiu-se ... bastante.
Há justificações mas não colhem, a não ser que se admita que a programação da campanha de venda do selo teve deficiências.
Não compete apenas aos contribuintes serem bons cidadãos. A máquina fiscal tem de ser eficiente nas contrapartidas.
Onze minutos!... (3)
Era para ter sido assim, mas não foi.
O João Tunes -- no seu Blogue Água Lisa (6) -- tem levantado, com razão, algumas questões acerca da percepção do conflito «Israelo-Árabe». Obviamente, os «civis inocentes» não valem mais de um lado que do outro. Porém, não se pode fazer da igualização das vítimas um argumento tão alto como o muro que os israelitas começaram a construir há três anos, isolando os palestinianos uns dos outros, confiscando terras, limitando o acesso aos cursos de água, aqui com barreiras electrificadas, acolá com torres de vigia.
Uma das coisas que parece escapar à percepção do conflito do Médio-Oriente é precisamente o estatuto (dissimulado) do Estado Hebraico comportando-se como potência ocupante da Palestina.
A complicação advém, primeiro, da irrenunciabilidade dos palestinos ao direito de resistência. Aqueles que tomam o ponto de vista de Israel deveriam ter a frontalidade de prescrever, sem pestanejar, a lista das formas de luta «permitidas» nos territórios ocupados.
Segundo, porque a dimensão globalizadora da política faz com que Rússia, China, Índia, UE, além, evidentemente, dos EUA, exerçam as suas pressões e marquem presença na região, de acordo com os seus interesses.
Terceiro, porque a comunhão terminológica na maioria dos nossos media, molda enviesadamente a percepção do conflito.
A um «rapto» de um soldado israelita, contrapõe-se, via de regra, a «prisão» de um terrorista de uma qualquer facção.
O único grupo legitimado por este livro de estilo invisível é o de Israel, com o seu exército, as suas polícias e a sua Lei de Talião. Os outros estão irremediavelmente fora da lei.
É altura de nos começarmos a interrogar se para garantir a segurança (e sobrevivência!) do Estado de Israel, os palestinianos podem aspirar, pelo menos, ao direito de existir...
Onze minutos!... (2)
No princípio, era para ser assim...
Da Tunísia ao Paquistão, a ideia de um Estado Judeu foi deplorada e rejeitada desde o início. Conhecedores da região, ingleses, americanos e franceses, exprimiram sérias dúvidas quanto à viabilidade de um tal Estado, sem o risco de confrontos sangrentos, tensões prolongadas e desestabilização constante.
Apesar de toda essa evidência, a rota do petróleo e a implantação de um representante avançado dos interesses «ocidentais» na região, configuraram a lógica geoestratégica que prevaleceu.
Ao longo de mais de meio século, a situação foi-se agravando.
Hoje, resta-nos apenas lutar pelo favorecimento de políticas de Paz, embora saibamos que a espiral do ódio e do ressentimento esteja continuamente à beira de agudizar ainda mais o conflito.
A impotência da ONU, manietada pelo direito de veto dos EUA; as divergências internas da UE; e a complacência americana perante uma prática de retaliação que sobreleva cinicamente propósitos militares, reeditam uma nota de parcialidade insana que se inscreve cada vez mais profundamente na cultura árabe.
Se viver em Paz na Palestina é ainda um objectivo distante, o cessar fogo imediato é sem dúvida a medida mínima para, depois, tentar estabelecer uma agenda mais esperançosa.
Só que, mais uma vez, o Governo de Israel não quer a Paz. Os EUA fazem-lhe, despudoradamente, o jogo. E os partidos árabes radicalizam-se simetricamente.
Os EUA demoraram onze minutos para reconhecer a declaração unilateral da criação do Estado de Israel. Agora, 58 anos depois, Condoleeza Rice volta de Telavive sem ter conseguido convencer o 1º Ministro Olmert a admitir um cessar-fogo. Seguiu-se, logo esta manhã, o massacre de Canaã!
Onze minutos, em 1948; 10 dias agora.
Decididamente, os EUA e o «Ocidente» perderam todo o sentido de decência!
2006-07-29
Onze minutos!...(1)
Fac simile da declaração dos EUA reconhecendo, de facto, o Estado de Israel
[Continuação da conversa com João Tunes, -- ver Água Lisa (6), aqui. Como levantou muitas e interessantes questões, vejo-me obrigado a ir por partes. ]
Do Paquistão à Tunísia, sabe-se que Israel nunca quis a Paz com os seus vizinhos. Sempre esperou, desde a fuga para a frente de 1948, poder ditar os termos de «partição» da Palestina. Teve grandes e decisivos apoios para passar a perna à recém criada ONU e aos seus parceiros, é certo, mas isso não mudou nada na hostilidade generalizada que hoje enfrenta. A fundação nasceu torta. O «outro» Estado da Palestina nunca chegou a sair debaixo da usurpação fundadora de Ben Gurion.
No seu livro “Marxismo, Nacionalismo e a Questão Colonial”, Staline repudiava quaisquer veleidades de “nacionalidade judaica” e de “Estado Sionista”. A posição que a então URSS veio a tomar contrariou frontalmente esses princípios doutrinários. Diga-se, em abono da verdade, que não foi a primeira vez, nem a última, que Staline e os seus seguidores deram provas de instrumentalismo tacticista, borrifando-se nos princípios para conseguirem resultados.
De qualquer modo, a posição da URSS foi seguidista. A primazia pertence historicamente aos EUA. Apesar das vozes discordantes em Washington, o Presidente Truman, sabendo que Israel estava a violar os acordos de partilha, reconheceu, de facto, 11 minutos após a declaração de independência, o Governo provisório do Estado de Israel.
Muita coisa mudou de então para cá. Menos a cobertura dos EUA às violações de que o Estado hebreu, impunemente, fez tradição. E isso torna crescentemente difícil qualquer entendimento na região. Porque um dos estados (o Israelita) foi fundado e reforçou-se, enquanto o «outro» é o que se vê. Mesmo após o último arremedo, ainda em vida de Arafat, a tropa isarelita demoliu-lhe edifícios e saqueou os arquivos. Tudo muito exemplar.
O «ocidente» acorda sempre, estremunhado e desmemoriado, para o sítio de onde lhe chega o Sol, quando Israel está em apuros. Enquanto os vizinhos, (incluindo esse tal Estado Palestiniano que ainda não passou de uma fase embrionária, prisioneiro da Mossad, das milícias e da tropa) são humilhados nos check points, torturados nas prisões e assassinados nos campos de refugiados, os nossos media conformam-se com os eufemismos da “brutalidade dos que têm de atacar para se defender”.
Esta atitude, que se arrasta há mais de sessenta anos, não chega a ser cobarde. É apenas de um desconhecimento e de uma inconsciência avassaladores.
Até o insuspeito Embaixador José Cutileiro veio escrever (Expresso da semana passada) que o
“Grande responsável desta crise é a Administração Bush. Desde que chegou ao poder, em vez de, sem abandonar Israel, ajudar as duas partes a procurarem entender-se como tinha sido prática americana, deu rédea solta a Israel e afastou-se.”
O Presidente Truman, se pudesse ouvir este desabafo, não acharia justo, com certeza. Como pode George W. Bush, do pé para a mão, surripiar-lhe, assim, todo o protagonismo. Não acharão, na posteridade, que um intervalo de 11 minutos (onze)!, dá a entender, enfim, uma certa cumplicidade?
A GNR em Timor
E concordo que o governo português volte a responder favoravelmente ao reforço de mais GNR's solicitado por Timor.
Penso que uma presença portuguesa pode ser importante, um contributo/um factor de algum equilíbrio, uma mais valia no campo da preparação das forças de segurança timorenses, apesar da minha leitura, algo decepcionada, de que Timor está a correr grandes riscos como País.
O governo "embarcou" na rapidez e não conseguiu assegurar o melhor estatuto para a GNR.
Ainda recentemente o episódio com a prisão do "célebre" major Reinado é mais um indicador de que todos os poderes foram dados à Austrália e que a GNR não tem funções de comando.
Penso que o povo timorense apreciará uma posição destas.
2006-07-28
Timor: Major Reinado colocado em prisão preventiva
A Corrupção em Portugal
Cada um de nós conhece, ou pelo menos diz que conhece, este, aquele, aqueloutro caso. Talvez conheça mesmo. Eles são tantos, organizam-se de variada forma e são de muita espécie. Quantos conflitos de interesse, tolerados, quando não mais ou menos legalizados, estão na origem de muitos actos de corrupção? É no Estado, é nos governos regionais, é nas câmaras... aí estão eles. Conheço até uma terra em que o vereador das obras ficou conhecido pelo quinhentos. Ainda hoje é, assim, conhecido pelos colegas, sucessores e público. É evidente que não há corrupto sem haver quem o corrompa.
Não me vou pronunciar sobre as medidas e as orientação agora apresentadas por João Cravinho. Não as conheço. Mas não deixa de ser uma atitude muito positiva e de elogiar.
Sem dúvida para o País, protocolos e regras de substituição de deputados serão de muito maior utilidade!!!!
2006-07-27
Os fins não justificam os meios.
Convém lembrar que os actuais alvos do exército de Israel são exactamente os países mais democráticos e mais seculares da região. Tanto o Líbano como a Palestina são sociedades pluralistas com uma verdadeira oposição e com uma imprensa livre e importantes minorias religiosas: druzos, arménios, maronitas, católicos, ortodoxos, etc. Pode-se legitimamente perguntar qual a finalidade de bombardear as centrais eléctricas, destruir o aeroporto, calar as rádios na suposta luta contra a ameaça Islâmica que nos quer destruir.
O ataque ao Líbano é totalmente desproporcionado, serve para desestabilizar um país que começava a refazer-se após uma guerra civil sangrenta e a ocupação Síria. Tentar justificar esta guerra como um episódio do combate entre os bons e os maus é um bom exemplo de ignorância ou, pior ainda, desprezo pela cultura de milhões de pessoas.
Edward Said (1925-2003), professor de literatura na universidade de Columbia, palestino, homem de grande cultura escreveu um livro (Orientalism) e vários artigos sobre a maneira como o mundo ocidental vê o oriente. Sobre este tema aconselho-vos a a leitura do artigo Islam Through Western Eyes.
Os novos «democratas»
Nouri el Maliki, 1º Ministro Iraquiano
De facto, a política externa norte-americana desembocou, há muito, num impasse. Os seus aliados, como é o caso deste governante shiita iraquiano, aliaram-se aos americanos para o pós saddamismo, mas condenam a política de Washington de apoio incondicional aos desmandos de Israel na Palestina e no Líbano.
Parece não perceberem que mesmo os fantoches anseiam pela sobrevivência quando as tropas americanas regressarem a casa. E o Hezbollah, no Líbano, ou o Hamas, na Palestina, pese contra eles tudo o que se quiser, tem uma legitimidade democrática que não se compara, nem de perto nem de longe, com a da pax americana que gerou e protege o Sr. Maliki.
Os grandes exportadores da democracia têm o topete de recusar «certos» resultados eleitorais quando os eleitos não lhes convêm.
Já se tinha visto antes, é certo, mas faz sempre alguma impressão.
Em Timor, tudo continua confuso
Com mais ou menos primarismo, com mais ou menos torneamento da legalidade, com mais ou menos falta de decência, com mais ou menos falta de princípios e de ética, tudo caminha no sentido da "legalização" do golpe de estado e no avançar subsequente da destruição da Fretilin que é incómoda ao que se pretende fazer de Timor como País.
Como se antevia
Houve, contudo, um aspecto aparentemente positivo, embora nos possamos interrogar da sua viabilidade a muito curto prazo. Talvez, por isso, os participantes no encontro tenham acordado no pedido do envio de uma força internacional sob a égide da ONU.
A UE também vai reunir na 3ª feira, em Bruxelas, para tratar o tema.
2006-07-26
Um filme a ver.
Este é um dos melhores filmes franceses que vi nos últimos tempos, com uma excelente fotografia, bons actores e um argumento que faz reflectir. Espero que tenham oportunidade de o ver em Portugal.
XANANA em obscuros embaraços
O Líbano veio desviar a atenção dos problemas de Timor. Mas as complicações continuam por lá e não serão de somenos importância.
A GNR chamada ao local para resolver o incidente não só encontrou na casa o grupo do referido major mas também armamento, o que contraria tudo quanto tinha sido decidido antes sobre a entrega de armamento cujo prazo já tinha aspirado.
Mas para Xanana, a situação é ainda mais grave, pois a este facto, segundo revela também o DN o projecto de lei eleitoral entregue no Parlamento pela oposição poderá ter sido elaborado pelo gabinete do Presidente.
A reforma de Manuel Alegre
O tema é quente. O sistema das reformas está em mudança, diga-se, criando descontentamentos e também indiciando muitas injustiças, sobretudo quanto ao tempo contributivo. Haverá gente que tendo começado muito cedo a trabalhar, se não houver correcções de propostas terá de trabalhar acima de 45 anos antes de se poder reformar sem penalidades. Dirão, são poucos os casos. Que sejam, mas é sempre muito injusto.
Aprecio a TSF, acho que é uma boa rádio, mas com as suas másculas de vez em quando. Apanhei o debate a meio como quase sempre e durante algum tempo não estava a perceber tão grande alarido.
É evidente que esta situação, sendo legal, pode colocar interpretações éticas e gerar discordância. Concedo. Mas foi isso o que aconteceu e é uma regra muito generalizada.
É, no entanto, uma situação muito diferente e distanciada do que acontecia (e acontece?) no BP e CGD que, pelo facto de trabalharem algum tempo nos orgãos de gestão, adquirem o direito a chorudas reformas, muito mais elevadas que esta de Manuel Alegre (veja-se caso de Campos e Cunha que, aos 49 anos, obteve uma reforma, com 6 anos de Administração, mais 10 mil euros/mês ).
São todos estes regimes especiais, sem lógica ética e cívica, que levam as pessoas comuns a se indignarem e revoltarem. E o direito À indignação, embora por vezes, mal orientado, não deixa de ser um direito básico que nos assiste.
2006-07-25
A Rússia Actual
A Presidente até disse que a Rússia de Putin defende princípios que são caros ao ocidente e que está a fazer um grande esforço para os implementar no seu território.
Não sei se a Presidente pretendeu enviar algum recado aos seus colegas da UE. Mas vem a calhar, pois visões destas não são nada gratas aos EUA que tudo farão para que a aproximação UE/Rússia seja a menor possível e nunca pensar no alargamento à Rússia.
Se equacionarmos o que poderia ser um entendimento económico sério e a sério entre estes dois blocos, facilmente se entende o temor dos EUA que tudo fará em conjunto com os seus amigos europeus (inimigos de uma Europa mais autónoma) para que tal entendimento se atrase o mais possível.
(versão agora corrigida tendo em conta o comentário do luikki)
O Grupo do Líbano
A esta reunião, a comunicação social decidiu designar de reunião do grupo do Líbano.
A UE para se impôr precisa de ter voz credível e não tem porque porque cada um dos seus membros age por si, o que não dá voz credível.
E a Finlândia como país da Presidência também marcará presença?
2006-07-24
As bicicletas passaram mesmo à minha porta.
"Últimas"
Guerra: o ponto de vista libanês
Não quero deixar de vos transmitir a sensação de revolta que domina os libaneses, talvez o melhor exemplo seja a opinião do meu amigo Joe Bahout (politólogo libanês, professor em Sciences-Po):
«While much of Lebanon's population was angry with Hezbollah for sparking the war, the intensity and bloodiness of the attacks had created a feeling of revolt in the face of the disproportionateness of the Israeli reprisals.»
A actual crise começou com a captura de um soldado israelita na região das quintas de Shebba, ocupada pelo exército de Israel e considerada pelo Líbano com parte do seu território (Israel considera esta pequena área como pertencente à Síria). Em resposta ao rapto Israel atacou o Líbano mas não se limitou ao Hezbollah nem a alvos militares, o aeroporto internacional, a maior parte dos portos, muitas pontes e estradas estão inutilizáveis. Entre outros alvos foram também atacadas centrais eléctricas e uma fábrica de leite em pó.
Israel exige o desarmamento do Hezbollah, mas ao mesmo tempo bombardeou uma caserna do exército libanês que é a única instituição que poderá proceder a tal desarmamento.
2006-07-22
"O turista do futuro"
Esta reportagem de tão elogiosa tem o valor que tem, mas não deixa de ser altamente simpática sobretudo para as potencialidades e recursos turísticos do nosso país e sobretudo indicia a necessidade de um redireccionamento do turismo nacional para outros segmentos que não o sol e praia, para a cultura, gastronomia, certas especificidades e características regionais.
Mas este mesmo casal tece os maiores elogios comparativos entre Portugal, Espanha e até com o seu país, pois só não gostaram mesmo do Porto. E continuam Portugal "é muito mais barato que a República Checa " e "a paisagem é mais bonita do que imaginava, tão diferente de Espanha, que parece um deserto". É evidente que são visões ou primeiras impressões, mas não deixa de ser interessante. Há muito a fazer e sobretudo que pensar antes de fazer.
2006-07-21
O País do TUDO
O Ministério das Finanças embandeirou em arco, como se costuma dizer, esquecendo-se do País real. E o selo por uma "grande" decisão passou por um simples despacho ("revolucionário", certamente, no top europeu) a ser predominantemente adquirido via NET. Quem não o adquirir desta forma é, no mínimo, tido por analfabeto.
Excelente a iniciativa de abrir novas frentes de modernidade, mas atenção à lucidez no seu doseamento.
Os legisladores do Protocolo de Estado
Zapatero tratou a última visita do Papa a Espanha, pondo as coisas no devido sítio. E fê-lo com todo o respeito e dentro das regras da civilidade e da diplomacia.
Aqui, Portugal, parece ter ficado tudo na mesma. A Igreja nunca teve lugar de direito no protocolo de Estado. Era sempre convidada e colocada em lugar de destaque, ao lado do PR.
2006-07-20
Assisti ao debate...
Desde logo, a intervenção inicial não estava formatada para o tempo de que dispunha e, a partir daí, foi dificil explicar as suas decisões sobre os exames. Na sua terceira intervenção consegui perceber um pouco da sua decisão.
A oposição, no seu conjunto, não foi nada melhor. Só que tinha o problema facilitado. Quando a parte contrária está numa situação de fragilidade é fácil atacar.
Não dei por perdido o meu tempo, pois com a intervenção da deputada Manuela de Melo fiquei com uma ideia da grande confusão que reina na educação quanto a reformas.
Desenhar compulsivamente
Para saber mais sobre Abel Salazar (1889 – 1946), pode dar-se um salto ao site da Casa Museu [aqui].
Quando os aliados desalinham
O que fazem os americanos na rua árabe? O 1º Ministro Iraquiano, Nuri Kamal al-Maliki, pronunciou-se contra a invasão do Líbano por Israel, (ver notícia do NYT aqui), e, consequentemente, contra a posição que os EUA mantêm relativamente aos conflitos do médio-oriente. Face a isto, George W. Bush e seguidores devem estar a questionar-se sobre os dividendos políticos que afinal lhes estão a render a invasão e democratização do Iraque.
Domingo passado, os 275 membros do novo parlamento iraquiano denunciaram, também, a invasão israelita do Líbano.
Então não era suposto que a nova voz iraquiana fosse mais compreensiva em relação a Israel? Sim, era. Mas acontece que na rua árabe, até os aliados dos americanos estão contra a política externa americana.
Afinal porque razão as leis portuguesas funcionam contra a inteligência?
O Governo decretou a possibilidade de venda de fármacos, fora das farmácias. Uma boa intenção que, entre outros objectivos, visava o abaixamento dos preços. O resultado final não está a ser esse.
Isto já para não falar da tão apregoada introdução do Euro - sem aumento de preços dos produtos e bens - de que todos nos lembramos dos terríveis resultados em termos de custo de vida.
A minha questão sincera é: Serão as instituições nacionais incapazes de fazer algo certo mesmo com o apoio do Governo, do PR, dos tribunais, das polícias, etc, etc. Ou será que lhes falta esse apoio e o que funciona é o chamado mundo cão "à portuguesa"?
Afinal para onde caminhamos?
Acontece que, segundo a comunicação social de hoje, nos primeiros 6 meses de 2006 há a registar um aumento líquido de 10 166 pessoas admitidas na AP. Concretizando, foram admitidas 22 420 tendo-se reformado apenas 12 254.
Convenhamos. Não é fácil para um cidadão comum entender, depois de corrida tanta tinta sobre a reforma em curso, quadro de excedentes, comissão de macroestrtuturas, etc, etc. acontecer tudo exactamente ao contrário daquilo que se anunciou.
2006-07-19
Com o pé no pescoço é impossível negociar
A imprensa portuguesa inclina-se em geral para dar razão ao gigante. Porquê? Porque independentemente das razões que os levaram àquele estado, foi o energúmeno prostrado no chão que recomeçou a briga com as traiçoeiras unhadas. Porque não está ele quieto? Como faz o gigante?
Israel ocupa ilegalmente há 39 anos a faixa de Gaza e a Cisjordânia, rouba, com colonatos, o melhor território aos palestinianos e submete-os a um jugo insuportável. Até ao desespero dos “mártires” homem-bomba.
Não se trata de escolher entre um Estado moderno, ocidental, com regras democráticas e o mais retrógrado e medieval fundamentalismo islâmico.
A solução, a paz, o desarmamento do fanatismo, só pode começar quando o gigante (militar e nuclear) tirar o pé do pescoço do vizinho. O regresso de Israel às suas fronteiras. Com o reconhecimento (então mais facilmente alcançável) das suas fronteiras e da sua segurança.
O mito Al-Zarqawi
A cinematográfica morte, com bombardeamento aéreo, para alimento da indústria televisiva, do “mais perigoso terrorista” o jordano Abu Musab al-Zarqawi, líder da Al-qaeda no Iraque teve, como os círculos bem informados previam, pouca ou nenhuma consequência no nível da mortandade, do terrorismo e da resistência iraquiana.
A Administração norte-americana hipervalorizava a importância de al-Zarqawi para efeitos de propaganda e de algum modo ligar a invasão do Iraque à ficção da forte presença aí da Al-Qaeda no tempo de Sadan (uma mentira deliberada) .
Há muito que meios da resistência iraquiana desvalorizavam a influência e o papel de al-Zarqawi ao mesmo tempo que exibiam pela Europa, incluindo Portugal, filmes e outra informação sobre a resistência iraquiana e os massacres da população civil nomeadamente da cidade de Faluja, metodicamente bombardeada pelo exército americano com armas incendiárias desconhecidas e, ao que parece, bombas de neutrões.
CALCIOCAOS um apito pouco dourado
Em Itália os "apitos" não são dourados. Alguém imagina a justiça portuguesa a baixar de divisão o Porto, o Benfica ou o Sporting? E se por cá é assim no futebol como será no resto?
Coitados dos bancos. E dos banqueiros.
Que grande Imbróglio !!!
Já não bastava a problemática dos exames e só faltava mesmo mais uma e chegou: a da contratação directa de professores pelas escolas. Esta última revela falta de coordenação entre dois Ministérios (Finanças e Educação), o que significa alguma coisa. E o PM aqui não pode deixar, eventualmente sem culpa nenhuma, de ser atingido. Descoordenação em tempo de crise não pode acontecer.
Se bem entendi, há um primeiro problema relativo a erros técnicos na concepção dos exames e um outro que tem a ver com a grelha de avaliação (critérios). Não sei se não haverá aqui um problema derivado, a interpretação da grelha pelos professores/autores da correcção.
2006-07-18
Que ... "sorte grande", esta !!!(2)
Será que os jornalistas (custa-me a acreditar) quererão mesmo entrar num atoleiro, sem fim? Quererão acabar com as incompatibilidades vigentes na sua actividade?
A ser assim a credibilidade de jornalista irá aos poucos e poucos desaparecendo.
2006-07-16
Que ... "sorte grande", esta !!!
O artigo com as notinhas colaterais, com indicação de telefones e tudo, de como aceder à "sorte grande", daria para muitos posts. Cada português pode lá chegar Só não chega se não quiser.Tem é de consultar a Maria João Avilez, a jornalista que começa, assim, o seu elucidativo texto de não "publicidade":
Diz-se que MJA vai entregar a carteira profissional só para evitar chatices.
(...) artigo 1º
1 - São considerados jornalistas aqueles que, como ocupação principal, permanente e remunerada, exercem funções de pesquisa, recolha, selecção e tratamento de factos, notícias ou opiniões, através de texto, imagem ou som, destinados a divulgação informativa pela imprensa, por agência noticiosa, pela rádio, pela televisão ou por outra forma de difusão electrónica.
2 - Não constitui actividade jornalística o exercício de funções referidas no número anterior quando desempenhadas ao serviço de publicações de natureza predominantemente promocional, ou cujo objecto específico consista em divulgar, publicitar ou por qualquer forma dar a conhecer instituições, empresas, produtos ou serviços, segundo critérios de oportunidade comercial ou industrial. (...).
Em que qualidade MJA vai continuar o seu progrma semanal de entrevistas "Outras Conversas"? Entertainer ou Jornalista?
2006-07-15
A "defesa" do consumidor
Tomei conhecimento da seguinte situação: Duas pessoas tiveram um acidente de carro, ou seja, uma bateu na outra por detrás, na A5 mais concretamente. Fazem declaração amigável.
A Brigada de trânsito da GNR passado algum tempo chegou para tomar conta da ocorrência e no relatório descreveu a situação do estacionamento resultante das indicações da Brisa.
Esta situação suspendeu temporariamente á posteriori "o resultado" do acidente em termos de atribuição de culpa com graves prejuizos para a pessoa que foi abalroada, pois passado mais de um mês não tem a situação resolvida, apesar da boa colaboração entre os donos dos carros envolvidos.
Pergunta-se estes senhores dos seguros podem continuar assim impunes e a fazer o que bem querem?
O cidadão anónimo, esse está sempre "lixado", quando não "linchado".
2006-07-14
"Incêndios de verão"
"Imaculada inocência"
Zidane e o Médio Oriente
A quarta lição
Aprendendo com Cavaco Silva.
_______________________________________2. Que visão tem José Sócrates do Estado? A que propalou na campanha eleitoral, ou a que se configura a partir das suas políticas, agora? Resposta fácil. É a de agora.
Depois de ter criticado os Governos do PSD (sobretudo o de Durão Barroso) pela «obsessão do défice», -- no que foi secundado pelo Presidente da República, então em exercício, Jorge Sampaio, que nos presenteou com aquela frase célebre «Há mais vida para além do orçamento», -- José Sócrates retoma a «obsessão do défice», lembrando que Portugal não pode sair do Programa de Estabilidade e Crescimento. A fórmula parece diferente; a substância é a mesma. Se, como declarou, também aprendeu com Sampaio, neste caso, o ensinamento vem directamente de Cavaco.
3. Para alguns, o PS não está a fazer o «trabalho sujo» que, suponho eu, consistiria em reequilibrar as contas do Estado à custa dos «suspeitos do costume». Estamos a gastar demais há demasiado tempo? Fecham-se serviços; põem-se uns quantos funcionários públicos a ganhar tão pouco que só lhes reste irem-se embora de vez; congelam-se carreiras e vencimentos; acusa-se os sindicatos de postura corporativa e explica-se que o Governo governa para todos os portugueses e não apenas para as organizações que os representam que, como se sabe, defendem interesses particulares, não consentâneos com o interesse nacional, etc. Era este, mutatis mutandis, o paleio cavaquista do alto da sua maior maioria absoluta. José Miguel Júdice, então muito envolvido na política partidária e no "Semanário", mandava titular: "Fazer do pico um planalto". A inspiração de Sócrates é semelhante. Com uma terraplanagem social, quer dividir os sacrifícios de modo a que os «grandes investidores» não tenham razões de queixa. Nada de novo. Mais adiante compreenderá algo que Cavaco parece não ter retido. Do pico ao fosso, ou do planalto ao pântano, vai-se mais depressa que dizer ai.
4. Se falar directamente para o «povo», por cima das organizações que representam interesses «particulares», -- socioprofissionais, sectoriais, políticos e económicos -- não é incorrer no mais clássico populismo, digam-me, então, por favor, o que é afinal o populismo?
Entretanto, centros de saúde, hospitais, maternidades, escolas e outros serviços públicos, vão fechando as portas. O ideal de proximidade entre os cidadãos e os locais onde os serviços são prestados, esbate-se, degrada-se e extingue-se.
Todavia, para muitas gentes, isto não é o «trabalho sujo» que o PS está a fazer. É algo que teria de ser feito «de qualquer maneira» e «quanto mais tarde, pior». Porquê? Porque «gastamos demais» e há que fazer cortes; há que diminuir a despesa pública. E como temos de viver gastando menos, o Governo corta naquilo que se vê mais no que se anuncia. Aí Cavaco não tem nada a ensinar. Governou com as vacas gordas. Quando a coisa deu para o torto refugiou-se num redondo tabu e saiu antes do fim do mandato, deixando Fernando Nogueira à nora.
5. Bom. José Sócrates pensa-o, mas não ousa confessá-lo. Uma das coisas que aprendeu com Cavaco Silva é que, afinal, Manuela Ferreira Leite estava certa, a seu modo. O grande busílis está no «défice». Afinal, Jorge Sampaio não tinha razão. Não há assim tanta vida como isso para além do orçamento. Sujos ou limpos, conforme as perspectivas, são estes, de facto, os trabalhos de Sócrates. O PS só tem de ir atrás, como das outras vezes…Cavaco, apesar da proverbial chachada do "Nunca me engano, etc", não pode acudir a tudo. José Sócrates vai ter de aprender algumas coisas importantes de outro modo.
2006-07-13
Debates quase esotéricos
A parábola da Carteira Profissional
A fazer fé nas notícias de hoje, Maria João Avillez, (ver, p.ex. aqui) vai perder a titularidade de jornalista (é-lhe retirada a carteira profissional) “(…) devendo o título ficar retido pelo menos enquanto durar a campanha publicitária do Banco Privado Português na revista Única do Expresso (…)”.
O seu advogado, José Miguel Júdice, já deu parecer. Segundo ele, não há nenhum atropelo deontológico que justifique a entrega da carteira, visto que a «crónica» de Maria João é utilizada na confecção da peça publicitária, mas não tem, ela própria, uma natureza publicitária.
Defende o causídico a sua cliente, com denodo e topete. Não faz mais que o seu dever... de advogado, já que o jornalismo, para Júdice, pode ter sido coisa do passado.
Porém, a resistência da sua constituinte em explicar como é que a sua crónica foi associada ao espaço promocional do Expresso, parece menos curial...
A jornalista é responsável por um programa da SIC-Notícias denominado “Outras Conversas”. Vale a pena rever alguns. No último, Belmiro e Paulo Azevedo, foram mimados com perguntas macias e louvores derreados. Perguntar, é o mínimo que se deve fazer numa entrevista. Elogiar os entrevistados, apoiando as suas estratégias empresariais e políticas, passa ao lado do profissionalismo básico.
Dado que José Sócrates foi chamado à colação por diversas vezes na entrevista à família Azevedo, aguardo, com curiosidade, para ver o espaço que a família Azevedo tomará na entrevista que Maria João fez ao 1º Ministro e Secretário Geral do PS. Passa às 21 Horas na SIC-Notícias.
A não perder.
A terceira lição
Altos & Baixos
Há nessa moralização, pelo menos, duas notas dissonantes.
A primeira tem a ver com o quadro das prioridades; a segunda, com a eficácia, a aplicação, a data e fase da carreira em que ganham efeito as «correcções».
Se tivesse começado por aí, vá lá. A coisa ainda se poderia perceber. Mas o Governo de Sócrates, em matéria de enfrentamento dos interesses, tem feito tudo ao contrário. Ao atirar-se «agora» ao insustentável regime de pensões do BP e «outros corpos especiais» -- infelizmente, não pode, para já, ir a todos nem se sabe tampouco qual a extensão do «castigo», -- a coisa aparece como um expediente compensatório.
Portanto, a «terceira lição», deveria parafrasear o provérbio: «Ninguém se ria com o mal do vizinho, que o seu pode vir a caminho».
Duas lições
Duas lições se podem tirar:
- O Governo ao retirar privilégios a quem ganha muito procura que os custos da austeridade não sejam pagam apenas pelos que menos podem.
(Versão alterada)
2006-07-12
Até que enfim ...registe-se
De grão em grão ... mas ainda há muito grão e muita resistência. Mas que era um grande escândalo aquele sistema de reformas, todos concordam, até lá no fundo, os felizes contemplados.
A primeira fase do golpe já está...
Apesar da mudança de governo, o caminho ainda não está completamente desimpedido para o avanço das forças pró - australianas e anti - Fretilin.
Como ficou claro, Xanana não é barreira: pelo contrário, é um contemporizador.
Aguardemos pela próxima fase já latente: o afastamento de Matan Ruak.
2006-07-11
É preciso ter lata!
Zapatero e a Visita de Bento XVI
Esta defesa arrojada de convicções, num país com largas tradições católicas, tem- lhe valido uma reacção dura da igreja e dos partidos conservadores como o PP e até de algumas franjas do seu próprio partido.
Houve recentemente a visita recente do Papa a Espanha que até mostrou bastante habilidade nas suas intervenções públicas qunto às relações Vaticano/governo de Espanha.
Levantaram-se muitas vozes contra este comportamento de Zapatero, alegando muita comunicação social que até Fidel, a quando da visita do papa a Cuba, esteve na missa.
Zapatero tomou a atitude certa e digna.
Zapatero como agnóstico confesso e como presidente de um governo que tem vindo a fazer positivamente bem essa separação, entre o que é Estado e o que é Igreja, agiu bem.
A igreja parece não ter entendido. Faz-lhe bem reflectir sobre o sucedido.
Nada disto impede que, em casos especiais, a igreja não possa ser convidada e, nesta circunstância com um lugar condigno, de convidado.
2006-07-10
Benquerença wireless.
De Penamacor para o País...
Benquerença, (freguesia do concelho de Penamacor, distrito de Castelo Branco) passou a dispor de um serviço gratuito de acesso à Internet, sem fios. Então não querem lá ver que o nosso interior esquecido e ostracizado se pôs ao nível dos campus universitários e das superfícies comerciais mais competitivas?!
O Telejornal do almoço passou uma reportagem curiosa. Jovens sentados ao ar livre, com o lap-top amparado nos joelhos, gabam as excelências daquele sintoma de progresso. O sistema wireless permite-lhes terem acesso à net de qualquer ponto da aldeia.
Fabuloso!
Benquerença é uma das 12 freguesias do concelho. Tem cerca de 700 habitantes. Os mais velhos lá foram dizendo à repórter que não se entendiam com essa coisa da Internet, nem estavam, a bem dizer, para aí virados.
Porque será?
A taxa de analfabetismo, no concelho, anda pelos 28, 8%; a debandada demográfica é vertiginosa, com excepção do grupo etário de mais de 65 anos; o investimento produtivo, irrisório.
Não me parece que o sistema de acesso à Internet sem fios traga qualquer desvantagem à freguesia de Benquerença. Mas, francamente, que tipo de prioridade é este, num concelho em que não chega a haver um médico por mil habitantes e metade da população é constituída por pensionistas?
Por uma razão ou por outra, esta boa vontade (este bem-querer) de mimetizar o Plano Tecnológico, põe em destaque o que algumas políticas públicas têm de pior e escondem ou disfarçam, -- um estilo precipitado e acrítico de tratar a questão das tecnologias da informação e da comunicação, não se percebendo, muitas vezes, para que destinatários, para que tempos e lugares, e com que objectivos as medidas estão a ser tomadas.
2006-07-09
O levantamento do segredo bancário para efeitos fiscais
A ser verdade, estaremos perante um atropelo a um direito fundamental. Isto seria tudo menos um incentivo ao desenvolvimento de uma sã cidadania. Seria, no mínimo, uma decisão intimidatória do uso de um direito que posso poder usar sempre que me sinta atingido, na base da legislação em vigor.
No entanto, sou a a favor do levantamento do sigilo bancário para efeitos fiscais e até pensava que era uma situação adquirida - mas não apenas para os que contestam o fisco, pelo que, perante a notícia, fiquei baralhado, indignado e estupefacto.
2006-07-08
Francisco Ariztia
Nas nossas ruas, ao entardecer...(3)
Nas nossas ruas, ao entardecer...(2)
Nas nossas ruas, ao entardecer...(1)
Não devo estar a ver bem...confesso
Não sei mesmo se Camões não deverá ser associado a tão ilustre e tamanha ideia.
Tudo é possível, como se vê, e como "não há almoços grátis", ver uma certa "fina flor" de homens da política como José Miguel Júdice, Jorge Coelho, Marcelo Rebelo de Sousa, António Vitorino e Eduardo Catroga, irmanados neste MASS, é no mínimo estranho.
A primeira página do Expresso já ninguém lha tira, ... mas, certamente, ainda há mais palco.
2006-07-06
Em nome do interesse nacional
Precisamente: em fundo vermelho (ou será rosa?)
Ver-se-á, a seguir, se o Governo mantém, ou não, a sua «nova» linha «thatcheriana».
Para crentes e não crentes, aqui fica uma sugestão de leitura. Pedro Magalhães assinou um artigo intitulado “’Thatcherismo’ à portuguesa”, no PÚBLICO, que pode também ser lido aqui.
Gargalhada geral
"Só para dizer que eu subscrevia quase, quase, quase toda a intervenção de Odete Santos."
Os sequestros da CIA e a honra das nações
Afonso Henriques submetido ao carbono 14
Ir a Afonso Henriques para ver o que falhou
Nem necessitei de ler mais, percebi logo o objectivo e o alcance de tão meritória iniciativa.
Tem a ver com a derrota de ontem. De Portugal perante a França.
E acho muito bem. Merecíamos ganhar. De um ponto de vista patriótico, é claro.
Os mais imediatistas dirão que o culpado, ainda que involuntariamente foi o nosso esforçado Ricardo Carvalho que involuntariamente bateu na perna do maldito francês e, não estando o árbitro comprado por nós (ou comprado por menor preço!) logo este se decidiu pelo injustíssimo penalty.
É uma visão simplista das coisas. Somos um país, uma nação, uma pátria. E os cientistas usam a cabeça, querem e com razão ir à raiz das coisas. Então que melhor se poderia fazer senão ir à raiz da nacionalidade, ao Fundador, o nosso Afonso Henriques, o grande Conquistador? É aí que a nação começa e é a partir daí que temos de averiguar o que falhou na nação que somos perante esses chauvinistas peneirentos, invejosos e malcriados que são os Gauleses, os Francos, Franceses, ou lá o que são.
Parabéns à Eugénia Cunha e à equipa de cientistas de que faz parte, por ir estudar os ossos (se é que ainda há ossos), ou o pó que resta do nosso primeiro rei (se é que é dele) e que cheguem a conclusões antes do próximo mundial.
Este email é para Advogados (Portugueses)
Um advogado ia distraído (?) a conduzir quando, num sinal STOP, passa
sem parar, mesmo em frente a uma brigada da GNR.
É imediatamente mandado parar e, numa atitude perfeita de chico-esperto, pensa logo numa forma de se safar.
Agente - Boa tarde. Documentos se faz favor.
Advogado - Mas porquê, Sr. Agente?
Agente - Não parou no sinal de STOP ali atrás.
Advogado - Eu abrandei, e como não vinha ninguém...
Agente - Exacto. Documentos se faz favor.
Advogado - Mas qual é a diferença entre abrandar e ter de parar?
Agente - A diferença é que a lei diz que num sinal de STOP deve parar completamente a viatura. Documentos se faz favor.
Advogado - Ouça, proponho-lhe o seguinte: se conseguir explicar-me a diferença legal entre abrandar e parar eu dou-lhe os documentos e pode multar-me. Senão, deixa-me ir sem multa.
Agente - Muito bem, aceito. Pode fazer o favor de sair da viatura?
O Advogado acede e é então que o Agente retira o seu cacetete e desata a desancá-lo violentamente, como mandam as regras.
E o Agente vai dizendo: - Quer que eu PARE ou só que ABRANDE?>
Nota: não me opunho a que este email que por aí circula assuma diferentes versões relativas a outras classes profissionais como economistas, engenheiros, médicos, professores, etc, e por aí fora.
Phillipe Guillaumet, um francês com paixão pelas viagens e pela Cartier
Este grupo é, nem mais nem menos, o grupo da joalharia francesa, tão conhecida pelas suas marcas como a Cartier, a Vacheron Constantin, etc, etc.
Zidane "reforma-se" em Beleza ...
E mais uma vez a tradição ... nos traiu. Mas quem tem Zidane tem muito. E Zidane é francês e despachou, primeiro o Brasil e agora Portugal.
Mas como os jogos não se ganham só dentro do campo, penso que, exactamente aqui, esteve a parte menos boa da selecção nacional. País pequeno é verdade, mas também sem grande imaginação e foi precisamente na falta de agressividade no mercado que Portugal falhou, apesar da carapuça que nos "enfiaram" em termos da comunicação. E isso pesou no desfecho e na tradição.
Mas, com esta tradição, posso eu bem. Ser a terceira ou a quarta selecção mundial é um feito.
2006-07-05
Ganhar todos os jogos.
É porque a selecção francesa pôs tanto empenho no jogo de mais logo, que pode perder. Então, quando chegar a hora de Villepin vir dar os parabéns a Sócrates, se compreenderá melhor que a presença de ambos não terá conseguido politizar o futebol. Pelo contrário, a política continuará, cada vez mais, a depender dos calendários desportivos. A vitória da selecção portuguesa virá, deste modo, dificultar o fim de ciclo da direita chiraquiana, enquanto o governo de Sócrates beneficiará com este intermezzo feliz.
É porque a selecção francesa não pode perder que o grau de probabilidade de uma derrota se eleva, pronunciadamente. E nesse caso, só resta à selecção portuguesa ganhar.
Sócrates vai à bola
A cada homem sua mulher ou vice-versa
A favor das quotas - 52% Contra as quotas - 37,8%
Apoiantes do PSD inquiridos a favor das quotas - 49,1%
Apoiantes do PS inquiridos a favor das quotas - 53,5 %
Num país dividido ao meio sou, nesta matéria, um convicto defensor das quotas. E para que o país não esteja completamente paralisado com o stress da expectativa do jogo, logo às 20 h, ponho este aliciante tema em discussão.
C'est la lutte demi-finale...
Por aqui só se fala de futebol, o jornalista que faz o resumo matinal da imprensa na rádio que costumo ouvir diz que se fartou de procurar um jornal que não fale de futebol e não encontrou. Eu tenho a sorte de pertencer a uma minoria de portadores de dois passaportes para quem esta noite tudo se resume a abrir uma garrafa de vinho do Porto ou de Champagne.
Para o João Abel e outros naturais da Madeira aqui fica um conselho para lerem a crónica turística de ontem da France Info.
Juiz condenado por impedir um erro judiciário
Até aqui tudo me parece assisado. Mas o que causa perplexidade é o entendimento do Supremo Tibunal de Justiça.
Conclusão: para o STJ ofender a lei é que não. Quanto a ofender as pessoas (perda da liberdade durante 5 anos) ... é um mal menor.
O nosso serial killer
"É raro surgir em Portugal um ‘serial killer’. Agora suspeita-se que um reformado de (apenas) 53 anos terá matado, num ano, três raparigas de 17 e 18 anos, suas vizinhas desde crianças. O que sabemos do arguido – e presumível inocente – não augurava uma carreira criminosa: serviu como soldado e cabo, na GNR, durante 25 anos e com múltiplos louvores; é católico praticante e venera João Paulo II; foi em peregrinação a Fátima, no preciso mês em que o primeiro homicídio se consumou; foi eleito para uma Assembleia de Freguesia, pelo PSD, poucos dias após a consumação do segundo; é admirador confesso do seu conterrâneo Salazar; pertence a uma casa do Benfica. "
A distância, no espaço ou no tempo, relativisa tudo. O heroísmo ou o mais repugnante dos crimes. Na Austrália, nos EUA ou Rússia, ou então nos antigos tempos das trevas, crimes como este do serial killer de Santa Comba Dão, pouco me impressionariam. Mas aqui tão perto... leva-me a repensar o Homem.