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2011-07-31

 

Uma bandeira nazi no Chão da Lagoa

O Chão da Lagoa é a festa do PSD/M, ou sendo mais exacto de Alberto João e Jaime Ramos, pois é nesse dia em que os dois elevam a sua incontinência verbal ao extremo.

Para além da incontinência do costume a que já ninguém liga, o Chão da Lagoa deste ano que ocorreu hoje teve uma outra particularidade: acomodou no recinto uma bandeira nazi, presente num poste durante o discurso de Jardim e Jaime Ramos.

Depois houve o retirar da bandeira. Toda esta encenação provoca leituras algo desconexas.

Tratar-se -a de traição, de provocação/ rotulagem?

Se de traição se tratar só pode advir dos correligionários próximos da Fama/Flama (que sabendo que Jardim iria chantagear com a saída se não obtiver maioria, decidem aumentar a chantagem com a presença "simbólica"). Se de provocação se tratar, bem aqui mais difícil se torna descortinar a origem.

As hipóteses estão em aberto. Cada um construa a sua visão.

Pela primeira vez, Jardim disse nos discursos deste dia uma coisa muito ajustada. Foi bom que Passos Coelho não tenha participado para não ficar embaraçado.

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Coisas difíceis

Terceiro (Espanha) contra terceiro (Portugal). Sporting perde 3-0.

Talvez não tenha sido mau nesta altura, pois havia gente a pensar que este ano, limites só o "céu". Talvez o inferno esteja mais ajustado.

Uma coisa é certa. Com aquela defesa de manteiga, como ouvia dizer no restaurante onde fui vendo o jogo, os limites estão à vista. Desastre.

Dificilmente se safa um defesa. É melhor começar a comprar de novo e emprestar estes aos Portimonenses, União de Leiria, etc . Carriço e Evaldo têm de voltar aos júniores a aprender algo coisa. É um bocadinho tarde, mas como perdem quase todas as bolas, parecem baratas tontas, talvez ainda aprendam algo.


João Pereira e o americano também não são grandes estrelas.

Depois, o Sporting como o Benfica fizeram uma segunda aquisição de guarda redes que só vem intranquilizar. ... ... Mas negócio é negócio, nem que seja ruinoso. Quem anda neste campo, no Futebol apenas anda de forma subsidiária. Mas até pode dar e dá umas %'s.

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2011-07-29

 

Crise? Mas qual crise?

O Senhor José Lopes da Silva ganha 850 € por mês mas este ano o Estado vai ficar com uma parte do seu subsídio de Natal para ajudar a vencer a crise da dívida - explicou o Governo.
Com o Senhor Amorim Soares Belmiro o caso é diferente, ele não anda por aí a esbanjar o seu dinheiro, poupa-o e investe-o com inteligência e esforço. Este ano recebeu 1 milhão e 400 mil euros de juros de depósitos e de dividendos. O equivalente a 100 mil euros por mês, mais subsídio de férias e mais subsídio de Natal.
- Então este ano, o Senhor Amorim Soares Belmiro vai ter de entregar ao Estado uma bela maquia, não? Para aí uns 50 mil euros, para ajudar a resolver a crise! 
- Está a ver, está enganado. Não leva corte nenhum.
- Então?
- O Senhor Primeiro Ministro e o Senhor Ministro as Finanças, já explicaram isso muito bem, que num momento em que se pede aos portugueses para fazer poupanças ajudando assim o país a vencer a crise não fazia sentido nenhum exigir uma taxa suplementar a quem faz poupanças. Percebeu?
- Pois. Estou a perceber. Lembro-me que o Senhor Pedro Passos Coelho passava o tempo, indignadíssimo, a chamar mentiroso a Sócrates. E lembro-me também que durante a campanha eleitoral numa visita a uma escola de Vila Franca de Xira, em Abril, uma aluna  perguntou a Passos Coelho, se cortaria o subsídio de Natal no caso de vir a ser 1º M, como andavam por aí a dizer e ele respondeu que isso era um disparate que nunca tocaria no subsídio de Natal.

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Divisão social do trabalho... e da riqueza


O Público na secção Blogues em papel reproduzia, hoje, um post do Cachimbo de Magritte que pretende, julgo eu, ajudar o povo a Compreender a mentalidade socialista e a compreender a política social do Governo, de obrigar as classes trabalhadoras e classes médias a pagar a crise e de promover um justo  enriquecimento dos mais ricos para estes criarem mais riqueza e depois, depois, só depois, é claro, a distribuirem... ("entre si" digo eu, porque o Governo, na sua boa fé, espera, por princípio, que os capitalistas façam uma distribuição socialmente justa da riqueza, tanto mais quanto eles sabem que a riqueza é criada em grande parte pelos trabalhadores.)

Curioso, fui ao Cachimbo. Não tanto para compreender a mentalidade socialista mas para ver se a forma de o Cachimbo de Magritte  a entender seria muito diferente daquela que uma alentejana de Baleizão, nos anos 30, transmitia ao filho para o proteger. O filho chamava-se Francisco Miguel Duarte e dele tornei-me amigo nos anos 60. Nas horas de lazer contava-me estas e outras coisas do seu Alentejo trágico.

- Oh filho porque andas sempre revoltado com os agrários, com os ricos? Que seria de nós sem eles? Quem daria trabalho aos pobres se não houvesse ricos?!...

E tinha razão, a pobre mãe, em proteger o filho, porque ela já percebera - percebera muito bem - que por aquele caminho iria enfrentar a furia dos ricos. Não chegou a viver o tempo suficiente para ficar a saber que "os ricos" ou melhor, os seus representantes em S. Bento, obrigaram o seu filho, apesar de quatro fugas das prisões, a passar 22 anos preso. No Aljube, no Tarrafal, em Peniche e em Caxias.
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A revista Exame indica que, apesar da crise, os ricos em Portugal ainda estão mais ricos. As fortunas dos 25 mais ricos de Portugal aumentaram 17,8% em 2011 comparando com 2010 e somam agora 17,4 mil milhões (bilhões) de euros, o que corresponde a 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. [Link]

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Este governo está a tentar destruir direitos básicos do mundo do trabalho

Um dos objectivos deste governo é acabar em definitivo com o conceito clássico de indemnização por despedimento. Em alternativa, vai ser criado um fundo financiado pelas empresas através do qual poderão ser pagas eventualmente algum tipo de indemnização.

Ou seja este governo apressou-se a anunciar que vai acabar com o sistema em vigor sem ter ainda algo que não passa de uma grande nebulosa.

Mas já decidiu em termos de cortes de rendimento de quem trabalha, onde se revela exímio.

Assim, no final deste ano a indemnização cai para 20 dias para os novos contratos.

No final de 2012 cai para 10 dias para os novos contratos e para todos os outros contratos.

Em 2013 acaba para todos: zero dias de indemnização.

Até os comentadores "passistas" acham que isto está a ir depressa demais e as promessas das eleições um bluff.

Prepare-se quem trabalha e quem é reformado não de luxo para o empobrecimento "adormecente" pois este governo está a montar mecanismos de transferência de rendimentos, alegando que é a reforma económica do país que assim o exige. Assim, vamos começar a ver surgir novas acumulações de riqueza através desta forma nova de apropriação.

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2011-07-27

 

Este governo está a desbaratar o património do País

Com a desqualificação das 500 acções golden share do Estado na PT para acções normais cumpriu-se um acto de colonização da troika sobre Portugal.

O País que para certas decisões tinha poder determinante como sucedeu no caso da venda da Vivo, fica agora com umas míseras acções provavelmente sem direito a voto directo.

Mas não contente com isso este governo nem concebeu uma estratégia mínima para ser compensado dessa perda de poder. É de facto entregar o ouro ao bandido.

Porquê aceitar essa imposição da troika e executá-la com tanta pressa se até nenhum contributo no caso da PT adiciona para a redução do défice das contas públicas? Segundo, porque se trata de uma discriminação negativa para Portugal. Há países na União Europeia que mantém golden share's a começar pela Alemanha na WV.

Nada disto foi imposto que assim se fizesse. É mesmo este governo que decidiu não ter contrapartidas.

O capital agradece.

 

Portugal acumula crises... e nada avança em soluções de fundo

Na sequência da grande crise global, com origem nos EUA, gerou-se no nosso País uma crise financeira, que atingindo também vários outros países da Europa, se materializa em situações graves de financiamento das economias nacionais. Portugal vive essas grandes dificuldades de financiamento que muitos teimam em chamar de curto prazo, afirmando-se convictos de que as medidas de resgate negociadas com a troika levarão a economia a bom porto.

No meu entender, contudo, a crise estrutural não é a do financiamento. Essa é derivada de outra: a economia portuguesa não é competitiva internacionalmente pois a qualidade da sua especialização produtiva limita-lhe um posicionamento e uma concorrência adequada nos mercados. A agravar esta situação, a economia portuguesa está inserida num espaço económico que lhe reduz as margens de saída desta crise, por exemplo um euro muito forte. Já aqui advogamos mudanças neste domínio que podem assumir vários caminhos.

Uma outra crise muito pouco abordada é a da falta de elites políticas e económicas. Esta crise não é nova. Quase diria é de raiz. É da nossa história. Vamo-nos desenrascando até que se encontra a parede. Estamos aí.

Mesmo para aqueles que se vangloriam do tempo dos descobrimentos, certamente pensando no ouro canalizado para Portugal esquecem-se que seguia quase de imediato para pagar dívidas aos ingleses. Isto quer dizer muito. ...

Certamente o problema das elites e da não competitividade são as mais interligadas e de fundo. E sobre elas pouco se fala.

Toda a gente fala dos problemas de financiamento, mas por aí não atacamos os males profundos da economia portuguesa.

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2011-07-25

 

O último Conselho Europeu extraordinário, afinal pouco serviu

Como pensávamos o capital financeiro ainda não se sente saciado.

As agências de Rating, seu braço direito como aqui já se escreveu, já vieram desqualificar ainda mais a Grécia e avisar de que as decisões tomadas em nada mudaram a realidade de fundo de Portugal.

A Irlanda anda a ser menos visada.... Não se entende lá muito bem, ou então, entende-se.

Por outras razões também entendo e escrevi que as decisões do Conselho/Cimeira, para além da redução da taxa de juros, pouco mais nos trouxe para a recuperação real da economia portuguesa.

E o problema a prazo tende a complicar-se e era bom que não se chegasse à situação da Grécia.

Para isso é melhor começar a fazer o trabalho de casa, definindo normas de acção económica e política.

Todos, mesmo os que não podem dizer isso, antes têm de afirmar exactamente o contrário, sabem que o País não reúne condições para vir cumprir os acordos assinados com a Tróica e reduzir a situação da dívida mesmo depois e apesar dos grandes sacrifícios exigidos ao povo português. Até os credores sabem isso.

Daí que sem deixar de pressionar a Europa para que tome as medidas globais para que a crise instalada na Europa comece a ser resolvida e, seria óptimo pressão concertada nesse sentido com todos os países em crise "directa", não se deixe de fazer o trabalho de casa até para não perder a iniciativa de proposta.

Primeiro ponto. Deve-se apurar de forma transparente o valor real da dívida externa portuguesa, pois só este é que deve ser pago pela nação.

A dívida encontra-se empolada por várias causas. Bastaria pensar nos contratos de financiamento destinados à compra de armamento (p.e. os submarinos), em outros contratos em que houve mediação de diversos bancos internacionais, no pagamentos de juros de juros, nos efeitos das notas das agências de Ratings, etc, etc. que não passaram de uma chantagem clara sobre a economia portuguesa em dificuldade, um crime sobre a população portuguesa. Basta pensar nestas razões para que se criem os mecanismos de apuramento da dívida real. Chamem a isto o que quiserem reestruturação, nome tão temido dos nossos governantes, ou outra coisa qualquer, para mim o baptismo pouco me interessa, apenas sei que é um acto da mais elementar justiça, jurídica e social. Não é uma decisão de entrar em default, é negar-se a pagar o que o país não deve de facto. É uma expurgação da dívida externa de factos daninhos.

Segundo, este apuramento da dívida real deve ser feito por gente idónea, de forma transparente e participada. A comissão de sábios que o Governo actual pretende criar para acompanhar as finanças públicas bem podia ser canalizada para este trabalho.

Um trabalho bem feito e sustentado economicamente obteria credibilidade externa e reconhecimento de que se pretende pagar o que se deve, mas apenas e só. Os efeitos das notações das agências de Rating que fiquem com os seus causadores.

Esta deveria ser uma posição de princípio a tomar e o povo português deveria ser esclarecido sobre este processo.

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2011-07-24

 

Parabéns aos perseguidos póstumos pela PIDE

Imagem a partir de foto de Miguel Manso
Margarida Fonseca Santos, autora do argumento de A filha rebeldeCarlos Fragateiro e José Manuel Castanheira administradores do Teatro D. Maria II, à data da peça em cena, foram absolvidos no processo que os sobrinhos do chefe da PIDE, Silva Pais, moveram contra eles, para branquearem a sua imagem de responsável (às ordens de Salazar) pelo assassínio do Gen Humberto Delgado e da sua secretária, em 1965, em Espanha, perto de Badajoz.
Parabéns aos que derrotaram o espetro da PIDE, à Margarida Fonseca Santos ao Carlos Fragateiro e José Manuel Castanheira, aos seus advogados, Victor Ferreira e Lucas Serra ( à esquerda e à direita na imagem), assim como ao produrador Abel Matos Rosa que pediu a absolvição e ao Juiz António Passos Leite que a pronunciou.
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2011-07-23

 

Liza Minelli no musical "Cabaret"

"O dinheiro faz o mundo girar" era assim que cantava e dançava tão bem a diva Liza Minelli no dito musical.

Um impulso deste género parece ter entusiasmado o Conselho Europeu extraordinário a tentar ensaiar uns passos de dança mais conformes com o tempo presente. Só que lhe faltava a Diva. Nem Merkel é um bom par, nem o Passos presente um grande dançarino. E a dança pouco se recompôs.

Saíram uns passos trémulos muito atrasados no tempo. Dois anos antes, com estes passos talvez até a rota de Portugal tivesse sido outra.

Então, é tudo condenável?

Nada disso. Sem dúvida, é melhor pagar pela dívida recente 3,5% do que 5 e tal e, eventualmente, ter uma distensão no tempo para pagamento da mesma.

Mas os problemas de fundo da UE lá estão. Há uma ruptura a fazer-se, sem a qual a crise irá flutuando.

Atacar a dívida exige uma decisão política dos países membros orientada para outro tipo de orçamento comunitário para desta forma criar margem de manobra para apoiar os países membros.

Uma coordenação orçamental a nível da UE.

Uma assumpção da dívida soberana de forma comunitária, ou seja, a UE tem de assumir títulos da dívida dos Estados da Zona Euro substituindo os títulos nacionais.

Eventualmente a redefinição de uma nova grelha de paridades (entre as antigas moedas e o euro) para restituir aos países a competitividade que perderam com a sua entrada na moeda comum, devido ao modelo imposto pela Alemanha

Uma estratégia de desenvolvimento comunitário, que tenha em conta as singularidades de cada país membro.

Não é fácil. Há uma discussão política de fundo a fazer-se. Surgem novos problemas e há que encará-los de forma nova.

E, sobretudo, tornar a Alemanha que impôs toda a formatação actual da UE mais flexível, e com uma visão de futuro. Estão todos no barco e se houver tragédia os salva vida pouco êxito terão.

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Bairrão ainda mexe

Após embandeiramento em arco quase geral após cimeira europeia (continuo a dizer e a pensar que não se mexeu no fundamental e aí voltarei num próximo escrito), o caso Bairrão é que continua na berra e promete continuar ou então quem cala consente. Aguardemos pela resposta do Governo e de Bairrão.

Mas já serviu para demonstrar que, a ser verdadeiro o que o Expresso e nomeadamente o seu Director continua a escrever e dá mostras de que bem fundamentado, Passos Coelho entrou no governo a falsificar a verdade pois negou ter recorrido às secretas, quando de facto as usou.

Mas o Expresso levanta outros véus sobre quem indicou Bairrão para o cargo, o papel de Marques Mendes e o de Miguel Relvas, que afinal só demonstraram serem um pouco amadores, para além do metediço professor dos domingos, que terá sabido a novidade no sábado por dois ministros. Foi um grande corrupio.

O mais grave de tudo dos artigos do Expresso, em minha opinião, é a promiscuidade que insinua ter havido entre a Ongoing e os serviços secretos.

Como explicação para o caso sugere como ponto de partida relações maçónicas, escrevendo que é voz corrente que o Presidente do grupo Nuno Vasconcellos e Jorge Silva Carvalho, o ex-espião que saiu de director do SIED directamente para a Ongoing, partilham a mesma loja maçónica Mozart da Grande Loja Regular e Legal de Portugal, juntando ainda, "entre outras personalidade e políticos que ocupam agora cadeiras governamentais".

É lógico e aqui não acrescenta muito pois esta é a Grande Loja onde a maioria dos membros são figuras ligadas ao PSD, como no GOL predominam figuras ligadas ao PS.

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2011-07-22

 

Stiglitz e Krugman acusam o BCE de agravar a crise

O BCE devia adoptar uma «posição mais activa» face à crise soberana na zona euro, diz esta sexta-feira o Nobel Joseph Stiglitz, com Paul Krugman a acusar a instituição de estar a piorar a situação.

Num artigo de opinião publicado no «Financial Times», o Nobel da Economia  Joseph Stiglitz escreve que «se o Banco Central Europeu (BCE) está preocupado que um evento de crédito vai levar a agitação nos mercados financeiros, deve tomar uma posição mais activa para abordar os problemas de base, eliminando a falta de transparência nas trocas de derivados, garantindo que os bancos estão adequadamente capitalizados e prevenindo os bancos de estarem excessivamente interligados».

Por seu lado, o também Nobel da Economia Paul Krugman escrevia no «New York Times», num artigo intitulado «A depressão menor» ... com sarcasmo: «Terei eu mencionado que o BCE - ainda que, felizmente, não a Reserva Federal - parece determinado em piorar as coisas ao aumentar as taxas de juro?»

Krugman refere que, mesmo que as negociações sobre as dívidas nos dois lados do Atlântico sejam bem sucedidas, pode-se estar a «repetir o grande erro de 1937: uma viragem prematura para a contração orçamental que descarrilou a recuperação económica e garantiu que a Depressão duraria até à Segunda Guerra Mundial... ».
Link
Que leva o presidente do BCE a não "perceber" o que estes dois nobilitados economistas percebem com tanta clareza? É porque é estúpido? Não. É que aqueles não estão ao serviço da alta finança e Jean-Claude Trichet é presidente do BCE para isso mesmo.

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2011-07-21

 

Cimeira Europeia: "Muita parra pouca uva"

Parece-me que o ditado popular do título traduz o que se passou neste Conselho Europeu.

Mas amanhã veremos a reacção dos chamados "mercados" porque muita gente levantou vela. Finalmente temos vento, pensam alguns.

Ora, o que aconteceu, embora nebuloso sobretudo no como se vai aplicar e a quem, assistiu-se na realidade a uma renegociação da dívida grega e a um reforço dos empréstimos à Grécia. E se tal não se fizesse era a falência da Europa a prazo, o que não quer dizer que a questão esteja ultrapassada.

Em meu entender, ou adiou-se essa falência ou ganhou-se algum tempo para ver se se encontra uma saída para o grande problema europeu da crise

O que está em causa é o modelo de desenvolvimento europeu em todas as suas vertentes. As pequenas medidas nada resolvem em termos de fundo esta questão, pois há aqui uma grande contradição.

Temos na Europa uma situação de nulo reconhecimento do papel dos Estados, a não ser como muleta do sistema bancário/financeiro. E estranhamente chegamos a esta situação pela mão dos partidos ditos sociais democratas e socialistas.

Agora, temos uma Europa de direita que para salvar o espaço tem de retroagir e contrariar aquilo que os ditos partidos que geriram antes a Europa potenciaram com as suas políticas.

É um grande e complexo imbróglio. Mas não se saiu ainda dele. Pequenos paliativos saíram desta cimeira de forma muito tímida. Falta projecto seja ele qual for e gente de garra com estratégia.

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Hoje, dia de Conselho Europeu

Mais uma vez pelas "notícias", algumas de carácter especulativo, que têm vindo a público, o Conselho Europeu de hoje pouco acrescentará de útil à solução da presente crise da Zona Euro.

A maioria das pessoas atentas e interessadas olhou para a criação da zona Euro e da sua moeda única como um projecto com destino traçado, com trajecto a prazo para o federalismo que iria sendo construído de forma progressiva, onde por conseguinte se imponha uma política cambial e monetária partilhada exigente em disciplina mas tendo por contrapartida uma prática de entreajuda entre os seus membros.

Chega a crise. Entreajuda e Solidariedade são palavras que desaparecem do léxico da Zona Euro. E quem explora muito bem esta situação?

O capital financeiro de que as Agências de Rating são os porta vozes.

Evidente, há um problema com os países de economia mais frágeis que todos conhecemos quais são, mas o grande problema é europeu e de natureza política. As decisões estratégicas da UE necessárias para atacar a crise dependem de um entendimento e de decisão política ao nível do Conselho.

E sem uma ruptura de pensamento nada feito. Mais uma desilusão hoje.


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2011-07-19

 

BPN está à venda...

Depois do disparate de como foi feita a sua nacionalização, que só funcionou de sorvedouro de dinheiros públicos, que todos vamos pagar, o BPN vai ser vendido por imposição da Tróica. O seu valor de compra não passará de uns míseros tostões e, segundo algumas propostas de aquisição, o governo vai ter ainda de injectar mais uns bons milhares para então o levarem por um valor abaixo do montante injectado.

Tratou-se de um desastre nacional, quando era um caso puro de polícia, que até agora nada se viu. Como recuperará o Estado algum do dinheiro que injectou? Será que muitos dos responsáveis vão ter que indemnizar o Estado, ou antes vão acabar absolvidos?

A história contará um dia as razões que estiveram por trás desta intervenção. Quando e se a verdade vier ao de cima, muito peixe graúdo ficará com as orelhas a arder e certamente com muita razão.

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2011-07-18

 

Atenção à Srª Merkel

Parece estar ainda a dormitar. Mas a dormitar teve um grande rasgo. ...

Admitiu que a Europa pode vir a ter uma Agência de Rating lá mais para a frente. Certamente, a Roland Berger já lhe assoprou o ouvido... Alinhe, alinhe minha senhora!!. São mais uns bons milhares de milhões que a Alemanha vai caçar aos países membros da periferia e também aos nossos parceiros mais vizinhos, a Europa menos periférica, embora em relação a nós sejam todos periféricos, mesmo o sr. Sarkozy, que se tem por uma grande figura de tacão alto.

Mas muito engraçado foi o argumento da criação da Senhora. Se até os chineses já têm uma. ...

Destes políticos com tão largos rasgos é que a Europa precisa. Assim o fim da crise bate à porta. Mas é melhor pedir à Roland Berger que olhe mais para os chineses e inspire a Srª Merkel.

O Sr. Kohl, antigo chanceller e da mesma área política de Merkel, é que não me dá razão. Acha Merkel com muito pouca visão de estadista. Terá desabafado mesmo a um amigo. O que eu trabalhei para construir uma Alemanha e uma Europa fortes e o que Merkel está fazendo para destruir esse meu sonho!

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2011-07-17

 

Coisas do arco da velha

É um título genuíno, não é?!

Pois vejamos, este governo foi louvado, louvou-se a si mesmo, por ser curto, poucos ministros. Pois é. Mas como não tem tempo por ser tão curto e até parece que o ministro Álvaro já se refugiou para escrever outro livro .. melhorar, actualizar... criaram uma comissão técnica de 30 técnicos para acompanhar o acordo com a Tróica. Governo pequeno ... Comissão grande. Será que esta comissão tem mais para fazer que o Governo?

Senhor Presidente Cavaco Silva então despeça já o Governo e deixe governar a Comissão dos 30. Já viu quanto dinheiro o nosso país pouparia? Como sem Ministros não há Secretários de Estado, óptimo. Mais uma medida preventiva. Melhor esta que nos cortar os rendimentos. Despeça também os Secretários. Esta medida preventiva prevenia mesmo e pelo menos não geraria recessão.

Mas também ouvi qualquer coisa sobre um Conselho de Finanças com técnicos internacionais. Isto já é muita fruta. Afinal, onde pára o corte na despesa? Tudo tão bem estudadinho que estava, diziam-nos não era, mas estes percalços das comissões à última da hora fez com o Ministro das Finanças com aquela voz muito a nos ensinar o a-b-c-d-á-r-i-o só tenha aparecido com mais um imposto, ou melhor sobretaxa. Tudo entendido. Já descortinamos por onde isto vai. Preparem-se este foi extraordinário e único porque em 2012 também único vai ser o de Verão e para facilitar as contas vai todo. Um sobretaxão.

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Só a «vontade política» pode salvar a zona euro

Em declarações à Agência Lusa, em Luanda, Joseph Stiglitz referiu que caso a Europa não assista e assegure os países em dificuldade, «então há o risco de o euro não sobreviver».

Joseph Stiglitz, orador principal de uma conferência em Luanda afirmou igualmente que a estratégia tomada pela Europa - o aumento das medidas de austeridade -- «não funcionará». in "Diário Digital / Lusa".

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Criação de Agência para reestruturação da dívida


Vários dirigentes socialistas europeus, entre eles o primeiro-ministro grego, apelaram este sábado à união dos Estados-membros na tomada de medidas para tranquilizar os mercados e defenderam a criação de uma agência europeia para a reestruturação da dívida.

«É tempo de os governos da zona Euro afirmarem a sua primazia sobre os mercados financeiros», afirmou Georges Papandreou, sublinhando que são necessárias «medidas corajosas e decididas».

No encontro estiveram presentes vários dirigentes socialistas da UE, nomeadamente a francesa, Martine Aubry, o finlandês Erkki Tuomioja, e o líder do grupo parlamentar social-democrata do Parlamento Europeu, Martin Schultz.

Martine Aubry alertou para o fim do Euro se não se tomarem as medidas adequadas em sua defesa.

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2011-07-15

 

Marques Mendes não poupa Passos Coelho

O imposto extraordinário que o Governo vai aplicar este ano mostra a sua verdadeira natureza de defensor dos interesses do capital contra o trabalho. É chocante que os salários sejam taxados com mais um novo imposto e que os lucros dos capitalistas recebidos em dividendos e juros de depósitos não o sejam. Seria admissível que se deixassem de fora dividendos ou juros abaixo de certos valores mas deixar de fora  todas as grandes fortunas, gente que não vive de salários mas que recebem milhões de euros por ano em dividendos e juros é verdadeiramente escandaloso.
A desculpa tola, dada pelo ministro das Finanças, de que ir taxar os que recebem juros ou dividendos seria contrariar o esforço de poupança, não passa de isso, uma explicação tola ou que pretende fazer de nós tolos.

Muito bem disse, ontem, na TVI24, Marques Mendes, no comentário ao novo imposto, que
"isentar os que têm dinheiro para fazer depósitos de 500 mil, 1 milhão e muito mais, como se sabe, e aplicá-lo a quem não tem dinheiro para aforrar não me parece minimamente justo".

"O ministro das Finanças, perdeu uma grande oportunidade para mostrar que este Governo é diferente dos outros. Antes de pedir mais sacrifícios às pessoas devia ter dado o exemplo e começar por cima, começar por cortar no Estado, nas mordomias, nas gorduras do Estado, nos  institutos"

Marques Mendes disse que lá por apoiar o Governo não podia ir agora dizer o contrário do que antes defendia e, depois de se desquitar com umas quantas loas ao Governo, como preço da sua qualidade de militante e ex-dirigente do partido do governo, o ex-lider do PSD, não teve papas na língua e disse o que está à vista de todos com o novo imposto. Disse o que transcrevi e muito mais, como se pode ver aqui no vídeo.

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Colossal embuste

O "colossal desvio" nas contas do Estado que Pedro Passos Coelho anunciou ter encontrado na herança de Sócrates, era afinal... vá, não é para rir - era afinal um "colossal desvio" de algumas palavras no "colossal" discurso do 1º ministro.
Três dias depois do despautério de quem garantira aos portugueses que não se desculparia com a herança do anterior Governo para contrariar o que prometera na campanha eleitoral, teve de vir o ministro das Finanças, Vitor Gaspar, apresentar uma explicação pateta para tapar a desnudada desculpa do 1º ministro. (Ver JMCP no Politeia). Custa-me dizer isto, até porque o ministro não é nenhum pateta, mas que dizer da risível explicação que teve de dar para a "colossal" boutade do 1º ministro dos mercados de Portugal.

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2011-07-14

 

A Ser Verdade ...cai a máscara ao Governo

Este governo desmascara-se muito mais cedo que o previsto.

Então depois de na AR Passos Coelho ter dito, com todas as letras, que o imposto extraordinário equivalente a 50% do rendimento de Natal, diminuído do salário mínimo era um esforço pedido a todos os portugueses, vem agora isentar, segundo a comunicação social, mais valias bolsistas, juros de depósitos, rendas, etc, ou seja, tudo quanto é rendimento ligado ao capital ou suas aplicações.

A ser verdade, para além de uma afronta a quem trabalha, o governo reconhece desta forma que o capital é parasita, é especulativo, não colabora para o esforço da recuperação do País. É um atestado de inferioridade. Entendo que os empresários não se sentirão bem nesta situação.

Então é-lhes negado o dever de contribuir para esse tal esforço nacional?!

Se o governo por isto ou por aquilo, por uma questão de classe, vai determinar que o esforço é só para os rendimentos do trabalho não lhe chame então de nacional. Seja honesto e assuma que é só a uma parte do País que é pedido o esforço, a quem trabalha.

Não foi isto o que nos foi transmitido. Factos são factos e o actual ministro das finanças referiu taxativamente que até as mais valias iam ser taxadas com esse imposto especial.
Não venham agora com as fugas de capital. É ridículo.

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2011-07-13

 

A autora é Helena Pato

Acabou de sair. O livro da Helena Pato que leva o título "Já uma estrela se levanta" título esperançoso do "Hino de Caxias", hino dos tempos de luta, (como os actuais, ainda que para outras lutas.) O livro: com uma escrita excelente é um prazer de leitura:
Uma escrita, límpida, ora fraterna ora combativa, ora ternura ora paixão, mas sempre exemplar na entrega à causa do bem-de-todos a revelar-nos como essa é, afinal, a causa mais útil a nós próprios, quando nós próprios somos... como a Lena é. Link
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Já está no Círculo das Letras e em breve por aí. Vá compre-o ou não chegará a tempo. Do livro fala também, a Ana Paula Fitas, aqui.

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Os Blandy em Lisboa

Anteontem, segunda feira dia 11, na "Comenda" (CCB), deu-se um grande evento de apreciadores de Vinho Madeira, de interesse e prestígio com a participação de 100 pessoas, de muitas partes do País, onde se apreciou o Vinho Madeira, bebendo numa primeira parte, 5 vinhos de 40 anos que só agora chegam ao marcado integrados na comemoração dos 200 anos do grupo, que decorre durante 2011, assinalados com vários eventos em vários locais do Mundo, incluindo cidades como Nova YorK, Londres, Lisboa, Porto e Funchal.

Com a realização do evento em que a Tertúlia de Madeirenses era co-organizadora e de onde a maioria das pessoas eram oriundas (cerca de 60 ) associámo-nos, assim, às comemorações dos 200 anos do grupo Blandy, cujo centro principal de negócios decorre na Madeira, embora com ramificações nacionais e internacionais.

Duas notas apenas sobre esta nossa Tertúlia e a importância económica do grupo Blandy.

A Tertúlia de Madeirenses é uma associação informal com vida dinâmica há 10 anos, vida essa ligada ao convívio/lazer e cultura com actividades de debate e troca de ideias sobre temas e participada por pessoas que, como costumo dizer, atravessam os credos todos e mesmo os que não têm credo nenhum. Há um grupo alargado de pessoas que a dinamiza. Esse grupo tenta auscultar os participantes sobre a qualidade do que realiza (as várias iniciativas e as visitas culturais) e corrigir quando necessario. Talvez seja este o maior mérito da vida da Tertúlia.

Nas suas realizações já participaram bem mais de um milhar de pessoas (entre 1400 a 1500), na sua maioria madeirenses, familiares e amigos. É uma Tertúlia Aberta. A maior parte são madeirenses residentes em Lisboa, mas de quando em vez temos a presença de outros de zonas como Coimbra, Porto, Braga e Évora, sem esquecer a margem Sul onde a presença de um largo grupo é permanente ou ainda a presença de madeirenses de passagem na capital. Depois há os amigos que vão engrossando o grupo. muitos deles associando-se á Tertúlia.


Sobre o grupo Blandy. São 200 anos de negócios com visão estratégica e alguns desaires, mas sobretudo de sucesso.

Ao longo destes 200 anos, o grupo soube ultrapassar as grandes crises que assolaram a Madeira. Não nos podemos esquecer que, pela sua geolocalização, a Madeira foi afectada pelas duas grandes guerras mundiais e por várias calamidades e pragas como aquelas que afectaram as suas principais culturas agrícolas entre elas o Vinha e o Vinho (a filoxera).


Os Blandy venceram estas crises, nem sempre sem polémica e discordâncias entre a família sobre as decisões de cariz económico (as outras não são para aqui chamadas). E neste momento e desde há vários anos é o único grupo económico de dimensão das tradicionais famílias inglesas que sobreviveu e se tem fortificado na Madeira.

Os Blandy estão presentes em várias áreas económicas como o turismo nas suas diversas componentes, vinhos, moagens, transportes, comunicação social, onde trava uma luta por concorrência desleal com o Governo da Região, etc. Emprega cerca de 1200 pessoas na Madeira e no domínio motivo do nosso encontro/comemoração, o vinho, adquire a uva ou o mosto a cerca de 600 a 800 agricultores por ano.

O grupo realiza um volume de negócios significativo e, desta forma, injecta na economia e na sociedade madeirenses um volume de euros que ajuda a dinamizá-la na sua globalidade. É um grupo, cuja presença no tecido económico da Região se tornou determinante.

Tem uma nova geração já bastante madeirense, como o Cris Blandy que representou o grupo no evento em conjunto com outros quadros como o Francisco Albuquerque (o enólogo de renome mundial) e o Ricardo, director comercial da Madeira Wine.

A esta nova geração Blandy, já despida de alguns preconceitos societários, certamente vai ser exigido grande empenho nos negócios e uma visão estratégica muito apurada para continuar a história da família com sucesso, pois os tempos que aí vêm para a economia da Madeira não se apresentam nada risonhos.


Para além do convívio do evento, como cidadão e elemento da Tertúlia entendo que foi muito acertada a decisão de nos associarmos às comemorações. Senti-me muito bem nesta comemoração. Termino este registo do evento, registando também a saudação que a Tertúlia, através da representação presente, enviou a todo o grupo Blandy: um futuro de riqueza e de emprego para bem da Região.


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2011-07-12

 

A luta de sempre. A da repartição da riqueza

Continua a guerra entre os congressistas republicanos, numa já longa deriva de direita muito extremada e o governo de Obama. Em causa o teto da dívida federal que pode colocar os EUA em incumprimento, em 6 de Agosto,  o que sucederia pela primeira vez na história do império, com consequências imprevisíveis.
Os republicanos querem que o governo diminua as despesas, "emagreça" o Estado (onde é que já ouvi isto?...) querem que elimine a reforma da saúde de Obama que permite pela primeira vez o acesso à saúde de milhões de norte-americanos pobres, ou que o reduza drasticamente. O governo não quer eliminar a sua promessa eleitoral mais simbólica e aceitando fazer algumas concessões, quer pôr fim ao maná, do tempo de W.Bush, que foi a drástica baixa de impostos às grandes fortunas. Também por cá, a nossa direita ( e recentemente um membro deste governo), lança o balão de ensaio da diminuição do número dos escalões de IRS, obviamente para diminuir a progressividade deste e favorecer as grandes fortunas. Espadejam com um argumento "fortíssimo" e comovente, simplificar o IRS.

Os muito poderosos querem ser, sempre, mais poderosos. 

Em resumo, o braço de ferro mantém-se entre o Obama, humanista, sim, mas demasiado conciliador e crente num consenso entre o bando das raposas e as galinhas, entre a cúpula radical das grandes fortunas e o cidadão comum.

É um braço de ferro, duríssimo, pela repartição da riqueza.

Afinal, lá na América, como por cá, na União Europeia e em Portugal. É a lógica natural do capital financeiro, sem regras, na sua crescente arrogância, sentindo-se impune sem o perigo que antes, o comunismo lhe inspirava e o travava. (Link)

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Reunião, ontem, em Bruxelas, dos Min das Finanças

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- Mas que é aquilo? - perguntou aquele senhor magrinho que tem um nome esquisito. 
- É a Grécia - diz a Irlanda.
- É a Irlanda - diz Portugal.
- É Portugal - diz a Itália.
- É a Itália - diz a Espanha.
- É a Espanha - diz a Bélgica.
- É a Bélgica - diz a França.
- É a França - diz a Alemanha. 
- Vejam lá bem! Alvitrou, pela janela, um tipo que ia a passar na rua:
- Dá cá os binóculos. Olha!... é a União Europeia, pá!! - respondeu, assustado, o Herman Van Rompuy, já com uns tiques à portuguesa. 

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2011-07-11

 

Cavaco, Passos e Portas: O Pai, o Filho e o Espírito Santo

A crónica de Rui Tavares (hoje no Público)  merece a glória de 1ª página do PUXA.

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2011-07-10

 

"Portugal. Ensaio contra a Autoflagelação"

É o título do último livro de Boaventura Sousa Santos.

Numa sua entrevista, a propósito deste livro, não posso deixar de transcrever a resposta a uma das questões colocadas pelo entrevistador António Guerreiro, uma vez que me identifico completamente com o seu conteúdo.

António Guerreiro - A sua percepção é a de que cometemos erros crassos quando negociámos a integração na União Europeia ...

Um dos nossos grandes erros - diz Boaventura Sousa Santos -foi termos voltando as costas às ex-colónias. Outro foi o modo como gerimos os fundos europeus e aceitámos algumas normas que devíamos ter discutido. Não podemos esquecer a responsabilidade do actual Presidente da República: foi ele quem mandou abater os barcos, cortar as oliveiras e cortar as vinhas, porque era uma maneira de receber subsídios. E foi ele que impediu as universidades de gerirem os fundos para cursos de formação para requalificarem a mão de obra portuguesa, o que deu na maior corrupção da história portuguesa, com cursos, professores e diplomas fantasmas.

Acrescento eu: Quando depois disto, temos este PR compreende-se o país que temos.

 

Tapando o sol com a peneira ...

Parece ter sido um grande acontecimento ou uma decisão revolucionária vir o BCE dizer que vai continuar a emprestar dinheiro aos bancos portugueses, aceitando como colateral os títulos da dívida pública.

Primeiro, não é novidade, já o fez antes com a Grécia e a Irlanda e, segundo, não podia deixar de o fazer, sob pena de criar uma situação crítica à banca nacional (total falta de liquidez) e ao financiamento da economia portuguesa.

Revolução seria o BCE incitar e agir no sentido de, no imediato, se suspenderem todas as avenças às três Ratings gémeas.

Mas aí pára o baile. Isto é tudo mais ou menos do mesmo. Esta atitude seria a única que aquelas santas almas levariam em conta. Era tocar-lhe no "seu mercado" oligopolista.

Se as instituições europeias decidissem cortar as avenças a estas empresas, elas passariam a ter uma dimensão banal e a sua opinião deixava de ter qualquer peso nos ditos mercados.

Mas sabem muito bem que isso não acontecerá, porque de facto estamos numa Europa não Europa, sem políticas económicas e financeiras que salvaguardem os interesses dos povos europeus, ou dito por palavras mais claras, numa Europa serventuária do grande capital.

Estamos numa Europa sem dirigentes à altura, sem visão estratégica para a construção de uma Europa próspera e desenvolvida e a lutar por uma posição condigna a nível mundial.

Cavaco Silva manda estudar. Perdeu uma oportunidade de estar calado. Seria menos uma contradição em que caia em tão pouco tempo. Mas a vontade de mando não o contém.

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2011-07-09

 

O que se vai dizendo por aí

Ricardo Costa, hoje no Expresso:

"Não tomei nota de todos os que estão agora dispostos a pegar em armas prontos a marchar sobre Washington. Mas a esmagadora maioria não se indignou quando, em Abril, a Fitch cortou o rathing de Portugal em cinco níveis em apenas uma semana. E riu-se de todos os que nos últimos anos prostestaram contra o poder não regulados dessas agências"
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Miguel Sousa Tavares, hoje no Expresso:

"A agência de notação de crédito Moody's desceu a notação da dívida pública portuguesa para o nível de lixo. Fê-lo numa terça-feira ao final da tarde, mesmo a tempo de tentar agravar as condições de financiamento do leilão do dia seguinte, onde Portugal ia negociar novo empréstimo intercalar de mil milhões". Foi a quinta vez no prazo de um ano, que a Moody's nos atacou e quatro delas na véspera de um leilão da dívida portuguesa. Óbviamente que não é por acaso: é de propósito.
"Esta foi a pior maneira de o novo Governo entrar em funções e começar a perceber o que é tentar governar num ambiente de crise terrível, interna e externa, com o país a viver dia a dia sob a ameaça do contágio grego, à mercê dos ataques especulativos das agências de notação e sob um fundo de paralisia, indecisão e irresponsabilidade de uma Europa onde estão de regresso todos os egoísmos nacionais.
Para aqueles que, ainda há pouco tempo, acolhiam com mal-disfarçada satisfação as notícias dos sucessivos downgradings que as agências nos aplicavam, vendo nisso mais um sinal da má governação de José Sócrates e Teixeira dos Santos...
eis uma amarga lição."
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Nicolau Santos, hoje no Expresso:
"...Ao colocar a notação da dívida da República em "lixo" a Moody's desvaloriza  em milhares de milhões as empresas que o Estado se comprometeu a privatizar. E assim as privatizações em vez de renderem um valor estimado de 5,5 mil milhões de euros, como está previsto no acordo com a troica, valerão agora entre 4,5 e 5 mil milhões."

 

À mercê dos mercados

Como se tem visto e ouvido por aí, as opiniões são muito contraditórias quanto aos efeitos que se pretende alcançar com a aplicação do programa imposto pela troica a Portugal.
Oficialmente trata-se de uma receita para:
1) diminuir o défice das contas do Estado. Este ano para 5,9% do PIB e depois até 3% do PIB em 2013.
2) Promover o crescimento da economia e assim tornar sustentável ( pagável ) a dívida acumulada pelo Estado, cerca de 150.109 . 
Mas a troica, em representação dos mercados, impôe também a metodologia. O como se deve fazer. E aí é que  o gato escondido fica com o rabo de fora. É que a troica ao impôr que o Estado privatize depressa, em dois ou três meses, grandes empresas públicas está a obrigar o Estado a vender aos privados, isto é ao grande capital financeiro, estrangeiro seguramente, porque internamente há pouco dinheiro, a preço de saldo, empresas estratégicas para a soberania e que no fundo são propriedade de todos nós. Constrangidos a vender à pressa pelos patrões da troica, com o apoio entusiástico e saloio de Pedro Passos Coelho, Cavaco e Ciª, faz-se a transferência de centenas de milhões de euros do património dos Portugueses para o bolso dos grandes capitalistas.
É, de facto, um roubo descarado a todos nós.
Mas há uma outra consequência escondida muito importante para os bancos e fundos a quem hoje o Estado Português deve o dinheiro. É que, praticamente, o dinheiro que a UE, o BCE e o FMI nos vão emprestar, 78 mil milhões de euros, a um juro alto mas menor do que o conseguiríamos no mercado, mas de curto prazo, não nos permite diminuir a dívida mas permite-nos neste meio tempo pagar aos mercados financeiros (ao capital privado) livrando-os assim de dívidas mal paradas que são transferidas para o bolso dos contribuintes dos países que sustentam e financiam o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, o BCE e o FMI.
Eis o milagre.
Com o seu plano a troica salva os banqueiros milionários das dívidas malparadas dos países em dificuldade e atira para o bolso do comum cidadão europeu (e, em parte, de outros continentes, no caso do FMI) o perigo de dívidas que não há a certeza de poderem ser pagas ou que quase certamente não serão pagas na totalidade.
Que fazer então? Havia outras medidas.
Potenciar a nossa capacidade de negociar concertando (ou ao menos tentar) posições com a Grécia, a Irlanda e a Espanha, para mudar o paradigma: "somos muito diferentes da Grécia", ou a Espanha:  "somos muito diferentes de Portugal". 
Cumprir a diminuição do défice, mas fazendo recair nas camadas mais ricas uma muito maior e significativa contribuição. Não privatizar as empresas mais importantes e rentáveis. Exigir renegociação dos juros e dos prazos. Porque uma coisa é sabida de toda a gente: com as medidas recessivas impostas pela troica não é possível conseguir o essencial, o crescimento  da economia. Por isso esta meta não passa de uma demonstração de cinismo.
Há alguma capacidade de êxito da imposição de renegociação porque o que está em causa e isso vai ficando cada dia mais claro é o ataque ao euro, como o demonstram as Moody's. E se  a UE não tomar as medidade indispensáveis e conhecidas da defesa de cada um dos seus membros quer o euro quer a UE terão os dias contados.

 

Será sádico o governo de Passos Coelho?

Choramingou o governo e Cavaco Silva com a nota da Moody's, mas afinal pagam-lhes avenças.

Segundo a comunicação social portuguesa de hoje, o Estado gasta com as três Ratings gémeas 3 milhões de euros ano e o pais cerca de 9 milhões, somando a banca e as empresas cotadas.

Pergunto para quê gastar isto? Como escreve Nicolau Santos no Expresso "Cortar já as avenças das agências de Rating". Não resolve, estamos de acordo, mas seria uma boa resposta.

Outra boa resposta é fazer pressão junto da UE para que sejam tomadas atitudes semelhantes.

Assim, talvez a redução das suas receitas começasse a fazer mossa.

É evidente que o problema não reside aí também.

Sem uma mudança radical nas políticas da UE não vamos longe, ou seja, a Europa não vai longe.

Com esta falta de políticas, a Moody?s e companhia até têm alguma razão. Reduzir o défice não significa resolver os problemas económicos.
 

Dívida soberana dos EUA e de Portugal


Segundo se diz aqui a dívida soberana dos EUA é de 9.869.241 milhões de euros com a cotação do euro a 1,454 dólares. Tendo em conta que a população dos EUA é de cerca de 311 milhões de habitantes a dívida per capita do Tio Sam é de 31.752 €. 

Quanto a dívida soberana, apesar de a Moody's ter atirado Portugal para o lixo, estamos bastante melhor.

Para uma dívida soberana portuguesa de cerca  150.000 milhões de euros e aceitando que somos, 10,6 milhões, como diz o INE, então a dívida per capita fica na módica quantia de 14.151 euros.
Em resumo a dívida soberana dos EUA é dupla da Portuguesa (relativamente à população) 
 
Há em todo o caso algumas diferenças. A economia dos EUA não está como a portuguesa praticamente estagnada há 10 anos e a perspectiva que tem pela frente é a de crescer e nós a de diminuir.
Por outro lado eles fabricam dólares dando à manivela da rotativa, quando precisam, e nós não fabricamos euros, é mais o Deutsh Bank.
 
Têm por outro lado um peso um pouco maior que nós na economia mundial. E têm ainda um tira teimas que nós não temos e que em casos extremos tem um peso económico decisivo: a panóplia de armas nucleares e outras mais recentes de que se conhece pouco.  

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EUA em 1 de Agosto, em default?

Os jornais davam conta, ontem, que os republicanos mantinham o braço de ferro com Obama, não cedendo à imperiosa necessidade que o Governo tem em obter autorização do Congresso para aumentar a dívida global federal sem o que, em 1 de Agosto próximo, os EUA (atenção! é os EUA, não é Portugal...) entrarão em default, isto é, não tem dinheiro para pagar as dívidas que vencem nessa data. Em resumo, entram no declive da "bancarrota".
Mas realtivisemos a situação. Em primeiro lugar os republicanos chegarão a acordo com o Governo de Obama. Ou, talvez mais provavelmente, este com eles. O que os republicanos, agora numa onda de extrema direita, querem não é os EUA em default, mesmo que seja os EUA do governo de Obama. O que estes representantes mais extremistas da alta finança querem é que o governo diminua as despesas com a saúde da raia miuda, a educação da cambada, de pretos, chicanos e americanos de origem europeia mas pobres, o que os torna uma variedade branca de pretos e chicanos. O que os "representantes" republicanos  querem é uma repartição da riqueza à moda de Bush (à moda implantada desde Reagan e que Obama quer mudar, ao menos um bocadinho) ou seja uma repartição mais favorável aos muito ricos.
Lá como, afinal, na Europa de Merkel, Sarkosi, BCE, e Ciª. Lá como no Portugal de Cavaco e Passos Coelho.

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The Moody Blues - No More Lies


 

O PSD não está interessado em mexer nas Autarquias

A grande base de apoio do PSD são as autarquias. É aqui rei e senhor. E o lobby é muito forte no sentido do imobilismo.

É manifestamente evidente que urge mexer na situação desde há muito. Fácil não é, mas as épocas de crise são propícias para isso.

As autarquias dizem muito à população no bom e mau sentido. No mau, porque, em muitos casos, atribui-se-lhes um certo ambiente susceptível de corrupção designadamente nas suas ligações com a construção, mas as pessoas têm sempre presente também os bons serviços. Há um sentimento de grande proximidade na prestação de serviços à população.

Hoje os Municípios reúnem-se e o Governo fez constar que vai negociar com a Troica a não fusão de Câmaras.

Maus indícios fechar a questão desta forma.

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O que mudou em Cavaco? Ou então o que fez mudar Cavaco?

Cavaco Silva mudou muito pós Sócrates. Basta ver o tipo de intervenção. Agora passou a defensor de que este governo (Passos Coelho) estava a trabalhar tão bem, já tinha anunciado que nos caçava 50% do rendimento equivalente no subsídio de Natal (será isso?) e lá vêm estes malandros das Ratings americanas afinal não acreditar que o governo cumpra o acordo com a Tróica.

Houve até quem fosse longe demais dentro do PSD (Carlos Moedas) e tenha insinuado que bastaria a queda de Sócrates e as notas das Ratings iam subir. Cavaco Silva não foi tão longe, mas dizia que a culpa das notas baixas era só nossa (entenda-se do governo de Sócrates) porque não fazia o trabalho de casa, ou seja ainda não tinha cortado 50% e outros mais cortes e despedimentos que estão à espreita, embora já tivesse feito algum trabalhinho.

Cavaco agora está nas suas sete quintas e deve ter feito "um pacto" com Passos Coelho para também mandar. Cavaco só sabe estar assim. Com Sócrates, diz-se que com mau fatio, a partilha era complicada.

Cavaco que havia quem o considerasse tendencialmente um social democrata de direita, agora mostra que afinal é muito mais adepto de Friedman seja porque agora convém seja porque é de facto apreciador e tanto assim é que já anda a apregoar os privados na saúde como se não estivessem e com grande destaque.

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2011-07-08

 

Uma empresa de Rating europeia?

... Porque não? Mas não resolve, no imediato, a questão de ataque às economias mais débeis do Euro como a portuguesa, até porque pôr de pé uma empresa de Rating, credível, leva o seu tempo e muitas outras exigências mais.

Por conseguinte, o agir depressa para evitar o descalabro europeu continuado e quem sabe de não recuo se não for atalhado rapidamente, está apenas em decisões do BCE, por exemplo, afirmar plenamente e levar à prática que não terá mais em conta as notas atribuídas pelas 3 empresas de Rating, mais conhecidas, a tudo quanto tem a ver com as economias europeias: dívida soberana, banca, empresas e instituições. Todas estas entidades, ou pelo menos um número significativo "cortarem" relações com as 3 empresas de Rating, a exemplo do que fez, simbolicamente, o Banco Espírito Santo com a Fitch.

Não é suficiente ainda, mas já era um grande avanço.

Uma posição e acção deste teor que faria de certeza repensar a acção das três gémeas, terá de ser enquadrada por medidas de fundo da UE, por exemplo no campo dos Eurobonds, do orçamento comunitário e precisa a UE de ganhar rapidez de decisão no que diz respeito à economia europeia.

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2011-07-07

 

Sendo Políticamente Incorrecto

Portugal caminha para a bancarrota ... E dela não se pode livrar sozinho.

Podem chorar, gritar agora todos os "nossos" políticos contra a Moody's e congéneres. O Primeiro Ministro pode dizer que levou um murro no estômago. Barroso pode também espernear em Bruxelas, que nada parará o nosso deslizar para o abismo, certamente juntos com a Grécia e outros mais em breve.

É terrível a situação. Pode este governo continuar a cortar mais rendimentos salariais, enviar mais gente para o desemprego e para a miséria que não é, deste modo, que se estanca a situação, dando-lhe novo rumo. Pode continuar com mais planos com a Tróica que diz vai cumprir à risca e até acelerar no pedal. Não é por aí.

Como escreve hoje V.S.Marques no DN "Censurar a Moody's pelas suas notas, é a mesma coisa que criticar o lacrau por inocular veneno. Ambos fazem aquilo que está na sua natureza."

O Problema de Fundo, como aqui já escrevi, é que não temos uma Europa com políticas, medidas e actuação sobretudo no domínio financeiro que contrariem esta situação dizendo aos mercados financeiros basta.

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2011-07-06

 

A ingratidão da Moody's

"A agência de notação Moody's anunciou ontem que cortou em quatro níveis o «rating» de Portugal, colocando a dívida do país na categoria de «lixo» (junk)."
 
As medidas de austeridade anunciadas por Passos Coelho no debate do programa de Governo já foram «tomadas em conta» na análise que a Moody's fez e que resultou na queda do «rating» português, avançou o vice-presidente da agência - Anthony Thomas, analista sénior."
 
4 níveis? Lixo? É uma desavergonhada injustiça. Se fosse no Governo de Sócrates tudo bem diriam contentes os "Passistas" e os papagaios da comunicação social que se apressaram a mudar de campo. Não porque os rapazes do PSD neoliberal não sejam patriotas mas, enfim, era apenas para "meter  dedo no pote" e a seguir pôr o país em sintonia com os Mercados. 
Isto com Pedro Passos Coelho é muito injusto.
Então os portugueses, seguindo o conselho avisado do Presidente Cavaco Silva de que não devíamos andar a bramar contra os mercados mas, como "bons alunos", devíamos antes tê-los em conta, então - dizia eu - seguindo o seu conselho prescindiram os eleitores de ter um governo decidido a defender os interesses dos Portugueses para ter um governo simpatizante dos Mercados e os Mercados fazem-nos uma partida destas.
Uma desconsideração. Lixo!
Se fosse com Sócrates vá! mas agora com Passos que para lhes agradar até já prometeu, para além do exigido pelos agentes dos Mercados, esfolar o subsídio de Natal a quem vive de salário! E com o cuidado de deixar de fora, dividendos e outros rendimentos de capital para não prejudicar os capitalistas e assim ser simpático aos Mercados.
Não há gratidão. Na Moody's.
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1. Tinha recordado, ali em cima, os bons conselhos do nosso PR mas vi agora aqui que Cavaco, atento, já tomou posição. Não percebo é porque tendo ele "sempre razão"  tem agora uma opinião oposta à que tinha no governo de Sócrates.

2. Entretanto aqui o luminoso Sol do pequeno arquitecto tomou as dores de PPC que julga que a Moody's ingrata lhe deu um muro no estômago o que levou José Ferreira Marques a dizer aqui que quem fica KO com um murro no estômago não está preparado para o combate.

Nota: por engano tinha referido em 2. o nome de Medeiros Ferreira em vez do verdadeiro autor José Ferreira Marques como agora está, pelo que peço desculpa aos dois.

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2011-07-05

 

"Estou estarrecido" com a falta à palavra por PPC

A coisa é do Youtube, percebe-se, mas descobri e roubei a coisa, aqui, no Câmara Corporativa.
Santana Castilho tinha redigido o programa de Pedro Passos Coelho para a Educação e teve o seu apoio ao que escreveu. Só que, sensível a outras influências PPC alterou o proposto sem lhe dizer nada. Apanhado pelo autor, PPC prometeu que voltaria atrás. Mas não voltou.
O assunto do vídeo é a avaliação do desempenho dos professores.
Santana Castilho, sente-se traído e não poupa palavras:
"Disse uma coisa e logo que foi governo um dia depois, desdisse."
...
"Digo e meço as palavras: revela uma desonestidade politica que me surpreende"

E Castilho continua: "Antes tinha dito que se houvesse necessidade mexeria nos impostos indiretos mas nunca nos rendimentos. Logo que chegou ao Governo cortou nos rendimentos.
Tinha dito que cortar no subsídio de Natal era um disparate. Chegou ao Governo cortou.
Tinha dito que não tinha sido informado por Sócrates sobre o PEC-IV afinal veio-se a saber um mês depois que tinha tido uma reunião com Sócrates.
Fico estarrecido.
São só três casos mas são suficientes para percebermos a credibilidade e o valor de um político".
Estas frases soltas e transcritas "de ouvido" dão apenas uma pálida ideia, do que Santana Carrilho, com amargura e zanga revela aqui.

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2011-07-04

 

Até um economista percebe que "OS MERCADOS" não são a "nossa" solução!


"Se a União Europeia não nos emprestar mais dinheiro, se continuar a acreditar que os mercados vão resolver o problema, estamos arrumados. Eu não acredito que os mercados resolvam o problema, pelo contrário, vão agravá-lo", acrescentou.
José Silva Lopes.

Estou estupefacto. Pasmado! Então um ex-ministro das Finanças e ex-governador do banco de Portugal não acredita n' Os Mercados ? Então acredita em quê? Na ciência?

Desculpe-me, caro Silva Lopes, mas permita-me que o aconselhe: fale com Pedro Passos Coelho e com Victor Gaspar ou até com "o Álvaro". Eles explicam. Eles sabem. Os mercados é sabem. E que mandam. E se os rapazes não forem os rapazes dos mercados como é que eles se poderão aguentar?

"Portugal é diferente da Grécia? Não é não. Só somos um bocadinho melhores que a Grécia nas finanças públicas. Não tenhamos dúvidas. Se acontecer alguma coisa na Grécia, nós somos logo a seguir", disse.

«Silva Lopes disse ainda que, na sua opinião, os 78 mil milhões de euros que Bruxelas e o Fundo Monetário Internacional (FMI) acordaram emprestar a Portugal é "largamente insuficiente" e que "a União Europeia tem de arranjar novos esquemas para apoiar países, nomeadamente Portugal", caso contrário o problema só se vai agravar.»

«"A União Europeia até agora não tem estado a arranjar uma solução capaz, tem empurrado os problemas uns meses para a frente, e não mostra nenhuma vontade para o fazer", afirmou Silva Lopes, considerando mesmo como um dos maiores riscos para Portugal a falta de apoio da parte da União Europeia ao esforço realizado nos países em dificuldades, como Portugal
Silva Lopes defendeu ainda que Portugal tem, para já, de "cumprir o acordo com a “troika”, por muito duro que ele seja", que apesar de não garantir uma saída da crise, é uma "condição necessária".
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Nota: A insinuação do título é apenas uma torpe blague que pretende atingir apenas os "economistas por conta".   

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Juros e dividendos não pagam crise. Só os salários.

"Esta exclusão dos juros e dividendos do imposto especial [metade do subsídio de Natal] foi confirmada por Vítor Gaspar ao «Jornal de Negócios», depois de no Parlamento, Passos Coelho ter garantido que todos os rendimentos estariam abrangidos pelo novo imposto."

Por Nossa Senhora!... Caro Passos Coelho! Não prometa, faxavor, mais coisa nenhuma. Que os seus ministros, académicos do mais alto gabarito, puxam dos galões da ciência e estamos  fo feitos com eles. E consigo.

Aqui está uma medida - esta do ministro das Finanças - que os capitalistas, os que vivem de rendimentos, de dividendos e de juros, aplaudem.
- Então quem paga a crise? 
- Quem vive do salário, dos rendimentos do trabalho.

É uma decisão que, a confirmar-se, penaliza o trabalho e favorece o capital. E contraria a promessa feita na AR dois dias antes pelo 1ºM.

Será uma decisão genuinamente neoliberal, do ministro que revelou aos media ser um grande admirador de Milton Friedman (O economista que mais admiro é Milton Friedman”).

Que defende o neoliberalismo?  "Liberdade económica", "desregulamentação", "monetarização da economia", Estado fora da economia, Estado mínimo. 
Frases bonitas. Que os media, os jornalistas e analistas por conta, tornaram muito simpáticas. Tão simpáticas que até dá mesmo vontade de votar nelas. O pior são as consequências. Com tais ideias, os muito ricos ficam muito mais ricos e os menos ricos muito mais pobres. Não é que os mais ricos desejem empobrecer as classes médias ou os trabalhadores mas para enriquecerem ainda mais têm de ir buscar o dinheiro a alguém. Que é que hão-de fazer, coitados?!

O guru da escola de Chicago, e um dos mais célebres economistas do sec XX, Milton Friedman, não era nenhum reaccionário, mas a sua teoria económica era muito apreciada pela mais alta finança e pelos políticos de extrema direita, seus representantes. Não foi por acaso que Friedman foi consultor económico de Barry Goldwater, o candidato  da extrema direita republicana à presidência dos EUA, em 1964, que felizmente foi derrotado por Johnson. Não foi por acaso que Pinochet seguiu os seus conselhos quando, em 1975, Friedman foi ao Chile explicar como resolver a crise económica. E, seguindo a sua doutrina, Pinochet venceu a crise mas com um pequeno senão, lançou milhões de chilenos na miséria. Milton Friedman também foi muito estimado por  Reagan o presidente norte-americano da viragem do sistema financeiro mundial para a desregulamentação que culminou na apoteose da grande crise mundial de 2008/2009, crise que continua, como os vulcões, em estado entre o larvar e o explosivo.

Com o tempo vamos todos ver melhor o que é o "neoliberalismo", bandeira que Passos Coelho, não sei se com plena consciência, ufano, iça a mãos ambas. 

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Um produto político "de barro"

Li hoje que Nobre não voltará ao Parlamento. Nada se perde em meu entender e certamente o PSD de Passos Coelho depois do barrete enfiado suspirará de alívio, se tal acontecer.

Mas li outra coisa estranha: "Nobre hipotecou o seu futuro político" com esta decisão, pois deitou fora o "prestígio" atingindo nas presidenciais.

Não percebo estes analistas. Navegam à tona de água.

Será mesmo que não vêem que Fernando Nobre representou nos dois últimos actos eleitorais papéis completamente assentes em pés de barro, sustentados por dois partidos diferentes: primeiro o PS (parte) e o PSD de Passos Coelho, depois)?

Em nenhuma das votações, os votos foram de Fernando Nobre.

Se o PS apoiasse de facto Manuel Alegre, jamais Nobre teria tido aquela votação. Houve muita gente do PS e de peso que apoiou Nobre, houve outros que explicitamente não apoiaram mas é como se fosse. Daí Nobre não ter sossobrado nas presidenciais.

Passos Coelho fez a mesma análise que estes comentadores e pensou que iria beneficiar dos votos de Nobre. Puro engano.

O "produto político" Nobre não existiu. Esqueça-se.

2011-07-03

 

Álvaro/Flama/Alberto João

Anteontem dia 1 de Julho, dia da Autonomia, bandeiras da "FLAMA", versão retocada, aparecem na Madeira por muitos lados e até parece que chegou ao Marques de Pombal (Lisboa) uma bandeira.

Agora, com Álvaro Santos Pereira, Ministro, tudo está numa boa. O homem estudioso que do Canadá dominava o saber político nacional e da Madeira mais em especial escreve no seu livro sobre a Flama e Jardim. É só ler. Nada de insinuações. Ficamos a partir de tão doutos escritos, donos da ciência política do País. Percam uns minutos apenas e ficam ilustrados sobre este relacionamento a três: http://www.jornaldamadeira.pt/not2008.php?Seccao=14&id=188053&sdata=

Não acrescentei nada. Apenas alertei para as sábias palavras de Álvaro.

Acho que o Álvaro inovou. Teve um rasgo. Como pressentiu que não pode ser Ministro de tanta coisa é Álvaro, ou seja, parafraseando as suas palavras "João Jardim tem de ser João Jardim"

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Lena d'Água - Demagogia - anos 80

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Não nos arrojemos aos pés dos "mercados"

Quando Alexandre da Macedónia agarrou no seu pequeno exército, atravessou o Helesponto, em Abril de 334 (ac) e partiu para Oriente à conquista de praticamente todo o mundo conhecido no “Ocidente” de então, os gregos (sim, macedóneos e gregos, eles eram os gregos) do seu estado-maior, os seus generais, que se lhe dirigiam muito informalmente, verificaram com espanto que a alta nobreza do grande império Persa, que entretanto conquistaram, para falar com o Grande Imperador Dario o que primeiro faziam era arrojar-se a seus pés.

Pois agora, por aí com os gregos, nossos irmãos de infortúnio, a UE, o BCE, a corte de Bruxelas e o Grande Imperador “Os Mercados” que vejo eu? Num primeiro tempo o nosso challenger e agora o nosso primeiro-ministro dirige-se aos
 “MERCADOS” arrojando-se-lhes aos pés.

A que me estou a referir? A isto:

logo que a queda do governo de Sócrates foi anunciada, PPC foi a correr a Bruxelas dizer aos “mercados” que não se alarmassem, que ele tinha dito que não aceitava os sacrifícios do PEC-IV de Sócrates mas era apenas para ver se chegava “ao pote” porque o seu, o novo PSD, o PSD neoliberal, o PSD à direita do CDS, estava empenhado até em “ir mais além” nos sacrifícios dos portugueses.

Depois, já em Lisboa, num registo naif para vergonha e ridículo do país, não é que PPC pede desculpa! Que desculpassem se Portugal os estavam "a prejudicar". A prejudicar? Mas a quem? A UE? O BCE? O FMI? “Os mercados”! Os mercados calculo eu. Os “mercados”, que vendo-nos em estado de necessidade se dispõem a nos emprestar dinheiro a 10 ou a 15%.

Depois já com os representantes da tutela, dos “mercados”, a troica, aí no Terreiro do Paço, PPC e os rapazes do novo PSD, o PSD-NL, repetiam e repetiam que ele, logo que tivesse sentado na cadeira do poder, iria para além das imposições da troica.

O Primeiro-Ministro de Portugal não se deve arrojar aos pés dos "mercados". Nem PPC é nenhum sátrapa nem "os mercados" são o Grande Imperador da Pérsia.
É que riem-se de nós e abusam mais.

 

O Governo de Passos Coelho começou mal

O Governo de Pedro Passos Coelho (PPC), começou mal. Revelou logo à partida os piores vícios de acusava o Governo de Sócrates.
Lembram-se como, numa espiral de histeria, PPC e o seu PSD, se esganiçava, numa prática discursiva cada vez mais rasteira, rebaixando o nível de intervenção política ao bas-fond da linguagem rasca, à gritaria do “é mentiroso, é mentiroso” ?

Pois bem há três meses atrás, PPC garantia: (reproduzo as suas palavras evocadas no telejornal da RTP de há dois dias)
No caso de ser governo “se vier a ser necessário um ajustamento fiscal dou a minha garantia de que ela será canalizada para os impostos sobre o consumo [o IVA] e não sobre os impostos dos rendimentos das pessoas” Ponhamos de lado a insanável dificuldade em ter um discurso em Português apresentável, vamos aos atos. E o primeiro ato do seu Governo foi apresentar um novo e pesado “imposto ao rendimento das pessoas”, equivalente a metade do subsídio de Natal, acima do salário mínimo.

Eis o valor das garantias de PPC.

Quem está sempre a evocar a transparência, a honra, o cumprimento das promessas é porque não está certo de proceder de acordo com tais mandamentos ou, e é dos manuais, procura criar uma cortina de fumo que permita esconder a sua transgressão.

Mas há mais. Não tinha PPC prometido que não usaria a “desculpa da herança” para justificar medidas que viesse a ter de tomar, como dizia ser maléfica prática do PS?
Pois que justificação usou para este assalto ao bolso do contribuinte antes do Natal? Que fora o mau comportamento da execução orçamental do Governo de Sócrates no primeiro trimestre de 2011, conhecida no próprio dia ou na véspera. É evidente que não foi ali na AR, onde expunha o programa do Governo, que alterou este, imaginou, estudou e calculou o impacte orçamental do novo imposto “ao rendimento das pessoas”. Isso não podia deixar de ter sido pensado, calculado, programado com a antecedência necessária e, com muita seriedade e transparência... ocultado.

Felizmente, talvez devido ao “estado de graça” do novel Governo, ninguém procedeu como PPC e a sua trupe para com o Governo de Sócrates, ninguém passou o dia a gritar "mentiroso" ao Primeiro Ministro de Portugal.
Curiosamente o PSD de Passos Coelho, o PSD-NL (de neoliberal) implora agora ao PS e à oposição em geral, civismo, cordialidade, respeitabilidade, boa educação.

Istó é, façam como eu peço e não como eu fiz.

Surpreende? Não. Não era de esperar outra coisa de PPC e da rapaziada do aparelho do novo PSD-NL, antes, candidatos, em nervosa ansiedade e agora, ministros, deslumbrados com “o pote”.

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O Direito à indignação

O Direito à indignação é algo interior a cada um de nós e deve ter uma manifestação pública individual ou colectiva.

Agora temos uns arautos comentadores defensores, na comunicação social, de toda e qualquer medida do governo, por mais iníqua e injusta que seja a sua repartição social, que apelam a toda a subordinação e aceitação das medidas deste governo.

Sou contra a medida do corte "equivalente" a 50% do rendimento recebido como subsídio de Natal, designadamente pela forma como esta medida incide de forma indiscriminada sobre a sociedade.

Segundo é falso que esta medida apenas reverta para o Estado 800 milhões de euros. Esta medida correctamente aplicada traz muito mais aos cofres de Estado. É uma questão de tabuada. O Governo deve dizer-nos qual o montante da almofada que pretende.

Mas estou indignado de fundo. Acho-a um roubo. Já aqui escrevi que a tomada desta medida indicia outras medidas bem gravosas que não constam das imposições da Troica e que elas se inserem numa filosofia de desvalorização do factor trabalho.

Vamos admitir que para ter um grande aconchego, o governo equacionava uma medida de corte.

Há várias outras hipóteses de distribuição penalizando sobretudo os rendimentos mais elevados.

Porque não um corte em 100% para os rendimentos superiores a 5000 euros? Imaginem que há 30 mil portugueses com este rendimento (Há mais de certeza). Ora isto implicava uma arrecadação de 150 milhões. Imaginem agora que há 200.000 portugueses com mais de 3000 e menos de 5000. e que a estes se cortava apenas 50%. Isto daria cerca de 400 milhões. Imaginem ainda que há um milhão de portugueses a receber entre 1500 e 3000 e que estes teriam um corte de 25% (500 milhões). Paro, por aqui, como exemplo. Haveria outros

Seria este exercício mais equitativo? Sem dúvida.

O Governo tem de definir no meio desta iniquidade o montante da almofada que pretende e a partir daí por escalões aplicar os cortes.

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